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Roots - Artropodes

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
Departamento de Microbiologia e Parasitologia
 
Parasitologia
Resumo do 3° módulo.
Artrópodes.
Fernando Fernandes
ROOTS
UNIRIO 2007.1
Classe Insecta. 		 							 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
Classe Insecta.
- ou Hexapoda -
I. Ordem Anoplura (piolhos).
	1.1. Família Pediculidae.
	1.2. Família Pthiridae.
II. Ordem Siphonaptera (pulgas).
	2.1. Família Pulicidae.
	2.2. Família Rhopalopsyllidae.
	2.3. Família Tungidae.
III. Ordem Hemiptera.
	3.1. Família Reduviidae ( Subfamília Triatominae (hemípteros hematófagos).
	3.2. Família Cimicidae (percevejos de cama).
IV. Ordem Diptera.
IV. I) Ordem Díptera >> Sub-Ordem Nematocera.
	
4.1. Família Psychodidae ( Subfamília Phlebutominae. 
				 ( Subfamília Sycoracinae.
	4.2. Família Culicidae ( Subfamília Anophelinae.
	 			 ( Subfamília Culicinae.
				 ( Subfamília Toxorhynchitinae (sem importância médica).
	4.3. Família Simuliidae (insetos diminutos).
	4.4. Família Ceratopogonidae (maruins).
IV. II) Ordem Díptera >> Sub-Ordem Brachycera.
 > Infra-Ordem Tabanomorpha.
	
4.5. Família Tabanidae (mutucas).
IV. II) Ordem Díptera >> Sub-Ordem Brachycera. 
> Infra-Ordem Muscomorpha.
	
4.6. Família Sryphidae (mosca varejeira).
	4.7. Família Tephritidae (mosca de frutas).
	4.8. Família Muscudae ( Subfamília Muscinae (mosca doméstica).
				 ( Subfamília Stomoxydenae (hospedeiro intermediário de helmintos de	
							animais domésticos, raramente invade domicílios).
	4.9. Outras Famílias ( Piophilidae, Chloropidae, Tachinidae e Hiippoboscidae.
 V. Miíases.
Infestação de vertebrados por larvas de dípteros.
	5.1. Origem e evolução
	5.2. Classificação.
V.I) Espécies principais:
	5.3. Família Calliphoridae.
	5.4. Família Sarcophagidae.
	5.5. Família Oestridae ( Subfamília Cuterebrinae.
Classe Insecta. 									 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
Introdução: Classe Insecta.
- ou Hexapoda -
# Morfologia Externa
 * Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Possuem 3 pares de patas e podem, ou não, ter asas.
 * Cabeça formada por olhos, antenas e peças bucais.
 * 1 par de olhos compostos. 2 ou 3 pares de olhos simples (ocelas)
 * 2 antenas sensoriais próximas aos olhos
 * Peças bucais de funções mastigadora ou sugadora, apoiada na ponta da cabeça (clípeo).
 * Tórax formado por 3 segmentos (metâmeros): protórax, mesotórax e metatórax. Geralmente o mesotórax é o mais desenvolvido. Cada segmento possui um par de pernas.
 *Em insetos alados, 2 pares de asas ( Par anterior no mesotórax.
					 ( Par posterior no metatórax.
 * Na Ordem Díptera o par de asas posterior é atrofiado. É chamado Balancim (função de equilíbrio no vôo).
 * Abdome formado por 8 à 10 anéis. Adaptados para reprodução: 8˚/9˚ anéis. No último anel abre-se o ânus. 
# Morfologia Interna 
Sistema digestivo:
 * Intestino anterior (estomedeu): boca, faringe, esôfago, papo e abdome.
 * Intestino posterior (proctodeu): intestino delgado, intestino posterior e reto.
Sistema respiratório:
 * Sist. de tubos e traquéias ramificado.
 * Trocas gasosas sem auxílio da hemolinfa.
 * Traquéias abrem-se nos espiráculos, que por sua vez abrem-se lateralmente no tórax e abdome.
Sistema circulatório:
 * Coração no abdome bombeia sangue (hemolinfa) para o tórax pela aorta.
 * Hemolinfa = plasma + hemócitos (funções de fagocitose, secreção, coagulação e cicatrização).
 * Plasma (funções de transporte e armazenamento de nutrientes, transporte de resíduos para excreção nos túbulos de malphigi e dispersão de hormônios).
Sistema nervoso:
 * gânglio supra esofagiano ( gânglios ventrais ( filamentos nervosos.
Sistema sensorial:
 * olhos, cerdas e antenas tácteis. Também apresentam órgãos auditivos e quimiorreceptores.
Sistema reprodutor:
 * órgãos masculinos: 2 testículos, ductos eferentes, vesícula seminal, ducto ejaculatório e edeago (pênis).
 * órgãos femininos: 2 ovários, ovidutos e vagina.
# Ciclo Biológico
Maioria dos insetos é ovípara, mas algumas poucas são larvíporas. 
Tipos de evolução:
 Ametabolia: formas jovens semelhantes à forma adulta.
 Paurometabolia (ou metamorfose gradual): formas de ovo > ninfa > adulto. A ninfa apresenta mesmo habitat e habito alimentar que o adulto.
 Hemimetabolia: formas de ovo > ninfa > adulto. Sendo que a ninfa difere do adulto quanto alimentação e habitat.
 Holometabolia (metamorfose completa): formas de ovo > larva > pupa > adulto.
# Importância
 * Polinização das flores
 * Decomposição da matéria orgânica.
 * Equilíbrio biológico.
 * Produção de cera, mel e seda.
 * Fonte de alimento para peixes, anfíbios, répteis, pássaros e etc...
Classe Insecta > Ordem Anoplura.							 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
I. Ordem Anoplura.
- piolhos –
 Insetos hematófagos obrigatórios (ambos os sexos), parasitos de mamíferos, de metamorfose gradual (paurometábolos). Os insetos desta ordem podem veicular Tifo exantemático, Febre das trincheiras e Febre recorrente. Todos os estágios evolutivos, inclusive as ninfas, alimentam-se diretamente dos capilares.
 
Esta ordem contém duas famílias de importância medica: Família Pediculidae e Família Pthiridae.
Família Pediculidae: Pediculus capitis e Pediculus humanus. 
Família Pthiridae: Pthirus púbis. (chato)
# Importância 
 * Pediculose: infestação por piolhos sugadores (corpo ou couro cabeludo).
 * Pitiríase (ou fitiríase): infestação pelos “chatos”.
 * Ambas podem causar prurido, irritação local e infecções estafilocócicas secundárias (impetigo).
 * A hematofagia contínua pode causar distúrbios de sono, devido ao prurido. 
 * A picada causa dermatite e a coceira abre feridas, permitindo a entrada de patógenos.
# Morfologia
 São insetos pequenos e sem asas (apteros). Possuem aparelho bucal picador-sugador. Os ovos, conhecidos como lêndeas, são operculados e de cor branco-amarelado.
 As pernas robustas destes insetos são características. A tíbia possui um prolongamento digitiforme, que em conjunto com a garra do tarso, forma uma Pinça (= garra tarsal + processo tibial). Com esta pinça, o inseto fixa-se fortemente ao pêlo. 
 
# Biologia
 Existem duas espécies de Pediculus com comportamentos diferentes. O Pediculus capilis vive na cabeça do homem e realiza oviposição nas bases dos pêlos da cabeça. Ovos situados acima de 7mm do couro cabeludo estão mortos ou eclodidos, já que precisam do calor do corpo para eclodir. O Pediculus humanus vive no corpo e realiza oviposição nas dobras das roupas.
 O ciclo evolutivo segue, resumidamente, a seguinte seqüência: ovo > ninfa (e na terceira muda...) > adulto. Logo, são paurometábolos (ninfa com mesmo habitat e alimentação que o adulto). São 3 estágios de ninfa. 
 As ninfas de P. capilis e de Pthirus pubis atingem o estágio adulto em 15 dias, dentro de condições favoráveis.
 O Pthirus púbis é a única espécie do gênero. Geralmente encontrado na região pubiana, mas pode parasitas áreas densamente pilosas, como sobrancelhas, axilas e cabeça. Vivem aproximadamente 30 dias no hospedeiro, e seu período de incubação é de 7-8 dias. O hábito de usar pijamas para durmir contribui para o desaparecimento do chato.
# Prevalência 
 O Pediculus humanus é mais freqüente em adultos e em ambientes de clima frio.
 Já o Pediculus capilis é mais prevalente em crianças jovens (6- 13 anos), em mulheres e apresenta picos de incidência em agosto e abril (volta às aulas). A pediculose do couro cabeludo está relacionada com a espessura e o espaçamento dos fios do cabelo.
# Transmissão 
 A transmissão pode se dar por contato (coabitação, transportescoletivos, hábitos sociais e afetivos). “Chatos” (Pthirus púbis) são transmitidos por contato sexual.
 Transmissão indireta de adultos, ninfas e ovos por meio de fômites (escovas, gorros, roupas e etc...) nas espécies de P. capilaris e P. pubis é bastante limitada, já que estes têm vida curta fora de seu sitio de parasitismo. Entretanto, no caso do P. humanus, estes meio são válidos.
 
# Tratamento 
Pediculose do corpo - mergulhar roupas parasitadas em água fria com formol; tratamento das lesões cutâneas com pomadas apropriadas; aquecimento das roupas de cama e de corpo; uso de inseticidas nas vestes.
Pediculose do couro cabeludo - uso de medicamentos é contra-indicado devido à densa vascularização da região; catação manual; penteação freqüente; exposição a ar quente; raspagem de cabeça; uso de óleos, cremes, vaselina e soluções salinas no cabelo.
Classe Insecta > Ordem Siphonaptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
II. Ordem Siphonaptera.
– pulgas e bichos de pé –
 Insetos hematófagos (ambos os sexos). As pulgas na fase adulta são ectoparasitos de aves e mamíferos, enquanto na fase larvária apresentam vida livre e aparelho bucal do tipo mastigador. Do ponto de vista epidemiológico, os roedores são os hospedeiros mais importantes (são reservatórios de várias infecções).
# Importância
Como parasitos: 
 * Espoliação sangüínea. 
 * Picada causa irritação da pele, podendo provocar dermatite e reações alérgicas (ex: prurido de hebra).
 * Tunga penetrans causa lesões cutâneas. Pode veicular mecanicamente o tétano, gangrenas gasosas e esporos de fungos. 
 * A tungíase apresenta alta prevalência no Brasil, especialmente nos meses quentes e secos.
Como transmissores ou vetores: 
 * Viroses (ex: mixomatose em coelhos).
 * Doenças bacterianas (ex: peste bubônica, tifo murino, samoneloses...).
 * Dentre as doenças veiculadas, a mais importante é a peste bubônica. Os ratos são reservatórios das pulgas Xenopsylla cheopis, hospedeira da Yersinia pestis (bacilo Gram-negativo, causador da peste bubônica. Ele é capaz de sobreviver, e manter sua infectividade de 5 a 16 meses, em fezes de pulgas).
Como hospedeiros intermediários:
 * Protozoa: Trypanossoma lewisi (desenvove-se em roedores sinantrópicos – “que vivem junto ao homem”).
 * Cestoda: Dypilidium caninum (cães); Hymenolepis nana e H. diminuta (desenvolvem-se posteriormente em roedores ou no homem).
 * Nematoda: Dipetalonema reconditum (verme filarial, desenvolvimento final em cães).
# Morfologia
 São insetos pequenos, de cor castanho escuro e corpo achatado lateralmente. Não possuem asas (ápteros), com o último par de pernas adaptados para salto. Possuem aparelho bucal do tipo picador-sugador. Os machos são menores que as fêmeas e, neles, a extremidade posterior que alberga o órgão copulador espiralado é pontuda e voltada para cima. Nas fêmeas, essa porção posterior do corpo é arredondada e contém a espermateca. 
 Possuem muitas cerdas, as mais importantes (para fins taxonômicos) são as que ficam atrás das antenas e as cerdas espessas em forma de pente (ctenídeo) que ficam junto ao aparelho bucal (gena) e no pronoto (dorsal logo após a cabeça, é a primeira porção do tórax). Assim temos: ctenídeos genal e pronotal.
# Biologia
 As pulgas são hematófagas obrigatórias. As larvas vivem no solo e alimentam-se de dejeções ressecadas de pulgas adultas. Cada espécie apresenta um hospedeiro próprio, mas podem parasitar outro animal caso falte o seu preferido. Elas localizam seus hospedeiros por meio de estímulos visuais, térmicos e olfatórios. 
 O ciclo biológico das pulgas é de metamorfose completa, são insetos holometábolos. As fases são as seguintes: ovo > larva (1, 2 e 3) > pupa > adulto (♀ / ♂ = cópula) > ovo...
 Após a fecundação, a fêmea necessita de repasto sanguíneo para ovipor. O tempo de transformação pupa > adulto leva cerca de 10 dias e é influenciado pela temperatura (+ frio, demora bem mais). Pulgas apresentam uma longevidade de uma a duas semanas quando não alimentadas.
# Principais espécies
Das oito famílias existentes no Brasil, três apresentam importância médica. Suas espécies, a seguir:
Pulex irritans : Pulga que mais ataca humanos; cosmopolita (casas velhas, cinemas...); não é boa transmissora da peste bubônica; pode causar reação dérmica generalizada (pulicose). 
Diferencia-se das espécies X. cheopis e Ctenocephalides sp. por três detalhes: (a) Têm uma única cerda no occípio (parte posterior da cabeça). (b) mesopleura não dividida. (c) Espermateca das fêmeas diferente das demais espécies.
Classe Insecta > Ordem Siphonaptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
# Principais espécies (continuação...)
Xenopsylla cheopis : Pulga dos ratos domésticos e comensais; é cosmopolita e a principal transmissora da peste bubônica entre roedores domésticos. É vetor do agente do Tifo murino. É hospedeira intermediária de T. lewisi, H. diminuta e H. nana.
 Diferencia-se da X. brasiliensis pela forma das espermatecas nas fêmeas, e pro presença de cerdas próximas ao “sensilium” nos machos. Diferencia-se da P. irritans pelas seguintes características: (a) duas fileiras de cerdas no occipício, formando uma figura em “V”. (b) mesopleura dividida por uma sutura. (c) morfologia das espermatecas.
Ctenocephalides felis e Ctenocephalides canis : Pulgas de carnívoros. Apresentam dois ctenídeos evidentes (genal e pronotal). Diferenciação entre as duas espécies se dá pelo ctenídeo genal das fêmeas: O primeiro dente é bem maior que o segundo na espécie C. canis. Esta diferença é pequena pra C. felis.
São hospedeiros intermediários de Dipylidium caninum e de Dipetalonema recondidum.
Polygenis spp. : Pulgas de roedores silvestres. Diferenciam-se entre si pela morfologia da genitália. Possuem três fileiras de cerdas no occipício e duas fileiras de cerdas no abdome. Seu pênis (edeago) é enrolado, dando varias voltas.
Tunga penetrans : Pulga da areia, “bicho-de-pé”. Menor espécie de pulga conhecida. Macho e fêmea são hematófagos. Entretanto, só a fêmea penetra nos tecidos. Ela se insere na epiderme após a fecundação, aonde mantém seu hematofagismo. O abdome vai se distendendo, pela produção de ovos, ate chegar ao tamanho de uma ervilha (1 semana). Os ovos são expelidos e o corpo murcho da fêmea cai, ou é expelido pela resposta inflamatória. No solo: ovos > larvas (1 e 2) > pupa > adulto. O ciclo é fechado em cerca de 20-30 dias e diferentemente das demais pulgas, a T. penetrans apresenta apenas 2 estágios larvais.
 Os hospedeiros mais comuns são o homem, o porco, o cão e o gato. A penetração ocorre pela sola plantar, calcanhar e cantos dos dedos. Ocorrem “lesões em favo-de-mel” (lesões numerosas no calcanhar). A penetração das fêmeas causa prurido. Esta espécie realiza veiculação mecânica de tétano, micoses e gangrena gasosa.
 Os adultos habitam solos quentes, secos e arenosos, próximos a chiqueiros e peridomicílio (fontes de esterco).
A disseminação é dada por venda de esterco contaminado (diversas formas da pulga) ou por cães vadios contaminados com fêmeas grávidas, espalhando ovos pelo caminho.
 Morfologicamente, apresentam o conjunto formado pelos três segmentos torácicos mais curto que o primeiro segmento abdominal. Peças bucais com lacínias serrilhadas (aparência de serras elétricas). Apresentam fronte com um tubérculo pronunciado (tubérculo frontal). As fêmeas não hipertrofiadas apresentam os últimos 4 pares de espiráculos abdominais bem desenvolvidos.
 Profilaxia: andar calçado, uso de inseticidas em chiqueiro, uso de luvas ao manusear esterco, educação sanitária e em áreas infestadas, vacinação antitetânica.
# Controle
Métodos mecânicos: 
> Sobre animais domésticos = Catação manual do ectoparasito. Lavagem da pelagem. Escovação freqüente.
> No interior das habitações = Varrição cuidadosa (incineração da varredura). Uso de aspiradores de pó. Lavagemfreqüente da cama do animal doméstico. 
> No ambiente peridomiciliar = Varrição cuidadosa do canil (incineração da varredura). Manejo do solo e da vegetação. Evitar contato do animal com outros animais de rua.
Métodos químicos: Uso de inseticidas, reguladores de crescimento (IGRs) e inibidores de desenvolvimento.
Classe Insecta > Ordem Hemíptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
III. Ordem Hemiptera.
 Possuem aparelho bucal de forma alongada do tipo picador-sugador (probóscida ou tromba), com um par de mandíbulas e um par de maxilas. Também possuem dois pares de asas, que se sobrepõe horizontalmente no abdome. São insetos de metamorfose incompleta (paurometábolos).
 Esta ordem apresenta duas subordens: Homóptera (exclusivamente sugadores de plantas) e Heteroptera. A maioria dos heteroptera alimenta-se de seiva de vegetais (Fitófagos). Há algumas famílias que se alimentam de pequenos insetos e pequenos vertebrados (Predadores), enquanto outras se alimentam do sangue de vertebrados (Hematófagos).
# Morfologia externa
Cabeça: De forma alongada e subcônica. É dividida em parte anteocular e pós-ocular, entre as duas partes há um par de olhos globosos e compostos. 
 Na parte anteocular destacam-se as seguintes estruturas: um par de antenas tetrassegmentadas inseridas no tubérculo antenífero, o tilo (ou clípeo), a juga, o labro e uma probóscida (envolvida por um lábio trissegmentado). Na parte pós-ocular há um par de ocelos situados numa saliência.
Tórax: Dorsalmente destacam-se o pronoto (lobo anterior e posterior) e um escutelo subtriangular. 
 Ventralmente destacam-se o sulco estridulatório (presente em quase todos da família Reduviidae, inclusive nos triatomíneos; é onde a probóscida se encaixa), as patas e dois pares de asas. 
Abdome: De forma alongada e ovóide. Formado por escleritos transversais, chamados tergitos (no dorso) e esternitos (no ventre). Nos triatomíneos, a parte lateral (= conexivo) apresenta manchas claras e escuras características para cada espécie. Os dois últimos esternitos compõem a genitália.
# Classificação
Fitófagos: Probóscida reta e longa (ultrapassam o primeiro par de patas). Ausência de sulco estridulatório.
Predadores: Probóscida curta e curva; são maioria na família Reduviidae.
Hematófagos: Probóscida curta e reta; subfamília Triatominae da família Reduviidae.
3.1. Família Reduviidae → Subfamília Triatominae :
 Hemípteros hematófagos transmissores de T.cruzi. Possuem cabeça longa e fusiforme. O pescoço é nítido e une a cabeça ao tórax. Probóscida reta e trissegmentada com extremidade distal atingindo o sulco estridulatório, quando em repouso.
 São insetos de hábitos noturnos e hematófagos com reflexo de sucção. A sucção estimula a cópula, que é bem demorada. Os ovos são branco-avermelhados, ovóides e operculados.
 As antenas estão inseridas nos tubérculos antenídeos laterais (a diferenciação dos gêneros se dá pela localização dos tubérculos anteríferos em relação aos olhos). Os gêneros mais importantes dessa subfamília são:
Gênero Panstrogylus: Cabeça robusta e curta; antenas implantadas próximas aos olhos.
Gênero Triatoma: Cabeça alongada; antenas implantadas entre os olhos e o clípeo.
Gênero Rhodnius: Cabeça longa e delgada; antenas implantadas bem próximo ao clípeo.
# Ciclo Biológico
 São insetos de metamorfose incompleta (paurometábolos). O ciclo apresenta 5 fases imaturas (ninfas). Estas ingerem sangue para evoluir, podendo se infectar ou transmitir o T. cruzi. As fêmeas botam cerca de 300 ovos durante a vida. Somente os adultos são capazes de realizar a cópula, pois as ninfas não possuem órgãos sexuais completamente desenvolvidos.
# Dinâmica populacional
 A transmissão de T. cruzi por meio de dejeções necessita que o inseto esteja infectado, que existam formas tripomastigotas metacíclicas na dejeção e que haja descontinuidade da pele ou mucosa (solução de continuidade), uma vez que não há penetração ativa do parasita. 
 O tamanho da população de triatomíneos está relacionado com o número de hospedeiros. A quantidade de sangue ingerido pelo inseto em hospedeiro não-anestesiado é inversamente proporcional à densidade do inseto. Se uma ninfa de 1° estágio se alimentar uma única vez sobre um hospedeiro infectado com T. cruzi, ela poderá eliminar tripomastigotas metacíclicos em seus dejetos por toda sua vida. Por isso os estágios mais avançados apresentam taxas de infecção mais elevadas. Sabe-se que não há transmissão do T. cruzi da fêmea para os ovos, e este não é patogênico para o barbeiro.
Classe Insecta > Ordem Hemíptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
# Ecologia
 A distribuição dos triatomíneos é focal e sua densidade é controlada pela fonte de alimentação. As ninfas apresentam capacidade dispersiva lenta, porém resistem a jejum prolongado. Adultos deslocam-se pelo vôo, porém dispõem de reduzida reserva alimentar. 
 A colonização de novos ecótopos depende da plasticidade genética (facilita adaptação ao novo ecótopo) da população associada aos fatores ambientais. Triatomíneos são essencialmente silvestres, mas podem ocupar ecótopos artificiais. Populações domiciliares são muito maiores do que as silvestres, pois a casa oferece diversos esconderijos e fartura alimentar continua.
Classificação das espécies de acordo com sua importância na epidemiologia da Doença de Chagas:
Primárias: especializadas em colonizar permanentemente habitações humanas; altas densidades; antropofilia; significativas taxas de infecção pelo T. cruzi.
Secundárias: autóctones da região; ocupam ecótopos naturais e artificiais próximos das casas, associados a reservatórios silvestres e peridomiciliares; na presença de espécies primarias, não colonizam o intradomicilio.
# Principais espécies
Triatoma infestans : Principal vetor do T. cruzi na América do Sul. Corpo de cor negra com manchas amarelas no conexivo, cório e pernas. Desenvolvimento em temperaturas amenas e pouca umidade do ar. Mais comum nas regiões nordeste e sul. De hábitos noturnos. Habitam domicílios e peridomicílios (em fendas, currais, galinheiros e etc...). Controle com inseticidas de ação residual.
Panstrongylys megistus : Inseto grande, de cor negra com manchas avermelhadas na parte posterior do pronoto, escutelo, cório e conexivo. Cabeça negra e curta; olhos grandes. No Brasil, se faz presente do Pará ao Rio Grande do Sul. Hábitat doméstico, peridoméstico e silvestre (ninhos de gambá, roedores, bromélias...).
Rhodnius prolixus : Corpo castanho-amarelado com manchas castanho-escuro espalhadas. Cabeça mais longa que o pronoto e 2,5 vezes mais longa que larga. Pronoto com 6 manchas escuras longitudinais. Presente em grande parte da América Latina (principalmente Colômbia, Venezuela e Guiana Francesa).
# Controle
 * melhora habitacional intra e peridomiciliar.
 * educação em saúde (evitar desorganização intradomiciliar = esconderijos).
 * uso de inseticidas.
 * reduzir o desequilíbrio ecológico.
3.2. Família Cimicidae :
 
 Percevejos de cama. Antigamente eram raros; ressurgiram devido ao aparecimento de resistência, aumento da densidade populacional nas periferias e condições sociais baixas. Sua importância medica está relacionada com espoliação sanguínea e interrupção do sono. Morcegos são importantes hospedeiros destes insetos.
# Classificação (Subfamília Cimicinae → Gênero Cimex)
Cimex lectularius : percevejo de pequeno tamanho e cor cinza-amarronzada. Seu protórax é 4x mais largo do que alto. Suas cerdas possuem rebordas. É encontrado em todo o mundo.
Cimex hemipterus : Possuem a mesma cor do C. lectularius e são um pouco maiores que eles. Seu protórax é 2x mais largo do que alto. Suas cerdas são lisas.
# Biologia 
 * São hematófagos obrigatórios
 * São insetos de metamorfose incompleta (paurometábolos).
 * Ciclo de vida com 5 fases de ninfa.
# Controle
 * Higienedoméstica (trocar roupas de cama, varrer a casa diariamente e etc...)
 * Uso de inseticidas.
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
IV. Ordem Diptera.
 Insetos que na forma adulta apresentam um par de asas funcionais e um par de asas vestigiais (alteres ou balancins). O ciclo de vida característico deste grupo é o de metamorfose completa (holometábolos).
# Morfologia 
Cabeça : Forma subesférica. Dois olhos compostos e três ocelos. Aparelho bucal do tipo picador sugador pungitivo (hematófagos) ou sugador não-pungitivo (lambedores). Antenas diferentes entre as subordens (da Nematocera são compostas por um pedicelo longo, fino e com vários flagelos; já as da Brachycera variam).
Tórax : Pró e metatórax muito reduzidos. Dorsalmente nota-se somente o mesonoto. Asas têm origem no mesotórax. Os balancins (asas vestigiais) correspondem as asas metatorácicas. Possuem 3 pares de patas.
Abdome : Possui 10 a 11 segmentos. Destes, os últimos estão modificados, compondo a genitália.
Obs: # Ciclo Biológico → Há muita variação em relação ao meio escolhido por cada espécie para fazer a postura dos ovos e o desenvolvimento da larva.
IV.I) Sub-ordem Nematocera.
Esta sub-ordem é formada por 4 grandes famílias: Psychodidae, Culicidae, Simuliidae e Ceratopogonidae.
Obs: Há 6 subfamílias dentro da Família Psychodidae, das quais 2 se destacam por importância médica: Subfamília Phlebutominae e Subfamília Sycoracinae (fêmeas exercem hematofagia sobre vertebrados de sangue frio).
4.1. Família Psychodidae → Subfamília Phlebutominae.
 
 Corpo densamente coberto por pêlos finos. Eventualmente há escamas intermescladas sobre as asas e esternitos abdominais. A posição da cabeça forma um ângulo de 90° com o tórax. Possuem pernas compridas e esbeltas. A extremidade posterior do abdome é bifurcada nos machos e pontiaguda nas fêmeas. Probóscida curta, para picar e sugar. Não possuem ocelos.
# Morfologia dos adultos
Cabeça : Olhos semelhantes em ambos os sexos. Antenas longas e pilosas, formadas por 16 artículos. Peças bucais do tipo sugador pungitivo. Os machos apresentam mandíbulas rudimentares, não conseguem alimentar-se de sangue. O cibário (continuação da hipofaringe) apresenta dentes posteriores nas fêmeas (e, ocasionalmente, dentes vestigiais nos machos). A presença e a disposição de espinhos na armadura faringeal e faringe são importantes na diferenciação das famílias e dos gêneros.
Tórax : A coloração, a presença/ausência de cerdas e de espinhos no fêmur posterior são critérios de identificação das espécies. Já as nervuras das asas não ajudam na identificação das espécies, e sim das famílias e gêneros.
Abdome : Formado por 10 segmentos. Os 3 últimos formam a genitália externa. Nas fêmeas os segmentos de 8-10 estão telescopados para dentro do 7°. Internamente deste, encontram-se um par de espermatecas. Nos machos, a genitália externa deriva do 9° segmento. Todos os detalhes da terminália (protege o ânus do inseto) são importantes na identificação da espécie.
#Morfologia das Formas Adultas
Ovos : Alongados, elípticos, ligeiramente recurvados e de cor esbranquiçada. Dependendo da espécie, apresentam estrutura corionica (desenho) de 5 tipos diferentes.
Larvas : Apresentam 4 estagios larvais. A cabeça é escura e bem definida. O corpo é vermiforme, com 3 segmentos torácicos e 9 abdominais. Possuem pseudopodos no abdome.
Pupas : Relativamente cilíndricas. Cefalotórax sem segmentação definida e abdome com 9 segmentos. Porção posterior do abdome é envolvida pela exúvia do 4° estagio larvar.
# Classificação
Gêneros do Velho Mundo : Apenas o gênero Phlebotomus apresenta espécies transmissoras de Leishmania.
Gêneros do Novo Mundo : Apenas o gênero Lutzomyia apresenta espécies transmissoras de Leishmania.
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
#Biologia 
 Os flebotomíneos se desenvolvem no solo úmido, mas não molhado, ou em detritos ricos em matéria orgânica em decomposição. O ciclo biológico desta subfamília é estudado apenas em laboratório:
Adulto > ovos > larvas (4 estágios) > pupa > eclosão dos adultos. (O ciclo, no verão, dura de 45-60 dias).
 Só as fêmeas são hematófagas, mas não são antropofílicas, e sim oportunistas. Apresentam hábitos noturnos, “agindo” durante o dia em ambientes escuros. Ocorrem nos trópicos durante o ano todo. Nas zonas temperadas, todos os adultos morrem durante o inverno. Fracos voadores, de vôos curtos e silenciosos.
 Flebotomíneos adultos necessitam de carboidratos para seu crescimento e para o desenvolvimento dos promastigotas de Leishmania em seu trato digestivo. Suas principais fontes de açúcar são a melesitose e a frutomaltose (ambos constituintes da substancia pegajosa excretada pelos afídeos - ou pulgões). Poucas espécies estão adaptadas a ambientes domésticos e peridomésticos.
# Importância médica
Infecções viróticas : Febre de três dias, causada por Phlebovirus, no velho mundo. Vesiculovirus pode causar encefalite no homem.
Infecções bacterianas : Febre de Oroya, também chamada Moléstia de Carrion (ou “verruga peruana”), causada pela Bartonella bacilliformis.
Protozoários parasitos : Transmissão das Leishmanioses. Flebotomíneos são suscetíveis à infecção por Leishmania, Trypanosoma e Endotrypanum.
# Proteção contra picadas de fêmeas de Flebotomíneos
 Mosquiteiro especial impregnado de inseticida ou repelente. Uso de roupas protetoras por caçadores. Uso de repelentes nas roupas e na pele (nas roupas é mais eficaz que na pele).
4.2. Família Culicidae.
 Família de grande adaptabilidade biológica, variabilidade genética e valência ecológica. Possuem enorme dispersão, sendo encontrados de regiões árticas ate as equatoriais. Durante o hematofagismo, o inseto perturba o sono do hospedeiro, espolia o sangue do mesmo e transmite doenças. É a família com o maior numero de insetos. São popularmente conhecidos como mosquitos, pernilongos, muriçocas e etc.
Obs: Em alguns estados brasileiros a Musca domestica é erroneamente chamada de mosquito. Ela é uma mosca.
# Morfologia
Caracteres que identificam a Família: Corpo e asas cobertos por escamas. Possuem a terceira veia longitudinal (R4 + 5) reta e colocada entre 2 veias forquilhadas. Escamas de tonalidade uniforme ou diferente (importante na diagnose das espécies).
Adultos: Antenas plumosas no macho e pilosas na fêmea. Ausência de ocelos. Fêmeas com aparelho bucal picador-sugador pungitivo e machos do tipo sifonador-sugador. Palpos nítidos, com tamanho variável entre as tribos. Tórax, pernas, asas e abdome revestidos por escamas. Pernas longas.
# Ciclo Biológico (holometábolo; com quatro estágios de larva)
 Após o repasto sanguíneo, a fêmea realiza a oviposição, que pode ser realizada: (a) ovos isolados sobre a água; (b) ovos isolados e fora d’água, na parede do recipiente; (c) ovos unidos em forma de “jangada” sobre a água. Os ovos originam as larvas, que se movimentam ativamente e alimentam-se de plâncton. A larva de 4° estágio torna-se uma pupa, que não se alimenta, mas respira e movimenta-se ativamente. Esta fase dura de 1 a 3 dias e a pupa dá, então, liberdade ao adulto. 
 O adulto emerge pelo cefalotórax (da pupa) e fica em repouso ate que haja enrijecimento da quitina e dos músculos, permitindo seu vôo ate um abrigo com pouca luz, ausência de vento e alta relatividade do ar. Do abrigo, os mosquitos dispersam-se para se alimentar e/ou copular. Após a cópula, a fêmea alimenta-se de sangue uma ou mais vezes e faz a oviposição no mesmo tipo de criadouro onde nasceu.
# Hábitos
 Os culicídeos apresentam boa capacidade de dispersão ativa (vôo) e passiva (correntes aéreas e veículos). As fêmeas são hematófagas e também alimentam-se de açúcar; enquanto os machos só se alimentam de açúcares. O sangue auxilia na maturação dos ovários e na nutrição. Geralmente, a hematofagia é crepuscular, mas pode acontecer emqualquer período de acordo com a espécie. 
 Há espécies silvestres, domesticas e indiferentes. A atração à longa distancia, pelos hospedeiros vertebrados, é determinada por estímulos olfativos (ac. Lático, CO2, octenol). Há espécies zoófilas, antropofílicas e ecléticas.
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
# Classificação
 A Família Culicidae apresenta três subfamílias: Subfamília Anphelinae, Subfamília Culicinae e Subfamília Toxorhynchitinae (única das três sem importância médica; apresentam probóscida recurvada, ou seja, não são hematófagos).
4.2.1. Família Culicidae 
→ Subfamília Anophelinae.
Subfamília envolvida na transmissão da malária. Apresenta os Gêneros Anopheles e Chagasia.
# Principais Espécies
Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi : Maior transmissor de malária no Brasil. Altamente adpatado a ambientes domésticos. Só não é encontrado nas regiões áridas e secas do Nordeste, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As larvas deste subgênero evoluem em águas paradas ou de pequena correnteza.
Anopheles (Nyssorhynchus) aquasalis : Encontrado em regiões costeiras do Brasil, exceto no sul. É um vetor secundário de elefantíase no Pará. (Sobre larvas... Idem ao de cima)
Anopheles (Nyssorhynchus) albitarsis : Espalhada em habitações humanas. É um vetor potencial, sem grande importância epidemiológica. (Sobre larvas... Idem ao de cima)
Anopheles (Kerteszia) cruzii : Espécie silvestre, nativa do sul do país. As larvas deste subgênero evoluem exclusivamente em águas acumuladas em bromélias. 
Anopheles (Kerteszia) bellator : Espécie silvestre, nativa do sul do país. (Sobre larvas... Idem ao de cima)
4.2.2. Família Culicidae 
→ Subfamília Culicinae.
Os Gêneros de importância médica são: Culex, Aedes e Haemagogus.
# Principais Espécies
Culex quinquefasciatus : Espécie transmissora da Filariose bancroftiana, podem transmitir arbovirus, altamente antropofílica, de hábitos noturnos e comum em áreas tropicais. A postura de ovos acontece em águas poluídas, nas redondezas das habitações. Nota-se manchas amarelas nas junções articulares dos fêmures.
Aedes aegypti : Espécie transmissora da Febre amarela urbana e da Dengue. Cosmopolita, de hábitos diurnos e antropofílico (na falta de humanos, pica animais). Esconde-se atrás de moveis e em lugares escuros. Só é encontrado em lugares quentes e úmidos. Sua disseminação se dá através de ovos depositados em pneus e de formas adultas que se abrigam em veículos. 
Aedes albopictus : Potencial transmissora de dengue no Brasil. De hábitos diurnos e trofismo eclético. Apresenta grande variedade ecotópica e alta suscetibilidade a vírus. Devido a sua coloração, é conhecido como “Tigre asiático”.
Haemagogus capricornii : Transmissora da Frebe amarela silvestre. Espécie que vive no alto das copas de arvores e possui trofismo eclético. 
# Combate à larva (Família Culicidae...)
Controle químico : Antigamente, usavam-se substâncias oleosas na superfície da água, arseniacal e DDT. Atualmente, usa-se larvicidas organofosforados, carbamatos e piretroides (produts que inibem o desenvolvimento do mosquito).
Controle físico : Modificação ou remoção dos criadouros de larvas. No caso de criadouro grande (brejo, pântano): destruição e engenharia sanitária.
Controle integrado : Consiste em integrar 2 ou mais métodos simultaneamente ou seqüencialmente, reduzindo custos e otimizando resultados. Campanhas de conscientização da população para destruir criadouros. Para o Culex quinquefasciatus (vive em águas poluídas), o uso de lagoas de oxidação.
Controle biológico : Uso de predadores (planarias, microcrustáceos, larvas de mosquitos e peixes larvíporos). Uso dos helmintos da Família Memithidae no combate ao Anopheles albimanus. Uso de protozoário (Hedhzardia aedes) no combarte ao Aedes aegypti. Uso de fungos em água límpida (especialmente contra larvas de Culicidae). Bactérias Bacillus sphaericus contra larvas de Culex e Bacillus thuringiensis no combate aos mosquitos (resultados experimentais muito bons).
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
# Combate ao adulto (Família Culicidae...)
Proteção pessoal : Telas nas janelas. Mosquiteiros com ou sem repelentes. Uso de repelentes na pele.
Inseticidas : Residual, fumacê e aerossóis de ultrabaixo volume.
Controle comportamental (atraente) : Atração e captura dos insetos em armadilhas. Uso experimental para monitorar fêmeas grávidas de Aedes aegypti.
4.3. Família Simuliidae. (borrachudos)
 Insetos diminutos conhecidos como borrachudos, “buffalo-flies”, piuns.... Possuem aparência de mosca, probóscide curta (do tipo pungitiva), antenas formadas por 11 artículos (em forma de chocalho de cascavel). Possuem corpo robusto e de cor escura. As asas são membranosas, com nervuras anteriores fortes e sem escamas. Durante o desenvolvimento, a passagem pelas formas imaturas (ovo, larva e pupa) acontecem exclusivamente dentro de água corrente (ambiente lótico). A picada da fêmea deixa um hematoma punciforme. São insetos cosmopolitas. 
# Importância 
 Realizam espoliação sangüínea. Transmitem Síndrome Hemorrágica do Altamira, oncocercose e mansolenose.
No Brasil, a mais importante é a transmissão de oncocercose. 
A eficiência dos simulídeos na transmissão de oncocercose depende de: 
a) Capacidade hospedeira : Morfologia do aparelho bucal (presença ou não de armadura cibarial; os dentes cibariais danificam as microfilárias ingeridas durante o repasto sanguíneo, diminuindo a capacidade hospedeira).
Densidade do parasito na pele o hospedeiro. A saliva de algumas espécies atrai mais microfilárias do que as outras (concentração relativa). Tempo de formação da membrana peritrófica.
b) Capacidade vetorial : Potencial de transmissão anual (n° de picadas por ano). Sazonalidade, densidade de picadas diárias, preferência tropica da picada, estado de desenvolvimento dos ovários, grau de zoofilia, duração da picada.
# Biologia
 Machos apresentam olhos compostos holópticos (unidos), enquanto as fêmeas apresentam olhos compostos dicópticos (separados). Hematofagismo diurno, formando nuvens de insetos, ao amanhecer e a tardinha. Fêmeas necessitam de sangue de mamíferos ou aves para maturação dos ovários. Ovos colocados sobre a superfície da água ou ligeiramente abaixo desta. Ass fêmeas realizam varias posturas (100-500 ovos/oviposiçao). Os adultos podem voar grandes distancias (+- 25milhas). O ciclo completo dura 3-4 semanas em clima tropical e 4-8 em temperados. Apresentam de 4 a 9 estágios larvais (em geral 7).
# Classificação
No Brasil, as seguintes espécies estão envolvidas na transmissão de oncocercose: 
Simulium guianense || Simulium incrustatum || Simulium oyapockense || Simulium exiguun. 
# Controle
Criadouros de difícil acesso : Rochas submersas e vegetação d rio ou riacho. O “habitat” dificulta o combate aos estágios imaturos.
Controle mecânico : Raspagem dos troncos e rochas contendo formas imaturas.
Controle químico : Uso de produtos químicos biodegradáveis (podem atingir outros insetos).
Controle biológico : Uso de Bacillus thuringiensis variação israelensis no combate as larvas.
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
4.4. Família Ceratopogonidae. (maruins)
 Conhecidos como “maruins”. Possuem antenas plumosas nos machos e pilosas nas fêmeas. Corpo escuro e pequeno. Aparelho picador-sugador pungitivo. Picadas muito dolorosas, devido a sua saliva alergênica. Asas manchadas com veias anteriores mais desenvolvidas que as posteriores. Abdome curto. Antenas mais longas que o tórax, com 13-14 artículos. Cabeça dirigida para baixo. Genitália externa pouco desenvolvida nas fêmeas e bem evidente nos machos.
# Importância 
 A espécie mais estudada é a Culicoides paraensis; ela tem distribuição geográfica dos Estados Unidos até Argentina, é o vetor da FebreOropouche e de helmintos de Mansonella. Ataques maciços (às vezes em “nuvens”) a humanos e animais domésticos. A picada pode produzir reações cutâneas graves, semelhantes a eczema. Possbilidade de causarem a introdução e dispersão de vírus perigosos no Brasil, como o da doença bovina “blue tongue”.
# Biologia
 A oviposição é noturna, ocorre sobre plantas, superfície da lama ou de solo úmido. A larva é muito ativa, alimenta-se de matéria vegetal em decomposição. Ela só se desenvolve em locais com água e bastante matéria orgânica (córregos, lama, buracos de árvore, locais de maré). O ciclo possui 4 estágios larvais. A fertilização 
acontece nas “nuvens” de insetos. Depois da cópula a fêmea precisa se alimentar de sangue. Fêmeas não voam a grandes distancias do criadouro.
# Principais espécies Culicoides maruins || C. reticulatus || C. debilipalpis
 no Rio de Janeiro
# Controle
 Os inseticidas se mostram ineficazes devido à complexidade de seus criadouros. Uso de telas comuns impregnadas com inseticidas. Uso de repelentes. Modificações dos criadouros por meio de aterros, drenagens ou alagamentos súbitos, para matar as formas imaturas.
IV. II) Sub-Ordem Brachycera.
Moscas. Dípteros com antenas apresentando 3 segmentos
Esta Sub-ordem possui 2 Infra-ordens: Tabanomorpha e Muscomorpha.
 4.5. Infra-Ordem Tabanomorpha → Família Tabanidae.
 
 A antena apresenta três artículos, e o 3° (último) é anelado ou em forma de estilete. Cabeça mais larga que o tórax. Olhos grandes, dicópticos (separados) nas fêmeas e holópticos (unidos) nos machos. A tromba é adaptada para picar e sugar. O tórax apresenta asas com ou sem manchas. Abdome com 7 segmentos, mais largo que o tórax. Genitália inconspicua.
# Importância
 * Transmissão mecânica da anemia infecciosa dos eqüinos.
 * Transmissão mecânica do Trypanosoma equinum (mal-das-cadeiras).
 * Veiculação dos ovos de Dermatobia hominis (berne).
 * Hematofagia voraz das fêmeas, atacando eqüinos, bovinos, cães e, às vezes, ate humanos.
# Classificação
Os gêneros mais comuns são:
Fidena : grandes, asas escuras, antenas curtas e probóscida longa.
Chrysops : pequenas, asas manchadas, antenas relativamente longas e probóscida curta.
Tabanus : medias a grandes, asas claras, com pequenas manchas, antenas curtas e probóscida pequena.
# Biologia (larvas predatoras)
 Raramente invadem casas ou estábulos. Oviposição ocorre em pedras ou folhas de plantas aquáticas em água parada ou lama. As larvas caminham para água e se alimentam de minhocas, de larvas de outros dípteros e de vegetais (predatoras). As larvas podem picar mãos e pés de plantadores (arroz em pântanos, por exemplo). O estagio larval é longo, e a larva madura migra para ambientes secos e vira pupa. O adulto emerge pelo cefalotórax da pupa.
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
# Biologia (continuação Família Tabanidae)
 A emergência do adulto é sazonal (meses quentes e chuvosos). O adulto voa para abrigo próximo aos criadouros. A picada é dolorosa, o que causa uma reação do hospedeiro, interferindo no repasto hematofágico. Após saírem, as moscas deixam um orifício na pele do hospedeiro por onde saem gotículas de sangue, e então elas retornam para completar o repasto sanguíneo. 
# Combate
 Uso de repelentes nas partes descobertas do corpo. Uso de inseticidas nos animais. Armadilhas colorida para atrair as moscas. Controle biológico com hemípteros do gênero Telenomus, que atacam os ovos da Família Tabanidae.
IV. II) Sub-Ordem Brachycera → Infra-ordem Muscomorpha.
 São considerados os “dípteros superiores”. Possuem antena trissegmentada, na base do 3° segmento há uma estrutura cediforme denominada arista (pode ser nua ou munida de pequenos pêlos). Olhos dicópticos (separados) nas fêmeas e holópticos (unidos) nos machos. Adultos emergem da pupa por uma fenda circular (ciclofarra). Larvas são cilíndricas, possuem extremidade anterior afilada e com dentes, extremidade posterior romba (ou truncada) e munida de espiráculos respiratórios. A larva locomove-se por movimentos ondulatórios e seu corpo, geralmente, apresenta 12 segmentos (não possui pés).
# Importância biológica : Polinizadoras, decompositoras de matéria orgânica, fonte de alimentos para diversosanimais, predadoras de larvas de borboletas e besouros.
# Importância medico veterinária : Insetos sinantrópicos (capacidade de freqüentar ambientes rurais, urbanos e silvestres). Importunação de humanos e animais (provocam deambulação e realizam hematofagia). São agentes de miíases.
# Particularidades morfológicas : Sutura frontal(ou ptilineal) em forma de “U” na cabeça. Presença da calíptera (ou esquâmula), que é uma dobra da asa na sua porção basal, de cor leitoa ou transparente e recobre o balancim. 
4.6. Família Syrphidae.
 Moscas de meio a grande porte, conhecidas como moscas varejeiras. Apresentam uma “nervura espúria” nas asas. Permanecem paradas no ar, voando. Úteis na polinização das flores e a degradação da matéria orgânica. A espécie Eristalis tenax pode, raramente, causar miíase intestinal no homem. 
4.7. Família Tephritidae.
 Mosca das frutas (bicho de goiaba). Moscas de porte médio. Ceratilis capitala (mosca do mediterrâneo), mosca cosmopolita que ataca frutas. Esta espécie pode causar miíase intestinal acidentalmente se larvas forem ingeridas com as frutas
4.8. Família Muscidae.
 Dípteros de tamanho meio e cor escura. Possuem ornamentos no mesonoto e no abdome. Calipteras (dobra na porção basal da asa...) desenvolvidas. Hipopleura sem cerdas. Machos e fêmeas são dicópticos (olhos separados). Aparelhos bucais picadores ou sugadores.
Esta família é dividida em 2 subfamílias conforme o aspecto do aparelho bucal:
Subfamilia Muscinae : aparelho bucal sugador. Musca domestica.
Subfamilia Stomoxydenae : aparelho bucal picador-sugador. Stomoxys calcitrans, Haematobia irritan e Glossina palpalis.
# Subfamília Muscinae → Musca domestica.
Morfologia : Cor geral acinzentada, com 4 faixas longitudinais negras no mesonoto. Abdome com reflexos amarelados e uma faixa negra na porção mediana longitudinal dorsal. Probóscida robusta, flexível e sugadora. Possuem arista (na base da antena) plumosa, com cerdas longas (dorsais e ventrais).
Biologia : Distribuição geográfica mundial. Alto índice de sinantropia e endofilia (afinidade por interiores residenciais). Mais comum em ambientes com condições sanitárias deficientes. Ciclo holometábolo (metamorfose completa). Ovos colocados em massa sobre matéria orgânica fermentável (lixo, fezes...).
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
# Subfamília Muscinae → Musca domestica. (continuação)
Biologia : Ovos eclodem e liberam larvas, que passam por 3 estágios. Larvas movimentam-se ativamente e se alimentam de bactérias. Elas transformam-se em pupas em ambientes mais secos. As moscas emergem da pupa com auxílio da “ampola ptilineal”. Adultos voam grandes distancias e se alimentam de grande variedade de substancias animais e vegetais, principalmente os açucarados. Eles defecam em intervalos freqüentes.
Importância : Veiculação de patógenos através da regurgitação alimentar (alimetam-se de fezes, feridas ou animais mortos e depositam a saliva contaminada em humanos). Também através de veiculação mecânica (patógenos aderidos às patas e cerdas). A M. domestica é hospedeira intermediaria de helminto de importância veterinária. Os dejetos da mosca raramente são fontes de infecção humana, pois, embora possa estar contaminada, as moscas usualmente defecam nas paredes, teto, fios e etc...
# Subfamília Stomoxydenae → Stomoxys calcitrans.
Diferenças em relação a M. domestica : Probóscida rígida adaptada a hematofagia. Crista pectinada (apenas cerdas dorsais). Abdome com três manchas escuras, dorsais. Raramente invade domicílios.
Biologia : Adultos exclusivamente hematofagicos,em ambos os sexos. Criadouros preferenciais são as fezes de eqüinos e galinheiros.
Importância : Hospedeira intermediaria de helmintos de animais domésticos. Transmissão mecânica de patógenos. Hematofagia grave (picadas dolorosas, ataques maciços, grandes fendas, animais deixam de comer e podem morrer).
# Subfamília Stomoxydenae → Haematobia irritans
Biologia : Adultos hematófagos (machos e fêmeas) e ectoparasitos permanentes do gado. Mosca acompanha o gado e ovipõe sobre suas fezes frescas. O clico tem três estágios larvais. A dispersão se dá principalmente de modo passivo (pousada sobre os animais).
Controle : Inseticidas sistêmicos sobre bovinos. Besouros e porcos coprófagos (tornam as fezes impróprias para larvas).
# Subfamília Stomoxydenae → Glossina
 Gênero exclusivo da África. Algumas espécies transmitem a doença do sono (uma tripanossomíase). Hábitos hematofágicos diurnos (machos e fêmeas). Fêmeas larvíparas (larvas desenvolvem-se no interior de estrutura semelhante ao útero e são eliminadas quando prestes a se transformarem em pupas).
4.9. Outras Famílias (da infra-ordem Muscomorpha)
Fam. Piophilidae : Moscas escuras. Pragas de queijos e carnes.
Fam. Chloropidae :Moscas diminutas com grande triangulo ocelar afastando os olhos. Disseminação de vírus bactérias e etc... Vetor de tracoma, conjuntivites, mamites e ulceras cutâneas. Larvas se criam em vegetais em decomposição. Ciclo holometábolo. 
Fam. Tachinidae : Altamente cosmopolitas. Maior número de espécies da infra-ordem Muscomorpha. Hábitos parasitários (larvas depositadas sobre larvas de outros insetos. Moscas cobertas por cerdas.
Fam. Hippoboscidae : Não realiza postura de ovos. Ovos são armazenados em uma espécie de útero, onde as larvas eclodem e se desenvolvem; quando estão prestes a se pupar, são expelidas para o exterior.
# Controle da infra-ordem Muscomorpha
 Coleta e tratamento do lixo urbano. Recolhimento do esterco ou espalhar as fezes em camadas delgadas. Uso de marrecos, que revolvem o esterco a procura de larvas. Uso de inseticidas em barbantes ou fios onde as moscas pousam. No geral, inseticidas são caros, as moscas desenvolvem resistência e os inimigos naturais são eliminados.
Processo biotérmico: Amontoamento de esterco e posterior abafamento, para elevar a temperatura e matar ovos e larvas.
Controle biológico : Parasitóides, fungos e coleópteros.
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
V. Miíases.
 Infestação de vertebrados por larvas de dípteros que, pelo menos durante certo período, alimentam-se de tecidos vivos ou mortos do hospedeiro, de suas substâncias corporais liquidas ou do alimento por ele ingerido.
# Origem e evolução
Raiz Saprofágica : Espécies que normalmente se alimentam de matéria orgânica em decomposição passaram a ser atraídas por tecidos animais em decomposição (ex: animais mortos). Posteriormente, estas espécies passaram a depositar seus ovos em tecidos necrosados de animais vivos, onde as larvas se alimentavam, produzindo miíases secundárias. Finalmente algumas espécies passaram a se alimentar de tecidos vivos, produzindo as miíases primarias. Nesses casos as larvas não são capazes de penetrar na pele integra, necessitando de uma lesão inicial para começar o processo. São as chamadas miíases traumáticas.
Raiz Sangüinívora : Larvas de moscas normalmente saprofágicas podem tornar-se predadoras facultativas de outras larvas, quando há escassez alimentar. O passo seguinte seria a larva passar a perfurar a pele de aves e mamíferos para sugar-lhes o sangue. Por fim, penetrariam através da pele, indo se alojar no tecido subcutâneo do hospedeiro, tornando-se um parasito obrigatório.
# Classificação
Obrigatórias : Miíases primarias. Larvas de dípteros que naturalmente se desenvolvem sobre ou dentro de vertebrados vivos.
Facultativas : Miíases secundárias. Larvas de dípteros que normalmente se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição, mas eventualmente podem atingir tecidos necrosados de um hospedeiro vivo.
Pseudomiíases : Larvas de dípteros ingeridas com alimentos e que passam pelo tubo digestivo sem se desenvolver, mas podendo ocasionar distúrbios pouco graves. Anteriormente eram conhecidas como miíases acidentais.
V.I) Principais espécies:
5.1. Família Calliphoridae.
# Cochiomyia hominivorax (mosca varejeira)
Morfologia : Mosca robusta, de cor verde com reflexos azul-metálico no tórax e abdome. Três faixas longitudinais negras no mesonoto. Olhos vermelhos, cabeça amarela e pernas alaranjadas. Larvas têm cor branco-amareladas, dois estigmas respiratórios na extremidade posterior e traquéias bem pigmentadas até o 4° segmento larvar.
Biologia : São excelentes voadoras. Abundantes em climas quentes e frios. Realizam uma única cópula. Oviposição acontece em aberturas naturais do corpo (narina, vulva, ânus...) ou em fendas na pele (feridas recentes, incisões cirúrgicas...). Após a eclosão, as larvas alimentam-se vorazmente, destruindo os tecidos. As larvas sofrem 2 mudas (ou seja, 3 estágios larvais), e só são encontradas em tecido vivo. Quando maduras, as larvas caem no solo, enterram-se na terra e viram pupa. As pupas liberam os adultos e estes se alimentam de néctar, sucos de frutas e secreções de feridas.
Controle : Criação em laboratório de machos inférteis. Machos eram soltos na natureza e copulavam, produzindo ovos inférteis (eram inférteis, porém potentes). Como as fêmeas só copulam uma vez, o mecanismo se mostrou efetivo em experimentos no sul dos Estados Unidos.
# Cochliomyia macellaria
Diferenças em relação a C. hominivorax : Nos adultos, o esclerito (chamado basicota) é de cor clara, enquanto na C. hominivorax é negro. Nas larvas, a traquéia é pigmentada até metade do 1° segmento larvar. As larvas são encontradas em tecidos necrosados ou cadáveres. O ciclo biológico é semelhante ao anterior, exceto a oviposição, que é feita e fendas necrosadas ou cadáveres.
# Lucilia
 As moscas deste gênero possuem tamanho médio. Corpo todo verde-metálico, acobreado ou com reflexos-azuis. São agentes de miíases necrobiontófagas.
Classe Insecta > Ordem Diptera.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
# Chrysomya
Morfologia : Moscas robustas e de cor verde-metálica. Cerdas mesotonais pouco desenvolvidas. Duas faixas transversais escuras no mesonoto e três no dorso do abdome.
Biologia : Atualmente, estão espalhadas no mundo. São vetores potencias de patógenos intestinais, pois alimentam-se das fezes humanas e de outros animais. Elevada sinantropia e elevada capacidade reprodutiva. 
5.2. Família Sarcophagidae.
Morfologia : Moscas de médio a grande porte. Cor acinzentada. Três faixas negras longitudinais no mesotórax. Abdome axadrezado. Larvas são branco-amareladas, com estigmas respiratórios em depressões e cada espiráculo apresenta 3 fendas retas e paralelas.
Biologia : Fêmeas larvíporas. Depositam as larvas em cadáveres, matéria orgânica vegetal em decomposição, fezes e feridas necrosadas, neste caso, até 50 larvas por ferida....). Ciclo semelhante aos anteriores.
Tratamento : Limpeza das feridas. Anestesia local. Retirada das larvas com uma pinça. Tratamento da ferida com bacteriostático.
5.3. Família Oestridae → Subfamília Cuterebrinae.
 Moscas grandes e robustas, exclusivas do Novo Mundo. Os adultos possuem vida curtíssima, de 5-20 dias (apenas o suficiente para cópula e oviposição) e vivem em ambientes florestais. Larvas denominadas berne (“ura” ou “trorsalo”). Nas moscas do gênero Cuterebrinae, o aparelho bucal é atrofiado, uma vez que a alimentação e a formação de reservas nutritivas acontece na fase larvar.
# Dermatobia hominis (mosca-berneira)
Morfologia : Mosca robusta, com aparelho bucal atrofiado. Parte superior da cabeça e olhos marrons, parte ventral castanha. Tórax cinza-amarronzado com manchas longitudinais escuras. Abdome azul-metálico. Asas grandese castanhas. Larva : grande, em forma de “pingo d‘água” e com espinhos curvos sobre o corpo.
Biologia : Adultos não se alimentam e copulam logo após o nascimento. A fêmea captura um inseto hematófago e deposita os ovos sobre seu abdome. Quando os ovos estão maduros e o inseto veiculador vai alimentar-se, as larvas saem rapidamente do ovo e penetram na pele sã ou lesada do hospedeiro. A larva alimenta-se dos tecidos do hospedeiro e sofre 2 mudas (ou seja, 3 estágios larvais). Então ela abandona o hospedeiro e se enterra no chão, onde se transforma em pupa. A pupa liberta o adulto.
Tratamento : Nos animais é recomendado o uso de produtos fosforados sobre a pele (preventivo). 
No homem o tratamento é a retirada do berne: 
 * Raspar os pêlos da região.
 * Tampar a fenda co m esparadrapo e deixar por uma hora. Posteriormente, retirar o esparadrapo.
 * Se o berne não estiver aderido a ele, retirá-lo por compressão.
 * Tratamento da ferida com bacteriostático local.
Classe Arachnida > Ordem Acari.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
Classe Arachnida – Ordem Acari.
VI. Sub-Ordem Ixodides (carrapatos)
	
6.1. Família Argasidae.
	6.2. Família Ixodidae.
VII. Sub-Ordem Trombidiformes (ácaros)
	
	7.2. Família Demodecidae (Demodex sp.).
VIII. Sub-Ordem Sarcoptiformes (ou Astigmata – ácaros)
	7.3. Família Sarcoptidae (Sarcoptes scabiei – escabiose).
	7.4. Família Pyroglyphidae (Ácaros das doenças alérgicas).
Classe Arachnida.
 Nesta classe o corpo geralmente está dividido em cefalotórax e abdome. Não apresentam. Os adultos e ninfas possuem quatro pares de patas. Três pares de patas nas larvas. Nos ácaros ainda há uma estrutura chamada hipostômio, órgão relacionado com os palpos e quelíceras, que auxilia na fixação do acarino aos tecidos do hospedeiro. 
* Prosoma (são seis primeiros segmentos = cefalotórax ( gnatossoma + podossoma) e Opistossoma. 
* Gnatossoma ( = capitulo ou cabeça falsa) e Idiossoma.
 
Classe Arachnida > Ordem Acari.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
VI. Sub-Ordem Ixodides.
– carrapatos –
 Esta ordem também é conhecida como Ordem Metastigmata. Os ixodídeos, conhecidos popularmente como carrapatos, são acarinos de grande porte. Ectoparasitos sugadores de sangue de vertebrados. Têm grande resistência ao jejum e podem transmitir vários patógenos (protozoários, bactérias, espiroquetas, riquétsias, vírus e filárias). Eles são vetores e reservatórios desses patógenos.
 Transmitem o maior número e variedade de doenças entre os artrópodes e depois dos mosquitos são os mais importantes vetores humanos. Alem da espoliação sangüínea, algumas espécies injetam, juntamente com a saliva, toxinas debilitantes e paralisantes, às vezes fatais ao hospedeiro, inclusive ao homem.
 Hipostômio com dentes recorrentes, inclusive nas larvas.
6.1. Família Argasidae.
 Quase não possuem dimorfismo sexual. Machos e fêmeas com hábitos noturnos e sugam varias vezes ao longo de sua vida. Tem pelo menos 2 fases de ninfa.
Há 2 gêneros mais importantes:
Argas : a sua espécie mais importante é a Argas miniatus, que é muito comum em nosso meio e é conhecida como “carrapato dos galinheiros”. Essa espécie suga galinhas e outras aves, mas não o faz com o homem.
Ornithodorus : As espécies O. rostratus e O. braziliensis são conhecidad como “carrapatos do chão” devido ao habito de viver no chão de caas primitivas, ranchos e abrigos de animais, de onde saem a noite para sugar humanos e animais. A picada dessas espécies pode causar forte prurido, eritrema, ferimentos de cura demorada e, às vezes, febre. As espécies O. turicata e O. talaje vivem em forros e telhados onde morcegos se abrigam, atacando além dos quirópteros, homens e outros animais. Provocam edema, prurido e feridas de caráter rebelde (?!?).
6.2. Família Ixodidae
 Possuem dimorfismo sexual acentuado (machos são menores e possuem escudo recobrindo toda a área dorsal, enquanto as fêmeas em escudo limitado ao terço anterior do noto). Presença do Órgão de Haller (quimiorreceptor) no primeiro par de patas. Cada estágio do ciclo biológico suga sangue durante alguns dias antes de realizar a ecdise (muda) ou a oviposição (as fêmeas morrem após fazê-la). 
# Principais Gêneros
*Anoncentor : Coxa n°4 maior que as demais, macho com 7 festões. Capítulo (gnatossoma) de base retangular
*Boophilus : Coxa n°1 com dois espinhos curtos, macho com 2 pares de placas ventrais. Escudo não ornamentado. Monoxeno. Os machos não apresentam festões. Capitulo de base hexagonal.
*Rhipicephalis : Coxa n°1 bifurcada, machos com 1 par de lacas ventrais. Capitulo de base hexagonal.
*Amblyomma : rostro longo, 2° segmento do palpo 2 vezes mais longo do que largo. Rostro longo. Capítulo longo.
Ixodes : terceiro artículo dos palpos mais longo que largo.
Haemaphysalis : sem olhos, 2° segmento do palpo com projeção lateral.
# Principais espécies.
Rhipicephalis sanguineus : “carrapato vermelho” do cão , que é seu principal hospedeiro. Pode ser encontrado parasitando o homem. Pode transmitir agentes de anemias graves e, às vezes, a morte de cães. É reservatório e vetor da Erliquiose canina e por isso pode causar aumento na incidência dessa doença no homem.
Boophilus microplus : É o principal ectoparasito de bovinos, trazendo grande prejuízo a pecuária devido a espoliação sangüínea, inoculação de toxinas e transmissão de doenças (como a babeiose, que pode atingir o homem). Pode ser encontrada em outros hospedeiros domésticos e silvestres.
Amblyomma cajennense : O mais importante na transmissão de doenças para o homem e o mais comum no Brasil. As larvas são conhyecidas como “carrapatinho” ou “micuins” e atacam o homem severamente. Os adultos são conhecidos como “carrapato estrela” ou “rodoleiro”. Tem pouca especificidade parasitaria, principalmente as larvas e ninfas. 
Classe Arachnida > Ordem Acari.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
Amblyomma cajennense : (continuação...) As picadas dessa espécie provocam ferimentos, as vezes, de cura demorada. Pode reter o vírus da Febre amarela e , em nosso meio, é a mais importante transmissora de Febre maculosa (Rickettsia nickettsi). Este agente pode ser mantido em reservatórios silvestres, domésticos (cães), bem xcomo no carrapato, onde ocorre transmissão transovariana.
# Ciclo biológico ovo > larva > ninfa > imago (adultos, para as 2 famílias) 
 Os ixodídeos podem ser carrapatos de 1 só hospedeiro (todos os 3 estágios se alimentam de m só hospedeiro). De 2 hospedeiros (larva e ninfa se alimentam em um hospedeiro e o adulto em outro). E de 3 hospederios (cada estagio se alimenta de um hosp). 
 Durante o desenvolvimento, os ixodídeos pasam pelos estágios de larva hexápoda, ninfa octópoda e adulto.
 
# Morfologia
 Os ixodídeos se caracterizam por ter um par de estigmas respiratórios abrindo-se em peritremas entre o 3° e o 4° par de patas em Argasidae, e após o 4° par de patas em Ixodidae. As peças bucais implantadas no capitulo (ou gnatossoma ou falsa cabeça) são constituídas por quelíceras, hipóstomo e palpos (obs: quelíceras + hipóstomo = rostro). A quelícera é uma estrutura cortante situada em ambos os lados com função de abrir uma incisão na pele do hospedeiro, e é por esta que o carrapato ingere fluidos tissulares do hospedeiroe excreta a saliva. 
 O corpo do carrapato (ou idiossoma) é achatado dorsoventralmente e de contorno oval ou eliptico. Os olhos simples, quando presentes, se situam nas margens laterais anteriores do idiossoma. Na margem posterior, em algumas espécies, encontram-se áreas retangulares denominadas festões. Possuem 4 pares de patas, com 6 segmentos cada uma (elas terminam em garras). A abertura genital dos carrapatos é na linha media.
# Fixação, alimentação e resposta do hospedeiro.
 Os ixodídeos, ao se alimentarem, secretam cemento (com “e” mesmo) quefacilita sua fixação e também agentes farmacológicos (com função de anticoagulantes, citolíticos e antígenos mediadores de reações no hospedeiro) que facilitam sua alimentação, por provocar vasodilatação e serem anticoagulantes. Em infestações primarias, ocorre infiltração leucocitária na lesão e, posteriormente, eritema e edema. Em infestações secundárias, há aumento da infiltração leucocitária, provocando prurido, formação de edema, vesículas e etc...
 
# Controle
 * Manejo da vegetação (limpeza, poda).
 * Aplicação de ascaricidas (ex: chlorpirifós).
 * Uso de repelentes antes de entrar em capoeiras, pastos e etc...
 * Uso de carrapaticidas sobre o corpo dos animais (organofosforados, piretroides, amidinas).
 * Uso de ecdisteróides (aceleram a atividade de muda; alternativa a resistencia aos inseticidas).
 * Vacina anti-carrapatos.
 * Controle biológico.
VII. Sub-Ordem Trombidiformes.
- ácaros -
7.1. Família Demodecidae (Demodex sp.)
 São minúsculos acariformes com o corpo alongado ou vermiforme. Possuem 4 patas curtas na região anterior. No cão, a espécie Demodex canis fica alojada nos folículos pilosos e produz uma sarna muito rebelde ao tratamento. Essa espécie pode eventualmente infectar o homem, causando doença benigna e de curta duração.
 No homem, encomntram-se as espécies Demodex folliculorum, que fica alojada nos folículos pilosos e D. brevis, que fica alojada nas glds. sebáceas do rosto. Ambas espécies ocasionam aparecimento de cravos cutâneos. A transmissão desses ácaros ocorre por contato direto, pois os ácaros migram pela pele para mudar de folículo piloso, principalmente a noite.
# Tratamento
 A remoção do “cravo” deve ser realizada da seguinte forma: lavar bem a área da lesão com sabão e água morna, com auxilio de 2 dedos limpos e protegidos por um lenço (evita leão da pele e melhora aderência dos dedos)fazer pressão até a saída do “cravo”. Então, aplicar bacteriostático local para evitar inflamação (evita infecção bacteriana secundaria).
Classe Arachnida > Ordem Acari.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
VIII. Sub-Ordem Sarcoptiformes.
– ou Astigmata – ácaros –
8.1. Família Sarcoptidae.
 São ácaros muito pequenos com o corpo globoso. Pernas curtas e cônicas. Tarsos com unhas, cerdas ou ventosas pedunculadas. Pernas que se agrupam de modo a haver 2 pares de pernas anteriores e 2 posteriores. (4 pares de patas, como todos os ácaros).
* O Sarcoptes scabiei é o parasita do gênero para o homem. Apresenta as seguintes características: macho menor que a fêmea. Tegumento mole. Marcado por sulcos finos transversais, geralmente interrompidos por áreas com espinhos, perfurações, cerdas ou escamas de forma triangular. Não tem estigma respiratório, e por isso apresenta respiração cutânea. Essa espécie desencadeia a sarna humana.
# Biologia 
 Os adultos perfuram túneis ou galerias na pele, sendo que as fêmeas deixam um rastro de ovos a medida que perfuram essas galerias, local onde o ciclo do parasito ocorre. As fêmeas recém emergidas podem abandonar sua galeria e abrir outras. Esses parasitos alimentam-se da queratina da pele. As condições ambientais interferem no tempo de vida do acaro.
# Transmissão
 A sarna tem distribuições cosmopolitas, sendo freqüente em locais com aglomerados populacionais, como hospitais, creches, escolas, exército, presídios... A sarna tem ocorrido com maior freqüência nos últimos anos devido a fatores como: o aumento das populações humanas, favorecendo o contato das pessoas. Mudança de hábitos sociais (pessoas se abraçam e se beijam mais = promiscuidade social). Resistência do parasito aos medicamentos. Condições de higiene e moradia da população. Erros de diagnóstico. Locais com precárias higiene e moradia tem maior incidência de sarna. Pacientes com boa higiene tem um quadro clinico da sarna diferente.
 A transmissão da sarna ocorre pelo contato de um portador do parasitismo com pessoas sadias que habitam o ambiente (contato direto), ou através de roupas normais e roupas de cama contaminados.
# Patogenia
 A sarna provoca prurido intenso, mais acentuado durante a noite, causado pela sensibilidade do hospedeiro ao acaro, aos produtos de seu metabolismo e a sua saliva. Devido ao intenso prurido, podem haver escoriações da pele, que são portas de entrada para infecções bacterianas secundárias.
 As galerias originam pontos puroeritematosos (cada ponto é uma galeria que pode estar com ovos ou outras formas evolutivas), mais encontrados nas seguintes áreas: punhos, cotovelos, pregas interdigitais, tornozelo, pés, axilas, nádegas, órgão genital masculino, seios e barriga.
 Em crianças e idosos pode acometer a palma das mãos, planta dos pés e couro cabeludo. Pode haver em alguns casos a formação de vesículas perláceas. Após a cura d paciente, o prurido ainda pode persistir por um tempo.
 A sarna norueguesa é causada por uma hipersensibilidade do paciente, sendo comum em pacientes imunodeprimidos. Nela, observam-se lesões crostosas e exuberantes, nas mãos, nos pés e no couro cabeludo. É causada pelo mesmo agente da sarna comum, só que com diferentes manifestações clínicas. 
# Diagnóstico
 O diagnostico clinico é o mais comum, sendo realizado pela anamnese (prurido e estado dermatológico). Porem pode ser realizado o diagnostico “parasitológico”, que pode ser feito das seguintes maneiras: aderindo-se uma fita gomada sobre as crostas e depois colocá-la numa lamina de microscópio. Raspar profundamente a epiderme da crosta e da pele sã, e depois analisar o material o microscópio.
# Tratamento
 Realizar um banho morno, com sabão próprio, para amolecer as crostas e assim facilitar a absorção do fármaco acaricida. O tratamento deve ser realizado eem todos os membros do domicilio, ao mesmo tempo, mesmo que não apresentem sintomas (eles demoram a aparecer), evitando assim a transmissão e reinfestação. Pode se receitar medicamentos antialérgicos para aliviar o prurido.
Classe Arachnida > Ordem Acari.								 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
# Prevenção
 Afastar a pessoa da escola e trabalho até um dia após o inicio do tratamento, e no caso de hospitalizados isolar o paciente. Lavar as mãos ao se tocar nas feridas. Não usar roupas com pessoas de hábitos higiênicos duvidosos. As roupas de uso diário e roupas de cama devem ser lavadas, fervidas, passadas a ferro quente e isoladas para que o acaro morra de fome. Carpetes e moveis estofados devem ser limpados adequadamente com aspirador de pó. As unhas devem ser cortadas para evitar disseminação de sarna para outras partes do corpo. 
 Os homens podem pegar sarna de animais (galinhas, cachorros...), porém ele se cura espontaneamente. Todas as classes sociais podem ser acometidas e não só as de higiene precária.
8.2. Família Pyroglyphidae (e Cheyletidae).
 Os ácaros dessa família encontram-se associados à poeira domestica. Podem ser aspirados pelas pessoas. O gênero Dermatophagoides é o mais encontrado associado à poeira. Podem ser encontrados na poeira dos colchões, travesseiros, móveis e pisos das casas. 
 O desenvolvimento deste acaro é favorecido pelo aumento da umidade relativa do ar, falta de ventilação e acumulo de poeira. Esses ácaros, em especial fragmentos e dejetos dos mesmos, são responsáveis por diversas manifestações alérgicas como asmas, rinites, dermatites alérgicas, tosse e etc... 
# Controle
As medidas que podem ser tomadas contra a população de ácaros são: 
 * desumidificação do ambiente (ventilação ampla dos locais e uso de aparelhos como ar condicionados e outros...)
 * Remoção freqüente da poeira (com pano úmido ou aspirador de pó > incineração da poeira).
 * Utilização de colchões e travesseiros de espuma, ou uso de cobertura plástica para eles.
 * Uso de filtros no sistema de ventilação central existente.
 * Rigorosa higiene pessoal e ambiental, inclusive de animais domésticos.
 * Utilizar inseticidasse necessário.
Classe Arachnida										 Parasitologia – Módulo Artrópodes.
Araneísmos e outros empeçonhamentos.
 
IX. Ordem Scorpionida.
X. Ordem Araneida.
XI. Ofidismos.
Estes eu fico devendo.

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