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1 BACILOS GRAM NEGATIVOS Prof. Felipe Piedade Gonçalves Neves Enterobacteriaceae Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Enterobacter, Salmonella, Serratia, Citrobacter, Providencia Bastonetes Gram negativos não fermentadores (BGNNF) Pseudomonas, Acinetobacter, Burkholderia, Stenotrophomonas, Chryseobacterium... BACILOS GRAM NEGATIVOS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA Utilização de carboidratos como fonte de energia! Via oxidativa ou Assacarolíticos Via fermentativa 2 � > 25 gêneros (p. ex., Escherichia, Salmonella, Shigella, Klebsiella) ; � ~25 espécies de importância clínica; � DistribuiçãoDistribuição:: água,água, solo,solo, microbiotamicrobiota intestinalintestinal humanahumana ee animalanimal �� Insetos,Insetos, frutas,frutas, vegetais,vegetais, grãos,grãos, plantas,plantas, árvoresárvores � Microbiota e, “acidentalmente”, causam doença (ex. E. coli). � Regularmente patogênicos (ex. Salmonella, Shigella). Família Família EnterobacteriaceaeEnterobacteriaceae ouou EnterobactériasEnterobactérias •• Bastonetes Gram negativos curtosBastonetes Gram negativos curtos •• Não formam esporosNão formam esporos •• Móveis por flagelos Móveis por flagelos peritríquiosperitríquios ou imóveisou imóveis •• FacultativosFacultativos •• Fermentam glicoseFermentam glicose Família Família EnterobacteriaceaeEnterobacteriaceae ouou EnterobactériasEnterobactérias 3 EnterobacteriaceaeEnterobacteriaceae como patógenos humanoscomo patógenos humanos PatógenoPatógeno DoençasDoenças Escherichia coliEscherichia coli Infecção urinária, diarréia, meningite Infecção urinária, diarréia, meningite neonatalneonatal ShigellaShigella DisenteriaDisenteria SalmonellaSalmonella Infecção sistêmica: febre Infecção sistêmica: febre tifoidetifoide EnterocoliteEnterocolite KlebsiellaKlebsiella, , CitrobacterCitrobacter, , EnterobacterEnterobacter, , SerratiaSerratia, Providencia, , Providencia, ProteusProteus...... Pneumonia, sepse, ITU, inf. de ferida Pneumonia, sepse, ITU, inf. de ferida –– ambientes hospitalaresambientes hospitalares Yersinia pestisYersinia pestis Y. enterocoliticaY. enterocolitica e e Y. pseudotuberculosisY. pseudotuberculosis �� Infecção sistêmica: peste Infecção sistêmica: peste �� EnterocoliteEnterocolite � Principais Gêneros: � Infecções intestinais humanas � Salmonella, Shigella, Escherichia e Yersinia; � Infecções extraintestinais humanas: � Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Enterobacter aerogenes, Enterobacter cloacae, Serratia marcescens... EnterobactériasEnterobactérias 70% 70 - 90% 4 Escherichia coli Escherichia coli -- Diversidade patogênicaDiversidade patogênica � PodePode serser encontradaencontrada causandocausando infecçõesinfecções intestinais,intestinais, urinárias,urinárias, sepsesepse,, meningitesmeningites emem neonatos,neonatos, pneumoniaspneumonias emem imunodeprimidosimunodeprimidos hospitalizadoshospitalizados etcetc...... TIPOS ENTEROPATOGÊNICOSTIPOS ENTEROPATOGÊNICOS EPECEPEC ((E. coli E. coli enteropatogênicaenteropatogênica)) EIECEIEC ((E. coli E. coli enteroinvasoraenteroinvasora)) ETECETEC ((E. coli E. coli enterotoxigênicaenterotoxigênica)) EHECEHEC ((E. E. colicoli enteroentero--hemorrágicahemorrágica)) EAECEAEC ((E. coli E. coli enteroagregativaenteroagregativa)) DAECDAEC ((E. coli E. coli de aderência difusa)de aderência difusa) PATOTIPOS EXTRAINTESTINAIS de PATOTIPOS EXTRAINTESTINAIS de E. E. colicoli ((ExPECExPEC)) UPECUPEC ((E. E. colicoli uropatogênicauropatogênica)) NEMECNEMEC ((E. coliE. coli associada a meningite neonatal) SEPECSEPEC ((E. E. colicoli associada a sepse) E. coli E. coli diarreiogênicasdiarreiogênicas Infecções urinárias - UPECUPEC ((E. coli E. coli uropatogênica)uropatogênica) � Agente mais comum de infecção urinária – 90% dos casos da comunidade – E. coli uropatogênica � Mulheres mais susceptíveis: � Anatomia � Maior nº de receptores na mucosa Escherichia coli Escherichia coli -- Infecções ExtraInfecções Extra--intestinaisintestinais 5 1. Entrada da UPEC 2. Adesão, Muliplicação e Inflamação CISTITE Fímbria Tipo I 3. Ascensão para os rins Ação de toxinas causam lesão glomerular PIELONEFRITE 4. Adesão ao epitélio renal, multiplicação e inflamãção Fímbria P BACTEREMIA � Patogênese e Virulência: � Fímbrias: • Fímbria Tipo I • Fímbria P � Toxinas: • Hemolisina • Sat • LPS UPECUPEC ((E. coli E. coli uropatogênica)uropatogênica) Escherichia coli diarreiogênica Características genotípicas e fenotípicas ETEC EPEC EHEC EIEC DAEC EAEC Escherichia coli Escherichia coli -- Infecções IntestinaisInfecções Intestinais STEAEC 6 Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) � Causam diarreia aguda e persistente principalmente em recém-nascidos e em crianças ≤ 2 anos. � Característica � adesão íntima localizada formando microcolônias na superfície das células epiteliais intestinais provocando lesão nas microvilosidades. LESÃO ATTACHING-EFFACING (Lesão A/E) Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) 1º) Aderência não-íntima (fímbrias) BFP (bundle forming pilus) 3º) Mobilização do citoesqueleto e “apagamento” das microvilosidades dos enterócitos - Lesão A/E 2º) Aderência íntima da bactéria Intimina (liga-se ao Tir) Lesão A/E � Reservatório: ser humano � Transmissão: Contato pessoal (p. ex., berçários) 7 Escherichia coli entero-hemorrágica (EHEC) �� STECSTEC ((EE.. colicoli produtoraprodutora dede ToxinaToxina ShigaShiga -- StxStx)) � Agente etiológico da colite hemorrágica ���� dor abdominal intensa, diarréia aquosa e sanguinolenta; � Complicações extra-intestinais: Síndrome hemolítico-urêmica (SHU) – anemia hemolítica, trombocitopenia, podendo levar a insuficiência renal aguda. � Também promove lesão A/E (como a EPEC): • Aderência localizada • Intimina � Toxinas: • Stx (tipo A-B) ���� Rims • EAST EHEC � Surtos epidêmicos ou casos esporádicos � Transmissão: � alimentos de origem animal (bovino) � legumes e vegetais � sucos de frutas (ex.: maçã) � água � contaminação cruzada � Interpessoal – raramente Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC) E. coli O157:H7 2006 8 Salmonella �� ReservatóriosReservatórios:: � Homem, animais domésticos e selvagens (aves, répteis e insetos); � Ambientes (solo, superfícies de indústrias de alimentos e cozinhas), água potável e alimentos ���� contaminação por fezes de doentes ou portadores; � Infecções alimentares: associadas a carnes mal passadas, frangos, ovos, leite e derivados, peixes, camarões, rãs, molhos e temperos de saladas, misturas para bolo, sobremesas recheadas com cremes e doces cremosos, gelatina, manteiga ou creme de amendoim, cacau e chocolate Salmonella - Formas Clínicas GASTROENTERITE Quadro clínico: 6 - 48h, náuseas, vômitos, cefaleia, febre, diarréia + frequente S. Typhimurium S. Enteritidis S. Agona S. Heidelberg.......... FEBRE ENTÉRICA Quadro clínico: Febre tifoide e paratifoide. Acomete vários órgãos S. Typhi S. Paratyphi (homem único hosp.) BACTEREMIA Quadro clínico: Gastroenterite frequentemente acompanhada com invasão sistêmica S. Choleraesuis*** S. Dublin S. Virchow (Lac +) ........ Estado de Portador* (pós-febre entérica) � moo. nas fezes por até 1 ano após os sintomas. 9 Shigella �� SSãoão descritasdescritas 44 espéciesespécies �������� SS.. dysenteriaedysenteriae,, SS.. flexneriflexneri,, SS.. boydiiboydii ee SS.. sonneisonnei �� ShigeloseShigelose �������� DisenteriaDisenteria bacilarbacilar clássicaclássica ((diarreia aquosa com fezes mucopurolentas e sanguinolentas) � Mecanismo de invasão semelhante à Salmonella���� RUFFLES; � Mecanismo de invasão também via células M Shigella - Epidemiologia �� ReservatórioReservatório:: HomemHomem ee outrosoutros primatasprimatas.. �� PrincipaisPrincipais espéciesespécies nono BrasilBrasil sãosão:: �� SS.. flexneriflexneri ee SS.. sonneisonnei.. �� TransmissãoTransmissão:: �� PessoaPessoa--pessoapessoa (contaminação(contaminação fecalfecal –– creches,creches, hospitaishospitais psiquiátricos)psiquiátricos) �� PráticaPrática sexualsexual –– ContaminaçãoContaminação oral,oral, apósapós práticaprática dede sexosexo analanal.. �� MoscasMoscas (contaminação(contaminação dede alimentos)alimentos) �� AlimentosAlimentos malmal cozidoscozidos ee águaágua contaminadoscontaminados.. 10 � Infecção instestinal: � Diarréia � terapia de reposição (água e eletrólitos) � Infecções extraintestinais (infecções invasivas, febre tifoide...): � Uso de antimicrobianos • Beta-lactâmicos: cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenemas • Fluoroquinolonas: ciprofloxacina • Aminoglicosídeos: amicacina e gentamicina • Sulfametoxazol / trimetoprim Enterobacteriaceae - Tratamento Enterobacteriaceae KPC � Transmitido via plasmídeos � Comum em Klebsiella sp., mas pode aparecer em E. coli e outras Enterobactérias � Resistente a TODOS Antimicrobianos, exceção: � Polimixina � Tigeciclina � Alguns Aminoglicosídeos � 1º surto em Nova York (2003) � 47% dos indivíduos morreram KKlebsiellalebsiella ppneumoniaeneumoniae CCarbapenemasearbapenemase 11 Jan – Out / 2010 � 183 portadores no DF, 46 doentes e 18 mortes KPC no Brasil Set – Nov / 2006 4 pacientes de UTI Hospital terciário de Recife. BASTONETES GRAM NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES BASTONETES GRAM NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES (BGNNF)(BGNNF) � Microrganismos ubiquitários: solo, água, alimentos. � Ambiente hospitalar: pias, torneiras, umidificadores, ventilação mecânica e mãos de profissionais de saúde. � Colonização de pele e mucosa de indivíduos hospitalizados e saudáveis 12 BGNNF BGNNF EM INFECÇÕES HUMANAS Oportunistas INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE P. aeruginosa Acinetobacter spp. Stenotrophomonas maltophilia Complexo Burkholderia cepacia Chryseobacterium pacientes com doenças de base Infecções relacionadas à Assistência à Saúde (IrAS) • Pneumonias • Infecção Urinária • Infecção sítios cirúrgicos • Queimaduras Fontes hospitalaresFontes hospitalares Medicamentos, equipamentos,germicidas, sabões, soro, Medicamentos, equipamentos,germicidas, sabões, soro, sabonete,água, superfícies inanimadas,alimentos...sabonete,água, superfícies inanimadas,alimentos... Fatores predisponentesFatores predisponentes •• Procedimentos invasivosProcedimentos invasivos •• QuimioterapiaQuimioterapia •• AntibioticoterapiaAntibioticoterapia prolongadaprolongada •• Hospitalização prolongadaHospitalização prolongada 13 Uso prolongado de lente de contato, desrespeitando as instruções de limpeza Associados à cateterismo, cirurgias e transplante renal nadadores Ventilação Mecânica & Fibrose Cística Outras infecções: Outras infecções: Infecções superficiais e de tecidos moles, do TGI, ósseas e das articulaçõesInfecções superficiais e de tecidos moles, do TGI, ósseas e das articulações Pseudomonas Pseudomonas aeruginosaaeruginosa -- Significado clínico (principal BGNNF): � Patogênese em 3 etapas: � 1ª: ADESÃO • Fímbria tipo 4 e outras estruturas (alginato, adesinas afimbriais, flagelo...) � 2ª: INVASÃO LOCAL • Elastases* e proteases contribuem para a destruição dos tecidos locais � 3ª: INFECÇÃO SISTÊMICA DISSEMINADA PATOGÊNESEPATOGÊNESE *Tecidos contendo elastina (tecido pulmonar, pele, vasos sanguíneos), colágeno, Igs, Sistema C’ P. aeruginosa 14 EXOENZIMAS � Diminuem a capacidade fagocítica do sistema imune; � Exoenzima S (ExoS): � tóxica para PMNs; � Exoenzima U (ExoU): � tóxica para Macrófagos; Sistema de secreção do tipo III P. aeruginosa Estágio 1: ligação inicial Estágio 2: ligação irreversível EstágioS 3 e 4: maturação Estágio 5: dispersão FORMAÇÃO DE BIOFILME (Alginato - slime) P. aeruginosa 15 TRATAMENTOTRATAMENTO �� ApresentaApresenta resistênciaresistência intrínsecaintrínseca ee adquiridaadquirida aosaos antimicrobianosantimicrobianos �� antibiograma; � As principais medidas terapêuticas para P. aeruginosa são: � Penicilina ativa contra P. aeruginosa (ticarcilina ou piperacilina) + aminoglicosídeo (gentamicina, amicacina ou tobramicina) � Aztreonam, imipenem, ciprofloxacina � Cefalosporinas de 4ª geração (ceftazidima) � Polimixina!!! P. aeruginosa Intrinsecamente resistente a inúmeros antimicrobianos Complexo Acinetobacter baumannii Restrições de opções terapêuticas ATBs disponíveis: sulbactam, cefalosporina de amplo espectro, aminoglicosídeos, monobactâmicos, fluorquinolonas, carbapenemas, polimixina e tigeciclina Capacidade de adquirir Mecanismos de resistência Emergência de cepas MR Perez et al., 2007; Fishbain & Peleg, 2010 16 � Polimixina: - Maioria das cepas permanece susceptível; toxicidade; Terapia Antimicrobiana Acinetobacter sp. � Tigeciclina: (glicilglicina - derivado de tetracilina): - Liberada para o tratamento de infecções intra-abdominais, pele e tecidos moles causadas por AbRC; Alguns países: sepse, infecções respiratórias � Terapia Combinada: Sulbactam/aminoglicosídeos ou RIF ou AZI Quinolonas/β-lactâmicos Imipenem/aminoglicosídeos Fishbain & Peleg, 2010 AbRC Resistência tanto às polimixinas quanto a tigeciclina levando a infecções refratárias a todos os ATBs, aumentando a mortalidade dos pacientes!!!!!!!! Terapia Antimicrobiana Fishbain & Peleg, 2010 Acinetobacter sp.
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