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Língua Brasileira de Sinais
Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Juliana Sanros da Silva
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone
5
• Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo?
• Todos os Surdos realizam leitura labial?
• A Língua de Sinais é universal?
Na atividade de aprofundamento de estudos, você encontrará uma entrevista concedida pela surda 
Sueli Ramalho, na qual, de forma prática, muitos mitos discutidos na parte teórica da unidade são por 
ela ilustrados através de sua história de vida. A partir dessa entrevista, você deverá produzir uma reflexão, 
traçando um paralelo entre os conteúdos estudados e a entrevista. 
A atividade de sistematização foi produzida de forma lúdica, empregando um recurso interativo 
com questões que devem ser classificadas como verdadeiras ou falsas. 
Aproveite as indicações de sites, filmes e leituras para a ampliação do conhecimento; eles favorecerão 
a compreensão do conteúdo e auxiliarão a realização das atividades propostas.
Iremos esclarecer e discutir algumas questões referentes à pessoa 
com surdez e à Língua de Sinais, pois, ao longo da história, muitos 
mitos em relação aos surdos povoaram o imaginário coletivo. 
Mitos e Verdades sobre as Línguas de 
Sinais e a Pessoa com Surdez
• Língua de Sinais ou Linguagem de Sinais?
• As Línguas de Sinais foram inventadas por ouvintes?
• As línguas de sinais são baseadas nas línguas orais?
• As línguas de sinais têm a mesma capacidade expressiva?
• As crianças aprendem línguas orais e de sinais de forma semelhante? 
• Quem é o intérprete de libras? 
• Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
6
Unidade: Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
Contextualização
Neste momento você já deve estar se perguntando: comunidade surda? Língua de sinais? 
LIBRAS? E mais: por que é que eu tenho que estudar isso? 
Talvez esse assunto seja novo para você!
É provável que, ao longo da sua carreira, você se depare com surdos, membros da comunidade 
surda, usuários da Língua Brasileira de Sinais. 
É importante você saber que, assim como quaisquer outras comunidades, a comunidade 
surda brasileira não é homogênea. Nela você vai encontrar surdos que oralizam e leem 
lábios bem e outros que não o fazem, ou não o fazem tão bem; surdos que só sinalizam, 
surdos que sinalizam e oralizam e, entre estes últimos, aqueles que fazem essas duas coisas 
ao mesmo tempo.
Entretanto, apesar de toda essa heterogeneidade, há um importante laço que une a 
maioria das pessoas surdas brasileiras e esse laço é a Língua de Sinais, língua através 
da qual elas se comunicam, expressam seus pensamentos e sentimentos, contam piadas, 
discutem desde as coisas mais banais do dia a dia até assuntos mais sérios e comple¬xos, 
como política, por exemplo. 
Apesar de o reconhecimento oficial da LIBRAS, através do Lei 10.436/2002, ser uma conquista 
extremamente importante para todos os surdos do Brasil, ele é apenas o primeiro passo! Em 
outras palavras, não basta reconhecer a LIBRAS como meio de expressão das pessoas surdas e 
o direito destas de ter acesso à informação por meio dela. É preciso também preparar (formar) 
todos aqueles que vão atuar diretamente com essa população. Além disso, faz-se necessário que 
a sociedade como um todo seja conscientizada das lutas e conquistas da comunidade surda.
Nesta unidade, procuramos discutir muitos mitos em relação à pessoa com surdez e à Língua 
de Sinais e também esclarecer algumas questões que servirão como ponto de partida para o 
pleno entendimento de toda a disciplina. 
Indico um belo vídeo de um coral de surdos interpretando, em Língua de Sinais Americana 
(ASL), a música “Imagine”. Esse vídeo demonstra, de forma emocionante, essa heterogeneidade 
dentro das comunidades surdas e seu elo inextinguível, que é a Língua de Sinais.
• Acesse a interpretação GLEE Imagine (Official Music Video)
http://www.youtube.com/watch?v=cSlGocYJ2Dk
7
Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
O que é mito? Podemos entender “mitos” como falsas ideias, visões ingênuas e/ou distorcidas 
da realidade. Eles estão em toda parte!
Certamente você já deve ter tido a oportunidade de ouvir e/ou ler especialistas em uma 
determinada área do conhecimento desfazendo “mitos” nos quais muitas pessoas acreditam, 
não é mesmo? Você já deve ter ouvido e/ou lido médicos esclarecendo que determinadas 
doenças podem ser contraídas de certa forma, mas não de outras; nutricionistas desmitificando 
certas ideias sobre formas de perder peso, entre outras situações.
Nesta parte do material, vamos tratar de alguns mitos relacionados às Línguas de Sinais e aos 
surdos que povoam o imaginário da maioria das pessoas. 
Antes disso, entretanto, convido você a responder às perguntas abaixo. Para isso, peço que 
tente responder a essas questões unicamente com base nos conhecimentos que você já tinha 
antes de iniciar a leitura deste material. Caso julgue mais interessante, faça as perguntas abaixo 
a uma outra pessoa! Vamos lá?
• Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo? Qual o termo correto para 
nos referirmos a este grupo?
• Todos os surdos realizam leitura labial?
• A Língua de Sinais é universal?
• Língua de Sinais ou Linguagem de Sinais?
• As línguas de sinais foram inventadas por ouvintes?
• As línguas de sinais são baseadas nas línguas orais?
• As línguas de sinais têm a mesma capacidade expressiva que as 
línguas orais?
• As crianças aprendem línguas orais e/ou línguas de sinais de forma 
semelhante? 
• Quem é o intérprete de LIBRAS?
E então? Acredito que você tenha respondido a algumas questões com facilidade e, em 
relação a outras, tenha ficado com alguma dúvida. Certo? 
Na verdade, era exatamente isso o esperado, já que cada pergunta acima se refere a uma 
das muitas falsas ideias que as pessoas normalmente têm a respeito das Línguas de Sinais e, 
consequentemente, a respeito da pessoa com surdez. 
Nesse sentido, convido você a ler as subseções a seguir, nas quais cada pergunta é respondida 
e discutida.
8
Unidade: Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo? Qual o termo correto para 
nos referirmos a esse grupo?
Ser surdo não é apenas não ouvir ou ouvir pouco; ser surdo vai além da aferição de decibéis 
através de um audiograma; ser surdo implica uma questão mais linguística do que apenas patológica. 
A esse respeito, o Decreto 5626/2005, em seu artigo 2º, declara:
Considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende 
e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua 
cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras. 
Sendo assim, é considerado surdo todo aquele que tem perda 
auditiva e utiliza uma Língua de Sinais como forma de comunicação. 
Para a comunidade surda, este termo é comum. Na verdade, os 
surdos gostam de ser tratados assim. É um equívoco chamá-los 
de surdos-mudos, pois surdo-mudo é o indivíduo que possui uma 
deficiência auditiva e outra no aparelho fonador. Muitos surdos 
não são oralizados, ou seja, não falam, porém emitem sons; é 
considerado mudo, apenas o indivíduo que não emite som algum. 
Alguns surdos possuem dificuldade em desenvolver a fala, pois 
não escutam, porém seu aparelho fonador é preservado. 
Em relação à deficiência auditiva, o Decreto 5626/2005 declara:
Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de 
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências 
de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
Sendo assim, deficiente auditivo é o indivíduo que possui uma perda auditiva bilateral, parcial 
ou total, porém não pertenceà comunidade de surdos. Alguns utilizam a Língua Portuguesa 
e outros, infelizmente, não desenvolvem nenhum tipo de comunicação, ficando limitados a 
uma restrição auditiva. O indivíduo surdo possui uma cultura e identidade centrada em sua 
comunicação espaço visual. Nesse sentido é um grande equivoco chamá-los de surdos-mudos. 
 Oralizar. Normalmente, na área de surdez, usa-se essa palavra para referir-se à articulação da fala pelo surdo.
9
Todos os Surdos realizam leitura labial?
Não. Alguns surdos desenvolvem essa habilidade devido a treinamentos por anos a fio com 
fonoaudiólogos; outros surdos que perderam a audição tardiamente também apresentam uma 
facilidade para a leitura labial. 
De acordo com Audrei Gesser (2009, p. 2009), “A leitura labial e o desenvolvimento 
da fala vocalizada são habilidades que precisam de treinos árduos e intensos para serem 
desenvolvidas”. O desenvolvimento da oralização não é uma habilidade natural para o surdo, 
em especial para os congênitos. 
 
A Língua de Sinais é universal?
 
Não! Uma evidência disso é a existência de uma língua de sinais chamada gestuno ou língua 
de sinais internacional, que emergiu justamente da necessidade de comunicação entre surdos 
de diferentes nacionalidades.
Pode-se dizer que, de forma geral, cada país tem a sua própria língua de sinais, havendo 
países, no entanto, que têm mais de uma. No Brasil, por exemplo, além da Libras, temos 
notícia da existência de uma língua de sinais indígena usada pelos índios urubu-kaapor, 
localizados no sul do Maranhão. 
Não podemos esquecer que a Língua é cultural, possui intima relação com a história de 
seu país e com a comunidade que a utiliza. A exemplo disso, temos o sinal “cumprimentar”, 
que é um vocábulo simples e que, porém, não pode ser universalizado, pois diferentes culturas 
possuem formas distintas de cumprimentos, como se verifica na maneira de cumprimentar de 
um brasileiro e de um japonês. 
Para observar isso mais concretamente, veja sinais que significam “homem” em dife¬rentes 
Línguas de Sinais e responda: eles são todos iguais, semelhantes ou diferentes? Esses sinais 
contribuem ou não para a argumentação de que a Língua de Sinais não é universal?
10
Unidade: Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
HOMEM 
(LIBRAS)
HOMEM 
(língua 
de sinais 
HOMEM 
(língua 
de sinais 
HOMEM 
(língua 
de sinais 
britânica)
11
HOMEM 
(língua 
de sinais 
húngara)
HOMEM 
(língua 
de sinais 
turca)
Língua de Sinais ou Linguagem de Sinais?
O termo correto é Língua de Sinais. Nosso país utiliza a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), 
que hoje é reconhecida como a segunda língua oficial em todo o território nacional de acordo 
com a Lei de LIBRAS 10.436/2002:
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua 
Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras 
a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de 
natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem 
um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de 
comunidades de pessoas surdas do Brasil.
A Língua de Sinais possui regras gramaticais e parâmetros linguísticos como de qualquer 
língua oral auditiva. Sendo assim, ela é considerada uma Língua.
12
Unidade: Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
As Línguas de Sinais foram inventadas por ouvintes?
Não! As Línguas de Sinais, assim como as Línguas Orais, emergiram espontaneamente, 
naturalmente, da necessidade de comunicação entre pessoas surdas. Uma evidência dessa 
emergência espontânea foi documentada na Nicarágua, onde, até os anos 70, não se tinha 
notícia da existência de uma Língua de Sinais. Com a criação da primeira escola pública para 
surdos do país, centenas de crianças surdas foram postas em contato e daí emergiu o que hoje 
se chama de Língua de Sinais Nicaraguense.
Apesar de as Línguas de Sinais não terem sido criadas por ouvintes e doadas aos surdos, esse 
mito deve ter suas origens no fato de serem usados, até hoje, na educação de crianças surdas, 
métodos que se pautam em sistemas artificiais de sinais, concebidos (majoritariamente) por 
educadores ouvintes para fins de alfabetização dessas crianças. Entre esses métodos pode-se 
citar o inglês sinalizado (Signed English), que consiste, basicamente, em uma versão gestual 
do inglês falado.
As origens desse mito podem estar associadas também ao fato de os surdos fazerem uso do 
alfabeto manual (conjunto de configurações de mão que representam letras do alfabeto que foi 
inventado por ouvintes e adaptado por educadores de surdos para fins de sua alfabetização) 
e de muitos acharem que as Línguas de Sinais se restringem a ele. Entretanto, apesar de ser 
empregado na sinalização corrente, o alfabeto manual é usado, em geral, quando sinalizadores 
querem fazer referência a um nome ou a um conceito expresso por uma certa palavra da Língua 
Oral, mas para o qual não dispõem ainda de um sinal.
As línguas de sinais são baseadas nas línguas orais?
O fato de as Línguas de Sinais emergirem naturalmente do contato entre pessoas surdas, 
como mencionado na seção anterior, já aponta para a sua independência em relação à 
Língua Oral.
A Língua de Sinais não é baseada na Língua Oral; as duas são totalmente independentes. 
A Língua de Sinais possui um canal visual gestual, ao passo que a Língua Oral possui um 
canal oral auditivo; sendo assim, são totalmente diferentes. É um equivoco pensar que 
a LIBRAS é a sinalização da Língua Portuguesa; as duas possuem estados linguísticos, 
parâmetros e regras distintos. 
13
As línguas de sinais têm a mesma capacidade expressiva que as 
línguas orais?
Sim! As pessoas devem, em geral, pensar que as Línguas de Sinais são menos expressivas 
porque não veem essas línguas como línguas, mas como uma forma rudimentar de comunicação.
Não é à toa que, durante muito tempo na história da educação de surdos, predominou 
uma corrente denominada oralismo, que tinha como objetivo principal ensinar aos surdos a 
articulação da fala e a sua compreensão por meio da leitura labial. 
Os educadores que propuseram essa corrente não concebiam as Línguas de Sinais como 
línguas naturais e, portanto, defendiam o ensino da fala como forma de dar aos surdos uma 
língua, já que, segundo sua visão, eles não tinham nenhuma! 
Entre os argumentos dessas pessoas estava, justamente, a falsa crença de que a comunicação 
por gestos era presa ao concreto e, como tal, impedia que os surdos atingissem o raciocínio. 
Entretanto, não é isso que se observa na prática. As Línguas de Sinais não servem apenas 
para falar de coisas concretas, imediatas e simples. Elas podem ser (e são!) usadas para falar de 
coisas abstratas e complexas, como política, linguística, filosofia, entre outras. 
 
 Explore
Para compreender melhor a capacidade expressiva da LIBRAS, indico que assistam à interpretação 
do Poema “Ou isto ou Aquilo”, de Cecília Meireles, e observem como até uma poesia pode ser ex-
pressa sem perder seus elementos constitutivos. 
Site: http://www.youtube.com/watch?v=kKBtqTtGivE
As crianças aprendem línguas orais e/ou línguas de sinais 
de forma semelhante? 
Sim! Você certamente não se lembra de como aprendeu a falar, mas já deve ter observado 
outras crianças aprendendo. Depois do segundo aniversário, elas já começam a produzir suas 
primeiras palavras, depois frases curtas, frases mais complexas, até dominarem a gramática 
da língua adulta. Você deve ter reparado que isso acontece espontaneamente, ou seja, sem 
instrução explícita por parte daqueles que interagem com a criança. A criança adquire uma ou 
mais línguas simplesmente pela exposição a elas através dainteração com outros falantes.
14
Unidade: Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
A mesma coisa acontece com crianças surdas que, desde muito cedo, têm contato com surdos 
adultos e, através da interação com eles, adquirem a Língua de Sinais. Não é preciso que os 
sinalizadores que interagem com uma criança surda lhe deem aulas de LIBRAS. Pelo contato, 
pelas trocas comunicativas, as crianças surdas, logo depois do seu segundo aniversário, (às 
vezes antes) começam a produzir seus primeiros sinais, frases, e assim por diante.
O que particulariza a maioria das crianças surdas é que elas nascem em famílias ouvintes 
e, portanto, ficam impossibilitadas de adquirir uma língua, já que não ouvem (logo, não têm 
acesso à língua oral) e seus pais não sabem a Língua de Sinais.
A maioria das crianças surdas só adquire uma Língua de Sinais quando entra em uma escola 
de surdos, ou seja, não adquire língua no mesmo período em que as crianças ouvintes.
Mãos ao vento, de Silvia Lia Grespan Neves, é o primeiro romance escrito por 
uma autora surda no Brasil. Ele conta a história de Paola, uma moça surda, que se 
envolve com Raul, um rapaz ouvinte. A autora usa a aproximação afetiva dessas 
duas personagens para apresentar, de forma leve, vários aspectos da cultura surda 
e várias questões relacionadas à surdez. Sendo assim, o livro é uma grata porta de 
entrada para o mundo dos surdos. Por ter sido produzido de forma independente, 
a compra desse livro só pode ser feita na FENEIS-SP (Federação Nacional de 
Educação e Integração do Surdo). 
Mãos ao vento (Silvia Lia Grespan Neves, São Paulo, 2010):
Para mais informações, acessar o site < http://www.feneissp.org.br/index.php>.
Quem é o intérprete de libras? 
Intérprete de LIBRAS é o profissional ouvinte fluente em LIBRAS e em Língua Portuguesa que 
realiza a tradução/interpretação simultânea LIBRAS/Português e Português/LIBRAS. Atualmente, 
a profissão de tradutor/intérprete de LIBRAS é regulamentada e possui um código de ética. 
O Ministério da Educação e Cultura, em 2004, publicou dois cadernos com materiais ricos e 
norteadores para a implantação do Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos. Nele 
encontramos a seguinte declaração:
Além do domínio das línguas envolvidas no processo de tradução e 
interpretação, o profissional precisa ter qualificação específica para 
atuar como tal. Isso significa ter domínio dos processos, dos modelos, 
das estratégias e técnicas de tradução e interpretação. O profissional 
intérprete também deve ter formação específica na área de sua atuação 
(por exemplo, a área da educação).
15
 
 Explore
Para ter acesso ao documento integral do MEC, que versa sobre o tradutor e intérprete de Língua 
Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa, acesse: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf
Assim, tendo refletido e discutido sobre essas questões, tenho certeza de que seu olhar frente 
à comunidade surda terá, a partir de agora, um novo paradigma. Podemos concluir este texto 
neste instante, sabendo que algumas questões foram respondidas e mitos desconstruídos, 
porém tenho certeza de que você ainda irá se surpreender muito com esse novo mundo de 
experiências visuais gestuais. 
16
Unidade: Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
Material Complementar
Neste espaço você encontrará sugestões de material complementar ao conteúdo desenvolvido 
na unidade I. Aproveite para aprofundar e sistematizar seu conhecimento referente à pessoa 
com surdez e à Língua de Sinais. Tenho certeza de que você vai gostar. 
Assista à entrevista da surda Sueli Ramalho no programa do Jô. Ela é surda congênita, filha 
de pais surdos e, por meio de sua história de vida, ilustra de forma brilhante o conteúdo teórico 
que discutimos. 
PARTE 1 - http://www.youtube.com/watch?v=Yk3CSdCwolM
PARTE 2- http://www.youtube.com/watch?v=wG1cuWqWskI
Há um jornal diário apresentado em LIBRAS de segunda à sexta, às 07h50 da manhã, na 
TV BRASIL. Acesse: 
http://www.youtube.com/watch?v=xzHTnRb_nf4
http://www.youtube.com/watch?v=y4ZlR9xgNJ4
17
Referências
GESSER, A. Libras? Que Língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da Língua 
de Sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
BRASIL. Lei n º10.436 de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de 
Sinais-Libras e o art. 18 da Lei 10.098 de 19 de dezembro de 2000. 
________. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa / 
Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos - Brasília 
: MEC ; SEESP, 2004. 
________. Decreto N º 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei n º10.436 
de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais-Libras e o art. 18 da Lei 
10.098 de 19 de dezembro de 2000. 
18
Unidade: Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
Anotações
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Tel: (55 11) 3385-3000

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