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Intervenção pedagógica mediada com metodologia ativa Team Based Learning na educação profissional

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Intervenção pedagógica mediada com metodologia ativa Team Based Learning na educação profissional: uma experiência no Instituto Federal de Brasília, campus Taguatinga 
Shirley da Silva Portes
 
Metodologias ativas de aprendizagem 
Realizando uma análise da história da educação no Brasil pode se chegar à uma concepção de que a educação brasileira é caracterizada por uma tendência pedagógica reprodutivista, na qual o aluno é posto em total dependência do professor, que detém o conhecimento e o transmite aos alunos numa aprendizagem mecânica com ênfase na repetição de conceitos e memorização de fórmulas, como afirma Vasconcelos o aluno recebe tudo pronto, não problematiza, não é solicitado a fazer relação com aquilo que já conhece ou a questionar a lógica interna do que está recebendo e acaba se acomodando. A prática tradicional é caracterizada pelo ensino no blá-blá-blante, salivante, sem sentido para o educando, meramente transmissora, passiva, a-crítica, desvinculada da realidade, desconectada. (VASCONCELOS, 1995, p.21). Segundo a concepção de Vasconcelos (1995), as práticas pedagógicas tradicionais pouco exploram a criatividade do estudante, sendo o professor o detentor da verdade absoluta, sem nenhuma interação que aproxime a sua fala da realidade vivenciada pelo aluno. Corroborando com este pensamento, Aranha (2006, p.224) afirma que “quanto à relação entre professor e aluno, a educação tradicional é magistrocêntrica, isto é, centrada no professor e na transmissão do conhecimento”. E, com o intuito de redesenhar a prática do ensino no Brasil e à luz das teorias de educadores como John Dewey e Jean Piaget, Anísio Teixeira ajudou a difundir os ideais de educação da chamada Escola Nova, que propunha um modelo pedagógico que é uma reação contra as tendências exclusivamente passivas, intelectualistas e verbalistas da escola tradicional, a atividade que está na base de todos os seus trabalhos, é a atividade espontânea, alegre e fecunda, dirigida à satisfação das necessidades do próprio indivíduo. Na verdadeira educação funcional deve estar, pois, sempre presente, como elemento essencial e inerente à sua própria natureza, o problema, não só da correspondência entre os graus do ensino e as etapas da evolução intelectual fixadas sobre as bases dos interesses, como também da adaptação da atividade educativa às necessidades psicobiológicas do momento. O que distingue da escola tradicional a escola nova, não é, de fato, a predominância dos trabalhos de base manual e corporal, mas a presença, em todas as atividades, do fator psicobiológico do interesse, que é a primeira condição de uma atividade espontânea e o estímulo constante ao educando. (LIMA el al. 2006, p.196). O movimento Escola Nova buscava a ênfase no aluno, sua participação mais efetiva e a interação como meio de construção de uma aprendizagem cognitiva, numa direção contraria à pedagogia tradicional, em que os conteúdos escolares são distantes da realidade do aluno e a capacidade cognitiva deste é trabalhada apenas em moldes de memorização, posto que o movimento Escola Nova tem como ideal uma pedagogia que leva o estudante a aprender a construir o conhecimento, considerando a sua realidade social, a sua fase de desenvolvimento e respeitando a individualidade do aluno. O mundo passou por diversas transformações sendo de suma importância que a educação as acompanhe. O perfil do aluno mudou muito e isso para atender as exigências desse novo contexto socioeconômico. Dessa forma, a escola “tem de dar conta das demandas e das necessidades de uma sociedade democrática, inclusiva, permeada pelas diferenças e pautada no conhecimento inter, multi e transdisciplinar, como a que vivemos nesse início do século XXI” (BARBOSA; MOURA, 2013, p.51). Porém, a realidade da educação brasileira ainda vai de encontro com o ideal de educação proposto por Saviani (1991, p.103) quando ele define o papel da escola como “uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber elaborado, e não no saber espontâneo, do saber sistematizado e não do saber fragmentado, da cultura erudita e não da cultura popular“, ou seja, uma educação em que o aluno detenha não só o conhecimento, mas que todo o processo de evolução desse conhecimento faça sentido também em questões do seu cotidiano em sociedade, ou seja, criando educandos ativos e produtores do seu próprio saber. Partindo desse princípio, vê-se a necessidade de práticas pedagógicas que possam contribuir efetivamente para aprendizagens mais significativas, e que atentem para o processo de ensino aprendizagem e não somente para os resultados deste processo. Estimular e desenvolver habilidades não trabalhadas favorece o uso dos recursos intelectuais e auxilia na formação de uma autonomia no caminho para a construção do conhecimento. 
O desafio da educação no século XXI tem sido inovar em suas metodologias educacionais. Alcançar práticas pedagógicas que não se limitem a um ensino tradicional obsoleto, mas que transformem o sujeito em um indivíduo crítico-reflexivo aliado a uma formação humanista, uma vez que a conjuntura socioeconômica atual, exige novas competências e novas habilidades, além dos conteúdos específicos na formação profissional. Blikstein (2010, p.3) alerta para o grande potencial de aprendizagem que é desperdiçado em nossas escolas, diária e sistematicamente, em nome de ideias educacionais obsoletas [...] É uma tragédia ver, a cada dia, milhares de alunos sendo convencidos de que são incapazes e pouco inteligentes simplesmente porque não conseguem se adaptar a um sistema equivocado ( BLIKSTEIN, 2010, p.3). Partindo dessa visão de Blikstein, pode-se considerar que as metodologias ativas podem contribuir de maneira relevante para o desenvolvimento de uma aprendizagem mais contextualizada, pois “se nossa prática de ensino favorecer no aluno as atividades de ouvir, ver, perguntar, discutir, fazer e ensinar, estamos no caminho da aprendizagem ativa (BARBOSA; MOURA, 2013, p.55) o que permite a conclusão de que as estratégias ativas oferecem ao aluno o uso ativo da sua inteligência a partir do momento em que ele lê, escreve e discute, independente do assunto, ele interage com o conteúdo assumindo um papel protagonista. À luz dessa perspectiva, encontram-se alguns métodos pedagógicos que coadunam com a estratégica utilizada na metodologia ativa, conferindo autonomia ao aluno para que ele desenvolva seu processo de construção do conhecimento, tornando-se o centro desse processo, onde a figura do professor está ali apenas como um facilitador desse desenvolvimento, como é o caso das metodologias ativas de Aprendizagem Significativa, Aprendizagem Colaborativa e a Team Based Learning (TBL), Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE). 
Mudando a educação com metodologias ativas 
 José MORÁN
 METODOLOGIAS ATIVAS NA EDUCAÇÃO 
 
A maior parte do tempo - na educação presencial e a distância - ensinamos com 
materiais e comunicações escritos, orais e audiovisuais, previamente selecionados 
ou elaborados. São extremamente importantes, mas a melhor forma de aprender é 
combinando equilibradamente atividades, desafios e informação contextualizada. 
Para aprender a dirigir um carro, não basta ler muito sobre esse tema; tem que 
experimentar, rodar com o ele em diversas situações com supervisão, para depois 
poder assumir o comando do veículo sem riscos. 
As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se 
queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que 
os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que 
tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. Se 
queremos que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas 
possibilidades de mostrar sua iniciativa. 
Desafios e atividades podem ser dosados, planejados e acompanhados e 
avaliados com apoio de tecnologias. Os desafios bem planejados contribuem para 
mobilizar as competências desejadas, intelectuais,emocionais, pessoais e 
comunicacionais. Exigem pesquisar, avaliar situações, pontos de vista diferentes, 
fazer escolhas, assumir alguns riscos, aprender pela descoberta, caminhar do 
simples para o complexo. Nas etapas de formação, os alunos precisam de 
acompanhamento de profissionais mais experientes para ajudá-los a tornar 
conscientes alguns processos, a estabelecer conexões não percebidas, a superar 
etapas mais rapidamente, a confrontá-los com novas possibilidades. 
Quanto mais aprendamos próximos da vida, melhor. As metodologias ativas 
são pontos de partida para avançar para processos mais avançados de reflexão, de 
integração cognitiva, de generalização, de reelaboração de novas práticas. 
Teóricos como Dewey (1950), Freire (2009), Rogers (1973), Novack (1999), 
entre outros, enfatizam, há muito tempo, a importância de superar a educação 
bancária, tradicional e focar a aprendizagem no aluno, envolvendo-o, motivando-o e 
dialogando com ele. 
Alguns componentes são fundamentais para o sucesso da aprendizagem: a 
criação de desafios, atividades, jogos que realmente trazem as competências 
necessárias para cada etapa, que solicitam informações pertinentes, que oferecem 
recompensas estimulantes, que combinam percursos pessoais com participação 
significativa em grupos, que se inserem em plataformas adaptativas, que 
reconhecem cada aluno e ao mesmo tempo aprendem com a interação, tudo isso 
utilizando as tecnologias adequadas. 
Os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos cada vez estão 
mais presentes no cotidiano escolar. Para gerações acostumadas a jogar, a 
linguagem de desafios, recompensas, de competição e cooperação é atraente e fácil 
de perceber. Os jogos colaborativos e individuais, de competição e colaboração, de 
estratégia, com etapas e habilidades bem definidas se tornam cada vez mais 
presentes nas diversas áreas de conhecimento e níveis de ensino. 
O articulador das etapas individuais e grupais é a equipe docente (professor/tutor) com sua capacidade de acompanhar, mediar, de analisar os processos, resultados, lacunas e necessidades, a partir dos percursos realizados pelos alunos individual e grupalmente.
MODELOS EDUCACIONAIS MAIS INOVADORES 
 
As escolas que nos mostram novos caminhos estão mudando o modelo disciplinar 
por modelos mais centrados em aprender ativamente com problemas, desafios 
relevantes, jogos, atividades e leituras, combinando tempos individuais e tempos 
coletivos; projetos pessoais e projetos de grupo. Isso exige uma mudança de 
configuração do currículo, da participação dos professores, da organização das 
atividades didáticas, da organização dos espaços e tempos. 
Nas metodologias ativas de aprendizagem, o aprendizado se dá a partir de 
problemas e situações reais; os mesmos que os alunos vivenciarão depois na vida 
profissional, de forma antecipada, durante o curso. 
Um dos muitos modelos interessantes para pensar como organizar a “sala de 
aula” de forma diferente é olhar para algumas escolas inovadoras. Por exemplo, os 
projetos das escolas Summit (Summit Schools) da Califórnia equilibram tempos de 
atividades individuais, com as de grupo; sob a supervisão de dois professores, de 
áreas diferentes (humanas e exatas) que se preocupam com projetos que permitam 
olhares abrangentes, integradores, sem disciplinas. Acompanham o progresso de 
cada aluno (toda sexta feira, conversam individualmente com cada aluno). Os alunos fazem avaliações quando se sentem preparados.2 
O ambiente físico das salas de aula e da escola como um todo também 
precisa ser redesenhado dentro dessa nova concepção mais ativa, mais centrada no 
aluno. As salas de aula podem ser mais multifuncionais, que combinem facilmente 
atividades de grupo, de plenário e individuais. Os ambientes precisam estar 
conectados em redes sem fio, para uso de tecnologias móveis, o que implica ter 
uma banda larga que suporte conexões simultâneas necessárias. 
As escolas como um todo precisam repensar esses espaços tão quadrados 
para espaços mais abertos, onde lazer e estudo estejam mais integrados. O que impressiona nas escolas com desenhos arquitetônicos e pedagógicos mais 
avançados é que os espaços são mais amplos, agradáveis. Há escolas mais em 
contato com a natureza, que têm vantagens inegáveis para projetos de ecologia de 
aprendizagem mais integral, mas também há projetos urbanos muito estimulantes 
como os do Projeto Gente, da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, em que os alunos estão em grupos e os professores circulam entre eles como orientadores.3 
Também no Rio e em Recife temos as escolas públicas do projeto NAVE - o 
Colégio Estadual Leite Lopes, no Rio, participa do Projeto Nave – Núcleo Avançado 
de Educação – que utiliza as tecnologias para capacitar alunos do ensino médio para 
profissões no campo digital. São espaços grandes, com pátios onde lazer e pesquisa se misturam.
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais
Sandra Minardi Mit, Rodrigo Siqueira-Batista, José Márcio Girardi-de-Mendonça 
Da episteme à práxis: problematização e aprendizagem baseada em problemas
A metodologia ativa tem permitido a articulação entre a universidade, o serviço e a comunidade, por possibilitar uma leitura e intervenção consistente sobre a realidade, valorizar todos os atores no processo de construção coletiva e seus diferentes conhecimentos e promover a liberdade no processo de pensar e no trabalho em equipe44,56. Nesse sentido, dois instrumentos vêm sendo reconhecidos como ativadores da integração ensino e serviço de saúde: o ensino pela problematização e a organização curricular em torno da Aprendizagem Baseada em Problemas – ABP.
O ensino pela problematização ou ensino baseado na investigação (Inquiry Based Learning) teve início em 1980, na Universidade do Havaí, como proposta metodológica que buscava um currículo orientado para os problemas, definindo a maneira como os estudantes aprendiam e quais habilidades cognitivas e afetivas seriam adquiridas. Fundamenta-se na pedagogia libertadora de Paulo Freire, nos princípios do materialismo histórico-dialético e no construtivismo de Piaget38. Essa concepção pedagógica baseia-se no aumento da capacidade do discente em participar como agente de transformação social, durante o processo de detecção de problemas reais e de busca por soluções originais. Marcada pela dimensão política da educação e da sociedade, o ensino pela problematização procura mobilizar o potencial social, político e ético do estudante, para que este atue como cidadão e profissional em formação38. Bordenave e Pereira utilizam o diagrama, denominado Método do Arco por Charles Maguerez, para representá-lo, o qual é constituído pelos seguintes movimentos (Figura 1): observação da realidade, pontos-chave, teorização, hipóteses de solução e aplicação a realidade. 
A primeira etapa é da observação da realidade. O processo ensino-aprendizagem está relacionado com um determinado aspecto da realidade, o qual o estudante observa atentamente. Nessa observação, ele expressa suas percepções pessoais, efetuando, assim, uma primeira leitura sincrética da realidade. 
Na segunda etapa, pontos-chave, o estudante realiza um estudo mais cuidadoso e, por meio da análise reflexiva, seleciona o que é relevante, elaborando os pontos essenciais que devem ser abordados para a compreensão do problem. 
Na terceira etapa, o estudante passa à teorização do problema ou à investigação propriamente dita. As informações pesquisadas precisam ser analisadas e avaliadas, quanto à sua relevância para a resolução do problema. Nesse momento, o papel do professor será um importante estímulo para a participação ativa do estudante.
Figura 1. Arco de Maguerez
Se a teorização é adequada, o aluno atinge a compreensão do problema nos aspectos práticos ou situacionais e nos princípios teóricos que o sustentam.Na confrontação da realidade com sua teorização, o estudante se vê naturalmente movido a uma quarta etapa: a formulação de hipóteses de solução para o problema em estudo. A originalidade e a criatividade serão estimuladas e o estudante precisará deixar sua imaginação livre e pensar de maneira inovadora. Deve, ainda, verificar se suas hipóteses de solução são aplicáveis à realidade, e o grupo pode ajudar nessa confrontação.
 Na última fase, a aplicação à realidade, o estudante executa as soluções que o grupo encontrou como sendo mais viáveis e aprende a generalizar o aprendido para utilizá-lo em diferentes situações. Assim, poderá, também, discriminar em que circunstâncias não são possíveis ou convenientes sua aplicação, exercitando tomadas de decisões e aperfeiçoando sua destreza.
Pedagogia de Projetos: Contribuições para Uma Educação Transformadora
Autor: Daniela Pereira de Moura	
PEDAGOGIA DE PROJETOS: PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO DOS NOVOS TEMPOS
Diante das transformações que vêm ocorrendo na sociedade moderna, a concepção de escola e sua função social precisa ser revista, repensada, pois a educação autoritária, compartimentada, com currículo fragmentado e distanciado das transformações sociais e das vidas dos alunos, onde o sujeito educando não tem autonomia e participação na construção de seus saberes, está perdendo seu significado. Esse modelo de escola vem sendo questionado o que leva a necessidade de mudança de paradigmas voltados para um ensino/aprendizagem que considerem os objetivos dos indivíduos frente a essa nova sociedade. Segundo ROSA (1994), a educação brasileira precisa mudar. Ninguém discorda desta afirmação. Vivemos, e não é de hoje o que se costuma denominar de "crise do ensino". [...] não estamos diante de uma opção, mas de uma necessidade de mudança. Mudar é questão, agora, de sobrevivência!
No mundo contemporâneo a escola tem lugar importante, mas é necessário que mudem o seu paradigma e se submetam a uma renovação permanente em termos de redefinição de sua missão e busca constante de sua identidade. Que sejam capazes de fazer a autocrítica de suas práticas e deixem de ser escolas congeladas numa postura autoritária e, por vezes até terrorista, de provas, reprovação, repetência e submissão. Modelo tirânico de destruição da auto-estima, da curiosidade, da cooperação, do respeito mútuo, da responsabilidade, do compromisso, da autonomia, do bom caráter e da alegria de aprender.
Em meio a essa crise de identidade e função social da escola, começam a surgir novas reflexões e concepções de educação que devolvam à escola o seu papel de espaço educativo e de transformação social, visando recuperar os laços entre educação escolar significativa e a prática social, conciliando aprendizagem escolar com uma formação mais integral.
É nesse contexto e dentro dessa polêmica que a discussão sobre Pedagogia de Projetos, hoje, se coloca. Isso significa que é uma discussão sobre uma postura pedagógica e não sobre uma técnica de ensino mais atrativa para os alunos.
Hoje, muito se tem falado na formação de indivíduos capazes de atuarem na sociedade de maneira participativa, crítica, reflexiva, autônoma, solidária. Pois bem, o trabalho por projetos suscita nos educandos todas essas qualidades e muitas outras necessárias a formação integral que contribua não só para a vida escolar (preparação para a vida futura) como também para a vida social do educando (que acontece no momento presente). De acordo com o artigo 1º, parágrafo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN (1996), a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
"A educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve representar a vida presente - tão real e vital para o aluno como o que ele vive em casa, no bairro ou no pátio" (DEWEY, 1897).
Com isso, Dewey quis dizer que além das preocupações em formar o aluno para ser capaz de ler, escrever, interpretar, realizar operações matemáticas, ter conhecimentos sobre as várias áreas do saber como a Física, Biologia, Química, por exemplo - preparando-o para se inserir na vida profissional - deve também se preocupar em formar os valores morais e éticos que são inerentes aos humanos, como a autonomia, a solidariedade, a coletividade, o respeito ao próximo, a auto-estima positiva, para assim se tornarem indivíduos completos.
O trabalho por projetos contribui de forma significativa para a educação nesse mundo atual, indo de encontro com as exigências da sociedade moderna, pois o trabalho por projetos envolve um processo de construção, participação, cooperação, noções de valor humano, solidariedade, respeito mútuo, tolerância e formação da cidadania tão necessários à sociedade emergente.
Trabalhar com projetos possibilita:
O resgate do educando para o processo de ensino-aprendizagem (conhecimento) através de um processo significativo;
A recuperação da auto-estima positiva do educando;
Que o educando se reconheça como sujeito histórico;
O desenvolvimento do raciocínio lógico, lingüístico e a formação de conceitos;
O desenvolvimento da capacidade de buscar e interpretar informações;
A condução, pelo aluno, do seu próprio processo de aprendizagem;
O desenvolvimento de atitudes favoráveis a uma vida cooperativa;
A realização do ensino baseado na compreensão e na interdisciplinaridade A proposta do trabalho por Projetos deve estar fundamentada numa concepção do educando como sujeito de direitos, ser social e histórico, participante ativo no processo de construção de conhecimentos e deve assegurar:
Princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum;
Princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à democracia;
Princípios estéticos e culturais da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade das manifestações artísticas e culturais;
O respeito à identidade e particularidades pessoais;
A integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais.
Com essas contribuições significativas do trabalho por Projetos o educando se insere de forma efetiva e prática na sociedade contemporânea. A educação e a prática educativa tornam-se fundamental para que o indivíduo alcance todas as condições necessárias para se tornar cidadão ativo. Com isso, a escola resgata e sustenta a sua finalidade que é formar cidadãos educados no real sentido que esta palavra implica
Em meio a essa crise de identidade e função social da escola, começam a surgir novas reflexões e concepções de educação que devolvam à escola o seu papel de espaço educativo e de transformação social, visando recuperar os laços entre educação escolar significativa e a prática social, conciliando aprendizagem escolar com uma formação mais integral.
É nesse contexto e dentro dessa polêmica que a discussão sobre Pedagogia de Projetos, hoje, se coloca. Isso significa que é uma discussão sobre uma postura pedagógica e não sobre uma técnica de ensino mais atrativa para os alunos.
Hoje, muito se tem falado na formação de indivíduos capazes de atuarem na sociedade de maneira participativa, crítica, reflexiva, autônoma, solidária. Pois bem, o trabalho por projetos suscita nos educandos todas essas qualidades e muitas outras necessárias a formação integral que contribua não só para a vida escolar (preparação para a vida futura) como também para a vida social do educando (que acontece no momento presente). De acordo com o artigo 1º, parágrafo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN (1996), a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
"A educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve representar a vida presente - tão real e vital para o aluno como o que ele vive em casa, no bairro ou no pátio" (DEWEY, 1897).
Com isso, Dewey quis dizer que além das preocupações em formar o aluno para ser capaz de ler, escrever, interpretar,realizar operações matemáticas, ter conhecimentos sobre as várias áreas do saber como a Física, Biologia, Química, por exemplo - preparando-o para se inserir na vida profissional - deve também se preocupar em formar os valores morais e éticos que são inerentes aos humanos, como a autonomia, a solidariedade, a coletividade, o respeito ao próximo, a auto-estima positiva, para assim se tornarem indivíduos completos.
O trabalho por projetos contribui de forma significativa para a educação nesse mundo atual, indo de encontro com as exigências da sociedade moderna, pois o trabalho por projetos envolve um processo de construção, participação, cooperação, noções de valor humano, solidariedade, respeito mútuo, tolerância e formação da cidadania tão necessários à sociedade emergente.
Trabalhar com projetos possibilita:
O resgate do educando para o processo de ensino-aprendizagem (conhecimento) através de um processo significativo;
A recuperação da auto-estima positiva do educando;
Que o educando se reconheça como sujeito histórico;
O desenvolvimento do raciocínio lógico, lingüístico e a formação de conceitos;
O desenvolvimento da capacidade de buscar e interpretar informações;
A condução, pelo aluno, do seu próprio processo de aprendizagem;
O desenvolvimento de atitudes favoráveis a uma vida cooperativa;
A realização do ensino baseado na compreensão e na interdisciplinaridade .
A proposta do trabalho por Projetos deve estar fundamentada numa concepção do educando como sujeito de direitos, ser social e histórico, participante ativo no processo de construção de conhecimentos e deve assegurar:
Princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum;
Princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à democracia;
Princípios estéticos e culturais da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade das manifestações artísticas e culturais;
O respeito à identidade e particularidades pessoais;
A integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais.
Com essas contribuições significativas do trabalho por Projetos o educando se insere de forma efetiva e prática na sociedade contemporânea. A educação e a prática educativa tornam-se fundamental para que o indivíduo alcance todas as condições necessárias para se tornar cidadão ativo. Com isso, a escola resgata e sustenta a sua finalidade que é formar cidadãos educados no real sentido que esta palavra implica.
 CONCEITUANDO "PEDAGOGIA DE PROJETOS"
A origem da palavra projeto deriva do latim projectus, que significa algo lançado para frente é sair de onde se encontra em busca de novas soluções. O trabalho com projetos constitui uma das posturas metodológicas de ensino mais dinâmica e eficiente, sobretudo pela sua força motivadora e aprendizagens em situação real, de atividade globalizada e trabalho em cooperação. O ato de projetar requer abertura para o desconhecido, para o não-determinado e flexibilidade para reformular as metas à medida que as ações projetadas evidenciam novos problemas e dúvidas.
A Pedagogia de Projetos é a construção de uma prática pedagógica centrada na formação global dos alunos. Para que os processos de aprendizagem aconteçam nessa perspectiva, porém, é necessário que haja uma alteração profunda na forma de compreensão e organizar o conhecimento. Essa alteração supõe uma redefinição não apenas dos conteúdos escolares, mas também dos tempos, espaços e processos educativos, bem como do agrupamento de alunos, ou seja, daquilo que conhecemos por classe ou turma, e que se constituiu historicamente como a unidade organizativa do trabalho escolar.

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