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RESUMO ETICA PROFISSIONAL AULA 5

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SERVIÇO SOCIAL (EAD-UNIVERSIDADE ESTÁCIO)
AULA 5 – INFLUÊNCIA TEÓRICO-METODOLÓGICA E FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA
Marcada pela moral conservadora, através da Doutrina Social da Igreja.
Neotomismo – ética tradicional com princípios estabelecidos na encíclica papal de Leão XIII nos postulados Rerum Novarum.
Positivismo – valorização da ordem e coesão social.
Procedimentos metodológicos em bases funcionalistas.
Princípios: bem comum (para alcançá-lo é necessário reajustar o indivíduo às demandas conjunturais sociopolíticas e aos princípios ético–morais vigentes); harmonia social (a sociedade é um todo organizado e composta por indivíduos que, desajustados, desequilibram a paz social); dignidade da pessoa humana (mais alto valor da moral conservadora e cristã) e perfectibilidade (o objetivo do homem é chegar a Deus, ser supremo e fonte de toda moral); o que pode ser observado no teor da introdução do Código, demonstrado a seguir.
“I – Moral ou ética, pode ser conceituada como a ciência dos princípios e das normas que se devem seguir para fazer o bem e evitar o mal.
II – A moral aplicada a uma determinada profissão recebe o nome de ÉTICA PROFISSIONAL; relacionada com o Serviço Social, pode ser chamada DEONTOLOGIA DO SERVIÇO SOCIAL.
III – A importância da Deontologia do Serviço Social provém do fato de que o Serviço Social não trata apenas de fator material, não se limita à remoção de um mal físico, ou a uma transação comercial ou monetária: trata com pessoas humanas desajustadas ou empenhadas no desenvolvimento da própria personalidade.
IV – A observância dos princípios da Deontologia do Serviço exigir, da parte do Assistente Social, uma segura formação em todos os ramos da Moral”
Podemos considerar como INTRODUÇÃO/CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL - APROVADO EM 29.09.1947:
Valorização da cooperação e solidariedade, com críticas ao egocentrismo e ao individualismo (moralização da questão social).
As concepções de Homem abstrata e histórica, desolado da dinâmica dos processos sociais
Liberdade subjetivada, pois os homens são livres dentro da capacidade, possibilidade e limitações de sua personalidade (entre o bem e o mal, ser livre é optar pelo bem).
Em 1947 ocorre o 1º Congresso Brasileiro de Serviço Social organizado pelo CEAS e a primeira formulação ética da profissão no Brasil, que é o 1º Código de Ética elaborado pela ABAS e aprovado em Assembléia Geral em 29 de setembro de 1947. Para alguns autores e profissionais, o Código de Ética de 1947 não pode ser considerado como tal, uma vez que a profissão de Assistente Social ainda não era regulamentada, portanto, o que o Serviço Social tinha era apenas uma diretriz de conduta ética.
O Serviço Social tem seu exercício regulamentado em 27 de agosto de 1957, pela Lei nº 3252, publicada pelo Decreto nº 994, de 15 de maio de 1962. Previa apenas os deveres impostos ao profissional, o que lhe cabia resolver. Não fazia referência alguma à perspectiva de direitos que, no âmbito de sua intervenção, o assistente social podia gozar. Relacionou os deveres impostos ao profissional, mas não fazia referência aos direitos dos assistentes socais na área de sua intervenção.
Podemos ver então a presença dos princípios da doutrina cristã neotomista e na busca do bem comum com atitudes humanitárias, vontades essas que seriam por Deus inspiradas em um senso de justiça, na moral e nos bons costumes.
Deveres do Assistente Social, conforme o Código de Ética (29.09.1947)
SECÇÃO I – DEVERES FUNDAMENTAIS
Cumprir os compromissos assumidos, respeitando as leis de Deus, os direitos naturais do homem, inspirando-se no bem comum.
Guardar rigoroso sigilo sobre o que saiba em razão de seu ofício.
Zelar pelas prerrogativas de seu cargo ou função e respeitar a função do próximo.
Recusar colaboração ou tomar qualquer atitude que seja considerada ilegal, injusta ou imoral sem justo motivo.
Manter atitudes honestas e corretas e dignificar a profissão.
Levar ao conhecimento do órgão competente (ABAS) qualquer transgressão à esse código.
Manter situação ou atitude habitual de acordo com a lei e os bons costumes.
SECÇÃO II – DEVERES PARA COM O BENEFICIÁRIO DO SERVIÇO SOCIAL
É dever do assistente social.
Respeitar a dignidade humana, inspirando-se na caridade cristã.
Nunca abandonar um trabalho sem motivo justo.
Código de Ética do Assistente Social de 1965
Deveres do Assistente Social, conforme o Código de Ética (08.05.1965)
Artigo 8º
O assistente social deve colaborar com o poder públiico, na preservação do bem comum e dos direitos individuais, dentro dos princípios democráticos, lutando inclusive para o estabelecimento de uma ordem social justa.
Artigo 9º 
O assistente social estimulará a participação individual, grupal e comunitária no processo de desenvolvimento, ajudando na correção dos desníveis sociais.
Obs:
Pluralismo (inicia-se neste código uma compreensão de que os profissionais e usuários do serviço possuem demandas, valores e projeto políticos e ideológicos diferentes, o que deve ser respeitado). 
Após dezoito anos da elaboração ética de 47, ainda não se previa direitos a esse profissional no que tange ao Código de 65.
Código de Ética do Assistente Social de 1975
Influência teórico-metodológica e fundamentação filosófica:
Reafirma os princípios do Neotomismo e rompe com a perspectiva do pluralismo.
Personalismo (ênfase no indivíduo), o objetivo era o “bem do homem”, pois assim se chegaria ao bem comum.
Aproximação da corrente filosófica fenomenológica.
Código de Ética do Assistente Social de 1986
• Ruptura com a Doutrina Social da Igreja, com o Neotomismo e  conservadorismo;
 • Aproximação mais consolidada à perspectiva marxista (aproximação, de acordo com José Paulo Netto, enviesada);
• Materialismo – histórico e dialético: o método – reflexão ética tem como suporte uma ontologia do ser social;
• Apreensão do caráter histórico da ética, dos valores e da moral;
• Concepção doe homem como sujeito histórico, social, prático e criador (não determinado pela vontade  e autoridade divina);
• Absorve o contexto sócio – político do país, que de certa forma, pressiona um (re) posicionamento do Serviço Social frente aos sujeitos e as demandas socais;
• A valorização do saber popular;
• Ruptura com o mito da neutralidade profissional – o compromisso com as classes trabalhadoras e a compreensão de que o assistente social é um trabalhador  inserido na divisão sócio- técnica do trabalho.
Deveres do Assistente Social, conforme o Código de Ética (09.05.1986)
• A devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos sujeitos sociais envolvidos. 
• O acesso às informações no espaço institucional e o incentivo ao processo de democratização das mesmas. 
• A contribuição na alteração da correlação de forças no espaço institucional e o fortalecimento de novas demandas de interesse dos usuários. 
• A denúncia das falhas nos regulamentos, normas e programas da instituição e não acatamento de determinação patronal que fira os princípios e diretrizes deste Código. 
• O respeito à tomada de decisão dos usuários, ao saber popular e à autonomia dos movimentos e organizações da classe trabalhadora. 
• O privilégio ao desenvolvimento de práticas coletivas e o incentivo à participação dos usuários no processo de decisão e gestão institucional. 
• A discussão com os usuários sobre seus direitos e os mecanismos a serem adotados na luta por sua efetivação e por novas conquistas; e a reflexão sobre a necessidade de seu engajamento em movimentos populares e/ou órgãos representativos da classe trabalhadora. 
• O apoio às iniciativas e aos movimentos de defesa dos interesses da categoria e à divulgação no espaço institucional das informações de suas organizações. 
• A denúncia de agressão e abuso de autoridade às organizações da categoria e aos órgãos competentes. 
• O apoio e/ou a participação nos movimentos sociais e organizações da classe trabalhadora. 
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