Diario de Campo Superando Obstáculos

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
Júlio César da Silva – RU 185054
PORTFÓLIO
UTA - Educação e Trabalho
MÓDULO A – FASE I
São João del-Rei/Minas Gerais
2018
Superando obstáculos
 Em São João del-Rei (MG), mais exato na Praça dos expedicionários, s/n encontra-se a Escola Municipal Maria Tereza que foi fundada há 93 anos. É um prédio antigo, porém bem conservado, com uma longa rampa de acesso cercado por flores, arbustos e grandes árvores temos acesso a portaria principal onde me deparo com um enorme portão de grades, atrás desses enormes portões estão vários indivíduos que procuram obter o conhecimento necessário para que sejam cidadãos bem sucedidos em todos os aspectos. 
 È sexta-feira, são 19h15min, ainda há uma grande movimentação de alunos e professores nos corredores, são varias salas com paredes altas e portas e janelas grandes, por instante fecho os olhos e imagino com riqueza de detalhes com era toda essa movimentação a uns 30 anos atrás. Caminhei até a secretaria, fui muito bem recebido pela diretora e pela pedagoga, me apresentei expliquei qual era meu objetivo e elas concordaram, então a pedagoga me encaminhou pra sala da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na qual eu irei acompanhar a jovens Camila. Ao entrar na sala observei um ambiente alegre, bem decorado com as letras do alfabeto e números grandes e coloridos, figuras de objetos e animais pregados nas paredes, é uma sala grande, bem arejada e muito organizada. Logo fui apresentado a ela e sua professora de apoio Patrícia que me receberam com um radiante sorriso no rosto. Camila é uma linda moça com um pouco de transtorno mental e físico, pois sofreu paralisia cerebral ao nascer, tem os cabelos longos e lisos como o de uma índia, sua pele clara e seus olhos negros fazem destacar mais ainda sua beleza, ela tem dificuldades na fala, na audição e não se movimenta da cintura pra baixo, mesmo com todas essas limitações é uma jovem sorridente e bem humorada, por onde passa esbanja simpatia encantando a todos. Ela tem 19 anos e está na primeira fase da alfabetização, ela já consegue escrever o próprio nome, consegue colorir, ainda tem muita dificuldade para ler e também com os números. A professora de apoio segue o plano de aula com as adaptações necessárias a suas limitações, faz um trabalho bem lúdico para facilitar a compreensão das letras e números, usa recortes de figuras de jornais e revistas fazendo um reconhecimento visual de objetos, bichos, plantas e outros para fazer uma assimilação entre eles com o alfabeto, Ela adora ouvir histórias, a professora de apoio lê todos os dias pra ela histórias diversificadas, ela lê historia do Brasil, do nosso Estado, da nossa Região, histórias infantil, reportagens, história de cunho religioso dentre outras variedades, com palitos de picolé, pregadores de roupas e fita adesiva coloridas a docente ensina matemática de uma forma divertida e de fácil compreensão, assim aos poucos ela vai desenvolvendo a capacidade cognitiva, sensorial e motora. Conforme LEI 13.146/2015 de 06 de julho de 2015, Art. 1o  É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. A escola ainda precisa fazer algumas adaptações necessárias para o atendimento aos portadores de deficiência física, para atender não só a Camila mas também aos outros 09 deficientes que se encontram matriculados na instituição e se encaixar nos padrões da lei conforme citado no Art. 3o  Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
 De acordo com Aranha (2001), as pessoas com deficiência eram consideradas como fracas, incapazes e lentas, ou seja, aqueles que não correspondiam ao parâmetro de existência e produção, seriam "naturalmente" desvalorizados por evidenciarem as contradições do sistema, desvendando suas limitações. Nos dias de hoje o mundo tem outra visão em relação aos portadores de deficiência, eles estão tendo mais oportunidades em todos os âmbitos comparando com o que se via nas décadas passadas, mas infelizmente ainda existem pessoas com a mente retrograda capaz de duvidar da capacidade de um deficiente, o que não podemos é deixar de provar que eles são tão capazes quanto qualquer pessoa normal.
Referencia:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000112010000100024&script=sci_arttext