Buscar

UNIDADE I – CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE SOFTWARE EDUCATIVO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIDADE I – CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE 
SOFTWARE EDUCATIVO 
valiação de Software Educativo (SE) é mais complexa que a 
seleção e avaliação de um livro didático, pois além do 
conhecimento da disciplina (o conteúdo) e conhecimento sobre 
metodologias de ensino, também é necessário certo grau de competência 
tecnológica. Diferentemente dos livros, os softwares não são lineares em 
sua natureza, como as páginas de um livro. Segundo Burston (2003), 
“quanto mais rico e interativo o programa é, é mais difícil se ter uma 
visão geral sobre ele”. E o professor que deseja conhecer a fundo o SE 
para consequentemente adotá-lo em suas aulas deverá explorá-lo, e 
realizar as tarefas, antes de tomar uma decisão. 
Assim como a seleção de livros didáticos faz parte das atribuições 
dos professores, a seleção de softwares adequados à sua prática docente 
também é essencial. Quanto à avaliação de livros didáticos Racilan (2005, 
p. 55) afirma que: “chega o momento em que ele [o professor] tem que 
escolher as atividades pedagógicas que irão satisfazer as necessidades de 
aprendizagem específicas de seu grupo de estudantes – mesmo quando 
essa escolha signifique apenas selecionar uma atividade a partir de um 
corpus previamente preparado pela coordenação pedagógica da escola”. 
Observa-se que essa mesma prática indicada por Racilan (2005) 
também se aplica à avaliação do SE. Nos casos em que o SE acompanha 
o material didático, a seleção dos livros deve ser mais rigorosa, pois o 
professor tem que levar em consideração também a utilidade do software 
na aprendizagem. Se o livro didático não oferece um software que 
acompanhe o programa de curso, o professor deve selecionar, entre os 
SE disponíveis no mercado, um que seja compatível com o material 
adotado em sala de aula. 
A 
Segundo Racilan (2005) o ato de selecionar implica também o de 
avaliar. E nesse sentido, para que a seleção seja coerente é necessário que 
o SE passe por um processo cuidadoso de avaliação. A avaliação de um 
SE envolve a interpretação de certos aspectos presentes nos softwares, e 
o professor deve fazer um julgamento das categorias avaliativas para 
tomar suas decisões. A qualidade do SE tem sido discutida por 
educadores e especialistas em Informática, todos concordam que deve 
haver uma constante avaliação dos produtos. Chaves (2002) considera 
que “avaliar um software é atribuir certo valor a ele, com base em 
determinados critérios”. Koscianski (1999) apud Dias (2003, p. 19), 
ressalta que: “A avaliação de produto de software tem sido umas das 
formas empregadas por organizações que produzem ou adquirem 
software para obtenção de maior qualidade nestes produtos, sejam eles 
produtos completos ou partes a serem integradas num sistema 
computacional mais amplo. Para que a avaliação seja mais efetiva é 
importante que se utilize de um modelo de qualidade que permita 
estabelecer e avaliar requisitos de qualidade e também que o processo de 
avaliação seja bem definido e estruturado”. 
Em condições ideais, a avaliação do SE deve ser realizada por um 
grupo de especialistas, tanto da área de informática, quanto por 
educadores. No entanto, essas condições de avaliação não ocorrem com 
frequência. É importante ressaltar que, se o software já foi planejado e 
desenvolvido por outros profissionais, cabe ao professor avaliar se o SE 
está adequado às suas necessidades e de seus alunos, ou não. Uma das 
condições para fazer essa avaliação é a utilização do SE em ambiente real 
de aprendizagem para que se possa verificar as possibilidades de uso. A 
respeito da avaliação de SE, Vieira (2000) afirma que: “Apesar do termo 
avaliar possuir inúmeros significados, na expressão ‘avaliação de 
softwares educativos’, avaliar significa analisar como um software pode 
ter um uso educacional, como ele pode ajudar o aprendiz a construir seu 
conhecimento e a modificar sua compreensão de mundo elevando sua 
capacidade de participar da realidade que está vivendo.” Na literatura há 
diversos meios de avaliação de SE, e autores como Gomes (2001) 
Bassani et al (2006) propõem alguns modelos e métodos de avaliação. 
Outros autores, como Bertoldi (1999) e Dias (2003) utilizam normas 
como a ISO/IEC38 para avaliação de SE. Há ainda os pesquisadores 
como Park (2006), ISO (International Organization for Standardization) 
e a IEC (International Electrotechnical Comission). A National Career 
Development Association (1999) sugere uma lista de critérios para 
avaliação, baseados em cinco categorias: 1) Informação no programa; 2) 
O processo de desenvolvimento; 3) Interação do usuário; 4) Aspectos 
técnicos do software e dos materiais; e 5) Serviços de suporte. Oliveira et 
al (2001) tomaram como base a lista da National Career Development 
Association (1999) e ainda sustentam que a avaliação de um SE deve ser 
objetiva e formativa. Segundo os autores, a avaliação objetiva deverá ser 
desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, que utiliza listas de 
critérios, disponibilizadas por autores diversos. Por sua vez, a avaliação 
formativa deverá ser realizada por usuários do SE, enquanto o utilizam. 
A avaliação formativa é composta, entre outros recursos, de “entrevistas, 
questionários, acompanhamento de perto do desempenho dos usuários 
durante a utilização do software” (Oliveira et al 2001). 
Após o levantamento da literatura de avaliação de SE, e da 
observação das diversas listas e critérios de avaliação, a opção desta 
pesquisa foi adotar os critérios de avaliação propostos por Oliveira et al 
(2001), por estarem baseados em categorias de interação aluno-SE-
professor, fundamentação pedagógica, conteúdo e programação. Nestes 
critérios os autores se pautaram nas pesquisas da National Career 
Development Association (1999), da Universidade do Maine (Fitzgerald, 
1997), de Guimarães et al (1987) e de Rocha e Campos (1993) e 
denominaram-na de Metodologia Recursiva. As quatro categorias 
apresentadas na Metodologia Recursiva “são permeadas pela necessidade 
de uma consistência do software com a sua fundamentação pedagógica e 
pelo fato de que o conjunto que formam é indissociável, em razão de sua 
complementaridade” (Oliveira et al, 2001, p. 126). A seguir é apresentado 
as quatro categorias da metodologia de avaliação de SE adotadas nesta 
pesquisa (figura 17): 
 
Figura 17 - As quatro categorias utilizadas para classificar os critérios de produção e 
avaliação de SE segundo Oliveira et al (2001, p. 126). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1. Primeiro critério de avaliação: A interação Aluno-SE-Professor 
O primeiro critério de avaliação proposta por Oliveira et al (2001) é a 
interação aluno-SE-professor e está relacionado ao papel do professor na 
facilitação da aprendizagem do aluno e à possibilidade de interação entre 
SE e usuários. Esse critério é composto por seis categorias: 
 
Fundamentação 
pedagógica 
Interação 
Aluno-SE-
Professor 
 
Programação 
 
Conteúdo 
1) facilidade de uso; 
2) recursos motivacionais; 
3) adequação das atividades pedagógicas; 
4) adequação dos recursos de mídia às atividades pedagógicas; 
5) interatividade social; e 
6) favorecimento do papel de facilitador do professor. 
a) Facilidade de Uso 
A facilidade de uso diz respeito à clareza e objetividade das 
instruções para o uso do SE e também à facilidade de utilização. 
Conforme os autores mencionados anteriormente, é compreendida por 
dez itens: instruções, ícones e botões, auxílios e dicas, linguagem versus 
público-alvo, universalidade da linguagem, estrutura do SE, 
navegabilidade, mapeamento, memória e integração. Esses itens estão 
representados na figura 18. 
 
Figura 18– Itens relativos à facilidade de uso do SE. 
 As Instruções devem ser claras e objetivas para a 
utilização do programa. 
 
 Os ícones e botões são as ferramentas de interação 
do aluno com o conteúdo a ser trabalhado 
 
 Os auxílios e dicas são elementos que esclarecem 
as dúvidas durante o desenvolvimento do programa de 
ajuda. 
 
 Linguagem versus público-alvo diz respeito ao 
vocabulário e às estruturas de frases da interface do 
SE com o usuário e devem ser adequados ao público-
alvo. 
 
 A universalidade da linguagem diz respeito à 
utilização de uma interface com o aluno que possibilite 
o uso do SE por um público-alvo amplo. 
 
 A estrutura do SE, está relacionada à organização 
em módulos de forma que os conteúdos possam ser 
percorridos de modo não-linear, permitindo o acesso a 
qualquer parte do SE mediante um índice geral. 
 
 A navegabilidade é a possibilidade de acessar com 
facilidade todas as partes do SE. 
 
 O mapeamento é a presença de um sistema de 
informações para o usuário, que esclareça sua 
localização no SE e que indique quais os caminhos já 
percorridos e quantos ainda estão disponíveis. 
 
 A memória diz respeito à capacidade de manter 
registro do ponto onde cada usuário estava no 
momento de interrupção do uso do SE, garantindo-lhe 
dessa forma a possibilidade de dar continuidade num 
outro momento. 
 
 A integração é a possibilidade de articulação do SE 
com outros recursos tecnológicos disponíveis, tem 
como finalidade a ampliação do seu potencial de 
utilização e a possibilidade de aprendizagem do aluno. 
 
 
b) Recursos motivacionais; 
 
Os recursos motivacionais são relativos ao interesse que o SE 
desperta no usuário (Oliveira et al, 2001). Por sua vez, esse item se 
desdobra em: atratividade, desafios pedagógicos, interação com o 
usuário, layout de tela, carga cognitiva e receptividade pelo aluno. Figura 
19. 
 
 
 
Figura 19 – Os recursos motivacionais presentes no SE. 
Criado a partir do texto de Oliveira et al (2001, p. 128-129) 
 A atratividade é a capacidade de despertar 
no aluno um interesse intrínseco pelo 
conteúdo em si e não por premiações ou por 
outras formas de manipulação de 
comportamento. 
 
 O desafio pedagógico diz respeito à 
presença de desafios capazes de provocar 
desequilíbrios cognitivos no aluno e de manter 
seu nível de interesse. 
 
 A Interação com o usuário diz respeito ao 
estímulo à participação do aluno no 
prosseguimento do SE, e os meios de ajuda 
para que o aluno possa superar conflitos 
cognitivos. 
 
 O layout de tela tem a ver com o visual 
estético que deve estar adequado: textos bem 
distribuídos, imagens e animações pertinentes 
ao contexto, efeitos sonoros oportunos. 
 
 Características essas que devem favorecer o 
interesse do aluno que esteja utilizando o SE, 
sem que seja afetada a atenção de outros 
colegas presentes no mesmo recinto. 
 
 A carga cognitiva deve estar bem distribuída 
em cada tela, para que não exista uma 
sobrecarga ou deficiência de informações. 
 
 A receptividade pelo aluno é o favorecimento 
de interação imediata entre usuário e SE. 
 
 
A adequação das atividades pedagógicas está relacionada à 
coerência com a base epistemológica que os autores do SE escolheram. 
Esse item desdobra-se em dois: o nível das atividades e a questão do erro 
e do acerto. O nível das atividades (desafios, simulações e outras 
atividades) deve estar adequado ao nível de conhecimento esperado do 
usuário (Oliveira et al, 2001). Já a questão de erro e acerto deve fornecer 
oportunidades para que novas informações sobre a temática sejam 
apresentadas para a compreensão e ampliação do assunto (Oliveira et al, 
2001). Esse procedimento favorece uma interpretação do aluno sobre 
seus erros e acertos e o ajuda a ver suas respostas sob diferentes ângulos. 
A adequação dos recursos de mídia às atividades pedagógicas está 
baseada nos seguintes recursos: de hipertexto, de imagem e animação, e 
de som e efeitos sonoros. É importante que a presença de hipertexto, 
imagens, animações, sons e efeitos sonoros sejam em quantidade e 
qualidade adequadas para que facilitem a aprendizagem do aluno 
(Oliveira et al, 2001) e ainda motivem o usuário do SE. Na figura 20 são 
apresentadas as adequações dos recursos de mídia de maneira resumida: 
 
 
 
 
Figura 20 – Adequação dos recursos de mídia às atividades pedagógicas no SE. 
Criado a partir do texto de Oliveira et al (2001, p. 129) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A interatividade social está pautada no favorecimento do trabalho 
em grupo, através da interação intragrupo (espírito de equipe, sem que se 
desconsiderem as contribuições individuais), intergrupos 
(compartilhamento de informações entre os grupos) e transgrupos 
(possibilidade de ampliação do conhecimento que vai além do conteúdo 
presente no SE), figura 21. 
 
Figura 21 – Interatividade Social presente no SE. 
Criado a partir do texto de Oliveira et al (2001, p. 130) 
 
Adequação 
dos 
recursos 
de Mídia 
Adequação dos 
recursos de 
Som e efeitos 
sonoros 
 
Adequação 
dos recursos 
de Imagem e 
Animação 
 
Adequação 
dos recursos 
de 
Hipertextos 
 
 
 
A última categoria desse primeiro critério é o favorecimento do 
papel do professor. O professor não é descartado ao se trabalhar 
com SE, ele tem o papel de facilitador do processo de aprendizagem dos 
alunos e é responsável pela orientação didático-pedagógica e pela 
inclusão de múltiplos recursos como uma bibliografia complementar, por 
exemplo. A figura 22 representa o papel do professor: 
 
Figura 22 – O Papel do Professor. 
Criado a partir do texto de Oliveira et al (2001, p. 130 e 131) 
 
 
 
 
1.2. Segundo Critério De Avaliação: A Fundamentação Pedagógica 
 
Este critério avalia os fundamentos pedagógicos que alicerçam o 
SE, e indica que deve haver um guia de apoio pedagógico ao professor 
(que acompanha o produto) e deve haver pistas que “favoreçam uma 
coerência entre a teoria pedagógica escolhida pela equipe produtora e a 
prática pedagógica de fato viabilizada por ele” (Oliveira et al, 2001, p. 
131). 
 
1.3. TERCEIRO CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO: O CONTEÚDO 
O terceiro critério proposto por Oliveira et al (2001, p. 131) está 
relacionado “aos níveis de exigência para o trabalho com a área de 
conhecimento selecionada para o desenvolvimento do SE”. Esse critério 
é composto por seis categorias: 1) a pertinência do conteúdo; 2) a 
correção do conteúdo; 3) o estado da arte; 4) a adequação à situação de 
aprendizagem; 5) a variedade de abordagens; e 6) os conhecimentos 
prévios. Essas categorias estão interligadas como na figura-23. 
 
 
 
Figura 23 – O conteúdo do SE. 
Criado a partir do texto de Oliveira et al (2001, p. 131-134) 
 
 
O quesito pertinência do conteúdo é responsável por verificar se o 
SE é uma ferramenta adequada ao conteúdo trabalhado, e se a 
ferramenta possui excelência em determinado conteúdo, ou seja, 
substitui com vantagens outros recursos didático-pedagógicos. Já a 
correção do conteúdo representa a organização lógica do SE não 
podendo apresentar erros conceituais; a representação e (em algumas 
vezes) a correção das simplificações do conteúdo devem ajudar o aluno 
na compreensão do saber e não comprometer o entendimento. O 
estado da arte diz respeito à atualidade do conteúdo e da 
metodologia. Esses aspectos devem estar atualizados e de acordo com os 
avanços da abordagem didática daqueles conteúdos. A adequação à 
situação de aprendizagem é a adequação do conteúdo ao público-
alvo e ao currículo escolar. A variedade das abordagens estárelacionada à apresentação de diferentes alternativas de aprendizagem 
com o objetivo de possibilitar que um número maior de alunos possa 
utilizar o SE para construir o conhecimento, e também está relacionada à 
presença de alternativas de aprofundamento do conhecimento para 
evitar que o conhecimento dos alunos seja nivelado por baixo (Oliveira 
et al, 2001). Os conhecimentos prévios são os saberes “necessários 
ao trabalho com o conteúdo proposto e também a presença de suporte 
para que o aluno construa tais conhecimentos” (Oliveira et al, 2001, p. 
134). A indicação dos conhecimentos prévios deve ser mencionada no 
guia de apoio pedagógico do professor. E a aprendizagem deve evoluir 
de modo recursivo, ou seja, partir dos conhecimentos prévios para a 
construção, a reconstrução e o aprofundamento de conceitos. 
 
1.4. Quarto Critério De Avaliação: A Programação 
O último critério de avaliação proposto por Oliveira et al (2001) é 
relacionado à programação e diz respeito a qualquer software como um 
programa produzido para rodar em computador. Esse critério é 
composto por duas categorias: 1) a confiabilidade conceitual; e 2) a 
facilidade de uso. 
A confiabilidade conceitual está vinculada à implementação 
satisfatória do que foi especificado e projetado e também à 
correspondência das necessidades que geraram o desenvolvimento do 
software. É compreendida por dois grandes grupos de itens: 1) 
integridade e 2) fidedignidade. O item integridade está relacionado ao 
desempenho do programa: a resistência do programa a situações hostis 
(robustez) e a habilidade de evitar falhas que possam provocar 
consequências desastrosas (segurança do SE). A fidedignidade “avalia a 
correspondência do programa às suas especificações e ao seu projeto” 
(Oliveira et al, 2001, p. 134). As características que compõem esse grupo 
são: correção, atualidade, precisão, completeza e concisão. A figura-24 
ilustra os componentes do item fidelidade. 
Figura 24 – O grupo de características relacionadas à fidedignidade do SE. 
Criado a partir do texto de Oliveira et al (2001, p. 134-135) 
 
 
A correção é a capacidade do programa de apresentar uma 
implementação satisfatória do que foi especificado e projetado. 
Atualidade é referente à atualização do programa e de sua 
documentação. 
A precisão está relacionada à exatidão dos cálculos e resultados, de 
maneira que a utilização do software satisfaça a utilização pretendida 
pelos usuários. 
A completeza refere-se à capacidade do programa de implementar todas 
as funções nele planejadas. 
A simplicidade concerne à implementação de funções que foram 
especificadas apenas e que são pertinentes à proposta do programa. 
A concisão refere-se às funções implementadas com uma quantidade 
mínima de código, isso se traduz em um código bem construído e de 
fácil entendimento. 
A facilidade de uso tem relação com a interação do usuário com o 
programa. Esse item possui oito itens: 1) legibilidade; 2) 
manutenibilidade; 3) operacionalidade; 4) reutilizabilidade; 5) 
custo/benefício; 6) avaliabilidade; 7) modularidade; e 8) documentação. 
A figura-25 ilustra, sob a forma de diagrama, esses itens e seus 
respectivos sub-itens: 
 
Figura 25 – Os itens relacionados à facilidade de uso do SE. 
Criado a partir do texto de Oliveira et al (2001, p. 135-137) 
 
 
Oliveira et al (2001) afirmam que a legibilidade refere-se à possibilidade 
de diferentes usuários entenderem o software com relativa facilidade. 
Estão incluídos nesse item: as funções codificadas de forma clara e de 
fácil entendimento (clareza); a organização e apresentação hierárquica 
das partes que compõem o programa (estrutura); e a identificação pelo 
usuário dos caminhos já percorridos (rastreabilidade). A função da 
manutenibilidade é avaliar a facilidade com que o programa pode ser 
adaptado com o objetivo de atender às necessidades de modificação que 
surgem depois de seu desenvolvimento e a sua característica principal é a 
possibilidade de o SE sofrer modificações após o seu desenvolvimento. 
O item da operacionalidade relaciona-se à “facilidade de utilização do 
programa em diferentes configurações de equipamento e de produção de 
resultados” (Oliveira et al, 2001, p. 136). Os autores apresentam duas 
características relativas à operacionalidade: a possibilidade de utilização 
do software em diferentes configurações e equipamentos 
(compatibilidade), e a produção de resultados em tempo hábil 
(oportunidade). O próximo item apresentado é a reutilizabilidade e tem a 
função de “avaliar a possibilidade do reaproveitamento total ou parcial 
das funções desenvolvidas para um programa em outras aplicações” 
(Oliveira et al, 2001, p. 136). O item do custo/benefício diz respeito à 
economia do processamento (memória) e periféricos. 
Segundo os autores, o item de avaliabilidade é a capacidade com que o 
programa pode ser avaliado e desdobra-se em: 1) verificabilidade - que é 
a capacidade de avaliar o software em relação à sua forma de 
apresentação; e 2) validabilidade - que avalia se o programa executa a 
função para a qual foi 
desenvolvido. O penúltimo item chamado de modularidade refere-se à 
implementação do programa a uma estrutura flexível e se esta é 
organizada em módulos que apresentam entre si uma relação com o 
maior grau de independência possível (Oliveira et al, 2001). Concluindo, 
o último item dessa categoria, está relacionado à documentação, as 
informações presentes nos documentos do software que satisfaçam a 
necessidade de informações do usuário. A documentação deve conter o 
manual técnico (informações sobre equipamento mínimo para o 
funcionamento do software); guia de apoio pedagógico do professor 
(para ampliação das possibilidades de uso do software); manual do aluno 
(que possa atrair o interesse do aluno); as informações de capa 
(informações mínimas, porém adequadas sobre o SE); e a apresentação 
da capa do SE (um projeto de capa agradável e sugestivo). 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO PROPOSTA DE ESTUDO 
Após a apresentação das categorias que nortearam esta 
pesquisa na avaliação dos softwares, é preciso informar que 
este trabalho desenvolveu um guia de avaliação baseado na 
proposta de Oliveira et al (2001), e que atendesse aos critérios 
dos pesquisadores informados. Neste sentido, o modelo de 
avaliação proposta aqui seguirá os três primeiros critérios 
mencionados por Oliveira et al (2001), mas, não contemplará os 
itens da quarta categoria por serem dados referentes à 
elaboração, desenvolvimento e avaliação dos programadores 
ou analistas de sistemas responsáveis pela confecção do SE. O 
modelo proposto pela autora desse estudo fará a classificação 
(discutida no capítulo 3) dos softwares e também avaliará os 
itens: interação aluno-SE-professor; fundamentação pedagógica 
do SE e conteúdos. 
MODELO I DE AVALIAÇÃO 
Classificação e Avaliação de SE para Ensino e Aprendizagem 
Nome do SE: ____________________________________ 
Editora: ___________________________ Ano: _________ 
 
BLOCO A – CLASSIFICAÇÃO DO SE 
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS 
Classificação de acordo com a 
utilização 
 
Classificação de acordo com a função 
Classificação segundo os fundamentos 
pedagógicos 
 
BLOCO B – AVALIAÇÃO DO SE 
1) PRIMEIRO CRITÉRIO - INTERAÇÃO ALUNO-SE-PROFESSOR 
FACILIDADE DE USO Adequado/a Inadequado/a Não possui 
Instruções 
Ícones e botões 
Auxílios e dicas 
Linguagem versus público-
alvo 
 
Navegabilidade e 
mapeamento 
 
Memória 
Integração 
RECURSOS MOTIVACIONAIS Adequado/a Inadequado/a Não possui 
Atratividade 
Desafios pedagógicos 
Interação com o usuárioLayout da tela 
Carga cognitiva 
Receptividade das atividades 
pedagógicas 
 
ADEQUAÇÃO DAS 
ATIVIDADES 
Adequado/a Inadequado/a Não possui 
Nível das atividades 
Questão do erro e do acerto 
ADEQUAÇÃO DOS 
RECURSOS DE MÍDIA 
 
ÀS ATIVIDADES 
PEDAGÓGICAS 
Adequado/a Inadequado/a Não possui 
Recursos de hipertexto 
Recursos de imagem e 
animação 
 
Recursos de som e efeitos 
sonoros 
 
INTERATIVIDADE SOCIAL Adequado/a Inadequado/a Não possui 
Interação intragrupo 
Interação intergrupos 
Interação transgrupos 
FAVORECIMENTO DO 
PAPEL DE FACILITADOR 
DO PROFESSOR 
 
2) SEGUNDO CRITÉRIO - FUNDAMENTAÇÃO PEDAGÓGICA 
FUNDAMENTAÇÃO 
PEDAGÓGICA 
Adequado/a Inadequado/a Não possui 
São esclarecidos os 
fundamentos pedagógicos 
 
que embasam o SE 
Guia de apoio pedagógico ao 
professor 
 
3) TERCEIRO CRITÉRIO - O CONTEÚDO 
O CONTEÚDO Adequado/a Inadequado/a Não possui 
Pertinência do conteúdo 
Adequação à situação de 
aprendizagem 
 
Variedade das abordagens 
Conhecimentos prévios 
*Todos os itens acima podem 
e devem receber comentários

Continue navegando