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LEI 8112 AULA 01 DE 02 MARCELO SANTOS 20170201122116

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Regime Jurídico dos 
servidores públicos 
civis
Regime Jurídico dos 
servidores públicos 
civis
Estatuto dos 
Servidores Públicos 
Civis
Estatuto dos 
Servidores Públicos 
Civis
Lei nº 8.112/90
Prof. Marcelo Santos
www.facebook.com/groups/dicasMarceloSantos
I – CONCEITO DA NORMA
 =
A Lei nº 8.112/90 é conhecida como o Regime Jurídico dos
Servidores Públicos Civis da União, ou simplesmente como Estatuto
dos Servidores Públicos (decorre daí no termo “estatutário”).
II – SUA ABRANGÊNCIA
A Lei nº 8.112/90 tem abrangência federal, ou seja, destina-se às
relações mantidas com alguns atentes públicos pertencentes à União,
sendo aplicada em todos os poderes da Administração Pública
(Executivo, Legislativo e Judiciário), e ainda nos órgãos independentes
da União (a exemplo do Ministério Público e do Tribunal de Contas).
III – AGENTES PÚBLICOS
Agente público é toda pessoa física (pessoas jurídicas não podem
ser agentes públicos) que presta um serviço público em nome do
Estado ou de quem lhe faça as vezes, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer forma de investidura ou vinculo, mandato, cargo,
emprego ou função pública.
Dentre as espécies de agentes públicos, podemos destacar:
→ Agentes Credenciados;
→ Agentes Honoríficos;
→ Agentes Administrativos;
→ Agentes Políticos;
→ Agentes Delegados;
→ Militares;
→ Agentes de fato necessário.
OBS 1: Os militares compõem uma classe especial de agentes públicos
que não é mais classificada como servidores públicos.
OBS 2: Os chamados gestores do negócio público (ou agentes
de fato necessário) são aquelas pessoas que em situação de
emergência, mesmo sem a autorização da Administração Pública,
atuam em seu nome, ou seja, fazem as vezes do Estado. Ilustração
encontramos naqueles que, mesmo sem ter vínculo com o Estado,
salvam pessoas de enchentes ou de incêndios.
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS: O termo “funcionário
público” deve ser utilizado somente para fins penais. A
terminologia deixou de ser aplicada na legislação posterior
à promulgação da atual Constituição Federal (1988), e
antes de tal data, era sinônimo de “servidor público”.
Dessa forma, entende-se que a FUNÇÃO PÚBLICA não
precisa necessariamente ser exercida, por exemplo, por um empregado
ou servidor público. Ela é desempenhada por todo aquele que presta
serviço para a Administração Pública, tendo vínculo permanente ou não.
IV – OBJETO DA LEI Nº 8.112/90
As normas do Estatuto dos servidores públicos civis se
destinam a três personagens:
 Servidor efetivo (ou de carreira);
 Servidor comissionado (ou em comissão); e
 Quem exerce função de confiança.
Cargos públicos são as menores células de competências da
Administração, criados por lei e com vencimentos pagos pelos cofres
públicos. 
OBS: Servidores Comissionados 
Ocupam também cargos públicos, todavia, denominados de
cargos em comissão, que são de livre nomeação e exoneração, ou seja,
não necessitam ser preenchidos por pessoas que tenham sido
necessariamente aprovadas em prévio concurso público. 
O art. 37, V, da Constituição Federal estabelece que lei
disporá sobre o percentual mínimo de cargos comissionados que deverá
ser destinado a servidores de carreira, não existindo, porém, dispositivo
legal atual que atenda ao mandamento da carta constitucional.
Há, porém, que se observar o teor do Decreto Presidencial nº
5.497/05, que trata do provimento de cargos em comissão do Grupo-
Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 1 a 4, NO PODER
EXECUTIVO, por servidores de carreira, no âmbito da administração
pública federal (direta, autárquica e fundacional), fixando os seguintes
percentuais:
 D.A.S. 1, 2 e 3: 75%
 D.A.S. 4: 50%
O art. 62 da lei nº 8.112/90 garante ao servidor investido em
função de direção, chefia ou assessoramento a devida retribuição pelo
seu exercício, podendo o mesmo escolher entre a sua remuneração de
cargo efetivo acrescida de 75% da remuneração do cargo comissionado,
ou somente pela remuneração integral desse.
Ocorrendo a exoneração do servidor de cargo comissionado,
podemos observar duas situações: 
1) Sendo o servidor de carreira exonerado do cargo comissionado para o
qual foi nomeado, este volta, automaticamente, para seu cargo efetivo,
exercendo as atribuições a ele inerentes.
2) Já em relação àquele servidor ocupante de cargo em comissão que
não seja servidor efetivo, este quando exonerado perde o vínculo com a
Administração.
OBS: A liberdade para a nomeação em cargos comissionados ou
funções de confiança decorre de caráter discricionário da decisão
1
Administraçã
o Federal
(União)
DIRETADIRETA
INDIRETA
INDIRETA
ÓRGÃOSÓRGÃOS
AUTARQUIAS
AUTARQUIAS
FUNDAÇÕESFUNDAÇÕES
SERVIDORES
PÚBLICOS
2. DE 
CARGO 
COMISSIO-
NADO
2. DE 
CARGO 
COMISSIO-
NADO
3. EM 
FUNÇÃO DE 
CONFIANÇA
3. EM 
FUNÇÃO DE 
CONFIANÇA
1. DE CARGO 
EFETIVO
1. DE CARGO 
EFETIVO
É PROIBIDA A ACUMULAÇÃO DE CARGOS OU FUNÇÕES 
PÚBLICAS (DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA DE 
QUAISQUER DOS PODERES OU ESFERAS), 
É PROIBIDA A ACUMULAÇÃO DE CARGOS OU FUNÇÕES 
PÚBLICAS (DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA DE 
QUAISQUER DOS PODERES OU ESFERAS), 
autoridade, ou seja, não pode sofrer interferência nem mesmo do Poder
Judiciário, salvo os casos de ilegalidade.
V - Nepotismo
A Súmula Vinculante nº 13, proíbe a nomeação de cônjuge,
companheiro, ou parente, seja consanguíneo ou por afinidade, em linha
reta ou colateral, até o 3º grau, inclusive da autoridade nomeante, ou de
servidor investido na mesma pessoa jurídica (União, Fundação Pública
ou Autarquia) em funções de direção, chefia e assessoramento, para
cargos comissionados ou função de confiança, seja também em
direção, chefia ou assessoramento, ou ainda para funções gratificadas,
na Administração Pública Direta ou Indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
estendendo-se a proibição aos ajustes mediante designações recíprocas
(nepotismo cruzado).
OBS: Conforme entendimento do STF, tal regra não se aplica à
nomeação de parentes para cargos políticos do alto escalão de cada
esfera (Ministros, Secretários de Estado e Secretários Municipais) -
(Rcl 6650 MC-AgR/PR – Paraná)
VI - REQUISITOS BÁSICOS PARA INVESTIDURA EM
CARGO PÚBLICO
Os requisitos básicos previstos no art. 5º da Lei nº 8.112/90,
são:
→ Ter nacionalidade brasileira (não importa de nato ou
naturalizado), sendo a regra relativizada, ou seja, comportando
uma exceção, quanto aos cargos de professores, técnicos e
cientistas de universidades e instituições de pesquisas federais
(art. 5º, §3º);
→ Estar em gozo dos direitos políticos (poder votar e ser
votado)
→ Ter idade mínima de 18 anos; (aqui não é requisito a
maioridade civil, mas, sim, a maioridade de 18 anos).
→ Estar em dias com as obrigações eleitorais e militares;
→ Ter nível de escolaridade exigido para o cargo.
→ Ter aptidão física e mental;
OBS: De acordo com a complexidade do cargo, poderão ser exigidos
outros requisitos além dos básicos.
a) Reserva de vagas para portadores de deficiência física ou mental
O art. 5º, §2º, estabelece que deverão ser reservados até 20%
(vinte por cento) das vagas para os portadores de necessidades
especiais, desde que a limitação seja compatível com o CARGO que se
pretende ocupar. A avaliação da capacidade física e mental será
realizada antes da posse.
b) Cotas para pessoas negras e pardas
A reserva de vagas para pessoas negras e pardas não decorre
da Lei dos Servidores Civis, mas da Lei nº 12.990/14, que destina 20%
dasvagas dos concursos públicos com 03 (três) ou mais vagas a tal
grupo.
Resultando o cálculo em número decimal, “arredonda-se” o
resultado, conforme regras básicas de matemática: Para cima, se a
fração decimal for igual ou superior a cinco décimos, ou para baixo, se
a fração decimal for inferior a cinco décimos.
Os candidatos que se declararem negos ou pardos na ocasião
da inscrição, concorrerão simultaneamente por ocasião das cotas e
dentre os inscritos na ampla concorrência. Obtendo nota para a
aprovação nesta última, a vaga constante na cota racial passará ao
próximo melhor colocado de cor negra ou parda.
Ressalta-se que a norma tem aplicabilidade somente no
âmbito do Poder Executivo Federal (tanto na administração direta,
quanto em toda a indireta), com vigência de apenas 10 (dez) anos (art.
6º).
VII - O CONCURSO PÚBLICO
Requisito para ingresso em cargo efetivo. Conta com duas
espécies:
 Provas, ou;
 Provas e títulos.
A Lei nº 8.112/90 proíbe a abertura de novo concurso
público durante a vigência do primeiro, embora a CF/88
preveja tal possibilidade.
VIII - ACUMULAÇÕES DE CARGOS E DEMAIS FUNÇÕES
PÚBLICAS
As exceções somente são permitidas se houver compatibilidade
de horários nas seguintes hipóteses:
→ DOIS cargos de professor;
→ UM cargo de professor com outro técnico ou científico (ou
seja, cargo que exija formação específica para seu provimento,
seja de nível médio ou de nível superior);
→ DOIS CARGOS ou EMPREGOS privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
OBS 1: A acumulação de um cargo de Juiz ou de Procurador-Geral da
República com um cargo de magistério tem previsão na Constituição
Federal, contudo, configuram-se como cargos políticos (ocupantes
vitalícios), o que não os torna objeto de nosso estudo.
Ressalvadas as hipóteses de substituição ou exercício interino
(ocasião em que o servidor terá de optar por uma das remunerações),
não poderão se acumular:
a) Cargo em Comissão + Função de Confiança;
b) Cargo em Comissão + Cargo em Comissão;
c) Função de Confiança + Função de Confiança;
Ademais, os cargos comissionados e funções de confiança são de
dedicação exclusiva, não comportando a acumulação com qualquer
outra função, salvo a retromencionada.
XI - FORMAS DE PROVIMENTO DO CARGO PÚBLICO
Provimento significa “preenchimento”. A Lei nº 8.112/90,
estipula que o provimento far-se-á pela autoridade competente de cada
poder, prevendo 07 formas em seu art. 8º:
I – nomeação;
II – promoção;
III – readaptação;
IV – reversão;
V – aproveitamento;
VI – reintegração;
VII – recondução.
Dentre elas, a única forma originária, ou seja, a única
forma em que o servidor público não necessita de um vínculo anterior
com a Administração Pública para prover o cargo, é a NOMEAÇÃO.
Todas as demais formas de provimento são DERIVADAS,
ou seja, dependem da existência de um vínculo prévio com a
Administração.
a) Nomeação: 
 A nomeação tanto se dará para o provimento de
cargo efetivo, quanto comissionado e cargo de confiança (inclusive na
condição de interino), lembrando que no primeiro depende-se de
2
aprovação em concurso público, enquanto no segundo é por livre
escolha da autoridade competente.
O entendimento recente do STJ impõe que, caso surja vaga
que lhe caiba durante o prazo de validade do concurso, o candidato no
Cadastro Reserva terá o direito à nomeação.
 
 
30 dias de prazo para tomar posse, sob pena de tornar-
se sem efeito o ato de provimento (nomeação).
Tomada a posse, a entrada em exercício deve ocorrer
em até 15 dias, sob pena de exoneração.
POSSE é uma terminologia que somente pode se adequar às
formas de provimento por nomeação (art. 13, § 4º)
O prazo para a posse pode ser prorrogado nos casos de
doença da pessoa da família, serviço militar e licença capacitação, ou
ainda, para tratar de saúde própria, participar de competição desportiva,
motivo de gestação, dentre outras previstas no art. 13, §2º da lei,
ocasião em que passará a contar o prazo após o término desses
impedimentos.
Entende-se, assim, que a investidura é ato da Administração
Pública, enquanto a posse é perpetrada pelo servidor.
OBS: No caso de Função de Confiança, a entrada em exercício
deverá ser no dia da publicação da designação e, caso não o faça, o
ato de designação será tornado sem efeito.
O servidor que deva ter exercício em outro município em
razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto
em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta
dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do
efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o
tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
 Ao entrar em exercício, o servidor, o servidor
apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu
assentamento individual, e iniciará o ESTÁGIO PROBATÓRIO, que
terá duração de 24 MESES, SEGUNDO A LEI N 8.112/90, ocasião
em que será avaliado o seu desempenho sob os seguintes requisitos:
I – Assiduidade;
II – Disciplina;
III – Capacidade de iniciativa;
IV – Produtividade e;
V – Responsabilidade;
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou
assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser
cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza
Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
b) Promoção
Trata-se do percurso do servidor dentro de sua carreira, onde
o mesmo irá progredir de uma classe para outra.
c) Readaptação
Ocorrendo limitação física ou mental em servidor que o
impeça de exercer suas atividades no cargo que originalmente ocupa,
será esse readaptado em outro cargo, com atribuições, remuneração e
nível de escolaridade compatível com suas novas limitações.
Diferentemente da promoção, que consiste em provimento vertical, a
readaptação visa preenchimento de cargo semelhante, ou seja, de
mesmo “nível”, traduzindo-se em uma forma de provimento horizontal.
Caso não exista cargo vago, o readaptando ficará na
condição de excedente até a vacância de um.
Sendo o caso de limitação física ou mental que impossibilite
o servidor do preenchimento de qualquer cargo público, será esse
aposentado por invalidez, ressaltando que tudo diante laudo de junta
médica oficial.
d) A Reversão
A Reversão é o retorno do servidor aposentado ao
exercício da função. A aposentadoria pode ter se dado por dois motivos:
por Invalidez ou pelo Decurso do tempo. 
 Na aposentadoria decorrente de invalidez: Ocorrerá reversão
quando a junta médica atesta que cessaram os motivos da invalidez, ou
que os mesmos foram declarados insubsistentes;
 Na aposentadoria decorrente do decurso de tempo (idade ou
tempo de contribuição): Ocorrerá quando: 1) o aposentado se
voluntariar a voltar aos quadros da Administração; 2) a Administração
estabeleça interesse por edital; 3) que o aposentado tenha menos de 70
anos; 4), que haja cargo vago; e 5) ele tenha se aposentado a menos de
05 anos, contando o aposentado com o prazo de 15 dias para a entrada
em exercício, desde que tomar ciência da reversão.
3
POSSEPOSSE
MOMENTO DA INVESTIDURA
MOMENTO DA INVESTIDURA
NOMEAÇÃONOMEAÇÃO
PODE POR PROCURAÇÃO
PODE POR PROCURAÇÃO
EXERCÍCIOEXERCÍCIO
ATO 
PERSONALÍSSIMO
ATO 
PERSONALÍSSIMO
ESTÁGIO 
PROBATÓRIO
ESTÁGIO 
PROBATÓRIO
CF/88:03 ANOS
CF/88: 03 ANOS
8.112/90: 24 MESES
8.112/90: 24 MESES
APROVADOAPROVADO ESTÁVELESTÁVEL
REPROVADOREPROVADO
EXONERADOEXONERADO
RECONDUZIDO
RECONDUZIDO
OBS: A reversão por comprovação de algum motivo que torna
insubsistente a manutenção da aposentadoria, poderá se dar por via
judicial ou administrativa, quando comprovado que os motivos da
aposentadoria não foram de acordo com os requisitos legais. NESSA
HIPÓTESE, retornando o servidor e estando o cargo já ocupado,
restará como excedente até o surgimento de vaga.
e) Aproveitamento
O Aproveitamento é tratado juntamente com a
Disponibilidade.
O Aproveitamento do servidor estável, é o seu ingresso em
novo cargo compatível com as atribuições, remuneração e escolaridade
do que ele ocupava anteriormente , após a extinção deste, ou quando o
cargo for declarado desnecessário. Inexistindo cargo, será posto em
Disponibilidade.
A Disponibilidade, por sua vez, é uma espécie de stand by
em que é posto o servidor com estabilidade. Ele ficará sem trabalhar,
contudo, recebendo os vencimentos proporcionais ao seu tempo de
serviço (art. 5º do Decreto 3.151/99).
OBS: Por analogia ao art. 15, §1º, se o servidor não entrar
em exercício no prazo de 15 dias contados da data do Ato de
Aproveitamento, a sua disponibilidade será cassada e o ato será tornado
sem efeito. 
f) Reintegração
A Reintegração dá-se quando um servidor que foi demitido
consegue invalidar sua demissão por meio de uma decisão judicial ou
administrativa. Nesse caso, ele voltará a preencher (provimento) o
cargo que ocupava anteriormente, sendo ressarcidas todas as suas
vantagens.
Caso o cargo não mais exista, ele ficará em disponibilidade.
Estando o cargo ocupado por outro servidor, atual ocupante será
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, ou ainda,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.
O prazo para intentar a reintegração é de 05 anos, conforme
entendimento do STJ.
g) Recondução
Existem somente dois motivos que ensejam a Recondução:
1) Inabilitação em estágio probatório;
2) Quando o servidor que anteriormente ocupava o cargo
preenchido é reintegrado.
Nas duas hipóteses, o servidor volta para o cargo que ele
ocupava antes. Estando ocupado o cargo que ele possuía antes, ele
poderá ser aproveitado em outro.
XII. FORMAS DE VACÂNCIA
Assim como um cargo pode ser preenchido (provimento), ele
também pode ser esvaziado.
As formas de vacância implicam nas diversas hipóteses em que
o servidor deixa o cargo que ocupava. São sete, de acordo com
o art. 33 da Lei nº 8.112/90:
 Promoção;→
 Exoneração;→
 Demissão;→
 Readaptação;→
 Aposentadoria;→
 Falecimento e;→
 Posse em outro cargo público inacumulável.→
XIII - O DESLOCAMENTO DO SERVIDOR PÚBLICO, OU DO
CARGO PÚBLICO
Por algumas hipóteses, há a necessidade da mudança do local
onde o servidor desempenha as suas atribuições, seja no
interesse da administração pública, seja por conta de pedido do
próprio servidor. Em outras hipóteses, o próprio cargo necessita
ser deslocado entre órgãos públicos. Diante de tais situações,
firmou a citada lei duas hipóteses de deslocamento: A
REDISTRIBUIÇÃO e a REMOÇÃO. 
a) REDISTRIBUIÇÃO
A Redistribuição é relativa ao cargo, e não ao servidor. 
Como funciona?
O sistema de gerenciamento de um determinado poder
(Executivo, Legislativo ou Judiciário) analisa a necessidade
da Administração Pública, e verifica que há uma certa defa-
sagem em um órgão, enquanto o outro está com excesso de
servidores, sem necessidade de tantos.
Suponha que o Ministério do Trabalho possua um qua-
dro de 600 cargos para analistas, sendo que a demanda ve-
rificada não é volumosa, ou seja, há pouco serviço e muitos
cargos (e ainda conta com 450 ocupados e 150 vagos);
Em contrapartida, o Ministério da Integração conta com
um quadro de somente 200 analistas, sendo o volume de
serviço além das possibilidades dos servidores ali emprega-
dos;
O sistema central de gerenciamento de pessoal do Po-
der Executivo verifica essa má distribuição de cargos, e en-
tão decide levar 200 cargos do Ministério do Trabalho (os
150 que estavam vazios mais 50 que estavam preenchidos)
para o Ministério da Integração, já que os vencimentos, a
essência das atribuições, a complexidade e o nível de escola-
ridade são compatíveis, ou seja, vão fazer mais ou menos a
mesma coisa;
Logo, o quadro de CARGOS de analistas do Ministério
do Trabalho passará a ser de 400 e o do Ministério da Inte-
gração também, que já que está com 150 vazios, que vie-
ram do outro órgão, pode fazer um concurso público para o
preenchimento dos mesmos.
A Redistribuição sempre será de Ofício , e somente pode ser
para outra entidade (ente) ou órgão do mesmo poder.
Assim, se temos uma Autarquia vinculada ao Poder Executivo, é
perfeitamente possível a Redistribuição de Cargos entre um
órgão desse poder e o ente da Administração Indireta.
Não deve ser confundido como forma de provimento, porque
não houve uma ocupação a mais de cargo do mesmo quadro.
b) - REMOÇÃO
A Remoção, por sua vez, pode ocorrer tanto de Ofício quanto a
pedido, e está ligada ao servidor, e não ao cargo (lembrando
que por não ser uma forma de provimento ou vacância, o cargo
dele não será esvaziado).
Deve ocorrer sempre dentro do mesmo quadro, havendo ou
não mudança de sede. Por exemplo, um analista do Ministério
Público da União, lotado em Brasília, é Removido para a unidade
de São Paulo. Assim, ele deixa em Brasília o seu cargo, e vai
preencher outro cargo de analista naquela unidade da
federação (São Paulo).
Obviamente que quando ocorre de ofício será sempre no
interesse da Administração Pública (por exemplo, para ocupar
cargo comissionado ou função de confiança), contudo, se
ocorrer a pedido, pode ficar a critério da Administração, ou não,
pois em algumas situações, mesmo que não seja interessante à
Administração Pública, ela será obrigada a Remover o Servidor.
 Remoção a pedido:
 A critério da Administração Pública→ : O servidor pede,
baseado tão somente em sua vontade própria, e a Adminis-
tração fará uma avaliação, podendo conceder ou não o pedi-
do;
4
 Quando a Administração Pública é obrigada a conce→ -
der: Se o servidor estiver diante das três hipóteses elenca-
das a seguir, a Administração Pública obrigatoriamente vai
ter que atender ao seu pedido, e conceder a remoção, que
implicará sempre em mudança de local de prestação de ser-
viço:
• Por motivo de saúde do próprio servidor, do
seu cônjuge, companheiro, ou de dependente que
conste em seus assentamentos, comprovado por
junta médica oficial; 
• Para acompanhar cônjuge ou companhei-
ro, também servidor público (civil ou militar), seja
ele de qualquer dos poderes da União, DF, estados
ou municípios, que tenha sido deslocado (removido
ou redistribuído seu cargo), no interesse da Admi-
nistração. (Ou seja, se ele foi removido para outra
localidade a pedido, a Administração Pública não
será obrigada a conceder o requerimento). Vem-se
entendendo que o disposto nessa regra não se apli-
ca a obrigatoriedade se o cônjuge acabou de ser
aprovado em concurso em outra localidade. Até por-
que, a lei diz “cônjuge removido para outra localida-
de”;
• Quando o servidor é aprovado em pro-
cesso seletivo interno, nos casos em que o núme-
ro de interessados for maior que o número de vagas
(pois assim, quem sobrar fica na atual sede). A Ad-
ministração prevê que tem cargos vagos, e faz um
concurso interno para a remoção. 
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