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Aula 02 2018

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Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
Teoria e Questões comentadas 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri – Aula 02 
 
 
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Sumário 
1- Considerações Iniciais ..................................................................... 3 
2- Dos Bens Considerados em Si Mesmos ............................................. 5 
2.1- Bens móveis e imóveis ................................................................... 5 
2.1.1- Bens imóveis ........................................................................... 5 
2.1.2- Bens móveis ............................................................................ 8 
2.2- Bens fungíveis e infungíveis .......................................................... 10 
2.3- Bens consumíveis e inconsumíveis ................................................. 11 
2.4- Bens divisíveis e indivisíveis .......................................................... 12 
2.5- Bens singulares e coletivos ........................................................... 14 
3- Dos Bens Reciprocamente Considerados ........................................ 16 
3.1- Frutos ........................................................................................ 16 
3.2- Produtos ..................................................................................... 18 
3.3- Benfeitorias ................................................................................. 18 
3.4- Pertenças.................................................................................... 20 
4- Bens Públicos e Bens Privados: regime jurídico ............................. 21 
4.1- Terras devolutas .......................................................................... 25 
5- Bens no comércio e fora do comércio ............................................. 26 
6- Bem de família: legal e convencional ............................................. 26 
7- Questões Comentadas .................................................................... 28 
8- Lista de Exercícios .......................................................................... 53 
9- Gabarito ......................................................................................... 68 
Olá, pessoal! Tudo beleza? 
Vamos seguir com mais uma aula de Direito Civil. Esperamos que estejam 
gostando do curso. Qualquer dúvida, qualquer sugestão, qualquer crítica 
estaremos sempre disponíveis. 
 
 
 
 
 
Aula 02 – Bens. 
“Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa 
eu consegui, nunca desista de seus objetivos mesmo que 
esses pareçam impossíveis, a próxima tentativa pode ser 
a vitoriosa." (Albert Einstein) 
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1-Considerações Iniciais 
Olá, pessoal! Na aula passada, estudamos o sujeito de direito - as 
pessoas naturais e as pessoas jurídicas - e o que constitui domicílio para cada 
uma delas. Nesta aula, portanto, vamos estudar os bens, que são um dos 
objetos de direito. 
Pois bem, as principais características que se destacam nas diversas 
definições de bens são: a capacidade de ser útil (utilidade) e de possuir valor 
econômico; podendo ser corpóreos, caso possuam existência concreta 
(exemplo: imóvel), ou incorpóreos, quando possuírem existência abstrata 
(exemplo: criações intelectuais). 
 Assim, podemos concluir que: 
Bens são valores materiais (corpóreos) ou imateriais 
(incorpóreos) que têm valor econômico e que podem servir 
de objeto a uma relação jurídica. 
 
Para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso que ele 
apresente os seguintes caracteres: 
- Idoneidade para satisfazer um interesse econômico; 
- Gestão econômica autônoma; e 
- Subordinação jurídica ao seu titular. 
 
Obs.: Coisas X bens: são conceitos que não se confundem, embora a coisa 
represente espécie da qual o bem é o gênero. A honra, a liberdade, a vida, entre 
outros, representam bens sem, no entanto, serem consideradas coisas. 
 
 Então tome cuidado, pois é comum as bancas tentarem confundir o 
candidato com esses conceitos. 
Pois bem, o Código Civil, em seu Livro II, trata das diferentes classes de 
bens, por meio de agrupamentos. Vale esclarecer que as classificações nessas 
categorias não são excludentes, pois o mesmo bem pode ter classificações em 
diversas categorias. 
 
BEM
Corpóreo A coisa se encontra aqui
IncorpóreoCó
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 Em relação aos bens considerados em si mesmos, nota-se que não são 
comparados ou relacionados com nenhum outro, ao contrário dos bens 
reciprocamente considerados, onde existe uma ligação jurídica entre os bens: 
bem principal e bem acessório. 
 
 
 Na sequência, iremos tratar de cada uma dessas categorias, que se 
encontram disciplinadas no Código Civil (CC), da seguinte forma: 
➢ Capítulo I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos (art. 79 a 91 do 
CC); 
➢ Capítulo II - Dos Bens Reciprocamente Considerados (art. 92 a 97 
do CC); 
➢ Capítulo III - Dos Bens Públicos (art. 98 a 103 do CC). 
 
 
 
 
Das diferentes classes de bens
Dos Bens 
Considerados em 
Si Mesmos
Dos Bens 
Reciprocamente 
Considerados
Dos Bens 
Públicos
Bens considerados em 
si mesmos
• Móveis e imóveis
• Fungíveis e infungíveis
• Consumíveis e inconsumíveis
• Divisíveis e indivisíveis
• Singulares e insugulares
Bens reciprocamente 
considerados
• Principais e acessórios
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2-Dos Bens Considerados em Si Mesmos 
 
Quando estudamos os bens considerados em si mesmos, estamos 
tratando da natureza dos bens. Nesse sentido, os bens podem ser: móveis ou 
imóveis; fungíveis ou infungíveis; consumíveis ou inconsumíveis; 
divisíveis ou indivisíveis; singulares ou coletivos. 
 
 
2.1-Bens móveis e imóveis 
 Iremos tratar a seguir da classificação dos bens em móveis ou imóveis. 
Muita atenção, pois é um assunto que costuma ser bastante cobrado em prova, 
quando tratamos dos bens considerados em si mesmos. 
 
 
2.1.1-Bens imóveis 
É tudo que se incorpora naturalmente (acessão natural) ou 
artificialmente (acessão artificial) ao solo. Ou seja, são os bens que não 
podem ser transportados sem destruição ou diminuição de valor de um lugar 
para outro. 
Portanto, os bens imóveis, em regra, não podem ser transportados sem 
alteração de sua substância. Temos, então: 
 
 
Dos Bens
Considerados em 
Si Mesmos
móveis
fungíveis
consumíveis
divisíveis
singulares
imóveis
infungíveis
inconsumíveis
indivisíveis
coletivos
 OU 
 OU 
 OU 
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Obs.1: Para alguns autores, seria bem imóvel por natureza somente o solo; 
outros, enquadram nesta categoria os acessórios e adjacências ao solo (árvores, 
frutos e subsolo); 
Obs.2: Bens imóveis por acessão intelectual (por destinação do 
proprietário): a doutrina considera bem imóvel por acessão intelectual aqueles 
bens móveis que aderem a um bem imóvel pela vontade do dono, para 
dar maior utilidade ao imóvel ou até mesmo para o seu embelezamento, 
aformoseamento, a exemplo de um trator comprado para melhor utilização em 
uma fazenda, pois, enquanto o trator estiver a serviço da fazenda, será 
considerado como bem imóvel por acessão intelectual. São aqueles bens móveis 
incorporados ao bem imóvel pela vontade do dono. Assim como o proprietário 
imobilizou o bem móvel, ele poderá, consequentemente, mobilizá-lo novamente 
quando não for utilizá-lo mais para aquilo a que se destinava. 
 
Bens 
imóveis
Por 
natureza
Somente o 
solo
Por acessão
Natural
Tudo que adere 
ao solo 
naturalmente: 
árvores, frutos e 
subsolo
Artificial 
(ou industrial)
Tudo que 
resulta do 
trabalho 
humano: 
construções e 
plantações
Por 
determinação 
legal (art. 80)
O legislador 
resolveu 
enquadrar 
como bem 
imóvel: 
sucessão 
aberta, 
direitos reais 
sobre imóveis 
e as ações que 
os asseguram 
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Obs. 3: Bens imóveis por determinação legal: são determinados bens que 
somente são imóveis porque o legislador resolveu enquadrá-los como 
tal, para que se possibilite, em regra, maior segurança jurídica nas relações que 
os envolvam. Podemos citar o direito à sucessão aberta, ainda que o acervo seja 
composto única e exclusivamente de bens móveis (ex.: cinco carros); os direitos 
reais sobre imóveis e as ações que o asseguram; as apólices da dívida pública, 
quando oneradas com cláusula de inalienabilidade. 
 Na sequência, esquematizamos os artigos 79 a 81 do CC, que tratam dos 
bens imóveis. É importante que você memorize! 
 
 
1. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - 
Especialidade: Execução de Mandados - TJAP/AP – 2014) Carlos 
construiu uma casa em terreno que recebeu de seu pai. Posteriormente, 
empreendeu reforma na casa, retirando- lhe as portas a fim de pintá-las e 
reempregá-las na construção. No terreno, incorporou-se, naturalmente, uma 
goiabeira. Consideram-se imóveis: 
a) a casa e a goiabeira. 
b) o terreno, a casa e a goiabeira. 
c) o terreno, apenas. 
Bens 
imóveis
o solo
E tudo quanto 
se lhe 
incorporar 
natural
artificialmente
para os efeitos 
legais
os direitos reais 
sobre imóveis
e as ações que 
os asseguram
o direito à 
sucessão aberta
as edificações que, separadas 
do solo, mas conservando a 
sua unidade 
forem removidas para 
outro local
os materiais provisoriamente
separados de um prédio
para nele se 
reempregarem
 OU 
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d) o terreno e a casa. 
e) o terreno, a casa, as portas e a goiabeira. 
Comentários 
Letra “e”. Conforme artigo 79 do Código Civil, são bens imóveis o solo e tudo 
quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Portanto, o terreno, a casa 
e a goiabeira são considerados bens imóveis. Conforme inciso II do artigo 81 do 
Código Civil, não perdem o caráter de imóveis, os materiais provisoriamente 
separados de um prédio, para nele se reempregarem. Portanto, as portas 
retiradas para serem reempregadas na construção também são consideradas 
bens imóveis. 
 
 
2.1.2-Bens móveis 
 Os bens móveis são suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção 
por força alheia, sem alteração da sua substância ou da destinação econômico-
social. Podem ser classificados da seguinte forma: 
 
 
Na sequência, esquematizamos os artigos 83 a 84 do CC, que tratam dos 
bens móveis. 
 
Bens 
Móveis
Por 
natureza
Com ou Sem movimento próprio
Semoventes (gado) e móveis 
propriamente dito (caneta)
Por 
antecipação
Têm uma finalidade última como móvel, 
mesmo temporariamente imóveis
Árvores plantadas para corte
Por 
determinação 
legal
É a lei que os considera como móveis,e, consequentemente, aplica-se as 
disposições sobre bens móveis nas 
relações que os envolvam (art. 83)
Os direitos reais sobre objetos móveis e 
respectivas ações; os direitos de 
obrigação, e respectivas ações; além 
dos direitos do autor
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 Ainda sobre o art. 184, se eu compro um conjunto de telhas em uma loja 
de construção, enquanto eu não empregar as telhas na obra elas serão 
consideradas bens móveis, porém, após o emprego, serão consideradas bens 
imóveis por acessão industrial ou artificial. Caso ocorra a demolição da casa a 
telha novamente será considerada bem móvel. 
2. (FCC - Analista Ministerial - Área Direito - PGE/CE – 
2013) Consideram-se bens móveis para os efeitos legais: 
a) as edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem 
removidas para outro local. 
b) o direito à sucessão aberta. 
c) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem. 
d) as energias que tenham valor econômico. 
e) tudo quanto se incorporar ao solo artificialmente 
Comentários 
Letra “d”. Conforme inciso I do artigo 83 do Código Civil, consideram-se bens 
móveis para os efeitos legais: as energias que tenham valor econômico. As 
edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem 
removidas para outro local (letra “a”), o direito à sucessão aberta (letra “b”), os 
materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem 
(letra “c”) e tudo quanto se incorporar ao solo artificialmente (letra “e”) são 
considerados bens imóveis. 
Bens móveis
as energias
que tenham 
valor 
econômico
os direitos
reais sobre 
objetos 
móveis
e as ações
correspondentes
os direitos
pessoais de 
caráter
patrimonial
e respectivas 
ações
materiais
destinados a alguma 
construção, 
enquanto não forem 
empregados
e os provenientes 
da demolição de 
algum prédio
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 E para sintetizar o assunto, temos: 
 
 
 
 
2.2-Bens fungíveis e infungíveis 
Fungível é a capacidade de ser substituível por outro bem da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. Por exemplo, o dinheiro é fungível. Você 
pode substituir uma nota de R$ 50,00 por outra nota de R$ 50,00 sem qualquer 
prejuízo. 
A definição legal (art. 85 do CC) é “São fungíveis os móveis que podem 
substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”. 
Portanto, ser fungível é uma característica que somente pode ser atribuída aos 
bens móveis. 
Embora não haja definição no CC, os bens infungíveis seguiriam a lógica 
inversa, ou seja, são aqueles que não podem ser substituídos, ainda que fossem 
por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. Por exemplo, uma obra 
de arte, que possui o atributo de ser única; a chuteira do Pelé utilizada na final 
da copa de 1970; 
 
Bens IMÓVEIS
•por natureza;
•por acessão industrial ou artificial;
•por acessão intelectual;
•por determinação legal.
Bens MÓVEIS
•por natureza;
•por antecipação;
•por determinação legal.
 
Sobre os navios e aeronaves, apesar de poderem ser dados 
em hipoteca (instituto jurídico característico de bens imóveis), 
eles não perdem a característica de bens móveis. 
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Ressalta-se que, excepcionalmente, bens imóveis podem ser 
considerados bens fungíveis, a exemplo de várias pessoas proprietárias, em 
condomínio, de um conjunto de lotes ainda não divididos, ocasião em que cada 
um é proprietário de um número determinado de lotes, fungíveis, posto que 
ainda não identificados os seus proprietários. 
 
 
 
 
2.3-Bens consumíveis e inconsumíveis 
 Assim como o atributo de ser fungível, a característica de ser consumível 
somente pode ser atribuída aos bens móveis. 
A definição legal (art. 86 do CC) é “São consumíveis os bens móveis cujo 
uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também 
considerados tais os destinados à alienação”. Ou seja, os bens que podem ser 
usados várias vezes são inconsumíveis e os que podem ser usados apenas uma 
vez são consumíveis. 
Entretanto, o bem destinado à alienação é consumível de direito, ou 
seja, o vendedor não pode vender um bem para duas pessoas sob pena de 
estelionato (art. 171 do CP). Conclui-se que o bem destinado à alienação só 
pode ser vendido uma vez e, por isso, é considerado consumível. 
Para entender melhor, imagine como exemplo uma roupa. A princípio, 
seria um bem não consumível, pois o uso não importa destruição imediata de 
sua substância. No entanto, se for considerada uma roupa que está em uma 
loja para ser vendida, seria classificada como bem consumível, tendo em vista 
que está destinada à alienação. 
 A seguir, temos a síntese do que caracteriza o bem ser consumível. 
Embora não haja definição no CC, o bem será inconsumível quando não atender 
a esses requisitos. 
 
 
Bens 
móveis
fungíveis
substituíveis por 
outros da mesma
espécie
qualidade
quantidade
infungíveis insubstituíveis
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A infungilibilidade ea inconsuntibilidade do bem podem decorrer também 
da vontade das partes, a exemplo de bens emprestados para ornamentação e 
posterior devolução, a que a doutrina dá o nome de comodatum ad pompam 
vel ostentationem. Como exemplo de fungibilidade e consuntibilidade 
decorrente da vontade das partes temos o empréstimo de frutas ou garrafas de 
bebida para a ornamentação de uma festa com posterior devolução das frutas 
ou garrafas emprestadas. Na hipótese em questão, as frutas ou as bebidas não 
poderão ser consumidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4-Bens divisíveis e indivisíveis 
 Os bens serão divisíveis quando puderem ser particionados, sem que 
isso implique diminuição de seu valor econômico. A definição legal (art. 87 
do CC) é “Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na 
sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que 
se destinam”. Assim, o bem é divisível quando cada porção continua com as 
características do todo. 
Bens consumíveis
o uso importa 
destruição 
imediata
destinados à 
alienação
 OU 
 
COMODATUM AD POMPAM VEL OSTENTATIONEM  o bem 
se torna infungível e inconsumível em decorrência da 
vontade das partes. 
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Importante destacar que os bens naturalmente divisíveis podem tornar-
se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. 
Portanto, a lei pode determinar que um bem seja indivisível, assim como um 
acordo realizado por vontade das partes. 
Embora não haja definição no CC, os bens indivisíveis seguiriam a lógica 
inversa, ou seja, são aqueles que não podem ser fracionados sem que haja 
alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do 
uso a que se destinam. 
Assim temos: Bem indivisível por natureza x Bem indivisível por lei 
Como exemplo, podemos citar o Estatuto da Terra que, nos casos de área 
rural, exige que os terrenos rurais tenham, no mínimo, três alqueires. Assim, 
numa área rural, o terreno de três alqueires torna-se indivisível para evitar que 
se tenham partes de terra muito pequenas. 
Em resumo: 
 
 
Bens divisíveis
podem ser 
fracionados sem
que haja
alteração na sua substância
diminuição considerável de 
valor
prejuízo do uso a que se 
destinam
Bens naturalmente divisíveis podem 
tornar-se indivisíveis por
determinação da lei
vontade das partes
Indivisibilidade
NATURAL - Ex.: Animal
LEGAL- Ex.: Lote mínimo
Convencional - vontade das partes
 OU 
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2.5-Bens singulares e coletivos 
São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per 
si, independentemente dos demais (art. 89 do CC). A expressão “per si”, 
oriunda do latim, significa por si, ou seja, de forma individual. 
Exemplo de um bem singular é um carro, que é um composto de partes 
reunidas, considerado por si, individualmente, independentemente das peças 
que o compõem. 
 
 
 
Os bens singulares serão simples, se a junção de suas partes ocorrer 
pela própria natureza (exemplo: uma ovelha), ou compostos, se a junção das 
suas partes decorrer de um esforço humano (exemplo: um carro). 
Existe ainda uma distinção entre partes integrantes e partes 
componentes. Partes integrantes mantém suas características, se forem 
separadas do bem após a junção (exemplo: as peças que integram o carro). 
Partes componentes perdem sua essência se tentarmos separá-las após a 
junção. 
Os bens coletivos são formados por vários bens singulares. Exemplo: 
rebanho de ovelhas. Os bens coletivos compreendem as universalidades, que 
podem ser de fato ou de direito. 
 
Bens singulares
embora reunidos
se consideram de per si, 
independentemente dos demais
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 A universalidade de fato é um conjunto de bens, reunidos pela vontade 
de seu dono, para uma destinação unitária. Exemplo: uma biblioteca, que 
consitui uma reunião de livros. Quando falamos que os bens dessa 
universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias, seria o caso, por 
exemplo, de cada livro dessa biblioteca ser individualmente considerado como 
objeto da relação jurídica. 
 A universalidade de direito é um conjunto de relações jurídicas, que 
possuem valor econômico. Exemplo: herança e massa falida. 
 
 
 
Bens Singulares São considerados individualmente 
 
UNIVERSALIDADES 
 
Consideram o 
conjunto 
DE FATO vontade 
do dono 
Pluralidade de bens singulares 
que, pertinentes à mesma 
pessoa, tenham destinação 
unitária. 
DE DIREITO por 
força de lei 
O complexo de relações 
jurídicas, de uma pessoa, 
dotadas de valor econômico. 
 
 
 
 
 
 
 
Universalidade de fato
• pluralidade de bens singulares, 
pertinentes à mesma pessoa, 
• que tenham destinação 
unitária
• Os bens que formam essa 
universalidade podem ser objeto 
de relações jurídicas próprias
Universalidade de direito
• complexo de relações 
jurídicas, de uma pessoa, 
• dotadas de valor econômico
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3-Dos Bens Reciprocamente Considerados 
 
Estudamos os bensconsiderados em si mesmos, em relação à 
natureza dos bens. Agora, veremos os bens reciprocamente relacionados, 
ou seja, como os bens se relacionam uns com os outros. Para demonstrar isso, 
me responda a seguinte pergunta: a árvore é um bem principal ou acessório? 
Depende. Em relação ao solo a árvore é acessório, mas em relação ao 
fruto que ela produz é principal (art. 92, CC): 
 
 
Portanto, o bem principal existe independentemente da existência de 
qualquer outro bem; enquanto o bem acessório depende da existência do 
bem principal. 
Em relação aos bens acessórios, é importante conversarmos sobre os 
frutos, produtos e benfeitorias. 
 
 
3.1-Frutos 
Frutos são elementos que são produzidos peridocamente pelo bem 
principal, sem provocar alteração em sua substância. Os frutos são separáveis 
do bem principal, e possuem essa característica de serem periódicos. Exemplo: 
os frutos que uma árvore produz. 
Quanto à origem os frutos dividem-se em: 
Bens Reciprocamente 
Considerados
Principal
bem que existe
sobre si
abstrata concretamente
Acessório
a existência
supõe a do 
principal
OU 
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➢ Frutos naturais: aqueles produzidos pela força orgânica (ex.: 
bezerro, carneiro, maçã, laranja); 
➢ Frutos industriais: os produzidos pela arte humana (ex.: tecido 
produzido pelo tear); e 
➢ Frutos civis: aqueles produzidos pela coisa em razão da cessão 
remunerada da posse (ex.: rendimentos, juros, aluguel). 
 
Os frutos podem ser classificado QUANTO AO SEU ESTADO como: 
pendentes, percebidos ou colhidos, estantes, percipiendos e 
consumidos. 
 
3. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - 
Especialidade: Oficial de Justiça Avaliador Federal - TRT 8ª – 2013) 
Separados da coisa que os tiver produzido, os frutos são considerados 
a) percipiendos. 
b) produtos. 
c) pertenças. 
d) percebidos. 
e) estantes. 
Comentários 
Letra “d”. Vimos que quando já separados da coisa que os tiver produzido, os 
frutos são classificados como percebidos (ou colhidos). 
 
 
Frutos 
(quanto ao 
estado)
pendentes ainda não separados do bem principal
percebidos
ou colhidos
já separados do bem principal
estantes
separados do principal e armazenados
para venda
percipiendos
deveriam ter sido percebidos (ou 
colhidos) mas não foram
consumidos
perderam a existência com seu 
consumo
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3.2-Produtos 
 Ao contrário dos frutos, os produtos não são renováveis periodicamente, 
e provocam alteração na substância do bem principal que os produz. Por 
exemplo, o carvão mineral. 
 
 Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos 
podem ser objeto de negócio jurídico (art. 95 do CC). Portanto, mesmo antes 
de haver a separação, os frutos e produtos do bem principal poderão ser 
negociados entre as partes. 
 
 
3.3-Benfeitorias 
 As benfeitorias podem ser entendidas como algo para conservar, 
embelezar ou melhorar o uso de um bem. As benfeitorias podem ser 
voluptuárias, úteis ou necessárias. 
 
Produtos
não são 
renováveis
periodicamente
provocam
alteração na 
substância do 
bem principal 
Benfeitorias
voluptuárias
são de mero deleite
ou recreio (piscina)
não aumentam o uso
habitual do bem, 
ainda que 
o tornem 
mais 
agradável
sejam de 
elevado 
valor
úteis
aumentam ou 
facilitam o uso do 
bem (garagem)
necessárias tem por fim 
conservar o 
bem
evitar que se 
deteriore
 OU 
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 Podemos citar como exemplo de benfeitorias necessárias, a substituição 
de ligamentos podres no telhado. 
4. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRF 2ª - 
2012) No tocante à classificação de bens, segundo o Código Civil brasileiro, 
considere as seguintes benfeitorias realizadas em um apartamento tipo 
cobertura com trinta anos de construção visando a habitação de um casal de 
meia idade, sem filhos: 
I. Impermeabilização do terraço com a aplicação de manta e colocação de pisos 
novos. 
II. Substituição da fiação elétrica do apartamento. 
III. Colocação de tela nas varandas. 
IV. Criação de painel de pastilhas azuis com mosaico na entrada do apartamento 
visando diferenciá-la do apartamento vizinho. 
V. Construção de um lavabo em parte da sala de almoço. 
Com relação aos bens reciprocamente considerados, são benfeitorias úteis as 
indicadas APENAS em 
a) IV e V. 
b) I, II, III e V. 
c) I, III e V. 
d) III e V. 
e) I, II e III. 
Comentários 
Letra “d”. A questão trata de benfeitorias úteis em relação à habitação de um 
casal de meia idade. As benfeitorias são úteis quando aumentam ou facilitam o 
uso do bem. Nesse caso, seriam úteis: a colocação de tela nas varandas (item 
III) e a construção de um lavabo em parte da sala de almoço (item V). A 
impermeabilização do terraço com a aplicação de manta e colocação de pisos 
novos (item I) e a substituição da fiação elétrica do apartamento (item II) 
seriam benfeitorias necessárias. A criação de painel de pastilhas azuis com 
mosaico na entrada do apartamento visando diferenciá-la do apartamento 
vizinho (item IV) seria benfeitoria voluptuária. 
 
Cuidado! Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou 
acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor 
ou detentor. Portanto, um melhoramento proveniente de uma ação da natureza, 
sem intervenção do dono, não será considerado benfeitoria. 
 
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3.4-Pertenças 
 As pertenças são bens acrescidos a outros bens para melhorar seu uso, 
serviço ou aformoseamento (embelezamento). As pertenças não se constituem 
em partes integrantes. Portanto, ao contrário dos bens acessórios, que supõem 
a existência do principal, as pertenças não estão subordinadas ao principal (art. 
93). 
 
 Atenção! Como as pertenças não são partes integrantes do principal, os 
negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as 
pertenças, em regra geral. Ex.: sofá de uma casa. 
 No entanto, poderão abranger as pertenças, em três situações: quando 
resultar da lei, da manifestação de vontade das partes ou das circunstâncias 
do caso (art. 94, CC - princípio da gravitação jurídica). 
 
 
Pertenças
são bens que se 
detinam, de modo 
duradouro, ao
uso
serviço
aformoseamento 
de outro.
não constituindo 
partes integrantes
Os negócios jurídicos que dizem 
respeito ao bem principal
não abrangem as pertenças
salvo se o 
contrário resultar
da
lei
manifestação de 
vontade
circunstâncias
do caso
 OU
 
 OU
 
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Portanto, num negócio jurídico que envolva o bem principal, a regra (art. 
94 do CC) é que o bem acessório também esteja envolvido. Porém, essa regra 
não inclui as pertenças, ou seja, se eu comprar a sua casa e o contrato nada 
dispuser a respeito, entende-se que o sofá que está na sua sala não faz parte 
no negócio. 
 
4-Bens Públicos e Bens Privados: regime jurídico 
 
 Os bens podem ser classificados em públicos ou particulares (privados), 
conforme os titulares de seu domínio. Assim, são públicos os bens do domínio 
nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos 
os outros são privados, seja qual for a pessoa a que pertencerem (art. 98 do 
CC). Portanto, o Critério utilizado pelo legislador foi o da titularidade do bem, 
independente de sua afetação (destinação). 
 Portanto, o que determina se um bem é público ou privado é a sua 
titularidade. Se o bem pertencer a uma pessoa jurídica de direito público 
interno será um bem público. Caso contrário, será um bem particular. 
Obs.: Res Nullius: são as coisas de ninguém, como por exemplo: bens 
abandonados e os peixes no fundo do mar. 
 Entretanto, é interessante ressaltarmos o Enunciado 287 da IV Jornada 
de Direito Civil do CJF: 
Enunciado 287 do CJF – Art. 98. O critério da classificação de bens 
indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens 
públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a 
pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de 
serviços públicos. 
Ou seja, a doutrina entende que o critério exposto pelo Código Civil não 
é taxativo. Sendo assim, se um imóvel particular for alugado para um 
determinado município para que nele funcione uma escola pública municipal, o 
respectivo imóvel, por estar afetado a uma finalidade pública, será considerado 
bem público. 
No mais, fique atento, pois as bancas de concursos costumam reproduzir 
a íntegra do art. 98 do CC nas alternativas das questões e considera-las 
corretas. 
Art. 98 do CC - São públicos os bens do domínio nacional 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos 
os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
 
Prosseguindo, os bens públicos se dividem em: bens de uso comum 
do povo, bens de uso especial e bens dominicais (art. 99, CC). 
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Os bens de uso comum do povo podem ser de uso gratuito ou 
retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja 
administração pertencerem. Portanto, são todos aqueles de utilização comum, 
sem maiores ônus, pela coletividade. 
Em regra geral, os bens de uso comum do povo serão de uso gratuito, 
como os rios, mares e ruas. No entanto, podem ser de uso retribuído, isto é, 
pode ser cobrada a sua utilização. Por exemplo, o pedágio nas estradas. 
Ressalte-se que é uma enumeração meramente exemplificava. 
Já os bens de uso especial estão destinados ao funcionamento e 
aprimoramento dos serviços prestados pelo Estado, de utilização, por vezes, 
concedida aos particulares, em regra mediante contraprestação. Temos como 
exemplo, os edifícios onde funcionam os serviços públicos, inclusive 
autarquias. 
Os bens dominicais não estão afetados a uma finalidade específica, 
funcionando como objeto de direito pessoal, ou real. São aqueles que 
pertencem ao domínio privado do poder público, e desde que estejam 
desafetados de qualquer utilização pública, podem ser alienados, de acordo com 
as regras previstas para alienação de bens da administração, a exemplo da 
licitação. 
Bens
Públicos
de uso 
comum do 
povo
rios, mares, estradas, ruas e 
praças
de uso 
especial
edifícios ou terrenos destinados a 
serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, 
territorial ou municipal, inclusive os 
de suas autarquias
dominicais
constituem o patrimônio das pessoas 
jurídicas de direito público, como 
objeto de direito pessoal, ou real, 
de cada uma dessas entidades
pertencentes às pessoas jurídicas de 
direito público a que se tenha dado 
estrutura de direito privado
Não dispondo a lei em 
contrário
Não estão sujeitos 
a usucapião!
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Portanto,são considerados bens dominicais (móveis ou imóveis): 
títulos de dívida pública, estradas de ferro, telégrafos, ilhas formadas em mares 
territoriais ou rios navegáveis, terras devolutas, terrenos da marinha e 
acrescidos, mar territorial, terras ocupadas pelos índios, sítios arqueológicos e 
pré-históricos, bens vagos, bens perdidos pelos criminosos condenados por 
sentença proferida em processo judiciário federal, quedas-d’água, jazidas e 
minérios. Portanto, os bens dominicais pertencem ao patrimônio da União, dos 
Estados ou dos Municípios. Ainda, são dominicais os bens pertencentes às 
pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito 
privado, se a lei não dispuser ao contrário. 
Obs.: Afetação: é o ato ou fato pelo qual se confere a um bem a finalidade 
pública de uso comum ou especial. Decorre de ato legal ou administrativo. 
Desafetação: ocorre a transformação de um bem de uso comum em bem de 
uso especial ou dominical, ou ainda, um bem de uso especial se transforma na 
categoria de uso comum ou dominical. 
 
 
 
Diz-se que um bem está afetado quando está sendo utilizado para um fim 
público determinado, seja diretamente pelo Estado, seja pelo uso de 
particulares em geral. 
Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são 
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei 
determinar. Ou seja, enquanto forem assim caracterizados, não poderão ser 
alienados (vendidos). 
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Ao contrário, os bens públicos dominicais podem ser alienados, 
observadas as exigências da lei. No entanto, vale ressaltar que a alienação dos 
bens dominicais não é absoluta, pois eles podem sofrer a chamada afetação e 
deixar de ser um bem do domínio privado do Estado para o domínio público 
(bem de uso comum ou especial). 
Ressalta-se que os bens públicos gozam da prerrogativa de 
imprescritibilidade, ou seja, não estão sujeitos a usucapião, que é uma 
espécie de prescrição aquisitiva. 
Art. 102 do CC - Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
 Usucapião é quando o indivíduo adquire um imóvel, rural ou urbano, de 
que não é proprietário, por ter habitado esse imóvel, sem oposição do dono, 
durante determinado período de tempo previsto em lei, tornando a área 
produtiva e estabelecendo nela sua moradia. 
 Mais uma vez: além da inalienabilidade, os bens públicos também são 
impenhoráveis e imprescritíveis, pois não estão sujeitos a usucapião. 
Então, atenção! Quando dizemos que os bens públicos não estão 
sujeitos a usucapião, estamos nos referindo aos três tipos de bens públicos. 
Nenhum deles está sujeito a usucapião! Neste sentido, temos: 
Súmula nº 340 do Supremo Tribunal Federal: “Desde a 
vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens 
públicos, não podem ser adquiridos por usucapião”. 
 Ainda sobre a usucapião e os bens públicos, a nossa Carta Magna dispõe 
da seguinte forma: 
Art. 183, §3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
(urbano) 
Art. 191, Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por 
usucapião. (rural) 
5. (FCC - Analista Judiciário - Área Execução de 
Mandados - TRF 3ª – 2007) Considere os seguintes bens públicos: 
I. Rios e mares. 
II. Prédio integrante do patrimônio da União. 
III. Estradas. 
IV. Terrenos destinados a serviço da administração estadual. 
V. Ruas e praças. 
VI. Edifícios destinados a instalação da administração municipal. 
São bens de uso especial os indicados APENAS em: 
a) I, III e V. 
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b) II, V e VI. 
c) II e III. 
d) III, IV e V. 
e) IV e VI. 
Comentários 
Letra “e”. Conforme inciso II do artigo 99 do Código Civil, são bens públicos de 
uso especial, edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas 
autarquias. Portanto, terrenos destinados a serviço da administração estadual 
(item IV) e edifícios destinados a instalação da administração municipal (item 
VI) são bens públicos de uso especial. Os rios e mares (item I), estradas (item 
III) e ruas e praças (item V) são bens de uso comum do povo, e o prédio 
integrante do patrimônio da União (item II) é um bem público dominical. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS 
- INALIENABILIDADE: trata-se de uma característica relativa, pois atinge 
somente os bens públicos de uso comum do povo e de uso especial; 
- IMPENHORABILIDADE: os bens públicos não podem ser dados em 
garantia; e 
- IMPRESCRITIBILIDADE: os bens públicos são insuscetíveis de aquisição 
por usucapião. 
 
4.1-Terras devolutas 
Terras devolutas são terrenos públicos, ou seja, propriedades públicas 
que nunca pertenceram a um particular, mesmo estando ocupadas. 
Diferenciam-se destes por não estarem sendo aplicadas a algum uso público 
federal, estadual ou municipal, que não hajam sido legitimamente incorporadas 
ao domínio privado enquanto que as terras públicas pertencentes ao patrimônio 
fundiário público são aquelas inscritas e reservadas para um determinado fim. 
Dessa forma, por não estarem reservadas para um determinado fim, as 
terras devolutas são bens públicos dominicais. 
 
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5-Bens no comércio e fora do comércio 
 
 
 Embora o CC/02 não mencione especificamente esta divisão, os bens 
foram do comércio encontram suas bases em alguns exemplos ao longo do 
código, como veremos a seguir: 
 
 Por indisponibilidade, entendemos inalienáveis, ok? 
Por fim, reforçando: os bens de família (art. 1.711 do CC), os bens 
tombados e as terras ocupadas por índios (art. 231, § 4º da CF) são 
inalienáveis por força de lei. 
 
6-Bem de família: legal e convencionalO bem de família legal é aquele tratado pela Lei nº 8.009/90, que 
dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família. Refere-se ao imóvel 
próprio do casal ou da entidade familiar. Como regra é: ”é impenhorável e 
não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, 
previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais 
Bens no comércio
Passíveis de serem 
vendidos, trocados, doados, 
emprestados, etc.
Bens fora do 
comércio
São inalienáveis ou 
insuscetíveis de apropriação
Bens fora 
do comércio
Naturalmente 
indisponíveis
Aqueles insuscetíveis de serem 
apropriados pelo homem ou de uso 
inexaurível, tais como luz do sol, água do 
mar, ar atmosférico.
Legalmente 
indisponíveis 
Bens de uso comum e especial, 
suscetíveis de uso pelo homem: os 
direitos de personalidade, os órgãos 
humanos, os bens dos incapazes, os 
bens públicos, o bem de família, as 
terras ocupadas por índios, etc.
Indisponíveis 
por vontade 
humana
Bens em testamentos ou doados, com 
cláusula de inalienabilidade, temporária 
ou vitalícia, nos casos e formas previstos 
em lei, por ato inter vivos ou causa 
mortis.
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ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam”. Tal regra é afastada nos 
casos previstos em lei. 
 Então, por conta desta previsão legal, o bem de família legal é também 
conhecido como bem de família involuntário. Ressalta-se que o bem de 
família legal é apenas impenhorável – ele não se torna inalienável, podendo 
ainda ser objeto de inventário e partilha. 
Obs.: Conforme Súmula 364 do STJ, a impenhorabilidade do bem de família 
abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e 
viúvas. Considera-se que esta proteção vai além da entidade familiar, mas seria 
um direito à moradia. 
 Já o bem de família convencional, é conhecido também por 
voluntário, já que resulta de ato praticado pelos cônjuges conforme o princípio 
da autonomia da vontade. Ou seja, os cônjuges (entidade familiar) 
voluntariamente destinam parte de seu patrimônio para constituir o bem de 
família. A parcela patrimonial para constituir o bem de família não pode 
ultrapassar um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da 
instituição. Esta transferência é realizada mediante escritura pública ou 
testamento. Já constituído, o bem de família convencional se sujeita às regras 
de impenhorabilidade do imóvel residencial prevista em lei especial. 
 O bem de família convencional (ou voluntário) está previsto no art. 1.711 
e seguintes do CC, possuindo eficácia somente após o registro no RGI 
competente. Depois de constituído, o bem de família convencional é isento de 
execução por dívidas posteriores a sua instituição, exceto em relação aos 
tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. Esta isenção dura 
enquanto viver um dos cônjuges ou, na falta de cônjuge, até que os filhos 
completem a maioridade. Isso significa que, nesta condição, o bem de família 
convencional não pode ser inventariado ou partilhado. 
Obs.: Uma importante distinção entre o bem de família convencional e legal é 
no que diz respeito à fiança. O imóvel de fiador constituído como bem de família 
convencional (conforme o CC) não poderá ser penhorado. Agora, não há 
vedação para a penhora de imóvel de fiador considerado como bem de família 
apenas com base na Lei nº 8.009/90, nos termos do art. 3º, inciso VII da 
referida lei. 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução 
civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se 
movido: 
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de 
locação. 
 
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7-Questões Comentadas 
 
É hora de consolidarmos os ensinamentos da aula de hoje com um pacote de 
questões de provas anteriores, super recentes, para você colocar em prática 
aquilo que foi aprendido na parte teórica. 
Caso deseje, e sugerimos desta forma, resolva primeiro as questões que 
encontram-se no tópico 8. Assim, você terá uma melhor noção de como foi o 
estudo da teoria e, somente depois, verique os comentários que encontram-se 
neste tópico, beleza? Então, vamos lá!!!! 
 
6. (FCC/TRT 14ª Região/AJAJ/2016) Nos termos preconizados pelo Código 
Civil são considerados bens imóveis para os efeitos legais, dentre outros, 
a) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
b) o direito à sucessão aberta. 
c) os direitos reais sobre objetos móveis e respectivas ações. 
d) as energias que tenham valor econômico. 
e) os materiais provenientes da demolição de algum prédio. 
Comentários 
Letra “b”, correta. Conforme prevê o art. 80, II do CC. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
Letra “a”. Segundo o art. 83, III do CC, os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e as respectivas ações são considerados bens móveis. 
Letra “c”. Segundo o art. 83, II do CC, os direitos reais sobre objetos móveis e 
respectivas ações são consideradas bens móveis. 
Letra “d”. Segundo o art. 83, I do CC, as energias que possuam valor econômico 
são consideradas bens móveis. 
Letra “e”. A assertiva tem como fundamento legal o art. 84 do CC. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não 
forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem 
essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
 
7. (CESPE/TJ-AM/Juiz Substituto/2016) A propósito dos bens e do 
domicílio, assinale a opção correta com fundamento nos dispositivos legais, na 
doutrina e no entendimento jurisprudencial pátrio. 
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a) Possuem domicílio necessárioou legal o militar, o incapaz, o servidor público, 
a pessoa jurídica de direito privado e o preso. 
b) Pelo princípio da gravitação jurídica, a propriedade dos bens acessórios 
segue a sorte do bem principal, podendo, entretanto, haver disposição em 
contrário pela vontade da lei ou das partes. 
c) O atributo da fungibilidade de um bem decorre exclusivamente de sua 
natureza. 
d) Os rendimentos são considerados produto da coisa, já que sua extração e 
sua utilização não diminuem a substância do bem principal. 
e) Ao possuidor de boa-fé faculta-se o exercício do direito de retenção para ver-
se indenizado das benfeitorias úteis e voluptuárias, quando estas não 
puderem ser levantadas sem prejuízo ao bem principal. 
Comentários 
Letra “b”. Conforme prevê o art. 94 do CC. 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não 
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da 
manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. 
Letra “a”.. Conforme estudado na aula anterior (art. 76 do CC), a pessoa jurídica 
de direito privado não tem domicílio necessário ou legal. 
Letra “c”. Estudamos que a fungibilidade e a consuntibilidade podem ser 
convencionadas pelas partes no caso do comodato ad pompam vel 
ostentationem. 
Letra “d”. Os rendimentos são considerados frutos da coisa, já que sua extração 
e sua utilização não diminuem a substância do bem principal. 
Letra “e”. A assertiva trata de um assunto não compreendido nesta aula, mas, 
para não ficar uma lacuna, segue o art. 1219 do CC que fundamenta a 
alternativa. 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das 
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não 
lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e 
poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias 
necessárias e úteis. 
Ou seja, o valor das benfeitorias necessárias e úteis são devidos ao possuidor 
de boa-fé, independentemente da possibilidade de levantá-las. Somente a 
benfeitoria voluptuária que gera indenização caso não possa ser levantada. 
 
8. (VUNESP/Procurador-Prefeitura de Sertãozinho-SP/2016) Sobre os 
bens dominicais, é correto afirmar que 
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a) podem ser adquiridos por particulares, por meio da prescrição aquisitiva 
extraordinária. 
b) são aqueles destinados a serviço ou estabelecimento da Administração 
Pública, inclusive autarquias. 
c) não podem ser utilizados por particular, com exclusividade, por meio de 
institutos típicos de direito privado. 
d) constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público e podem ser 
alienados. 
e) são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado que prestam 
serviços de interesse público. 
Comentários 
Letra “d”. Correta, conforme arts. 99, III e 101, CC. 
Art. 99. São bens públicos: 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas 
jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de 
cada uma dessas entidades. 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, 
observadas as exigências da lei. 
Letra “a”. Incorreta, pois “Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião” (art. 
102, CC). A prescrição aquisitiva é a aquisição de um bem por conta do decurso 
do prazo, ocorrendo por meio da usucapião. 
Letra “b”. Incorreta, pois esta definição é dos bens de uso especial, conforme 
art. 99, II. 
Art. 99. São bens públicos: 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a 
serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial 
ou municipal, inclusive os de suas autarquias. 
Letra “c”. Incorreta, de acordo com o art. 99, §único, CC. 
Art. 99, Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se 
dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a 
que se tenha dado estrutura de direito privado. 
Letra “e”. Incorreta, pois são bens particulares. 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às 
pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são 
particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
 
9. (VUNESP/Juiz Substituto-TJ-MS/2015) Os bens públicos dominicais não 
estão sujeitos à prescrição aquisitiva. 
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Comentários 
O item está certo. De acordo com o art. 102 do CC, “Os bens públicos não estão 
sujeitos a usucapião”. Por meio da usucapião, ocorre a prescrição aquisitiva de 
determinado bem. 
 
10. (VUNESP/Assessor Jurídico-Procurador Geral-Prefeitura de 
Caieiras-SP/2015) Sobre a prescrição aquisitiva de bens públicos, é correto 
afirmar que: 
a) todos os bens públicos estão sujeitos à prescrição aquisitiva. 
b) apenas os bens de uso especial estão sujeitos à prescrição aquisitiva. 
c) nenhum bem público está sujeito à prescrição aquisitiva. 
d) apenas os bens dominicais estão sujeitos à prescrição aquisitiva 
e) apenas os bens de uso especial e os dominicais estão sujeitos à prescrição 
aquisitiva. 
Comentários 
Letra “c”. De acordo com o art. 102 do CC, os bens públicos não estão sujeitos 
a usucapião (prescrição aquisitiva). As demais estão incorretas pelo uso da 
expressão “apenas”. 
 
11. (FCC/TRT 9a Região/AJAJ/2015) De acordo com o Código Civil, 
a) é considerado imóvel o direito à sucessão aberta. 
b) são considerados imóveis as energias que tenham valor econômico. 
c) são considerados imóveis os direitos pessoais de caráter patrimonial. 
d) são considerados imóveis os direitos reais sobre objetos móveis. 
e) são consideradas imóveis as ações correspondentes a direitos reais sobre 
objetos móveis ou imóveis. 
Comentários 
Letra “a”. Conforme prevê o art. 80, II do CC. 
Letra “b”. Segundo o art. 83, I do CC, as energias que possuam valor econômico 
são consideradas bens móveis. 
Letra “c”. Segundo o art. 83, III do CC, os direitos pessoais de caráter 
patrimonial são considerados bens móveis. 
Letra “d”. Segundo o art. 83, II do CC, os direitos reais sobre objetos móveis 
são consideradas bens móveis. 
Letra “e”. Segundo o art. 83, II do CC, as ações correspondentes a direitos reais 
sobre objetos móveis são consideradas bens móveis. Entretanto, segundo o art. 
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80, I do CC, as ações correspondentes a direitos reais sobre objetos imóveis 
são consideradas bens imóveis. 
 
12. (CESPE/TCE-RN/Auditor Substituto de Conselheiro/2015) Com 
relação a bens, fato e negócio jurídico, julgue o item seguinte. 
A energia elétrica, considerada um bem móvel, é suscetível de apropriação 
alheia e passível de causar dano patrimonial. 
Comentários 
O item está certo. Segundo o art. 83, I do CC, as energias que possuam valor 
econômico são consideradas bens móveis. 
 
13. (CESPE/TJDFT/Juiz Substituto/2015) A respeito dos bens, assinale a 
opção correta à luz da jurisprudência pertinente. 
a) Os bens naturalmente divisíveis não se podem tornar indivisíveis. 
b) É possível a cobrança de retribuição pecuniária pelo uso comum dos bens 
públicos. 
c) Considera-se bem infungível a produção agrícola tanto de pessoa física 
quanto de pessoa jurídica. 
d) Com a abertura da sucessão, a herança incorpora-se ao patrimônio do 
herdeiro na qualidade de bem imóvel divisível. 
e) São considerados bens imóveis os direitos pessoais de caráter patrimonial e 
as respectivas ações. 
Comentários 
Letra “b”. Dispõe o art. 103 do CC que o uso comum dos bens públicos pode 
ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela 
entidade a cuja administração pertencerem. 
Letra “a”. Segundo o art. 88 do CC, os bens naturalmente divisíveis podem 
tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. 
Letra “c”. Se uma determinada produção agrícola pode ser substituída por outra 
de mesma espécie, qualidade e quantidade, então ela deve ser considerada, 
segundo o art. 85 do CC, como um bem fungível. 
Letra “d”. Segundo o art. 1791, § único do CC, desde a abertura da sucessão 
hereditária até o momento da partilha, a herança será considerada, por força 
de lei, um bem indivisível. 
Art. 1791, Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto 
à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas 
normas relativas ao condomínio. 
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Letra “e”. Segundo o art. 83, III do CC, os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e as respectivas ações são considerados bens móveis. 
 
14. (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Margarida, artista plástica, contratou a compra 
de madeira de demolição, proveniente de um prédio do centro histórico de 
Teresina. 
Sobre a situação narrada, é correto afirmar que os bens são considerados: 
a) imóveis, pois são materiais de obra pertencentes ao prédio histórico; 
b) móveis, pois, por serem provenientes de demolição, não mais integram o 
prédio; 
c) fora do comércio por falta de valor econômico; 
d) coisas abandonadas, e é possível adquiri-los por ocupação; 
e) imóveis, pois adquirem a natureza do prédio, bem principal. 
Comentários 
Letra “b”. A questão tem como fundamento legal o art. 84 do CC. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa 
qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
 
15. (FCC/TRT 1a Região/Juiz Substituto/2015) Relativamente aos bens, o 
Código Civil estabelece que 
a) constituem-se em bens móveis os materiais provisoriamente separados de 
um prédio, para nele se reempregarem. 
b) consideram-se imóveis para os efeitos legais os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e respectivas ações. 
c) são consumíveis os bens móveis destinados à alienação. 
d) consideram-se móveis para os efeitos legais o direito à sucessão aberta. 
e) os bens naturalmente divisíveis não podem se tornar indivisíveis pela 
vontade das partes, mas apenas por força de lei. 
Comentários 
Letra “c”. Vale a pena recordarmos o art. 86 do CC. 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição 
imediata da própria substância, sendo também considerados tais os 
destinados à alienação. 
Letra “a”. Segundo o art. 81, II do CC, não perdem o caráter de imóveis os 
materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. 
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Letra “b”. Segundo o art. 83, III do CC, os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e as respectivas ações são considerados bens móveis. 
Letra “d”. Conforme prevê o art. 80, II do CC, o direito à sucessão aberta é 
considerado bem imóvel. 
Letra “e”. Segundo o art. 88 do CC, os bens naturalmente divisíveis podem 
tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. 
 
16. (FCC/TRE-SE/AJAJ/2015) No tocante as diferentes classes de bens, 
considere: 
I. Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações são 
considerados bens imóveis para os efeitos legais. 
II. As energias que possuam valor econômico são consideradas bens móveis 
para os efeitos legais. 
III. Os títulos de dívida pública e de dívida particular são considerados bens 
móveis para os efeitos legais. 
IV. As árvores e os frutos pendentes não destinados ao corte são considerados 
bens imóveis por acessão natural. 
De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS 
em 
a) I e III. 
b) II, III e IV 
c) I e IV. 
d) I, II e IV. 
e) II e III. 
Comentários 
Letra “b”. 
I – Incorreta. Segundo o art. 83, III do CC, os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e as respectivas ações são considerados bens móveis. 
II – Correta. Segundo o art. 83, I do CC, as energias que possuam valor 
econômico são consideradas bens móveis. 
III – Correta. Segundo o art. 83, III do CC, os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e as respectivas ações são considerados bens móveis. 
IV – Correta. É considerado acessão natural tudo aquilo que adere ao solo 
naturalmente, a exemplo das árvores, frutos e subsolo. 
 
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