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GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE EM TI Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autores: Carla Eunice Gomes Corrêa Djone Kochanski CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Hiandra B. Götzinger Montibeller Prof.ª Izilene Conceição Amaro Ewald Prof.ª Jociane Stolf Revisão de Conteúdo: Prof. Nader Ghoddosi Revisão Gramatical: Prof. José Roberto Rodrigues Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 025.4 C824g Corrêa, Carla Eunice Gomes Gestão da qualidade e produtividade em TI / Carla Eunice Gomes Corrêa; Djone Kochanski. Indaial : Uniasselvi, 2012. 116 p. : il. ISBN 978-85-7830-635-9 1. Tecnologia da informação. 2. Ciência da informação. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Copyright © UNIASSELVI 2012 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Carla Eunice Gomes Corrêa Doutoranda em Ciência e Tecnologia Ambiental (UNIVALI), Mestre em Desenvolvimento Regional – Universidade Regional de Blumenau (2008), especialização em Educação e Gestão Ambiental – Centro Universitário Leonardo da Vinci (2010), graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Regional de Blumenau (2005). Possui diversos cursos na área de Engenharia de Produção, consultora na área de descrição de processos produtivos. Professora das disciplinas de Desenvolvimento Socioeconômico, Economia I e Pesquisa de Mercado. Possui experiência na elaboração de projetos empresariais, sociais e captação de recursos. Sua linha de pesquisa é Gestão Ambiental, Desenvolvimento Sustentável, Economia Ambiental e Saúde Ambiental. Autora dos Cadernos de Estudos: Elaboração de Projetos Empresariais, Terceiro Setor, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável e Gestão da Qualidade e Produtividade. Possui artigos científicos publicados na área de Alta Tecnologia, Economia e Meio Ambiente. Djone Kochanski Mestre em Computação Aplicada (concentração em Engenharia de Software) – UNIVALI – 2009, especialização em Educação à Distância: Gestão e Tutoria – UNIASSELVI (2011), especialização em Ciência da Computação (ênfase em Redes de Computadores) – UFSC (2005), especialização em Tecnologia da Informação Aplicada à Gestão de Negócios – FURB (1999), graduação em Ciência da Computação – FURB (1997). Possui diversos cursos na área de Engenharia de Software e Gestão de TI e atua como consultor e gestor na área de Tecnologia da Informação. Professor das disciplinas de Fundamentos da Computação, Algoritmos, Estruturas de Dados, Gerenciamento de Projetos, Engenharia de Software, Gestão da Qualidade em TI e Gestão de Aquisições em TI. Possui experiência em desenvolvimento de software, consultoria na área de projetos e gestão em Tecnologia da Informação. Sua linha de pesquisa é Engenharia de Software e Gerenciamento de Projetos. Autor dos Cadernos de Estudos: Fundamentos da Computação, Redes de Longa Distância, Tecnologias Emergentes, Arte e Novas Tecnologias e Gestão da Qualidade e Produtividade em TI. Possui artigos científicos publicados na área de Tecnologia e Educação. Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 Conceitos e Princípios da Qualidade ...................................9 CAPÍTULO 2 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total ..................25 CAPÍTULO 3 Gestão da Produtividade ......................................................61 CAPÍTULO 4 Controle Estatístico do Processo (CEP) .........................77 CAPÍTULO 5 Gestão da Qualidade em Tecnologia da Informação ......101 APRESENTAÇÃO Caro(a) pós-graduando(a): Embora seja um conceito complexo, todos nós sabemos apontar o que não é qualidade, quando contratamos algum serviço e este não atende nossa expectativa. Sendo fator primordial na busca pela competitividade, a gestão da qualidade atualmente está sendo ampliada para os setores de serviços, pois cada vez mais nos deparamos com clientes mais informados e exigentes. Contudo, se pararmos para refletir, perceberemos que constantemente somos orientados a sermos mais produtivos, uma vez que fazemos parte de uma empresa cujo objetivo é a geração de resultados positivos, ou seja, gerar lucros. Com base nisso, pensamos o presente caderno em cinco capítulos. O primeiro capítulo apresenta os conceitos de qualidade e os princípios que a norteiam. O segundo capítulo aborda a gestão da qualidade total (TQM) e sua importância para as organizações, bem como as ferramentas utilizadas para se alcançar esse objetivo, como as ferramentas folha de verificação, diagramas, histogramas, fluxogramas e indicadores. O capítulo três apresenta o funcionamento do controle estatístico do processo (CEP). Você verá quais são as ferramentas e táticas necessárias para que se consiga utilizar este controle e para que o mesmo é utilizado. O quarto capítulo é voltado ao estudo da produtividade. Faz um retrospecto da história da produtividade, os indicadores de produtividade, bem como a forma de avaliá-la. Além disso, apresenta a relação entre produtividade e qualidade. Será que podemos dialogar sobre produtividade sem citar a qualidade? E, para finalizar, o quinto capítulo é voltado a discutir a qualidade em Tecnologia da Informação e sua implicação nos processos. Atualmente a TI exerce um papel decisivo na capacidade de muitas empresas se tornarem e se manterem competitivas no mercado. Esperamos que você aproveite ao máximo os estudos desta disciplina e que possa contribuir no seu processo de ensino-aprendizagem, pois, associada às estratégias, competitividade das organizações e a qualidade, tem-se uma ferramenta de grande utilidade para as empresas, que é a eficácia e eficiência no desenvolvimento de suas atividades. Boa leitura! Os autores. CAPÍTULO 1 Conceitos e Princípios da Qualidade A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Compreender os conceitos básicos da qualidade. 3 Entender os princípios da qualidade. 3 Compreender o desdobramento do conceito de qualidade. 3 Aplicar os conceitos estudados. 10 Gestão da qualidade e produtividade em TI 11 Conceitos e Princípios da Qualidade Capítulo 1 Contextualização Atualmente as organizações têm buscado ser cada vez mais competitivas no mercado e por isso sua preocupação é cada vez maior em relação à qualidade dos serviços prestados. Com base neste contexto, este primeiro capítulo tem por objetivo fazer um resgate histórico sobre a evolução do conceito da qualidade. Muito se ouve falar em qualidade, mas poucas são as pessoas que conseguem defini-la. Assim, você verá porque não é tão fácil encontrar uma definição exata para o termo qualidade. Você também terá a oportunidade de conhecer os “gurus da qualidade”, ou seja, os primeiros estudiosos que introduziram a temática nas linhas de produção industrial e que com o tempo foi sendo adaptada a outros contextos, como a Tecnologia da Informação. História e Evolução da Qualidade A qualidade tem sua base fundamentada na administração das organizações e por isso também passou por um processo evolutivo. Segundo Silva (2004, p. 444), “como conceito, a qualidade é conhecida há alguns milênios. Como disciplina, ainda está em formação”. Contudo, já está sendo utilizado com maior aplicabilidade em departamentos como: compras, engenharia e pesquisa. Embora seja um conceito bem antigo, só há poucas décadas ele tem sido aplicado ao setor de serviços. O conceito de qualidade surgiu há milênios; pode-se dizer que ele é tão antigo quanto a históriado homem, pois sempre buscou-se um aperfeiçoamento para se fazer coisas um pouco melhor. Mas foi somente com a produção em massa e a implantação das linhas de produção em série nas indústrias que este conceito se tornou formal. (GARVIN, 1997). Os conceitos que norteiam os programas de qualidade nasceram, basicamente, nos Estados Unidos, mas a aplicabilidade concreta ocorreu no Japão, ou seja, o país foi pioneiro em adotar tais conceitos em seus processos produtivos. 12 Gestão da qualidade e produtividade em TI Devido ao processo evolutivo das organizações, Garvin (1997) coloca que o conceito de qualidade, com o decorrer dos anos, também passou por uma série de mudanças, que o autor define como “eras da qualidade”. Estas eras foram divididas pelo autor em quatro períodos: a era da inspeção, a era do controle estatístico da qualidade, a da gestão estratégica da qualidade e a da gestão total da qualidade. Agora, veremos as principais características que marcaram cada um destes períodos, de acordo com Garvin (1997): • Era da inspeção: a era da inspeção surgiu pouco antes da Revolução Industrial, com a necessidade da produção em massa, marcada pela publicação da obra The Control of Quality in Manufactoring, escrita por G. S. Radford em 1922. Nesta era, a atenção estava voltada à verificação do produto, com ênfase na uniformidade. Assim, para o controle da qualidade eram utilizados instrumentos de medição que se resumiam à inspeção, classificação, contagem, avaliação e reparo. • Era do controle estatístico da qualidade: a era do controle estatístico do processo na década de 30, desenvolvido por Shewhart, com o objetivo de monitorar o processo produtivo e identificar a necessidade de fazer ações de melhoria. Para isso, Shewhart utilizou técnicas estatísticas básicas para a determinação de limites e métodos gráficos para avaliar se as variações estavam dentro da faixa aceitável. Ao mesmo tempo em que Shewhart trabalhava nos controles estatísticos, outros pesquisadores, como Harold Dodge e Harry Roming, trabalhavam na prática da amostragem. • Era da gestão estratégica da qualidade: na era da garantia da qualidade, a prevenção de problemas continuava sendo o foco principal, porém, os instrumentos de controle foram além da estatística. Iniciou-se a utilização da quantificação de custos da qualidade a partir da publicação da obra Quality Control Handbook, de Joseph Juran, em 1951; o controle total da qualidade proposto por Armand Feigenbaum em 1956; a engenharia de confiabilidade, que tinha por objetivo garantir um desempenho aceitável do produto ao longo do tempo, e o defeito zero, que teve sua gênese na Martin Company em 1961-62, com a entrega de mísseis sem defeito, o que só era possível por meio de uma inspeção maciça no processo produtivo. • Era da gestão total da qualidade: a era da gestão total da qualidade foi marcada pelo impacto estratégico, onde o controle da qualidade significava a oportunidade de diferenciação da concorrência para atender às necessidades do cliente. Para alcançar os objetivos, a equipe utilizava o planejamento estratégico da organização, desenvolvimento de metas, investimento em 13 Conceitos e Princípios da Qualidade Capítulo 1 treinamento, contratação de consultorias especializadas, desenvolvimento de programas e sistemas de informática. Figura 1 – Eras da qualidade Fonte: Adaptado de Maximiano (2000). Você já conseguiu diferenciar a abordagem da qualidade antes da Revolução Industrial (início do século XX) e a atual? Atualmente, a qualidade está relacionada aos anseios e necessidades dos clientes. Independente do tamanho da organização, encontramos empresas preocupadas em adotar programas de qualidade (MARSHAL JUNIOR, 2003). Entretanto, a aplicabilidade deste conceito não é tarefa fácil. Veremos nos próximos capítulos que esta atividade se torna complexa, uma vez que precisamos da participação e do envolvimento de todos os níveis da organização. Atividade de Estudos: 1) Analise cada uma das “Eras da Qualidade” e identifique as características marcantes em cada uma delas. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ 14 Gestão da qualidade e produtividade em TI Conceito de Qualidade Definir qualidade não é tarefa fácil e muitas vezes se torna complexo. Embora todos digam que sabem o que é qualidade, geralmente o termo qualidade é utilizado de acordo com as situações do nosso cotidiano e, por isso, acaba por receber significados diferentes, não é mesmo? Neste sentido, Garvin (1997, p. 47) faz alguns questionamentos: “A qualidade é objetiva ou subjetiva? É relativa ou absoluta? Independe do tempo ou é socialmente determinada? Pode ser dividida em categorias mais restritas e de maior significado?”. Com base nestes questionamentos, o autor apresenta cinco abordagens do conceito para a qualidade: a transcendente, a baseada no produto, baseada no usuário, baseada na produção e a baseada no valor. No quadro 1 você verá, de forma sintetizada, cada uma das abordagens apresentadas por Garvin (1997), com as principais definições. Quadro 1 – Abordagens da qualidade segundo Garvin ABORDAGEM DEFINIÇÃO CONCEITO TR AN SC EN DE NT AL Qualidade é sinônimo de excelência inata. A qualidade não é uma coisa con- creta, mas uma terceira identidade independente das duas; embora não possa definir qualidade, sabe-se o que ela é. (PIRSING, 1974, p. 185). BA SE AD A NO P RO DU TO A qualidade é vista como uma variável precisa e mensurável. Melhor qualidade somente com custo elevado. É vista como característica inerente ao produto, e não como algo atribuído a ele. Diferenças de qualidade correspon- dem a diferenças de quantidade de algum ingrediente ou atributo deseja- do. (ABBOUT, 1955, p. 126-27). BA SE AD A NO U SU ÁR IO Qualidade é uma variável subjetiva. Par- te da premissa de que a qualidade está diante dos olhos de quem observa. Qualidade é a adequação de uso. (JURAN, 1968, p. 37). BA SE AD A NA PR OD UÇ ÃO Qualidade é o grau em que um produto específico está de acordo com um projeto ou especificação. (GILMORE, 1974, p. 16). 15 Conceitos e Princípios da Qualidade Capítulo 1 Fonte: Adaptado de Garvin (1997). Para aprofundar seu conhecimento sobre as Eras da Qualidade, sugiro a leitura do capítulo 1 do livro de: GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. Diversos teóricos apresentaram teorias sobre a qualidade, mas alguns receberam um destaque maior e atualmente são conhecidos como os gurus da qualidade. “O que eles têm em comum é que fizeram parte da história, tanto pela contribuição teórica como pela intervenção em empresas”. (CARVALHO, 2005, p. 10). O quadro 2 apresenta os principais nomes citados na literatura acadêmica e profissional a respeito dos gurus da qualidade: Walter A. Shewhart, W. Ewards Deming, Joseph M. Juran, Philip B. Crosby e Kaoru Ishikawa. Você também verá as principais características destes gurus, bem como as suas principais contribuições e pressupostos. Quadro 2 - Principais Gurus da qualidade BA SE AD A NO VA LO R A qualidade é definida em termos de custos e preços. Qualidade é o grau de excelência a um preço aceitável e o controle da variabilidade a um custo aceitável. (BROH, 1982, p. 3) DADOS BIBLIOGRÁFICOS DEFINIÇÃO DE QUALIDADE CONTRIBUIÇÃO SH EW H A R T • Americano, graduou-seem Engenha- ria com doutorado em Física. • Conhecido como pai do controle estatístico da qualidade. • Qualidade é sub- jetiva e objetiva. • Controle estatístico da qualidade (CEP). • Propõe o ciclo PDCA (plan-do-check-act). D EM IN G • Americano, Engenheiro Elétrico e doutor em matemática e física. • Pai do controle da qualidade no Japão. • Seu nome tornou-se o Prêmio Japo- nês da Qualidade – Deming Prize. • Qualidade é a satisfação das necessidades do cliente, em primei- ro lugar. • Os 14 princípios de Dem- ming. • Desenvolvimento do controle estatístico do processo (CEP). 16 Gestão da qualidade e produtividade em TI Fonte: Adaptado de Carvalho (2005); Lopes e Saraiva (2009); Garvin (1997). Assim como as “Eras da Qualidade”, as contribuições dos gurus da qualidade também foram aperfeiçoadas ao longo do tempo, de acordo com as necessidades de cada época. Embora muita coisa tenha mudado com o passar dos anos e o papel dos profissionais tenha se modificado bastante em relação ao início, quando a responsabilidade de inspecionar e controlar a qualidade de toda a empresa era atribuída apenas aos cargos de supervisores da produção, ainda é necessária, dentro das empresas, a existência de uma estrutura composta por profissionais qualificados para garantir a qualidade dos serviços prestados. Segundo Carvalho (2005, p. 19), em muitas organizações “[...] esta estrutura é responsável pelo gerenciamento e pela operação do sistema da qualidade, seus procedimentos, documentos e métodos que incluem padrões para os produtos, política de qualidade e procedimento padrão”. Contudo, esta visão é considerada inadequada, pois a gestão da qualidade deve ser preocupação de todos os gestores e não apenas de áreas específicas de qualidade. A gestão da qualidade requer a participação e o envolvimento de todos os stakeholders. Atividade de Estudos: 1) Agora que você já estudou um pouco sobre a história e os conceitos da qualidade, observe a sua empresa e explane sobre o funcionamento deste setor. JU R A N • Natural da Romênia, graduou-se em Engenharia e Direito. • Colaborador da Revolução da Quali- dade Japonesa. • Qualidade é ade- quação ao uso. • Os 10 pontos de Juran. • Trilogia do plano de melho- ria da qualidade. C R O SB Y • Americano, formou-se em Engenharia. • Especialista na área da qualidade. • Qualidade é a conformidade às especificações. • Os 14 pontos de Crosby. • Quality is Free (1979). • Defeito Zero. IS H IK AW A • Natural do Japão, graduou-se em química aplicada. • Desempenhou importante papel no modelo japonês. • Qualidade é satis- fazer radicalmente ao cliente, para ser agressivamen- te competitivo. • Controle da Qualidade por toda a empresa (Com- pany Wide Quality Control – CWQC). • As sete ferramentas da qualidade. 17 Conceitos e Princípios da Qualidade Capítulo 1 ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Princípios da Qualidade Você sabia que para implantar um programa de qualidade em uma empresa é necessário seguir princípios? Estes princípios são conhecidos como “Princípios Gerais da Qualidade” e compreendem: a Total Satisfação do Cliente, Gerência Participativa, Desenvolvimento de Recursos Humanos, Aperfeiçoamento Contínuo do Sistema, Gestão e Controle de Processos, e Garantia da Qualidade (OLIVEIRA, 2004). Para você compreender melhor a importância destes princípios, vamos analisá-los de forma individualizada. A total satisfação do cliente está alinhada à missão da empresa, pois o cliente é sua razão de ser e, consequentemente, suas necessidades e requisitos devem ser claramente identificados, atendidos e, se possível, superados, visando assegurar sua total satisfação. A gerência participativa nos dias atuais é considerada a mola propulsora da empresa. Contudo, alguns gestores ainda não consideram as opiniões da equipe na tomada de decisão gerencial, e essa atitude pode trazer sérias consequências para o bom andamento do processo produtivo. Neste caso, cabe à alta gerência instituir métodos de trabalho adequados, objetivando o trabalho em equipe e uma Princípios Gerais da Qualidade é a Total Satisfação do Cliente, Gerência Participativa, Desenvolvimento de Recursos Humanos, Aperfeiçoamento Contínuo do Sistema, Gestão e Controle de Processos, e Garantia da Qualidade. 18 Gestão da qualidade e produtividade em TI gestão participativa. (CARPINELLI, 2010). O desenvolvimento de recursos humanos é uma preocupação constante das empresas. Capacitar os colaboradores continuamente é uma forma de aprimorar seu desenvolvimento e habilidades. Além disso, primar por sua motivação e melhoria de trabalho, bem como por sua qualidade de vida, faz com que os funcionários contribuam com os propósitos da qualidade. Para Carpinelli (2010, p. 44), “As pessoas são as ‘matérias-primas’ mais importantes da organização. Consequentemente, o total comprometimento e o envolvimento delas permitem um melhor aproveitamento desses recursos em prol da organização [...]”. O aperfeiçoamento contínuo do sistema faz com que as empresas estejam sempre acompanhando os processos e mudanças da sociedade. Desta forma, qualquer alteração no comportamento do consumidor pode ser percebida e as estratégias da empresa adaptadas a atender às necessidades e anseios dos clientes. Por isso, a importância de se instituir sistemas de parâmetros de medição de qualidade, que indiquem se as novas mudanças estão proporcionando os resultados esperados. A Gestão e Controle de Processos compreende diversos subprocessos, que vão do nível de uma tarefa individual e se interligam, formando várias cadeias cliente-fornecedor em que, a partir do cliente externo, vão se comunicando, sendo o processo anterior o fornecedor e o processo seguinte o cliente. Para Conte e Dursk (2002, p. 58), “Gerenciar esse processo significa aplicar constantemente o ciclo denominado PDCA (Plan, Do, Check e Act), ou seja, planejar, executar, verificar e atuar de forma corretiva”. A Garantia da Qualidade é considerada um dos princípios mais formais, uma vez que trata do estabelecimento de normas e procedimentos da organização, que formam um sistema passível de certificação e que deverá estar de acordo com normas internacionais. Desta forma, “[...] a certificação assegura que o fornecedor tem total controle sobre o processo e pode repetir aquilo que foi feito. A formalização dos processos deve assegurar, portanto, a rastreabilidade e a disponibilidade de produtos e serviços”. (CONTE; DURSK, 2002, p. 58). Para você se aprofundar sobre o tema Princípios da Qualidade, sugiro a leitura da Obra: KIMOLI, Raul. Princípios da qualidade: saibam quais são e como aplicá-los para aumentar seu desempenho. - Campinas: Komedi, 2008. Neste livro o autor faz uma abordagem sobre oito princípios da qualidade voltados à organização focada 19 Conceitos e Princípios da Qualidade Capítulo 1 no cliente, liderança, envolvimento das pessoas,abordagem de processo, abordagem sistêmica, melhoria contínua, abordagem baseada em fatos para a tomada de decisões, relação mutuamente benéfica com os fornecedores. Dimensões da Qualidade Devido à complexidade do conceito do termo qualidade, Garvin (1997) identificou oito dimensões ou categorias da qualidade. No quadro 3 você verá cada uma destas dimensões e os principais aspectos que as diferem umas das outras. Quadro 3 – Oito dimensões da Qualidade Fonte: Elaborado a partir de Garvin (1997). Mas, qual a utilidade destas dimensões na gestão da qualidade? Podemos dizer que a identificação das dimensões é importante para fins estratégicos, de forma que a entrega final do serviço possa ser diferenciada e adequada à expectativa de cada cliente. Dimensões Descrição Desempenho São as características operacionais básicas de uma atividade. Característi- cas São as características secundárias das atividades desenvolvidas. Confiabilida- de A confiabilidade reflete a probabilidade de um serviço não atender à expectativa do cliente. Conformida- de Representa o grau em que o projeto e as características operacionais de um serviço estão de acordo com os padrões estabelecidos pelo fabricante. Durabilidade É uma medida de vida útil, possui dimensões econômicas e técnicas. A durabili- dade está associada à confiabilidade do produto/serviço. Atendimento Tempo que o cliente terá que esperar para ter o problema resolvido. Estética É uma dimensão subjetiva. Está relacionada com a qualidade percebida. É uma questão de julgamento e reflexo de preferências individuais. Qualidade Percebida Geralmente, utilizam medidas indiretas na avaliação do serviço e comparação entre fornecedores. A reputação do profissional é dos principais fatores que contribuem para esta dimensão. 20 Gestão da qualidade e produtividade em TI Neste contexto, a pesquisa de mercado passa a ser uma ferramenta muito importante para os gestores, pois apresenta resultados concretos do que o cliente espera receber quando contrata um serviço ou adquire um produto. BEM-ESTAR - OLHAR CLÍNICO Não dá para ser mais um. Vale a pena investir em uma pesquisa apurada para buscar o espaço preciso Benjamin Apter, da B-Active, voltada para a terceira idade: o segredo foi encontrar o nicho certo, natação, judô, tênis. Benjamin Apter, 48 anos, é um médico que sempre praticou esportes e não teve dúvida na hora da especialização: ortopedia e medicina esportiva. Montou uma clínica, em 1989, onde atendia muitos atletas e idosos. “Naquela época já percebia que muitos dos pacientes que encaminhava para as academias de ginástica voltavam com lesões.” A clínica cresceu, transformou-se em pronto-socorro e, com o tempo, Apter se deu conta de que existia uma brecha no mercado: ninguém se preocupava com exercícios voltados aos mais velhos. “Foi aí que dei uma guinada. Comecei a me interessar pelo assunto e, em 2002, pedi permissão para acompanhar o departamento de geriatria da Universidade de São Paulo (USP) para entender a fisiologia do idoso.” No mesmo período, um grupo de estudo do exercício para a terceira idade se formava na USP e desenvolvia projetos de equipamentos de ginástica com ergonomia adaptada a pessoas frágeis, junto ao departamento de bioengenharia. Apter se envolveu com o grupo e logo surgiu o desejo de criar uma academia específica para idosos. Ele dividiu o sonho com outros dois médicos, Ari Radu e Nelson Wolosker, que viraram sócios. Os três investiram em uma pesquisa de mercado para saber se a ideia era viável. Os médicos formataram um modelo de negócio replicável, reunido em um manual. “Criamos uma unidade sabendo que nosso objetivo era crescer”, diz Apter. Em 2004, inauguraram a B-Active nos Jardins, com apenas seis equipamentos, uma recepcionista e dois professores. “Fizemos tudo com capital próprio, o investimento inicial foi baixo.” No primeiro dia, a academia já tinha oito alunos. “Nossos clientes chegam aqui por indicação médica ou pelo boca a boca. O médico precisa encaminhar o paciente para algum lugar para fazer exercícios, é uma necessidade.” ACADEMIA MÉDICA Muitos mandam para a B-Active, conhecida como a academia médica. Na verdade, é um Instituto de Medicina Esportiva credenciado 21 Conceitos e Princípios da Qualidade Capítulo 1 pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Os 30 aparelhos de ginástica que hoje ocupam a sala, projetados na USP e fabricados por uma empresa, são ergonômicos e dão maior conforto e proteção articular na execução dos exercícios. Todos os professores são pós-graduados e cuidam de, no máximo, três alunos por aula. A avaliação médica, feita por Apter e por Radu, é sempre enviada via e-mail para o médico do novo aluno, que pode acompanhar a evolução física e clínica do seu paciente. E serve de base para a criação de um programa de treinamento específico e personalizado. “Não trabalhamos com volume e sim com qualidade. E qualidade tem preço”, afirma Apter. A academia cobra por aula, que tem uma hora de duração. A mensalidade para quem faz duas aulas por semana é de R$ 296. Fonte: CORRÊA, Elisa. Revista PEGN. Disponível em: <http://revistapegn. globo.com/Revista/Common/0,,EMI81831-17166-4,00-COMO+REALIZAR +O+SEU+SONHO+DE+NEGOCIO.html>. Acesso em: 03 abr. 2010. A pesquisa de mercado pode ser utilizada tanto para auxiliar no processo de inovação das empresas, como também para verificar os resultados apresentados após a utilização do produto/serviço. Atualmente, quando se trata de verificar a qualidade no momento do uso de um produto, a pesquisa de mercado tem sido substituída pela pesquisa etnográfica, que considera na observação as questões culturais do entrevistado. Neste contexto destaca-se também a inovação tecnológica. Um dos precursores a tratar do tema inovação dentro das empresas foi Joseph Schumpeter, e atualmente a inovação tem sido vista como um aliado na busca pela competitividade, sendo incluída nas estratégias das organizações, pois contribui na melhoria da produtividade e na qualidade. Inovação: a palavra é derivada do latim novus (ou novo), sendo o termo definido como a introdução de algo novo, de uma nova ideia, um novo método (SARAIVA; ROLO, 2009). Mas o que seria inovar? Segundo Fremann e Perez (1988 apud SARAIVA; ROLO, 2009), a inovação pode ser radical, ou seja, a introdução de um novo processo ou equipamento que altera a estrutura organizacional e geralmente demanda investimentos altos, ou pode ser incremental, que apenas faz um 22 Gestão da qualidade e produtividade em TI incremento ao processo e/ou produto visando a melhoria da qualidade do mesmo. Quantas vezes você já não se deparou com pessoas cheias de ideias e que muitas vezes se transformam em novos negócios do dia para a noite? Pois é, isso é consequência das mudanças radicais que vivenciamos a cada dia. Atividade de Estudos: 1) Busque no seu contexto uma empresa que utilizou da pesquisa de mercado para identificar estratégias de competitividade. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Algumas Considerações Caro acadêmico, chegamos ao final do capítulo 1 do nosso Caderno de Estudos. Tivemos a oportunidade de observar,ao longo da leitura do caderno, como o conceito de qualidade sofreu mudanças em decorrência das necessidades dos clientes e, consequentemente, dos processos produtivos das empresas. Entretanto, a questão da qualidade se consolidou com a produção em massa após a Revolução Industrial, e nos últimos anos tem sido aplicada a diversos setores, como serviço, saúde, educação, entre outros. Além disso, vimos que a qualidade apresenta princípios e dimensões que também evoluíram juntamente com os conceitos e sofrem influência direta de alguns fatores que estão presentes no dia a dia da organização. 23 Conceitos e Princípios da Qualidade Capítulo 1 Agora, no próximo capítulo aprofundaremos nossos estudos a partir da abordagem da Gestão da Qualidade Total (TQM), em que apresentaremos os conceitos de qualidade total, a evolução destes conceitos e sua importância para a organização. Referências CARPINETTI, Luiz C. R. Gestão da qualidade: conceitos e teorias. São Paulo: Atlas, 2010. CARVALHO, Marly de M. Histórico da gestão da qualidade. In: CARVALHO, Marly de M.; PALADINI, Edson P. (Coord.). Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, p. 01-24. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Editora Campos, 2000. CONTE, Antônio L.; DURSKI, Gislene R. Qualidade. In: FACULDADES BOM JESUS. Economia empresarial. In: Faculdades Bom Jesus. Economia empresarial / Fae Business School. Curitiba: Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, 2002, p. 51-60. GARVIN, David A.. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. LOPES Sara B.; SARAIVA, Margarida. Qualidade e certificação: aplicação empírica numa organização certificada pela norma ISO 9001. In: SARAIVA, Margarida; TEXEIRA, Antônio. A qualidade numa perspectiva multi e interdisciplinar. Lisboa: Edições Silabo, 2009. p. 194-207. MAXIMIANO, Antônio C. A. Introdução à administração. 5 ed. São. Paulo: Atlas, 2000. OLIVEIRA, Otávio J. Gestão da qualidade: introdução à história e fundamentos. In: ______. (Org.). Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004, p. 3-20. SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. 1 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. 24 Gestão da qualidade e produtividade em TI CAPÍTULO 2 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Definir Sistema de Gestão da Qualidade Total (TQM). 3 Identificar a relação entre a qualidade e o sistema TQM. 3 Utilizar as estratégias para implantação de programas de qualidade total. 26 Gestão da qualidade e produtividade em TI 27 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 Contextualização No capítulo I estudamos os conceitos de qualidade e sua evolução no tempo. Você tomou conhecimento das contribuições de alguns pesquisadores ao longo do tempo sobre a aplicabilidade do conceito de qualidade. Neste capítulo veremos como surgiu o sistema de Gestão da Qualidade Total (TQM), sua origem e por que as organizações têm buscado implantá-la nos processos produtivos, tanto nas indústrias como no comércio, setor de serviços e governamentais. Além disso, vamos conhecer as ferramentas disponíveis de que podemos fazer uso para alcançar a qualidade total nos nossos processos, sejam eles em uma indústria ou no setor de serviços. Você sabia que atualmente até os setores governamentais já estão implantando sistema de gestão da qualidade, com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à sociedade? Ao longo deste capítulo veremos alguns exemplos e como foi possível avaliar os serviços através desta ferramenta. Gestão da Qualidade Total (TQM) Há muitos anos a questão da qualidade é um problema a ser administrado pelas organizações. Com as novas tecnologias, tal preocupação deixou de ser um problema somente de um departamento específico e foi estendida a diversos setores da organização. Assim, existe alguma diferença entre qualidade e qualidade total? A Qualidade Total tem como objetivo o acréscimo de valor contínuo. Kaizen (japonês) é uma palavra que significava um processo de gestão e uma cultura de negócios e que passou a significar aprimoramento contínuo e gradual, implementado por meio do desenvolvimento ativo e comprometido de todos os membros da organização no que ela faz e na maneira como as coisas são feitas. (CHIAVENATO, 2000, p. 433). Vamos ver então como a Qualidade e a Gestão da Qualidade Total se relacionam? A figura 2 ilustra a inter-relação entre elas e apresenta os elementos que a compõem. A Qualidade Total tem como objetivo o acréscimo de valor contínuo. Qualidade e a Gestão da Qualidade Total. 28 Gestão da qualidade e produtividade em TI Figura 2 – Inter-relação dos conceitos: qualidade, gestão da qualidade e os elementos que a compõem Fonte: Extraído de Miguel (2005, p. 87). Podemos observar na figura 2 que a gestão da qualidade total envolve a participação de todos os membros da organização, com um objetivo comum de atender às necessidades do cliente e da sociedade. A qualidade total teve sua origem na década de 50, baseada na visão japonesa conhecida como CWQC (Company-wide Quality Control) e na visão norte-americana chamada TQC (Total Quality Control). Tanto o modelo japonês como o norte-americano passaram por um processo de evolução no decorrer dos anos. Entretanto, enquanto os norte-americanos tinham suas atenções voltadas para a detecção de problemas, os japoneses desenvolviam processos eficazes que detectavam e solucionavam os problemas (MIGUEL, 2005). Quando falamos em Gestão pela Qualidade Total ou Total Quality Management (TQM), estamos fazendo referência à qualidade de forma mais ampla, ou seja, abrangendo diversos setores econômicos, como indústria, comércio e serviços. Trata-se de um conjunto de atividades coordenadas com o objetivo de dirigir e controlar uma organização em relação à qualidade, incluindo, assim, o planejamento, o controle, a garantia e a melhoria da qualidade. O TQM constitui-se de uma série de atividades/ações que a empresa deve adotar para alcançar a melhor qualidade e se tornar competitiva no mercado, ou seja, é um sistema estruturado que visa satisfazer clientes internos e externos, além dos fornecedores, integrando o ambiente de negócios com a melhoria contínua, através de ciclos de desenvolvimento, melhoria e manutenção aliados a uma mudança cultural na organização. (MIGUEL, 2001, p. 53). 29 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 Carpinetti; Miguel; Gerolamo (2007, p. 9) explicam que “[...] as definições apresentam o TQM como uma estratégia de fazer negócios que objetiva maximizar a competitividade de uma empresa por meio de um conjunto de princípios de gestão, métodos e ferramentas de gestão da qualidade”. Atividade de Estudos: 1) Com base no que estudamos até aqui, podemos afirmar que qualidade e gestão da qualidade são sinônimas? Justifique a sua resposta. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ Você deve ter observado que, em vários conceitos apresentados até agora, constava a palavra sistema. Quantas vezes você já ouviu ou até mesmo utilizou esta expressão no dia a dia, não é mesmo? Mas você sabe o que significa um sistema? Sistema é um conjunto de partes que interagem e se interdependem, formando um todo único com objetivos e propósitos em comum, efetuando sinergicamente determinada função. (OLIVEIRA, 2004, p. 15). Para entendermos melhor o sistema, vamos comparar a organização a um ser vivo. Os seres vivos, para viverem bem e saudáveis, precisam que todo o seu “sistema” funcione bem, do contrário ficam doentes e acabam morrendo, correto? Pois o mesmo ocorre com as organizações: se alguma parte do sistema 30 Gestão da qualidade e produtividade em TI da organização deixar de funcionar, ela deixa de ser eficiente, perde mercado e, se não houver uma intervenção adequada, também acaba morrendo. Assim, a eficiência da empresa é a responsável pelos lucros que ela necessita para crescer e prosperar. (MARANHÃO, 1994). Nas organizações, os sistemas compreendem os elementos de entrada, conhecidos como inputs, o processamento, os elementos de saída chamados de outputs, e a retroalimentação. Normalmente, os sistemas das organizações apresentam a configuração de acordo com a figura 3, ou seja, entram os insumos (informação), estes por sua vez passam por um processo de transformação, o que consequentemente leva a uma saída de novas informações ou dados que vão sendo retroalimentados, fazendo o sistema funcionar. Figura 3 – Sistema Empresarial Fonte: Oliveira (2004, p. 16). Neste sentido, o mesmo ocorre com o sistema de qualidade. Por ser um sistema dinâmico formado por diversas atividades que visam à melhoria contínua dentro da organização, tem como princípios fundamentais: foco no cliente e na qualidade em primeiro lugar; melhoria contínua de produtos e processos; e o envolvimento, comprometimento e desenvolvimento dos recursos humanos. (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2007). Para a implantação do Gerenciamento da Qualidade Total são utilizadas estratégias conhecidas como: gerenciamento pelas diretrizes e o gerenciamento da rotina. 31 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 a) Gerenciamento pelas Diretrizes: O gerenciamento pelas diretrizes também é conhecido como Hoshin Kanri ou planejamento hoshin ou desdobramento das diretrizes, tem suas origens no Statistical Quality Control e é um dos pilares do TQM. É um sistema administrativo que determina os objetivos da organização através do planejamento estratégico e permite o seu desdobramento em todos os níveis hierárquicos, sem se desviar deste rumo estratégico. Além de ser um sistema para o controle da qualidade e para as atividades de melhoria contínua, pode ser aplicado a qualquer tipo de objetivo, seja ele relacionado ao custo, produtividade, qualidade, tempo de ciclo, retorno sobre investimento ou com o objetivo de se colocar em prática através de desdobramento de indicadores, linhas mestras e condições de contorno (BOUER, 2005). O gerenciamento das diretrizes é focado no cliente, nas necessidades ou oportunidades de melhoria prioritárias, nos processos, meios e medidas de desempenho. b) Gerenciamento da Rotina O gerenciamento da rotina é um método de gerenciamento das pequenas tarefas do dia a dia com o objetivo de controlar a qualidade em cada uma das atividades, mantendo a qualidade final do produto. Segundo Perez (1996), este método conduz à prática do melhoramento contínuo da qualidade na organização. Integra principalmente ações de manutenção, ou seja, através do cumprimento de resultados padrões e ações corretivas sobre as causas do processo quando detectados desvios, e de melhorias visando mudança dos padrões para busca de resultados ainda não alcançados. Podemos dizer que o gerenciamento da rotina é o próprio controle da qualidade exercido nos processos do dia a dia da organização, pois faz parte do sistema da qualidade total que garante tanto a manutenção do desempenho como também promove a melhoria contínua. (BOUER, 2005). Já para Campos (1994, p. 19), o gerenciamento da rotina compreende “as ações e verificações diárias conduzidas para que cada pessoa possa assumir as responsabilidades no cumprimento das obrigações conferidas a cada indivíduo e a cada organização”. Gerenciamento pelas diretrizes também é conhecido como Hoshin Kanri ou planejamento hoshin ou desdobramento das diretrizes. O gerenciamento da rotina é um método de gerenciamento das pequenas tarefas do dia a dia com o objetivo de controlar a qualidade em cada uma das atividades, mantendo a qualidade final do produto. 32 Gestão da qualidade e produtividade em TI Atividade de Estudos: 1) Agora que você já estudou os conceitos do Gerenciamento pelas Diretrizes e do Gerenciamento da Rotina, explique a diferenças entre eles. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Prêmios da Qualidade Depois da Segunda Guerra Mundial, as empresas passaram a buscar prêmios e certificações pelos resultados apresentados nos processos, como forma de reconhecimento dos esforços dedicados e sucessos dos resultados obtidos na qualidade. Os prêmios da qualidade geralmente são instituídos por órgãos governamentais, como é o caso dos EUA, e não governamentais, como ocorre no Brasil. A grande maioria dos países tem seus programas de avaliação baseados nos modelos desenvolvidos no Japão, em 1951, pelo Instituto JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers). Este prêmio também é conhecido como “Prêmio Deming”, em homenagem a Deming por suas contribuições ao desenvolvimento da gestão da qualidade no Japão. Contudo, nas décadas de 80 e 90 os prêmios passaram a ser instituídos em diversos países do Ocidente. (CARPINETTI, 2010). Os prêmios da qualidade geralmente são instituídos por órgãos governamentais, como é o caso dos EUA, e não governamentais, como ocorre no Brasil. 33 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 Destacam-se entre eles: • O Prêmio Nacional da Qualidade Malcom Baldrige (Malcom Baldrige National Quality Award – MBNQA), em 1987. • Prêmio da Fundação Europeia de Gestão da Qualidade (EFQM), em 1989. • Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) no Brasil, em 1991. Assim, podemos dizer que os prêmios têm fundamental importância para as organizações, pois visam à melhoria constante dos processos. Entretanto, os critérios de avaliação de cada prêmio precisam necessariamente adequar- se à realidade de cada organização, do contrário, as mesmas não alcançarão os resultados almejados. Além disso, estes prêmios também visam o compartilhamento de informações, formando um banco de dados em relação a atividades e estudos de caso em todo o mundo. No portal da Fundação Nacional da Qualidade - http://www. fnq.org.br - você encontrará diversas publicações sobre o Prêmio Nacional da Qualidade, além de todos os critérios exigidos pela certificadora. O Relatório Anual 2009 já está disponível. Acesse e conheça as empresas distinguidascom o Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ. Outros Prêmios Internacionais Você encontrará diversos prêmios internacionais que são concedidos a empresas e até mesmo a pessoas físicas como uma certificação da qualidade. Entre eles destaca-se o Prêmio Deming. O Prêmio Deming de Qualidade foi instituído em 1951 pela JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers) como uma homenagem a Deming pela sua contribuição ao desenvolvimento da gestão da qualidade no Japão. Esse prêmio, além de ser concedido às empresas, também pode ser outorgado aos indivíduos. Para maiores informações sobre esse prêmio, você poderá acessar o site: www.juse.or.jp/e. http://www.juse.or.jp/e 34 Gestão da qualidade e produtividade em TI Também se destaca o prêmio concedido pela Fundação Europeia de Gestão da Qualidade (EFQM) – maiores informações poderão ser obtidas no site <www. efqm.org>. E o Prêmio da Qualidade Malcom Baldrige dos EUA foi instituído em 1987. No site <www.quality.nist.gov> você obterá outras informações sobre esse prêmio. BALPARDA, Andre. QUALIMETRIA E GESTÃO DE QUALIDADE EM TI. Artigo apresentado durante o encontro anual do CMG-Brasil 2008 em 28 de agosto de 2008. Disponível em: http://regions.cmg.org/regions/cmgbrazil/Downloads_files/Andre Balparda(Eccox)_Qualimetria_Paper.pdf Conceituação do Sistema ISO A exigência de certificações e prêmios atualmente está associada à globalização dos mercados. E a certificação das empresas através de sistemas de qualidade já tem se tornado uma condição mínima exigida por parte dos consumidores. Até alguns anos atrás esta certificação foi vista como uma vantagem competitiva que as empresas tinham frente aos seus concorrentes. Mas os tempos mudaram e, com o aumento da concorrência e a oferta de produtos, as exigências do mercado comprador têm sido cada vez maiores. Inicialmente vamos ver o que significa ISO? ISO é uma sigla originária das palavras International Organization for Standardization, ou seja, Organização Internacional de Normalização. ISO é International Organization for Standardization, ou seja, Organização Internacional de Normalização. http://www.quality.nist.gov http://regions.cmg.org/regions/cmgbrazil/Downloads_files/AndreBalparda(Eccox)_Qualimetria_Paper.pdf http://regions.cmg.org/regions/cmgbrazil/Downloads_files/AndreBalparda(Eccox)_Qualimetria_Paper.pdf 35 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 A ISO é “um conjunto de atividades interdependentes, que interagem formando um sistema de atividades (requisitos) de gestão da qualidade, com o objetivo comum de gerenciar o atendimento dos requisitos dos clientes na realização do produto e entrega de pedidos [...]”. (CARPINETTI, 2010, p. 51). Inicialmente as ISO eram voltadas a atender um segmento específico, ou seja, a indústria. Assim, criou-se inicialmente a ISO 9000, cuja primeira versão foi lançada em 1987, e desde então já passou por três revisões, 1994, 2000 e 2008. As revisões realizadas em 2000 trouxeram algumas alterações, como: eliminaram-se as versões ISO 9002 e ISO 9003, passando a existir um certificado único, a ISO 9001, para a garantia da qualidade; eliminação da necessidade de documentação do sistema da qualidade, mantendo-se apenas seis requisitos. Assim, com tais alterações minimizou-se a burocracia, porém, as auditorias de certificação passaram a analisar as implantações, não deixando a gestão da qualidade somente no papel. (CARPINETTI, 2010). Com o passar dos anos esta certificação foi evoluindo e voltando-se a atender outros segmentos, como o comércio e o setor de serviços, indo desde hospitais a empresas que trabalham com tecnologia da informação. Mas, o que se entende por certificação? Certificação é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente, sem relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado produto ou processo está em conformidade com os requisitos especificados. Estes requisitos podem ser nacionais, estrangeiros ou internacionais. (MARSHALL JUNIOR, 2006, p. 65). No quadro a seguir podemos verificar uma lista das normas e diretrizes existentes no sistema ISO 9000, assim como os seus propósitos. Quadro 4 – Normas e diretrizes do sistema ISO 9000 NORMAS E DIRETRIZES PROPÓSITO ISO 9000:2000 Sistemas de gerenciamento da qualidade - Fundamentos e vocabulário. Ponto inicial para compreensão das normas e define termos fundamentais, que não podem ser mal interpretados e que são usados na família ISO 9000. 36 Gestão da qualidade e produtividade em TI ISO 9001:2000 Sistemas de gerenciamento da qualidade – Requisitos. É o requisito normalizado que pode ser utilizado para verificar a habilidade de uma empresa em atingir os requisitos do cliente e, consequen- temente, obter a satisfação do cliente. É hoje a única norma da família ISO 9000 que pode ser certificada por empresas terceirizadas de auditoria. ISO 9004:2000 Sistemas de gerenciamento da qualidade - Diretrizes para a melhoria da performance. Diretrizes para a melhoria contínua de seu siste- ma de gerenciamento da qualidade por meio da satisfação do cliente. ISO 19011 Diretrizes para auditoria em sistemas da qualidade e em sistemas de gerenciamento ambiental. Diretrizes para verificar a habilidade do sistema em alcançar objetivos de qualidade predeter- minados. Pode ser utilizado para auditorias em fornecedores. ISO 10005:1995 Gerenciamento da qualidade - Diretrizes para planos da qualidade. Diretrizes para ajudar na preparação, revisão, aceitação de planos de qualidade. ISO 10006:1997 Gerenciamento da qualidade - Diretrizes para qualidade no gerenciamento do projeto. Diretrizes para assegurar a qualidade no projeto de processo e no projeto de produtos. ISO 10007:1995 Gerenciamento da qualidade - Diretrizes para gerenciamento de sistemas de produtos. Diretrizes que asseguram que um produto complexo continue funcionando após a troca de alguns componentes. ISO/DIS 10012 Requisitos da qualidade assegurada para equipamentos de medição - Parte 1: Sistemas de confirmação metrológica para equipamen- tos de medição. Diretrizes nas características principais do siste- ma de calibração para assegurar que medições sejam feitas com a precisão desejada. ISO 10012-2:1997 Requisitos da qualidade assegurada para equipamentos de medição - Parte 2: Diretrizes para controle de medições de processo. Diretrizes suplementares para aplicação do controle estatístico de processo para atingir os objetivos da parte 1. ISO 10013:1995 Diretrizes para desenvolver manuais da qualidade. Diretrizes para criação e manutenção de manu- ais da qualidade, conforme suas necessidades. 37 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 Fonte: Extraído de Martins; Laugeni (2006, p. 511). Mas o que a ISO 9000 tem a ver com a TI? Vamos ver o que diz o texto a seguir: [...] Imagine a seguinte situação: suponha que você seja um gerente de TI e recebe um lote de microcomputadores novos que foram adquiridos. Estes mesmos computadores sendo inseridos no ambiente de produção sem testes prévios de compatibilidade de software. Pode não haver impacto em certos ambientes da empresa, mas alguém certamente irá reclamar que o Visual Studio 2005, que funcionava no Windows XP, não funciona no Windows Vista. Ou em um sistema legado funcionando em DOS. Ou arquivos de texto salvos no Word 2007 que não abrem no Word 2003 (isto ocorre muito em ambientes heterogêneos). É evidente que este cenário é o caos para os gerentes e equipe de Suporte: trabalho para pesquisar softwares compatíveis e descarte dos incompatíveis (o que gera custo de licença), instalação de patches, insatisfação do cliente/usuário e uma série de outros problemas. E é aqui que entra a ISO 9000 aplicada à TI. Se uma empresa possui processos maduros, definidos, bem documentados e que passem por melhoria contínua,todo esse impacto negativo de uma simples troca de equipamento é bastante mitigado, pois há um processo que define como esta troca deve ocorrer, inclusas as avaliações de compatibilidade com os aplicativos e sistemas de produção (e estes mesmos aplicativos e sistemas possuem seus próprios processos de instalação e funcionamento, considerando ISO/TR 10014:1998 Diretrizes para o gerenciamento do aspecto econômico da qualidade. Diretrizes para obter benefícios econômicos da aplicação do gerenciamento da qualidade. ISO 10015:1999 Gerenciamento da qualidade - Diretrizes para treinamento. Diretrizes no desenvolvimento, implementa- ção, manutenção e melhoria das estratégias e sistemas para treinamento em que a qualidade do produto ou serviço é afetada. ISO/TS 16949:2002 Sistemas da Qualidade - Fornecedores do setor automotivo - Requisitos particulares para aplicação da ISO 9001:2000. Diretrizes específicas do setor automotivo para aplicação da ISO 9001. 38 Gestão da qualidade e produtividade em TI o impacto em transparência de uso e a política de segurança da informação da empresa, entre outros aspectos legais aplicáveis), com um mínimo de impacto para o ambiente e para o usuário. Fonte: Texto extraído de: SANTOS, Paulo Vinicius Oliveira. Um Bit de Prosa, 2011. Disponível em: <http://umbitdeprosa.blogspot.com. br/2011/03/influencia-da-norma-iso-9000-nas.html>. Acesso em: 23 ago. 2012. Atividade de Estudos: 1) Pesquise na internet algum estudo de caso de implantação de ISO 9000 na área de TI e descreva as dificuldades encontradas pela empresa no processo de implantação. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ As Ferramentas da Qualidade Como vimos até o momento, a qualidade é um processo contínuo de melhoramento dos processos. Para auxiliar a sua implantação foram criadas as sete ferramentas da qualidade: (1) Estratificação; (2) Folhas de Verificação; (3) Gráfico de Pareto; (4) Diagrama de Causas e Efeitos; (5) Histogramas; (6) Diagramas de correlação e; (7) Gráfico de Controle de Processos. As sete ferramentas da qualidade foram criadas visando a resolução de problemas e auxiliam as pessoas nas tomadas de As sete ferramentas da qualidade: (1) Estratificação; (2) Folhas de Verificação; (3) Gráfico de Pareto; (4) Diagrama de Causas e Efeitos; (5) Histogramas; (6) Diagramas de correlação e; (7) Gráfico de Controle de Processos. 39 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 decisões e melhoramento dos processos. Segundo Corrêa & Corrêa (2005, p. 134), elas foram montadas com o propósito de “[...] municiar os participantes dos processos com ferramentas simples e ao mesmo tempo fortes, de fácil entendimento e aplicação, de forma a apoiá-los na resolução e controle de problemas de qualidade o mais próximo possível de suas concorrências”. Segundo Miguel (2001, p. 138), as sete ferramentas da qualidade “são originadas do conhecimento, como, por exemplo, da pesquisa operacional”. E, embora muitas destas ferramentas sejam utilizadas com base nas ideias e opiniões dos colaboradores, ou seja, a equipe de trabalho, elas podem ser classificadas quanto à sua finalidade e utilização, conforme veremos no Quadro 5. Quadro 5 – Principais finalidades das ferramentas da qualidade Fonte: CAPINETTI (2010, p. 79) Finalidade Ferramentas Identificação e priorização de problemas Amostragem e estratificação Folha de Verificação Gráfico de Pareto Gráfico de Tendência, Gráfico de Controle Mapeamento do processo Brainstorming Matriz de priorização Análise e busca de causas-raízes Brainstorming Estratificação Diagrama espinha de peixe Diagrama de afinidades Diagrama de relações Relatório das três gerações (passado, presente, futuro). Elaboração e imple- mentação de soluções Diagrama de Árvore Diagrama de Processo Decisório 5W1H 5S 40 Gestão da qualidade e produtividade em TI Agora veremos cada uma destas ferramentas da qualidade de forma detalhada, então vamos lá! a) ESTRATIFICAÇÃO: A Estratificação tem por objetivo agrupar os dados em duas ou mais subpopulações e/ou subgrupos com dados distintos, e a divisão dos dados em estratos recebe o nome de estratificação. Deve-se observar, entretanto, que para se analisar os dados de maneira estratificada é preciso que a origem dos dados seja identificada [...]. Uma estratégia recomendável consiste em registrar todos os fatores que sofreram alterações durante o período de coleta de dados. Também é importante que os dados sejam coletados durante um período de tempo não muito curto, de forma que se possa estratificá-los também em função do tempo. (CARPINETTI, 2010, p. 80). Esta ferramenta tem grande utilidade na fase de observação e análise, pois com ela é possível separar os fatores que são causadores das variações e, assim, as causas das variações são identificadas mais facilmente. b) FOLHA DE VERIFICAÇÃO: A Folha de Verificação tem por objetivo planejar a coleta de dados e organizá-los para a utilização futura, sem que haja a necessidade de rearranjo posterior dos dados (CARPINETTI, 2010). A coleta desses dados tem como propósito: Inspecionar: utilizado para aceitar ou rejeitar um produto; Monitorar: realizar o acompanhamento do desempenho do processo; Controlar: utilizado para diminuir as perdas. As folhas de verificação são planilhas cujo conjunto de dados permite verificar o comportamento de uma variável a ser controlada. Embora pareça ser uma tarefa fácil, registrar estes dados demanda muita atenção, pois, à medida que mais pessoas processam os dados, a possibilidade de ocorrência de erros de escrita também é maior. Por este motivo, a utilização desta ferramenta se torna Verificação dos resul- tados Amostragem Folha de Verificação Histograma, medidas de locação e variância Gráfico de Pareto Gráfico de Tendência, Gráfico de Controle. Estratificação tem por objetivo agrupar os dados em duas ou mais subpopulações e/ ou subgrupos com dados distintos, e a divisão dos dados em estratos recebe o nome de estratificação. A Folha de Verificação tem por objetivo planejar a coleta de dados e organizá-los para a utilização futura, sem que haja a necessidade de rearranjo posterior dos dados. 41 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 útil no momento de analisar os dados coletados. (MIGUEL, 2001; CARPINETTI, 2010). Figura 4 – Modelo de uma folha de verificação Fonte: Disponível em: <http://www.lugli.org/wp-content/ uploads/2008/02/pareto1.png>. Acesso em: 24 ago. 2010. c) DIAGRAMA DE PARETO: O Diagrama de Pareto é uma forma de identificar quais os itens que são responsáveis pela maior parcela dos problemas nos processos em forma de descrição gráfica. Segundo Carpinetti (2010, p. 81): “O princípio de Pareto foi adaptado aos problemas da qualidade por Juran a partir da teoria desenvolvida pelo sociólogo e economista italiano Vilfredo Pareto (1843-1923)”. Foi criado no século XIX. Ao analisar a sociedade, concluiu que grande parte da riqueza se encontrava nas mãos de um número muito reduzido de pessoas. Esse princípio, chamado tambémde Diagrama ou Gráfico de Pareto, é construído em forma de gráfico em barras verticais, sendo um demonstrativo dos problemas por ordem de prioridade. O princípio de Pareto foi adaptado aos problemas da qualidade por Juran a partir da teoria desenvolvida pelo sociólogo e economista italiano Vilfredo Pareto (1843-1923). 42 Gestão da qualidade e produtividade em TI Exemplificando: Figura 5 – Modelo de Diagrama de Pareto Fonte: Disponível em: <http://www.lugli.org/wp-content/ uploads/2008/02/pareto1.png>. Acesso em: 12 abr. 2010. d) DIAGRAMA DE CAUSAS E EFEITOS: O Diagrama de Causa e Efeito foi desenvolvido em 1953 pelo Professor Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tóquio, derivado de uma explicação sobre a relação entre um problema ou o efeito indesejável do resultado de processo e as possíveis causas do problema. Esta ferramenta tem por finalidade servir de guia para a identificação das causas dos problemas e para a determinação das medidas corretivas sobre estes problemas. (CARPINETTI, 2010). Para cada efeito existem diversas categorias, como: método, mão de obra, matéria-prima, máquinas, mensuração e meio ambiente. Em áreas como as de serviços, os processos se utilizam de categorias básicas: procedimentos, pessoas, ponto, medição e meio ambiente. O diagrama de causa e efeito tem uma estrutura semelhante ao formato de um peixe, e por isso também é chamado de diagrama espinha de peixe. Alguns autores também usam a denominação de diagrama de Ishiwaka. Segundo Carpinetti (2010, p. 85-86), “a construção do diagrama de causa e efeito deve ser realizada por um grupo de pessoas envolvidas com o processo considerado”. O Diagrama de Causa e Efeito foi desenvolvido em 1953 pelo Professor Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tóquio, derivado de uma explicação sobre a relação entre um problema ou o efeito indesejável do resultado de processo e as possíveis causas do problema. 43 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 Figura 6 – Estrutura Básica de causa e efeito Fonte: Adaptado pela autora (CARPINETTI, 2010). HISTOGRAMAS: Os histogramas são gráficos em forma de barras horizontais e têm por objetivo mostrar a distribuição dos dados por categoria. Segundo Marshall Junior (2006, p. 106), “o histograma fornece uma fotografia da variável num determinado instante. Representa uma distribuição de frequência. As frequências são agrupadas estatisticamente na forma de classes, nas quais se observa a tendência central dos valores e sua variabilidade”. Figura 7 – Modelo de Histograma Fonte: Marshal Junior (2006, p. 106). 44 Gestão da qualidade e produtividade em TI Diagrama de Dispersão O diagrama de dispersão é utilizado para visualização da alteração sofrida por uma variável quando há modificação em outra variável. Dependendo da dispersão apresentada no diagrama, a correlação poderá ser: Correlação Positiva, Negativa ou Inexistente. Figura 8 – Diagrama de Dispersão Fonte: Marshal Junior (2006, p. 102). Agora que você já estudou cada uma das ferramentas da qualidade, convido-o para a realização de uma aplicação prática destas ferramentas. Atividade de Estudos: 1) Simule ou identifique uma situação-problema na sua empresa e escolha a ferramenta mais adequada para demonstrar este problema graficamente. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ O diagrama de dispersão é utilizado para visualização da alteração sofrida por uma variável quando há modificação em outra variável. 45 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 5S: Os Cinco Sensos da Qualidade Você já deve ter ouvido falar em 5S, não é mesmo? O 5S teve origem no Japão na década de 50, após a II Guerra Mundial, como um programa de qualidade total. O nome 5S faz menção a cinco palavras japonesas que iniciam com a letra S no alfabeto ocidental: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. Segundo Carpinetti (2010, p. 105), o 5S “é um conjunto de conceitos e práticas que tem por objetivos principais a organização e a racionalização do ambiente de trabalho [...]”. Mas, afinal, por que as empresas utilizam um programa japonês aqui no Brasil? No Brasil, o conceito foi adaptado e associou-se à palavra Senso. Mas por que associar a palavra senso? • SEIRI – Senso da Utilização. • SEITON – Senso da Ordenação. • SEISO – Senso da Limpeza. • SEIKETSU – Senso da Saúde. • SHITSUKE – Senso da Autodisciplina. Senso Seiri (Utilização): O senso Seiri (utilização) tem por objetivo identificar, selecionar e eliminar os objetos que se encontram no local de trabalho e não são mais utilizados. As vantagens da utilização do Sendo Seiri estão em: liberar espaços, eliminação de objetos que dificultam a realização das atividades. Senso Seiton (Ordenação): O Senso Seiton tem por objetivo arrumar os objetos que sobram após a seleção dos mesmos. A vantagem da utilização do Senso Seiton está na economia de tempo, quando da necessidade de localizar objetos, materiais e documentos no local de trabalho. Senso Seiso (limpeza): O Senso Seiso consiste em aplicar regras referente à limpeza do local de trabalho. A principal vantagem do Senso Seiso está em proporcionar um ambiente agradável e sadio e melhorar a imagem interna e externa da organização. • SEIRI – Senso da Utilização. • SEITON – Senso da Ordenação. • SEISO – Senso da Limpeza. • SEIKETSU – Senso da Saúde. • SHITSUKE – Senso da Autodisciplina. O senso Seiri (utilização) tem por objetivo identificar, selecionar e eliminar os objetos que se encontram no local de trabalho e não são mais utilizados. O Senso Seiton tem por objetivo arrumar os objetos que sobram após a seleção dos mesmos. O Senso Seiso consiste em aplicar regras referente à limpeza do local de trabalho. 46 Gestão da qualidade e produtividade em TI Senso Seiketsu (Saúde): O Senso Seiketsu compreende a saúde, a higiene e a padronização. Seu objetivo é criar uma cultura de hábitos saudáveis entre os membros da organização. Senso Shitsuke (Autodisciplina): O Senso Shitsuke tem por objetivo manter o local de trabalho em ordem. A regra básica consiste em desenvolver as tarefas de forma correta, segundo os padrões e normas da organização. (CARPINETTI, 2010). Mas o 5S pode ser implantado somente em grandes empresas ou indústrias? Não, o 5S tem aplicações em diversos ramos de negócios, independente do tamanho da estrutura da organização, até mesmo pode e deve ser aplicado em nossas casas, ou em qualquer lugar considerado sujo por natureza. Em geral, a implantação do 5S nas organizações visa melhorar o ambiente de trabalho, desempenho das atividades, o aumento da produtividade e a minimização de desperdícios, uma vez que a implantação do sistema também contribui para a redução de tempo. Além disso, o programa também visa a melhoria da saúde do trabalhador e a segurança do trabalho, através da prevenção de acidentes. (CARPINETTI, 2010). A implantação do 5S não requer investimentos em altas tecnologias, trata- se de algo simples de ser implantado, porém Martins e Laugeni (2006, p. 463) colocam que “[...] qualquer programa de melhoria da qualidade e produtividade deve iniciar-se com a mudança de hábitos dos colaboradores quanto à limpeza, organização, asseio e ordem do local de trabalho [...]”. E isto implica em mudança de cultura, cuja organização deverá iniciar com a conscientização de seus colaboradores. Contudo, é impressionante como um programa de fácil metodologia pode oferecer tantos benefícios, não é mesmo? Na grande maioria das vezes, estamostão acostumados com os maus hábitos do dia a dia que não paramos para olhar ao nosso redor e ver como as coisas poderiam ser diferentes. Entretanto, adotar estes sensos não é uma tarefa tão fácil. As pessoas nem sempre estão dispostas a mudar seus hábitos e costumes, e por isso a implantação desta metodologia deverá ser trabalhada com toda a equipe, pois envolve a participação de todos e, principalmente, na manutenção das conquistas iniciais por meio de auditorias externas e internas. Senso Seiketsu compreende a saúde, a higiene e a padronização. O Senso Shitsuke tem por objetivo manter o local de trabalho em ordem. 47 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 Atividade de Estudos: 1) Com relação à implantação do programa 5S, analise o ambiente organizacional onde você está inserido e identifique as melhorias proporcionadas com a implantação do programa. __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Métodos de Análise e Solução de Problemas (MASP) Toda organização, independente de seu tamanho, tem problemas. Os problemas normalmente estão associados à forma como a organização foi estruturada, aos processos produtivos ou ao relacionamento com o cliente. O Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) é uma metodologia prática que faz uso das ferramentas da qualidade já vistas anteriormente, com o objetivo de analisar os problemas e encontrar soluções para os mesmos. O MASP é utilizado quando encontramos algum problema. Entendemos por problema o resultado indesejável de um trabalho, ou seja, algo que não apresentou um resultado esperado. (CERQUEIRA, 1997). Método é uma palavra de origem grega e corresponde a META, que significa “além de”, e HODOS, que significa “caminho”. Portanto, método significa “o caminho para se chegar a um ponto além do caminho”. (CAMPOS, 1992, p. 29). Em outras palavras, método é um conjunto de princípios estipulados para a execução de processos de trabalhos ou atividades. 48 Gestão da qualidade e produtividade em TI Entretanto, a aplicação do MASP não é a solução definitiva para os problemas, o que se consegue é a minimização dos efeitos indesejáveis, de forma a mantê- los sob controle. Muitas vezes, a solução para os problemas implica na adoção de técnicas e ferramentas mais sofisticadas ou de consultoria especializada. Segundo Cerqueira (1997), para a aplicação do MASP é necessária a participação de três atores da organização: O Conselho da Qualidade; as equipes de Trabalho e os gestores do Processo. Cada um destes atores interfere em fases distintas do MASP visando promover a mudança de paradigma dentro da organização. A aplicação do MASP segue uma sequência lógica de atividades (Figura 9). A sequência recomendada por Cerqueira (1997) é baseada na metodologia do Instituto Juran. Porém, esta metodologia não é a única, você poderá encontrar nas publicações sobre o assunto outras metodologias para a aplicação do MASP. Figura 9 – Sequência da aplicação do MASP Fonte: Extraído de Cerqueira (1997, p. 21). 49 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 Na aplicação do MASP você utilizará as ferramentas da qualidade estudadas anteriormente. Muitas vezes, fará uso das mesmas de forma individual e em alguns casos haverá a necessidade de se utilizar várias ferramentas ao mesmo tempo. Entretanto, não há uma receita pronta sobre a ferramenta mais adequada a ser utilizada. Tudo dependerá do problema identificado e das informações disponíveis sobre a causa do problema. Segundo Cerqueira (1997), cada ferramenta apresenta uma utilidade. O quadro 6 apresenta de forma resumida algumas das ferramentas mais utilizadas e sua aplicação na metodologia do MASP. Quadro 6 – Aplicação das ferramentas da qualidade no MASP Fonte: Extraído e adaptado de Cerqueira (1997). Outra forma de se aplicar o MASP é com a utilização do Ciclo PDCA, que veremos a seguir. Ciclo PDCA Atualmente a dinâmica do mercado tem exigido das organizações ajustes em seus modelos a fim de obter maior eficácia nas suas operações e, consequentemente, maiores ganhos aos seus stakeholders através do processo de melhoria contínua. FERRAMENTA UTILIZADA PARA PENSAMENTO Brainstorming Ampliar a quantidade de opções a serem analisadas Divergente e criativo Fluxograma Estabelecer os limites Convergente e empírico Coleta de dados Coletar dados para permitir análise Divergente e empírico Diagrama de causa e efeito Ampliar a quantidade de causas potenciais a serem analisadas Divergente e criativo Análise de Pareto Priorizar os pontos mais vitais Convergente e empírico Estratificação Desdobrar os dados em extratos ou subconjuntos observáveis Convergente e empírico Histograma Observar a variabilidade ou disper- são dos dados Convergente e empírico Diagrama de árvore Desdobrar uma ideia em etapas’ Divergente e criativo 50 Gestão da qualidade e produtividade em TI Neste sentido, Deming (1990) propõe o processo de melhoria contínua através de um ciclo chamado de PDCA – Plan, Do, Check, Act (Planejar, fazer, verificar, agir), como método de reduzir constantemente os custos e para a obtenção da qualidade. Campos (1996, p. 262) descreve o PDCA como “um método de gerenciamento de processos ou sistema. É o caminho para se atingir as metas atribuídas aos produtos dos sistemas empresariais”. O ciclo PDCA é “um método gerencial para a promoção da melhoria contínua, promove o tratamento adequado de problemas, a padronização da melhoria contínua e o desenvolvimento de oportunidades”. (MARSHALL JÚNIOR, 2006, p. 92). Pode ser demonstrado através de suas quatro fases, ou seja, a base da melhoria contínua. A figura 10 demonstra cada uma destas fases: Figura 10 – O ciclo PDCA de Deming Fonte: Extraído de CORREA; CORREA (2005, p. 121). De acordo com a figura 10, cada uma destas fases consiste em estabelecer ações que deverão ser adotadas no processo de melhoria. A primeira fase - PLAN (Planejar): consiste em definir as metas a serem alcançadas, como também o método para alcançar as metas propostas, ou seja, faça o plano. O PDCA como “um método de gerenciamento de processos ou sistema. É o caminho para se atingir as metas atribuídas aos produtos dos sistemas empresariais. 51 Gestão e as Ferramentas da Qualidade Total Capítulo 2 A segunda fase - DO (Executar): diz respeito a executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento, realizar a coleta de dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo e o treinamento no trabalho a ser realizado, ou seja, teste o plano. A terceira fase - CHECK (Verificar): parte da seguinte pergunta: o plano está funcionando? Para responder esta pergunta você deverá verificar se o executado está de acordo com o planejado, ou seja, se a meta foi alcançada, dentro do método definido no planejamento. Envolve também a identificação dos desvios na meta ou no método. A quarta fase – ACTION (Agir corretivamente): consiste em definir e implementar soluções que eliminem as suas causas caso sejam identificados desvios. Do contrário, é possível realizar um trabalho preventivo, identificando quais desvios são passíveis de ocorrer no futuro, suas causas, soluções. Mas, como o PDCA pode
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