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Unidade I - Surgimento das Empresas Um Breve Relato

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Prévia do material em texto

Contabilidade 
Comercial
Surgimento das Empresas: Um Breve Relato
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.a Me. Divane Alves da Silva
Revisão Técnica:
Prof.a Me. Rosana Buzian
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
5
• História das empresas
• Introdução
• Um breve relato sobre a Teoria da Administração
• A Teoria da Burocracia
• A Transformação no Homem
No entanto, essa é uma fase imprescindível, porque é a partir das origens históricas que você 
irá entender a cultura ou o folclore comercial envolvido nas negociações. 
Por exemplo, a confiança: 
No passado, muitas transações comerciais eram realizadas sem documentos comprobatórios, 
na base da confiança, do olho no olho, no “fio do bigode”. Hoje já não é assim, não se faz 
nada sem haver documentos comprobatórios. Mas, qual a diferença de vender um lote de 
mercadorias para receber o dinheiro daqui a 90 dias devidamente munido de uma nota 
fiscal eletrônica expedida no SPED (ou invoice) dessa mesma operação há décadas atrás, 
quando mal se tinha papel? 
Sim, a confiança continua a existir! E com ela a necessidade de termos controles, tudo 
“na ponta do lápis”. Por isso, nesta unidade, deixe-se se envolver e preste atenção para as 
origens do ato de comerciar.
 · Nesta unidade, iremos estudar o surgimento das atividades 
comerciais, explorando o histórico do surgimento de empresas 
ao longo do tempo.
 · Por isso, é necessário ter um olhar aberto para fatos históricos 
e contextuais que levaram ao fenômeno empresarial. Para 
um aluno mais ansioso, esse estudo pode não parecer muito 
interessante ou até inútil, já que o interesse prático pediria que 
iniciássemos o estudo já com as operações comerciais. 
Surgimento das Empresas:
Um Breve Relato
6
Unidade: Surgimento das Empresas: Um Breve Relato
Contextualização
Figura 1
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
7
Introdução
Ao longo dos tempos e em toda a sociedade, fomos levados a pensar e a agir de maneira 
organizada e direcionada para um determinado fim – por exemplo, a constante mudança de 
hábitos relacionados à vestimenta e à alimentação, entre outros. Uma nova maneira de pensar 
e agir do homem o transformou em um agente burocrático, assim como são as empresas.1
Antes de abordar a empresa como uma organização burocrática e a transformação 
provocada no modo de pensar e agir do homem, é necessário fazer uma menção ao contexto 
histórico do surgimento das empresas de produção em grande escala – a denominada Era 
Científica –, bem como à teoria desenvolvida para a administração delas, a partir da teoria 
das organizações. 
A ruptura, localizada no Iluminismo, a partir do século XVIII, permitiu ao homem descobrir-
se não só como agente principal do meio em que vive, mas, acima de tudo, como responsável 
por toda e qualquer transformação da sociedade na qual está inserido. Essa descoberta veio por 
meio da utilização da razão.
Ao lado disso, a proposta do Iluminismo foi outra: colocar o homem no centro de suas 
decisões, responsabilizando-o por suas consequências. Com efeito, rompe-se definitivamente 
com a Idade Média – de meados dos séculos VI ao XVI –, período em que predominava o 
controle nas decisões da humanidade, no modo de pensar e agir da sociedade, realizado pelo 
clero, principalmente da Igreja Católica, e pelo Estado, representado pela monarquia.
A burguesia passa a ter um lugar na sociedade, pois é a classe social que tem o dinheiro 
pelo acúmulo do capital (eram camponeses que vendiam sua produção rural); porém, sem 
títulos de nobreza. 
Até então, era a Igreja Católica quem se responsabilizava por cuidar dos mais necessitados, a 
partir das ofertas recebidas com o estabelecimento do dogma de que os homens só precisavam 
de uma quantia de dinheiro que satisfizesse suas necessidades, devendo entregar à Igreja o 
excedente de sua produção, caso contrário, não seriam livres do pecado. 
Assim, a burguesia em destaque – a protestante – passa a ser detentora tanto do capital, 
necessário para formação de empresas, quanto da mão de obra qualificada, responsável pelo 
desenvolvimento das indústrias – conforme relata Weber (1967). 
É a nova era que toma conta da sociedade a partir do movimento do Iluminismo. É a razão 
que passa a ditar e a dirigir a sociedade, tendo como seu maior representante Kant, que, com 
sua Teoria do Dever, mostra que o homem dirigido pela razão torna-se livre para suas ações; mas 
passa também a ser o responsável pelas consequências advindas delas. Essa visão determina a 
razão, por meio da ciência, a única responsável pela sociedade humana.
1 A ideia defendida pela Igreja Protestante sobre acumulação de capital é exatamente o inverso do que é apontado pela Igreja Católica, 
conforme relata Srour (2005). Para a primeira, é o excedente de sua produção que fará do homem beneficiado das graças divinas, uma vez 
que é por meio da vocação ao trabalho recebida por Deus que será possível a acumulação da riqueza; porém, é necessário ter qualificação, 
especializar-se no trabalho. Logo, ter dinheiro para a Igreja Protestante é uma dádiva e não um pecado, conforme defendia a Igreja Católica.
As organizações empresariais interagem com a sociedade de 
maneira completa, provocando influência nas pessoas, no padrão 
de vida e no desenvolvimento da sociedade1.
8
Unidade: Surgimento das Empresas: Um Breve Relato
A seguir, os subitens 1, 2 e 3 contemplam informações que facilitam o entendimento de como 
classificar a empresa como uma organização burocrática e sobre a necessidade de uma razão 
instrumental para gerir o sistema empresarial. O subitem 4 identifica a mudança ocorrida no 
comportamento humano a partir do surgimento da empresa – uma das organizações burocráticas.
Observações
O comércio sempre foi um grande motivador da ação humana, aliado à 
ambição, à vontade de enriquecer e de prosperar. 
 
O assunto empresa, de imediato, nos remete ao trabalho organizado, sistematizado e 
controlado por alguém. Embora, o trabalho organizado sempre tenha existido, conforme aponta 
Chiavenato (1998), foi a partir das descobertas científicas (era do Iluminismo) que as empresas 
tomaram impulso, saindo da organização artesanal para a industrial – na qual o trabalho é 
elaborado a partir de sistemas e controles, possibilitando produções em larga escala. O autor 
divide a história das empresas em seis fases: 
1 - Fase artesanal: da Antiguidade até aproximadamente 1780, quando ocorre a 
descoberta da máquina a vapor por James Watt (1736-1819), iniciando-se, assim, a 1ª 
Revolução Industrial (Inglaterra). Na fase artesanal, a produção ocorre em pequenas 
quantidades em oficinas com ferramentas rudimentares e com trabalho baseado no 
sistema escravocrata, predominando tanto o sistema feudal quanto o comercial – o 
escambo (trocas de mercadorias, inclusive na agricultura);
2 - Fase da transição do artesanato à industrialização: essa fase inicia-se com a 
1ª Revolução Industrial (1780-1860), a chamada Era da Mecanização. As ferramentas 
artesanais são substituídas por máquinas – não só aplicadas nas empresas, mas também 
na agricultura. O carvão se torna a maior fonte de energia, por servir de base para 
as máquinas a vapor. A rigor, é o trabalho braçal que cede lugar à máquina. O ferro 
passa ser o material mais utilizado na indústria, principalmente na confecção de trilhos, 
contribuindo para o desenvolvimento do transporte ferroviário e, consequentemente, 
com a formação de novas vilas e cidades. O trem a vapor (1807) abre estradas e fábricas 
ao mesmo tempo. Com tais descobertas, o tear manual é substituído pelo hidráulico. E 
não para por aí, surge, por exemplo, a máquina de descaroçar o algodão, provocando 
também maior produtividade no campo agrícola. A comunicação se faz necessária e, 
assim, o telégrafo elétrico (1835) e o selo postal (1840) são tambémfruto da 1ª Revolução 
Industrial, marco da história da humanidade;
3 - Fase do desenvolvimento industrial: entra em cena a 2ª Revolução Industrial 
(1860-1914). Os maiores representantes do avanço tecnológico dessa época são o aço e 
a eletricidade. As máquinas, que eram movidas a vapor, passam a funcionar com motores 
elétricos (1873). A produtividade é um conceito que se instala e cresce nas empresas, ou 
seja, há a busca por uma maior quantidade de unidades produzidas em menor tempo. 
Acredita-se ter a ciência a favor do homem. O surgimento do automóvel (1880) e do 
avião (1906) estreitam as fronteiras entre os países, e o telégrafo sem fio e o cinema 
também fazem parte desse avanço tecnológico. Com a ampliação dos mercados e o 
História das empresas
9
acúmulo de riquezas advindas do capitalismo industrial, surge o capitalismo financeiro, 
ou seja, uma nova modalidade de empresa – as instituições financeiras – que, além 
de servirem de “guardiãs” do excesso de capital provocado pelas empresas industriais, 
passam a fornecer créditos (empréstimos) para que outras empresas se constituam e/
ou expandam suas operações. É a partir da 2ª Revolução Industrial que o processo de 
burocratização se faz presente nas empresas. O sistema capitalista está sedimentado, 
porém, sem um poder de controle instaurado, a sobrevivência do próprio sistema estaria 
comprometida. (O processo de burocratização contempla o item 3 desta unidade);
4 - Fase do gigantismo industrial: nada freava o progresso tecnológico. O acúmulo da 
riqueza que prevalece, é o sistema capitalista que dita as normas para essa sociedade 
que surgiu e se transformou a partir dele; contudo, existe um agente: o homem – que, 
até então, era o principal membro dessa nova era, a Era Científica, a Era da Razão. Esse 
agente começa a receber de forma direta os efeitos nocivos produzidos por ele mesmo – 
uma vez que, indiretamente, já estava sendo concebido como se fosse máquina, ou seja, 
produzindo cada vez mais num menor espaço de tempo, provocando o acúmulo do capital 
a qualquer preço. É o período que marca as duas Grandes Guerras Mundiais, sustentadas 
pelo avanço tecnológico bélico. A destruição provocada pela 1ª guerra culminou na 
primeira grande depressão econômica, ocorrida em 1929 nos Estados Unidos. Se nada 
freia o progresso, as empresas retomam seu crescimento, agora no âmbito internacional, 
intensificando suas operações a partir do aprimoramento tecnológico dos transportes 
e de novas descobertas na comunicação – rádio e televisão. É o mundo tornando-se 
menor e mais complexo. Ao mesmo tempo, ocorre a internacionalização da economia: 
culturas são invadidas, deixando o homem mais refém de si mesmo a cada dia;
5 - Fase moderna: é a fase do pós-guerra, de 1945 a 1980, que divide o mundo em 
três blocos: países desenvolvidos (ou industrializados), países em desenvolvimento e 
os subdesenvolvidos, ou países não industrializados. A tecnologia continua ditando as 
ordens para uma sociedade que tem nas empresas a base para todo o desenvolvimento 
da humanidade. É o capital que comanda, uma vez que as pesquisas passam a ser 
encomendadas pelas empresas (incluindo as agrícolas) com fins específicos, ou seja, é a 
ciência que determina a direção que a sociedade deve tomar. Tecnologias são substituídas 
– de elétricas para eletrônicas –, circuitos integrados ocupam o lugar de peças com menor 
potência, não há como frear o progresso. Porém, cresce a dependência por produtos 
industrializados, vindos principalmente do petróleo (combustíveis, plásticos, dentre 
outros), e dois choques são marcados (1973 e 1979) pela sua recessão, desencadeando 
uma crise mundial – os países estão cada dia mais dependentes uns dos outros devido à 
internacionalização da economia por meio do aumento das exportações e/ou importações 
dos mais variados produtos e/ou serviços. A comunicação precisa ser mais rápida e, assim, 
surgem os computadores de grande porte e, num curto espaço de tempo, os computadores 
chamados de domésticos. Entretanto, todo esse avanço tecnológico leva o mundo a uma 
incerteza, gerada pelas mudanças tecnológicas provocadas pelo próprio homem;
6 - Fase da incerteza: após 1980 e até os dias de hoje, por conta dos desafios que as 
empresas enfrentam – como concorrência, dificuldades de diversos gêneros (vender e não 
receber, ter o produto copiado por outra empresa, não conhecer a real necessidade do 
consumidor devido ao grande número de produtos similares oferecido, etc.) –, as empresas, 
tomando-se como base o próprio avanço tecnológico, sabem que o mundo mudou.
A comunicação é em tempo real, logo, a maneira de administrar uma empresa também 
mudou. Estamos, portanto, conforme aponta Chiavenato (1998), na 3ª Revolução 
Industrial – a Revolução da Informação. Nesse cenário, o cérebro humano é substituído 
pela máquina eletrônica; até então eram apenas os músculos.
10
Unidade: Surgimento das Empresas: Um Breve Relato
Quadro 1 – As seis fases da história das empresas
1ª Fase artesanal
Antiguidade até a
pré-Revolução Industrial
Até 1780
2ª
Fase de transição para a 
Industrialização
1ª Revolução Industrial 1780 a 1860
3ª
Fase do desenvolvimento 
Industrial
Após a 2ª Revolução Industrial 1860 a 1914
4ª Fase do gigantismo Industrial
Entre as duas Grandes
Guerras Mundiais
1914 a 1945
5ª Fase moderna Pós-guerra até a atualidade 1945 a 1980
6ª Fase da incerteza
Momento atual –
3ª Revolução Industrial
Após 1980
Fonte: Chiavenato, adaptado (2004).
A Teoria da Administração (TA) foi desenvolvida pelos engenheiros Taylor e Faylor2 a partir 
de uma abordagem científica, ou seja, por meio de métodos experimentais e técnicas de trabalho 
que levavam a produzir maior quantidade num menor espaço de tempo – o estudo de tempos 
e movimentos. 
As tarefas passam a ser elaboradas pelo operários a partir da organização racional do trabalho. 
Cada movimento era estudado e medido em tempo, com a finalidade de padronizar cada 
operação necessária para a execução do trabalho geral. As tarefas mais complexas deveriam ser 
subdivididas em tarefas mais simples, a fim de facilitar sua racionalização e padronização.
A organização racional do trabalho procura localizar o método pelo qual o operário 
poderia se tornar eficiente, por meio do estudo de tempos e movimentos: 1) Ree-
laboração da tarefa para fazer com que os movimentos sejam mais simples e mais 
rápidos; 2) Desenvolvimento de padrões mais eficientes de movimento para os tra-
balhadores, de modo que possam fazer o trabalho mais rapidamente e com menor 
fadiga; 3) Estabelecimento de padrões para que certas tarefas sejam usadas como 
base para a determinação de escalas de pagamento e como critérios de avaliação 
dos trabalhadores; e 4) Desenvolvimento de uma descrição completa de tarefas para 
ajudar no processo de recrutamento e na seleção de novos trabalhadores, na orien-
tação e no treinamento dos mesmos (p.11).
2 Frederick W. Taylor (1856-1915), norte-americano, precursor da Escola da Administração Científica por fazer uso dos principais 
métodos científicos – observação e mensuração – com a finalidade de, inicialmente, reduzir as perdas de materiais nas indústrias norte-
americanas; porém, os métodos científicos adotados o levaram à padronização das tarefas, especialização de operários, contribuindo assim com 
a redução do tempo de produção e do custo na operação. Henry Fayol (1841-1925), francês, também engenheiro, partiu dos mesmos métodos 
científicos para também racionalizar o trabalho. Taylor e Fayol viveram a mesma época, mas não se conheceram, embora tomassem os métodos 
científicos para “administrar” as empresas nas quais trabalhavam. Taylor manteve-se somente na área industrial, enquanto que Fayol deu ênfase 
à empresa como um todo. A contribuição de ambos é inegável tanto para o progresso das indústrias quanto para a “mecanização” do homem.Um breve relato sobre a Teoria da Administração
11
A fragmentação das tarefas leva à especialização dos trabalhadores. Cada operário se torna 
“peça de uma engrenagem” que, em conjunto com outros operários (momento em que homens 
e máquinas se confundem3), eleva a eficiência na produtividade, reduzindo principalmente os 
custos de produção.
As técnicas desenvolvidas pela Escola da Administração Científica, apresentadas por Taylor e 
Fayol, revolucionaram as indústrias no mundo todo e são utilizadas até hoje.
A Escola de Relações Humanas, defendida pelos seus precursores – Elton Mayo e Kurt Lewin 
(por volta de 1930) –, que enfatizava as pessoas como principais agentes do sistema empresa, e não 
das estruturas e das tarefas, como determinavam Taylor e Fayol (Escola Clássica), não foi suficiente 
para colocar o homem a serviço da organização chamada empresa. Chiavenato (1998) aponta que: 
[...] nessa escola, contudo, prevalecia ainda o pressuposto de que o homem é um 
instrumento a ser usado pela organização, ao invés de se encarar a organização 
como instrumento do homem: conceito de relações humanas tem sido utilizado 
mais como fachada para a manipulação dissimulada dos indivíduos do que 
propriamente como uma filosofia administrativa sadia e limpa (p. 25).
A Teoria da Burocracia foi forjada por Max Weber (1864-1920). Chiavenato (1998) mostra o 
significado de burocracia, segundo Weber: “o tipo de organização humana onde a racionalidade 
atinge o seu mais elevado grau”. Para ele, a racionalidade, por sua vez, “significa a adequação 
dos meios para o alcance de determinados fins ou objetivos”. Entre os meios necessários para 
atingir os objetivos propostos pela organização está o controle do comportamento humano, e 
esse só será possível por meio de padronização4 (p.19).
Tomando como entendimento que uma organização, segundo Weber, é uma reunião de 
pessoas que, a partir da racionalidade, encontram meios para atingir os fins – que também 
racionalmente foram determinados –, pode-se considerar como organizações: partidos políticos, 
sindicatos, exércitos, empresas, escolas, dentre outras.
Chiavenato (2004) aponta as dimensões principais que, de acordo com Weber, mostram o 
tipo “ideal” de burocracia: 
3 A Administração Científica tirou do operário o direito de escolher a sua maneira pessoal de executar as tarefas, impondo-lhe um 
método planejado e estudado por um profissional especializado no planejamento das mesmas (p.9). Em outras palavras, tirou a liberdade de 
escolher como fazer o trabalho. O respeitado filme Tempos Modernos, tendo como protagonista Charles Chaplin, retrata de maneira humorada 
a desumanização dos operários numa fábrica.
4 A burocracia não leva em conta a variabilidade do ser humano. Para ela, o comportamento humano é passível de controle; porém, 
quando se mostra fora dos padrões determinados pela organização, Weber chama de disfunções da burocracia.
Você Sabia ?
Na Alemanha, vendo o avanço da administração científica de Taylor como uma grande 
ameaça, Carl Friedrich von Siemens, entre outras coisas, fundou um instituto denominado 
Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit in Industrie und Handwerk (RKW) para aumentar a 
eficiência e a eficácia da indústria alemã. Esse instituto, que existe até hoje, ajudou a formar a 
racionalização alemã, uma das responsáveis pela moderna e eficiente economia alemã atual.
A Teoria da Burocracia
12
Unidade: Surgimento das Empresas: Um Breve Relato
 · Formalização: todas as atividades da organização são definidas por escrito (rotinas 
e procedimentos) e a organização opera de acordo com um conjunto de leis ou regras 
(regras e regulamentos, regimento interno, estatutos), que são aplicáveis a todos os casos 
individuais, sem exceção;
 · Divisão do trabalho: cada participante tem um cargo ou posição definidos, com 
esfera específica de competência, deveres oficiais, atribuições estritamente especificadas 
e delimitadas;
 · Princípio da hierarquia: ordem e subordinação.
A definição para burocracia é descrita pelo dicionário Aurélio (1994, p. 81): “Administração 
da coisa pública por funcionários, sujeita a hierarquia e regulamento rígidos”. Porém, o termo 
burocracia foi incorporado às organizações que têm em seu sistema administrativo critérios 
racionais e hierárquicos, ou seja, o processo decisório vem de cima para baixo. São os critérios 
racionais e hierárquicos que mantêm uma organização. Motta e Pereira vão além em relação 
à administração: “Não existe organização sem administração, e a recíproca é quase totalmente 
verdadeira, já que é precipuamente dentro das organizações que a administração é exercida” 
(2004, p. 5); ou seja, burocracia, administração, hierarquia e racionalidade são termos que nos 
remetem ao sentido de poder, de controle.
Assim, é possível entender que a empresa, como toda organização burocrática, é um sistema 
racional em que a divisão do trabalho é feita de tal modo que os membros dessa organização 
devam cumprir as ordens pré-estabelecidas por ela, uma vez que essas já foram pensadas e 
articuladas objetivando buscar os fins visados, ou seja: o pensamento do homem é condicionado, 
instrumentalizado, portanto, não é livre.
Já está evidenciado que toda organização burocrática tem o poder como principal característica, 
mas, para Weber, existem três tipos de dominação: o carismático, o tradicional e o racional-legal. A 
diferença entre os tipos está na legitimação, ou seja, sobre aquele que exerce a dominação. 
A dominação carismática está pautada pelo carisma, pela pessoa que a exerce. É, portanto, 
intransferível e não pertence à organização burocrática por não possuir na sua essência a 
racionalidade. A dominação tradicional se define pelos costumes e se opõe a qualquer mudança 
social. Por não possuir base racional, também não é aplicada a qualquer tipo de organização 
racional; logo, é a dominação legal que fará parte da organização burocrática, por ter sua 
legitimidade baseada em normas legais e racionalmente definidas, uma vez que nos remetem 
aos fins visados. Nessa dominação, as normas não são fixas, devendo acompanhar os fins 
propostos pela organização burocrática.
Segundo Motta e Pereira (2004), é possível apontar que toda organização burocrática é 
pautada pelos seguintes itens: 
1 - Formalismo
 · A autoridade é derivada de normas racionalmente determinadas;
 · As normas são escritas e alteradas, quando necessário;
13
 · A burocracia depende de uma hierarquia, o comando maior está no topo da organização;
 · Divisão horizontal de trabalho, ou seja, o processo de departamentalização;
2 - Impessoalidade
 · O caráter impessoal da organização está na racionalidade;
3 - As organizações são dirigidas por administradores profissionais 
 · Profissionais especialistas devem ter diplomas para exercerem as funções previamente 
determinadas pela divisão do trabalho;
 · Para o profissional especialista, o seu cargo é seu meio de vida;
 · O profissional especialista administra em nome de terceiros;
 · O administrador profissional se identifica com o cargo e não o chefe, ou seja, sua 
identificação está voltada para os objetivos da empresa;
 · O administrador profissional recebe um salário pelo trabalho realizado;
 · Todo administrador burocrático é sempre nomeado pelo seu superior hierárquico;
 · O tempo do cargo de um administrador profissional é indeterminado, porém, não é vitalício;
 · O administrador burocrático tem uma carreira profissional a ser desempenhada ao longo 
de um tempo predeterminado, até a aposentadoria.
A partir das dimensões determinadas por Weber sobre os sete itens que compõem uma 
organização, Motta e Pereira (2004) apontam a transformação sofrida nesse novo homem, que 
deixa de tomar suas próprias decisões por aderir inconscientemente ao modelo da organização 
em seu comportamento. 
Em outras palavras,esse novo homem é definido pelos autores como: 
[...] o homem da organização (...), que pensa em grupo, que toma decisões em 
grupo, que trabalha e se diverte em grupo - é o homem cujos valores e crenças 
são os valores e as crenças das organizações de que participa, é o homem cujo 
comportamento é condicionado pela organização, de forma a tornar mínima, 
senão inexistente, sua área de autonomia individual (2004, p. 3).
Sendo uma “organização ou burocracia um sistema social racional – ou um sistema social em 
que a divisão do trabalho é racionalmente realizada, tendo em vista os fins visados”, conforme 
apontam os autores, torna-se o homem moderno um homem sem autonomia e toda a sua vida 
passa a ser “organizada” de uma forma racional e lógica – e essa razão instrumental toma conta 
da vida moderna.
A Transformação no Homem
14
Unidade: Surgimento das Empresas: Um Breve Relato
O fato de que a organização burocrata se infiltrou no homem moderno fez com que todos 
os pensamentos passassem a ter um fim previamente estipulado e voltado para objetivos pré-
determinados, racionalmente articulados, sem autonomia, portanto, sem liberdade.
 
 
Explore
Uma sugestão de estudo é relacionar produtos e serviços que você consome e gosta, 
buscando informações sobre sua origem na internet. Por exemplo, muita gente gosta 
de sucrilhos Kelloggs, a famosa marca americana de cereais matinais, mas pouca 
gente conhece a curiosa história por trás desse produto. 
15
Material Complementar
Como complemento ao conteúdo estudado nessa unidade, temos um artigo muito significati-
vo preparado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), 
que explora o surgimento das empresas brasileiras ainda no período do Brasil Colônia. Como 
você verá, pouca atenção se dá ao surgimento das pequenas empresas familiares no Brasil, algo 
que é a raiz da moderna e pulsante economia brasileira. Veja o artigo no link abaixo:
SOUZA, José Henrique; OLIVEIRA, Cilene; MACHADO, Lindinalva Cândida; BENATI, 
Rodolpho M. Delgado. A Pequena Empresa Familiar Brasileira: origens e integração 
multiétnica na gênese da economia mundial. Pontifícia Universidade Católica de Campinas 
– PUCCAMP. Disponível em: https://goo.gl/LQffYE.
16
Unidade: Surgimento das Empresas: Um Breve Relato
Referências
CHIAVENATO, Adalberto. Instrução à Administração – Teoria e Prática. São Paulo: 
Makron Books, 2004.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS - CPC 16 (R1) – Estoques. Disponível em: 
<www.cpc.org.br>. Acesso em: 31 jan. 2014.
HOLANDA, Aurélio Buarque. Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. São Paulo: 1994.
HORKHEIMER, Max. Crítica de La Razón Instrumental. Buenos Aires: Editorial Sur S.A., 1973.
IUDÍCIBUS, Sergio de. Contabilidade Comercial: atualizado conforme lei nº 11.638/07 e 
mp nº 449/08. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade comercial fácil. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
ARAÚJO, I. P. S. Introdução à contabilidade. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. (e-book)
GRIFFIN. M. P. Contabilidade e finanças. São Paulo: Saraiva, 2012. (Série Fundamentos). 
(e-book)
GUERRA, L. Contabilidade descomplicada. São Paulo: Saraiva, 2010. (e-book)
MATTAR, João. Filosofia e Administração. São Paulo: Makron Books, 1997.
MOTTA, Fernando C. Preste; PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Introdução à Organização 
Burocrática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
NAGATSUKA, Divane A. Silva; TELES, Egberto Lucena. Manual de Contabilidade 
Introdutória. São Paulo: Thomson, 2005.
PASCAL, Georges. O Pensamento de Kant. Rio de Janeiro: Vozes, 1992.
MÜLLER, A. N. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São Paulo: Pearson 
Education, 2012
REIS, A. Demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. (e-book)
SMITH, P. H. Nowell. Ética. São Paulo: Bestseller, 1961.
SROUR, Robert Henry. Poder, Cultura e Ética nas Organizações. São Paulo: Campus, 2005.
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Enio Matheus 
Guazzelli & Cia.1967.
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