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Estudo sobre os conflitos Aula 4 - A dinâmica dos conflitos INTRODUÇÃO Podemos observar, em relação aos conflitos, um processo dinâmico e vital, sujeito a permanentes alterações em todos os seus elementos. À medida que o conflito ocorre, mudam as percepções e os comportamentos de seus atores, que podem aumentar, diminuir, enfraquecer ou concentrar seus objetivos e, inclusive, adotar novas decisões e estratégias com relação aos recursos de poder com que contam. A maior parte dos estudiosos concorda que o conflito, em todos os níveis, tem uma dinâmica previsível. De acordo com Rubin (1983), o conflito é como uma peça de teatro que se desenvolve em três atos. No primeiro ato, o conflito cresce. Vão ocorrendo uma série de transformações, que acontecem em cada parte e afeta o conflito em sua totalidade. No segundo ato, o conflito chega ao seu clímax (auge), produz-se um estancamento. O conflito não cresce mais, no entanto, ainda não há vontade de criar condições para a criação de um acordo. No terceiro ato, vão ocorrer os movimentos para o acordo, o conflito começa a decrescer. OBJETIVOS Reconhecer o ciclo dos conflitos; Compreender a escalada do conflito; Identificar os fatores que tornam os conflitos difíceis de lidar. O CICLO DOS CONFLITOS O ciclo do conflito pode ser positivo ou negativo, dependendo da experiência de cada um de nós em relação às situações de conflito. Vamos ver, de forma esquemática, como o conflito acontece em nossas vidas. FASE 1 – ATITUDES E CRENÇAS Esse ciclo começa a partir das pessoas e suas atitudes e crenças sobre o conflito. As atitudes e crenças, segundo Heredia (2011), têm sua origem a partir de: • mensagens que recebemos na infância sobre os conflitos; • modelos de condutas de pais, professores e amigos; • atitudes e condutas expostas através dos meios de comunicação; • nossas próprias experiências com os conflitos. Para acessar exemplos de algumas atitudes e crenças para que fique mais clara para você a importância destes aspectos no ciclo do conflito, clique aqui (galeria/aula4/docs/exemplos.pdf). FASE 2 - O CONFLITO Nesta fase, há a ocorrência do conflito. Exemplificando, dois funcionários de um mesmo setor em uma empresa recebem uma tarefa para ser realizada por eles. Os dois funcionários trabalham juntos há algum tempo e o funcionário A, com frequência, costuma determinar como são realizados os trabalhos. O funcionário B, nesse dia, resolveu falar sobre como deveria ser realizada a tarefa. Logo que começou a falar, o funcionário A o interrompeu, e disse como deveria ser realizado o trabalho, levando o funcionário B a uma sensação de que A não se interessava pelo que ele tinha a dizer. Podemos dizer que B está experimentando um conflito. FASE 3 – A RESPOSTA Chamamos de resposta o ponto em que a pessoa começa a agir. Temos respostas de vários tipos, como: gritar, conversar, abandonar a situação. Elas irão depender das nossas atitudes e crenças e, em geral, temos um padrão de resposta, independente do conflito que estejamos vivenciando. No caso dos funcionários, o B respondeu fundamentado na sua crença de que expressar sua raiva é negativo e que o conflito deve ser evitado. Ele fica calado, mas com raiva. O funcionário A percebe o silêncio de B e pergunta o que aconteceu, levando-o a responder que não ocorreu nada e que deviam iniciar o trabalho. FASE 4 – O RESULTADO A resposta anterior levará sempre ao mesmo resultado. O funcionário B vai continuar com seus sentimentos de raiva, frustração, tensão e, possivelmente, o sentimento de que aquilo que fala não é importante. Em geral, o resultado do conflito reforça o sistema de crenças, levando à continuidade do padrão de atitudes. Segundo Heredia (2011), para aprender com o conflito, devemos mudar os padrões de conduta. Neste caso, precisaremos de: • tomar consciência das crenças e respostas que mantêm nossa conduta negativa; • boa disposição ou um compromisso pessoal para mudar; • aprender habilidades necessárias para realizar mudanças; • apoio coerente, que pode ser de amigos, profissionais ou pessoas mais experientes. A DINÂMICA DO CONFLITO Como já comentamos, os conflitos têm uma dinâmica previsível e podem ser enfrentados de forma destrutiva ou construtiva. Se os conflitos não são resolvidos na primeira fase (crenças e atitudes), começam o seu crescimento ou intensificação, que pode ou não ser interrompido a qualquer momento. Os conflitos não crescem indefinidamente, em determinado ponto, eles estancam. Os conflitos permanecem estagnados até que as partes, de forma interdependente, possam começar o seu decréscimo. Vamos estudar essa dinâmica de forma mais detalhada. Intensificação ou escalada do conflito (galeria/aula4/docs/intensificacao_escalada_conflito.pdf) Estancamento do conflito (galeria/aula4/docs/estancamento_conflito.pdf) Diminuição do conflito (galeria/aula4/docs/diminuicao_conflito.pdf) FATORES COM OS QUAIS OS CONFLITOS SE TORNAM DIFÍCEIS DE LIDAR Greenhald (1986), citado por Heredia (2011), estabeleceu um número de fatores que explicam sobre a facilidade maior ou menor para resolver os conflitos. Eles estão esquematizados na tabela a seguir. Os conflitos com características na coluna do meio são os mais difíceis de resolver e os da coluna da direita, os mais fáceis. Essa lista destaca critérios úteis para analisar uma disputa e a sua resolução. FINALIZAÇÃO DOS CONFLITOS De acordo com Entelman (2005), independente dos procedimentos utilizados, os conflitos podem terminar quando: Finalizando, Entelman (2005) faz referência às atitudes dos atores com relação ao adversário e ao objetivo ou meta do conflito. Com relação ao adversário (dimensão ator), existem conflitos em que uma parte ou ambas, valorizam o dano causado à outra parte acima do seu objetivo, real ou aparente. Isso acontece, com frequência, nos conflitos conjugais. Uma das partes responsabiliza a outra pela ruptura da relação e deseja causar o maior prejuízo possível a ela. Isso ocorre sem que a pessoa consiga avaliar o seu próprio prejuízo e os danos causados ao grupo familiar. Nesses conflitos, a ênfase é colocada na relação entre as pessoas e na avaliação que cada um faz da perda. As partes estão orientadas para os adversários. Nessa dimensão do conflito, podem surgir múltiplas disputas entre as partes, porque as suas diferenças estão centradas em contendas interpessoais que excedem o objetivo da disputa. Com relação ao tema do conflito (dimensão objetal), Entelman (2005) afirma que as partes procuram seu objetivo sem avaliar o quanto isso irá custar para a outra parte. Por exemplo, em um conflito entre empresários, eles buscam alcançar seus próprios objetivos e os do seu oponente carecem de importância no processo de resolução do conflito. A dimensão objetal permite, com mais facilidade, o manejo de metas múltiplas e diferenciadas, a divisão de metas e objetivos para facilitar uma negociação. As partes, nesse conflito, não excluem ou descartam a possibilidade de convivência ou o surgimento de uma situação posterior de colaboração. ATIVIDADE Vamos fazer uma atividade? Responda a questão a seguir: As causas geradoras de conflitos são derivadas de: a) Personalidades homogêneas b) Preconceitos individuais c) Forma e dimensão das equipes d) Lideranças democráticas e) Soluções consensuais Justificativa Glossário
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