Buscar

HISTÓRIA DO RAIO X

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA DA RADIOLOGIA
OS RAIOS X
A descoberta dos raios X foi feita em 1895, quase que por acaso, por um físico alemão, Wilhelm Conrad Röntgen (1845-1923), na Universidade de Würzburg. Röntgen estava estudando as propriedades da fluorescência em tubos de vidro altamente evacuados, com filamentos elétricos aquecidos submetidos à grandes diferenças de voltagem. Descobertos em 1876 por um físico inglês, Sir William Crookes (1832-1919), os tubos de raios catódicos demonstravam a geração de luminosidade através da aceleração de elétrons que eram produzidos pelo aquecimento elétrico do catodo. Outro físico inglês, Sir Joseph J. Thomson(1856-1940), demonstraria a existência dos elétrons usando um tubo semelhante, em 1897. Os tubos de Crookes foram também a base para a construção do primeiro osciloscópio, pelo físico e engenheiro alemão Karl Ferdinand Braun (1850-1918), também em 1895. Máquinas eletrostáticas e bobinas elétricas eram usadas para gerar as grandes voltagens necessárias para alimentar o tubo de raios catódicos. Crookes, Thomson e Braun receberam o prêmio Nobel de física por suas pesquisas.
Tubo de demonstração de raios catódicos de Crookes. 
A cruz de Malta de metal, colocada entre o catodo e o anodo servia de sombra para os raios catódicos, que geravam uma fosforescência ao colidirem com o vidro na frente do tubo.
No dia 8 de novembro de 1895, na tentativa de bloquear o efeito da luminosidade externa sobre a fluorescência que emanava naturalmente de um novo tipo de tubo, denominado de Crookes-Hittorf, Röntgen colocou-o dentro de uma caixa de papelão e escureceu o ambiente. Ao fazer isso, notou, espantado, que uma folha de papel com platinocianato de bário, colocada a alguns metros do aparelhamento, fosforescia no escuro. Alguma coisa estava sendo emitida pelo tubo, pois, ao desligá-lo, a fosforescência desaparecia. Röntgen começou então uma febril série de experimentos, ao longo das sete semanas seguintes, procurando entender a natureza do fenômeno.
Interceptando vários objetos entre o tubo de Crookes e o detector, notou que alguns, como a água e o papel, eram transparentes a algo que ele, imediatamente, reconheceu como sendo um novo tipo de radiação. Outros, por sua vez, eram opacos e bloqueavam a transmissão, como os metais. Em um determinado momento, ao colocar a sua mão sobre o detector fosforescente, viu, subitamente, o débil contorno dos seus próprios ossos! Deve ter sido um momento absolutamente fascinante e mágico para Röntgen: pela primeira vez, a humanidade podia observar o interior do corpo, em um organismo intacto, por meio de aquilo que foi por muitos anos conhecidos pelo nome de seu descobridor: o roentgenograma. Um resultado totalmente inesperado de uma simples investigação física básica.
A primeira radiografia da história, tirada por Röntgen em novembro de 1895, da mão de sua esposa.
Ilustração da época, com reconstituição da primeira radiografia da mão.
Notar a bobina elétrica, o tubo de Crookes e a placa fotográfica.
Röntgen também descobriu que a radiação, a qual ele denominou de raios X (em referência ao “x” do desconhecido, da matemática), era capaz de impressionar um filme fotográfico, e assim fez o que foi a primeira radiografia da história, da mão de sua esposa. São claramente visíveis os ossos da mão e um anel de metal (diz-se que ela ficou tão assustada com a imagem fantasmagórica do seu próprio corpo que nunca mais entrou no laboratório de seu marido). Röntgen rapidamente escreveu um artigo comunicando seu extraordinário achado, o qual apresentou à sociedade científica de Würzburg, em 28 de dezembro do mesmo ano. Demonstrando a técnica para a fascinada plateia, Röntgen fez uma radiografia do presidente da sociedade, o eminente neurocientista  Albert von Kölliker (que ficou mais tarde muito conhecido por apoiar a doutrina neuronal e batizar as células neurais com o nome de neurônio). O próprio Röntgen foi o primeiro a notar o potencial de sua descoberta para a medicina.
William Conrad Röntgen
Laboratório de Röngten em Würzburg, com o equipamento utilizado para a produção de raios X
Radiografia da mão de Albert von Kölliker, feita por Röntgen em 1895.
A descoberta dos raios X logo se espalhou pelo mundo com impressionante velocidade, atiçando a imaginação da imprensa, de leigos, cientistas e médicos. Basta dizer que apenas em 1896 foram escritos mais de 50 livros e alguns milhares de artigos sobre o fenômeno.  Já em fevereiro de 1896, apenas três meses depois da descoberta de Röntgen, foram realizadas, nos EUA, as primeiras aplicações clínicas práticas da radiologia, ao ser usada para identificar fraturas ósseas, no serviço do Dr. Edwin Frost, no Darthmout College. Em poucos meses, praticamente todos os centros urbanos de importância médica tinham adotado a nova tecnologia, com incontáveis variações.
Podemos dizer que nunca houve, na história da ciência, um período tão curto transcorrido entre uma descoberta fundamental e sua primeira aplicação, particularmente na ciência médica. Isso é particularmente extraordinário por ter ocorrido em uma época em que as dificuldades e lentidão da comunicação científica eram imensamente maiores do que as atuais! Wilhelm Röntgen ganhou o prêmio Nobel de 1901 por sua revolucionária contribuição à ciência, que não se limitou à Medicina, mas que foi a maior beneficiária dos raios X. Nas décadas seguintes, diversas melhorias técnicas, como o tubo de raios-x de Coolidge (1913), e o aparelho móvel de radiografia para hospitais (1920), ambos desenvolvidos pela empresa americana General Electric, foram sendo introduzidos, tornando os raios de Röntgen uma das mais revolucionárias invenções da história da medicina, e possibilitando o aparecimento de uma nova especialidade médica, a radiologia (que, por muitos anos, foi chamada de roentgenologia, como homenagem ao seu fundador). Descobriu-se também que os raios X tinham efeitos lesivos sobre as células do corpo (mas apenas depois que incontáveis médicos e técnicos morreram por câncer induzido pela radiação) e que, portanto, podiam ser usados para vários tipos de terapias, inclusive o próprio câncer.
Primeiras aplicações clínicas da radiografia nos EUA (fratura do antebraço) na clínica do Dr. Edwin Frost (1896)
RADIOATIVIDADE
A possibilidade de obter imagens a partir do interior do corpo tomou vulto com a descoberta, por Antoine Henri Becquerel (1852-1908), em 1896, e por Marie Sklodowska Curie (1867-1934), em 1989, que existem certos átomos, como o urânio, o tório, o polônio e o rádio, que emitem raios invisíveis, diferentes dos raios X. Marie Curie e seu marido Pierre Curie (1859-1906) comprovaram, em numerosos experimentos, que esses raios pareciam ser uma propriedade atômica natural desses elementos. Aliás, as pesquisas do casal Curie foram em grande parte estimulados pela impressionante descoberta feita por Wilhelm C. Röntgen, apenas três anos antes. A essa propriedade ela deu o nome de radiatividade, um dos desenvolvimentos mais importantes da história da física, de todos os tempos.
O físico inglês Ernest Rutherford (1871-1937) propôs a hipótese que a radiatividade seria o resultado da transmutação destes átomos, que sofrem uma desintegração do seu núcleo, pois são instáveis. Geralmente eles são isótopos de átomos estáveis (ou seja, quimicamente similares, mas com um número diferente de prótons ou nêutrons no núcleo, o que provoca a instabilidade). Por exemplo, o carbono, um dos átomos mais comuns na natureza, tem peso atômico 12, e é estável (não radiativo). Entretanto, existe um isótopo bem menos comum, denominado de carbono-14, ou C14. Ele emite uma radiação chamada beta, cada vez que um átomo de C14 se desintegra, decaindo para nitrogênio-14. O tempo que demora para uma massa determinada de C14 perder metade dos seus átomos por radiação é denominado de meia-vida. A meia-vida do C14 é de 5.730 anos, mas cada isótopo radiativo tem uma meia-vida diferente, que pode variar de menos de um segundo (por exemplo, o polônio, com 0,0018 seg) abilhões de anos (por exemplo, o urânio-238, com 4,5 bilhões de anos).
Ernst Rutherford
Nas décadas seguintes foram descobertos diversos tipos de radiações nucleares, que foram denominadas de raios alfa, beta e gama, conforme sua natureza e energia. Na realidade, logo os físicos descobriram que alguns dos raios emitidos na radiatividade não eram radiação eletromagnética sem massa, como os raios X, mas sim partículas. Os raios alfa são semelhantes aos núcleos do hélio (dois prótons e dois nêutrons). Os raios beta são formado de elétrons (o carbono-14, por exemplo, emite raios beta). Os raios gama, por sua vez, são uma radiação eletromagnética de maior energia que os raios X, equivalente à dos fótons (partículas-onda da luz).
Os físicos descobriram também que esses raios podiam ser detectados de várias maneiras, sendo as mais úteis: filmes fotográficos sensíveis ao seu espectro de energia; determinados cristais sólidos, como o iodeto de sódio, que emitem um raio de luz (centelha); ou gases, como o argônio, que são ionizados ao serem bombardeados com um desses raios. Esta última descoberta, por sinal, foi a responsável pelo desenvolvimento pelo primeiro detector quantitativo de radiação nuclear alfa, por Hans Geiger (1882-1945), em 1928.
Becquerel, Pierre e Marie Curie receberam o prêmio Nobel de Física de 1903 por suas descobertas, sendo que Marie Curie recebeu ainda um segundo Nobel, de química, em 1911. Rutherford recebeu o Nobel de Química de 1908.
A CINTILOGRAFIA NUCLEAR
Alguns anos antes da II Guerra Mundial, ao se desenvolverem as primeiras aplicações pacíficas da energia nuclear, os cientistas descobriram que se um isótopo radiativo (atualmente chamado de radionuclídeo) fosse injetado no corpo, ele poderia dar uma medida da quantidade de isótopo não radiativo presente em um determinado tecido ou órgão.
Além disso, seria possível obter imagens bidimensionais de sua distribuição, se fosse usada um aparelho semelhante a um scanner fotográfico. Essa possibilidade abriu um promissor método de estudo minimente invasivo da função orgânica, usando raios provindos do interior do corpo, e não do exterior, como nos raios X.
A CINTILOGRAFIA NUCLEAR
Uma das consequências do programa militar de energia nuclear (Projeto Manhattan) foi o grande progresso no desenvolvimento de aceleradores nucleares, como o cíclotron, que tinha sido inventado em 1929 por Ernest O. Lawrence (1901-1958), na Universidade da Califórnia em Berkeley. Ele descobriu que ao bombardear átomos usando partículas nucleares pesadas aceleradas a velocidades próximas da luz, em um tubo circular, alguns núcleos de substâncias colocadas como alvo eram alterados, gerando isótopos radiativos que não existiam na natureza.
2.Um dos primeiros cíclotrons de alta energia, desenvolvido em Berkeley
O cíclotron foi utilizado durante a guerra por Glenn T. Seaborg (1913-1999), do mesmo laboratório, para produzir combustível para bombas nucleares, como o urânio-235 e o plutônio, mas por volta de 1937 um cíclotron de 152 cm já estava sendo utilizado por ele e sua equipe para produzir radionúclideos com utilidade médica, como o iodo I131 Ao total, o grupo de Seaborg desenvolveu oito radionúclideos de aplicação médica: césio-137, cobalto-57, cobalto-60, iodo-131, ferro-55, ferro-59, tecnécio-99m, and zinco-65. O cíclotron tornou-se uma ferramenta essencial para a medicina nuclear, e foi a base do desenvolvimento de todos os métodos subsequentes de obtenção de imagens por radiatividade, como o SPECT e o PET.
Lawrence e Seaborg receberam o prêmio Nobel de Física de 1939 e o Prêmio Nobel de Química de 1951, respectivamente.
Hal Anger, o inventor da câmara gama. A direita: Esquema de uma câmara de Anger.
Imagem: UC Berkeley
Assim, logo as primeiras imagens da glândula tiroide, usando o I131, que é absorvido metabolicamente por ela, foram obtidas dessa maneira. O primeiro mapeador (escaneador retilinear) foi desenvolvido em 1951 pelo cientista americano da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Benedict Cassen (1902-1972).
O uso do filme fotográfico, no entanto, exigia um tempo enorme de aquisição e de desenvolvimento da imagem, o que era perigoso para o paciente e impedia o estudo de fenômenos fisiológicos mais rápidos. Um físico americano chamado Hal Anger (1920-), da Universidade da Califórnia em Berkeley, desenvolveu uma melhor alternativa, em 1958, chamada de câmara gama (ou câmara de Anger, em sua homenagem). Ela é a base, até hoje, de todos os equipamentos de obtenção de imagens nucleares em medicina.
A câmara de Anger consiste de uma placa de chumbo, com uma matriz de furos, chamada de colimador, que focaliza a radiação gama provinda do corpo do paciente, sobre detectores de estado sólido. Estes cintilam quando recebem uma radiação. A cintilação é captada por um tubo fotodetector, que a amplifica e converte para um pulso elétrico, que então é processado por circuitos eletrônicos especializados, denominados contadores. O deslocamento desta câmara em um padrão linear sobre uma área do corpo do paciente é suficiente para obter uma imagem bidimensional projetiva, semelhante à de uma radiografia, e que cuja configuração depende apenas da distribuição e concentração do radionuclídeo nessa área (os raios gama não são atenuados diferencialmente pelos diferentes tecidos, como acontece com os raios X, portanto o princípio de formação de imagem é totalmente diferente). Surgiram, então, os primeiros cintilógrafos, ou cintígrafos, assim denominados porque registram centelhas, e uma nova especialidade de diagnóstico por imagens foi inaugurada: a medicina nuclear.
Exemplo de uma cintilografia da tiroide, antes e depois do tratamento.
Os pontos da imagem representam contagens de emissões radiativas.
A breve história da Radiologia no Brasil
Em 8 de novembro de 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845 - 1923) produziu radiação eletromagnética nos comprimentos de onda correspondentes aos atualmente chamados raios X. O episódio ficou registrado como a descoberta oficial da radiação ionizante. 
A primeira radiografia foi realizada em 22 de dezembro de 1895. Neste dia, Roentgen pôs a mão esquerda de sua esposa Anna Bertha Roentgen no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação oriunda do tubo por cerca de 15 minutos. Revelado o filme, lá estavam, para confirmação de suas observações, a figura da mão de sua esposa e seus ossos dentro das partes moles menos densas.
Poucos anos mais tarde, encantados com a possibilidade de enxergar os pacientes por dentro, médicos do mundo todo adotam a tecnologia nos tratamentos de saúde e operações. Inclusive, no Brasil, que sempre esteve intimamente ligado com as descobertas da Radiologia.
A origem da Radiologia no país tem mais de uma versão oficial. Hoje, a gente vai contar sob o olhar do pioneiro Aristides Negretti, de 88 anos. Ele foi aluno no primeiro curso de técnicos em Radiologia do Brasil, fundado no Hospital das Clínicas de SP, em 1951. O curso, que no início se chamava “Curso Técnico Raphael de Barros”, existe até hoje e forma 50 profissionais por ano.
“Em 1897, o professor Alfredo Brito (1863 - 1909) realizou, na Bahia, a primeira radiografia no campo de batalha, durante a Guerra de Canudos, para localizar projeteis de arma de fogo nos combatentes. Foram realizadas 98 radiografias e radioscopias em 70 feridos”, conta Aristides.
Segundo Negretti, no mesmo ano, um comerciante rico de Recife importou um aparelho para fazer, em suas festas, radioscopias das mãos das senhoras da sociedade local. Naquela época, o domínio da radiação ionizante se denotava como um elemento de poder.
Os primeiros anos, as primeiras radiografias e a formação dos primeiros 
Operadores
A realização da primeira radiografia no Brasil é atribuída a diferentes pesquisadores. Não há consenso absoluto, algumas versões se desdobraram ao longo do tempo. Cronologicamente, todos os trabalhos estão muito próximos. Por isso, é difícil definir quem foi o primeiro radiologistaa ter a honra do feito.
A maioria da academia brasileira considera que a primeira radiografia foi feita por Alfredo Brito, na Bahia. Mas há quem diga que Silva Ramos inaugurou a tecnologia, em São Paulo. Outras correntes argumentam que os experimentos de Francisco Pereira Neves se deram antes, no Rio de Janeiro. Há até quem diga que antes de tudo isso os físicos do Pará largaram na frente, com experimentos bastante inovadores.
Verdade seja dita, inobstante quem foi o primeiro, é necessário reconhecer que o Brasil está na vanguarda da ciência radiológica. Independente de todas as dificuldades de comunicação e transportes da época, os pesquisadores brasileiros estudaram, viajaram e ajudaram a desenvolver a tecnologia logo nos seus primeiros anos.
A cidade de Formiga, em Minas Gerais, recebeu o primeiro aparelho de Radiologia instalado no interior do Brasil. Quem trouxe o equipamento foi o doutor Carlos Ferreira Pires, no final do século 19. Era uma máquina da Siemens, bastante rudimentar, com bobinas de 70 centímetros e tubos tipo Crookes. Naquela época, a cidade não tinha energia elétrica, era necessário usar pilhas, baterias ou combustíveis fósseis para fazer tudo funcionar.
É necessário fazer um destaque especial. Em 1896, o radiologista Álvaro Alvim foi para a França, onde se especializou em física médica e trabalhou diretamente com Marie Curie. De Paris, doutor Alvim trouxe os equipamentos para atender as pessoas e tecnologias que auxiliaram na formação dos primeiros Operadores de raios X brasileiros.
Da figura do Operador, nasceu o que conhecemos hoje como Técnicos e Tecnólogos em Radiologia. Mas, essa parte da história a gente conta no próximo capítulo...
 
Depois de receberem treinamento dos pesquisadores que se especializaram na Europa, os primeiros Operadores de raios X do Brasil ajudaram a formar os médicos no interior do país
Dos anos 1920 aos 50, a Radiologia entrou em uma nova fase de desenvolvimento no Brasil. Depois de os primeiros médicos e pesquisadores que se especializaram na Europa voltarem ao país, trazendo equipamentos radiológicos da época, teve início um intenso processo de aprendizagem e disseminação da tecnologia.
Encantados com a possibilidade de enxergar os pacientes por dentro, médicos do interior de todas as regiões do país passaram a adquirir essas máquinas de raios X, para aparelhar seus estabelecimentos de saúde. Foi uma verdadeira febre radiológica.
Como os donos dos consultórios não dominavam a tecnologia, mandavam funcionários, filhos ou sobrinhos para aprender a operar o equipamento na capital, aqueles trazidos pelos precursores. Esses moços saíam de suas cidades sem profissão, e voltavam como Operadores de raios X diplomados.
“Meu tio era médico, comprou um equipamento de raios X e me mandou para estudar a nova tecnologia. Aprendi a profissão e voltei para ensinar a ele. Depois disso, participei da formação de muitos outros médicos, com quem também aprendi muito. Nós absorvemos a ciência e ajudamos a retroalimentar a cadeia do conhecimento. Nossa classe desempenha um papel muito importante na história dessa ciência”, conta Jenner Moraes, o primeiro presidente do CONTER.
Essa é a história de centenas de profissionais das técnicas radiológicas. No Hospital das Clínicas de São Paulo, não há uma pessoa sequer que não conheça Aristides Negretti, aluno da primeira turma de técnicos em Radiologia do Brasil, considerado pelos especialistas que administram o hospital hoje como um mestre além de seu tempo.
Hoje em dia, como sempre, os profissionais das técnicas radiológicas ensinam e aprendem, sempre no intuito de levar ao próximo o benefício de um dos maiores conhecimentos que a humanidade teve o prazer de teorizar: os raios X.
 
Na década de 30, quando a tuberculose matava por falta de diagnóstico, especialista brasileiro desenvolve exame de imagem para detectar a doença nas 
fases iniciais
Em vários momentos, o Brasil se torna protagonista da história da Radiologia. No ano de 1936, o médico Manuel Dias de Abreu (1894-1962) ganhou destaque internacional ao propor um método rápido e barato de realizar exames do tórax, o que facilitou bastante o tratamento de doenças pulmonares.
Abreu batizou a técnica de Rontgenfluorografia (fotografia de raios X), em homenagem a Wilhelm Conrad Röntgen. Entretanto, em 1939, no I Congresso Nacional de Tuberculose no Rio de Janeiro, foi popularizado o termo “Abreugrafia”, em homenagem a esse importante pioneiro.
Bem, naquela época, o diagnóstico da tuberculose em estágio avançado estava vitimando as pessoas e despertou em Manoel de Abreu o interesse de estudar a doença em estado inicial, para ver se reduzia o índice de mortes.
Mas, isso só seria possível se houvesse uma drástica redução no custo do exame. Na década de 30, com a invenção do Écran de Tungstato de Cálcio, as condições se tornaram viáveis.
A Abreugrafia era um exame que consistia em fotografar a tela de uma radiografia de tórax, em filmes de 35 ou 70 mm. O custo do diagnóstico caiu, uma vez que o filme fotográfico era mais barato que as tradicionais chapas radiográficas da época.
Um ano após conseguir bolar a ideia, Abreu construiu o primeiro aparelho para realização de exames torácicos na “Casa Lohner” (RJ). A máquina foi produzida pela filial da Siemens, uma das primeiras empresas do mundo a desenvolver e investir em equipamentos de raios X. Na mesma ocasião, foi inaugurado o primeiro serviço de cadastro torácico, em 1937.
O inventor da Abreugrafia se formou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1913). Depois, resolveu aperfeiçoar seus conhecimentos na Europa, onde passou por diversos hospitais franceses chegando, inclusive, a dirigir o Serviço de Radiologia da Santa Casa de Paris (1916). 
Por sua contribuição à Medicina, Manuel Dias de Abreu foi indicado ao Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina, em 1946. Em 30 de janeiro 1962, veio a falecer, vítima de câncer no pulmão. Em homenagem ao médico, em 4 de janeiro, se comemora o Dia da Abreugrafia.
Por conta da evolução tecnológica, das taxas de dose empregadas e as limitações da técnica, a Abreugrafia acabou caindo em desuso há várias décadas.  
 
Em 1951, o HC de São Paulo cria o curso técnico Raphael de Barros, o primeiro a formar técnicos em Radiologia no Brasil
No final dos anos 1940, depois de tantas evidências sobre a complexidade da tecnologia radiológica, os governos e gestores dos estabelecimentos de saúde se convencem da necessidade de constituir uma formação mais completa para os operadores de raios X. Além de saber a técnica e entender sobre radioproteção, o profissional deveria ter uma formação social adequada, para atender os pacientes com humanidade. Nasce a figura do Técnico em Radiologia.
O primeiro curso técnico em Radiologia teve início em março de 1951, com cinquenta alunos, no Hospital das Clínicas de São Paulo. Era popularmente conhecido como curso técnico Raphael de Barros, em homenagem ao doutor que foi patrono da iniciativa.
O primeiro ano do curso foi de aulas teóricas e o segundo, composto por aulas práticas e estágio curricular. Terminou em novembro de 1952. Os alunos foram certificados no dia 18 de agosto de 1954.
Durante o curso, foi promulgada a primeira legislação que conferia direitos especiais aos profissionais das técnicas radiológicas, a Lei n.º 1.234/50, que ficou conhecida na época como “lei de proteção ao radiologista”.
O curso do HC de São Paulo existe até hoje, no mesmo lugar, com a mesma excelência. Ex-alunos se tornaram mestres, professores e ajudam a formar, em média, cinquenta novos profissionais por ano.
Antes da criação do primeiro curso, até o final dos anos 1940, para exercer a profissão de Operador de raios X, era necessário passar, apenas, por avaliações de Anatomia e Física. Não havia um curso formal, os trabalhadores aprendiam na prática, uns com os outros. Infelizmente, por falta de formação e informação, milhares deles desenvolveram doenças ocupacionais graves ou pagaram com a própria vida pela exposição excessiva à radiaçãoionizante.
 
Em 1952, nasce a primeira sociedade científica dos técnicos em Radiologia no Brasil
Após a consolidação dos primeiros cursos técnicos em Radiologia no Brasil, nos anos 1950 e 60, os profissionais da área começaram a se organizar e produzir conhecimento científico. Nas praças, nas conversas de bar, os trabalhadores se reuniam para contar sobre o seu dia a dia de trabalho, sobre as experiências nos laboratórios e salas de exames. A nova profissão empolgava e despertava a curiosidade geral das pessoas.
A maioria dos livros da época era estrangeiro. Antes de estudar, os técnicos em Radiologia precisavam se encorajar juntos para traduzir as obras. O esforço daqueles que sabiam outras línguas, como o inglês e o francês, permitia a democratização do conhecimento entre a imensa maioria, que não tinha a oportunidade de conhecer outros idiomas.
Na medida em que assimilavam novas teorias e práticas, os técnicos em Radiologia perceberam que precisavam começar a sistematizar esse conhecimento e se organizar socialmente. A profissão crescia, e precisava de arranjos produtivos. Como consequência dessa causa, começaram a surgir as primeiras sociedades científicas da classe.
A primeira foi a Associação de Tecnologia em Radiologia do Estado de São Paulo (Atresp), fundada em 1º de outubro de 1952, durante o curso técnico Raphael de Barros, pelo profissional Walter Fonseca Braga, com a ajuda das estudantes Alzira dos Santos Nascimento, Laura Zuvella, Mercedes Ignácio e Aristides Negretti. Além dos profissionais da Radiologia, a Atresp representava os técnicos em Fisioterapia. Em 1962, as categorias resolveram se separar e seguir caminhos diferentes.
Depois de São Paulo, os técnicos do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia também fundaram sociedades científicas. Juntos, os profissionais brasileiros realizaram o 1º Congresso Nacional de Técnicos em Radiologia, em 1965, no Rio de Janeiro.  
Essas organizações ajudaram a consolidar e defender os rasos direitos sociais que os profissionais da época conseguiram conquistar. Foram anos intensos, em que o senso comum, pouco a pouco, passou a dar lugar ao conhecimento científico sobre a radiação ionizante, seus benefícios e sua nocividade. Os acidentes e doenças ocupacionais diminuíram e começaram a dar lugar aos conceitos de radioproteção que amadurecemos até hoje. 
 
Nos anos 1970, os profissionais se organizam, ganham experiência e aumentam a pressão pela regulamentação das técnicas radiológicas no Brasil
Após a criação das sociedades científicas em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, entre os anos 1950 e 60, os profissionais das técnicas radiológicas do Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina também se organizam em instituições. As lideranças mantinham contato entre si e ajudavam a promover a organização da classe nas demais regiões. Era uma rede complexa, com ramificações em todas as capitais do Brasil. Em 1965, contra todas as dificuldades, conseguem realizar o 1º Congresso Nacional de Técnicos em Radiologia.
Esse encontro científico teve desdobramentos. Em 1966, as sociedades científicas estaduais entram em acordo e fundam a Federação das Associações dos Técnicos em Radiologia do Brasil (FATREB). Tem início um novo ciclo de desenvolvimento.
Em 1971, a FATREB aprova o primeiro Código de Ética da classe. Dois anos mais tarde, depois de consolidar seus eventos nacionais, filia-se à International Society Of Radiographers and Radiological Technicians (ISRRT), em Madrid. Os técnicos brasileiros entram no circuito mundial, trocam experiências com profissionais de todo o mundo e colocam o nome da classe no mapa da Radiologia.
De 3 a 7 de novembro de 1976, aconteceu em São Paulo o IV Congresso Brasileiro de Técnicos em Radiologia. Em Brasília, tramitava um projeto de lei para organizar as atividades profissionais da categoria. Crescia o movimento pela regulamentação da profissão.
 
Índio vendeu sucata para ir a Brasília de fusca 68 vezes defender a regulamentação da profissão de técnico em Radiologia
A história das técnicas radiológicas no Brasil é uma verdadeira epopeia, cheia de episódios marcantes e personagens inesquecíveis. Um dos capítulos mais interessantes da jornada, sem dúvidas, é a regulamentação da profissão de técnico em Radiologia, que aconteceu depois de onze anos de luta.
Em 1974, o deputado Gomes do Amaral apresentou o primeiro projeto de lei (PL n.º 317/1975, páginas 3.472 a 74 do Diário Oficial), com o objetivo de regulamentar o exercício das técnicas radiológicas no Brasil. Infelizmente, os anos se passaram e a proposta não teve andamento. Tanto que perdeu o objeto e acabou arquivada.
Mas não ficou por isso mesmo. Inconformado com a situação, o técnico em Radiologia Jair Pereira, “O Índio”, resolveu travar uma batalha em defesa da regulamentação. Na época, ele era presidente da Associação dos Técnicos em Radiologia do Estado de Goiás (Atrego) e vice-presidente da Federação das Associações dos Técnicos em Radiologia do Brasil (Fatreb).
Jair formou uma comissão de profissionais goianos e conduziu a elaboração de um substitutivo ao PL do deputado Gomes do Amaral. O texto foi aprovado pela categoria durante o V Congresso Brasileiro de Técnicos em Radiologia, realizado no Recife/PE, e depois oferecido ao Congresso Nacional. Depois de aprovado pelos deputados, seguiu para o Senado Federal.
Para sensibilizar a sociedade e as autoridades, Jair e seus amigos elaboraram a “Carta de Goiânia”, um documento que reivindicava o reconhecimento dos técnicos em Radiologia como profissionais, e não como meros operadores. Esse foi um instrumento importante para dar fôlego ao novo projeto.
Mas, se até aí Jair teve dificuldades, é por que mal sabia que no Senado se daria a verdadeira saga do Índio. “Nosso projeto ficou mais de um ano dormindo na gaveta de um senador, que prefiro nem lembrar o nome. Certo dia, marcamos uma audiência com ele. Fomos eu, meu amigo Rubens Almeida e o companheiro Luis Ludovico, de São Paulo. Eles nos deixaram por horas plantados, até que perdi a paciência. Invadi seu gabinete e comecei a bater boca, até que ele chamou os seguranças. Mas eu não saí, continuamos lá discutindo até o final”, conta.
O enfrentamento teve resultado. Depois desse episódio, em 1976, a relatoria do projeto foi redistribuída para o senador goiano Henrique Santillo, amigo de Jair, e as coisas começaram a andar.
Entre 1980 e 86, Jair Pereira foi de Goiânia a Brasília 68 vezes se reunir com autoridades para apressar o andamento da matéria. Segundo suas contas, entre outras viagens, rodou 35 mil quilômetros e gastou Cr$ 22 milhões (aproximadamente R$ 9 mil nos dias de hoje) do próprio bolso para manter o sonho vivo. Ele conseguia o dinheiro das viagens vendendo sucatas de filmes e fixadores.
Quando tudo parecia encaminhado para um final feliz, veio o susto. Numa das idas e vindas à secretaria geral do Senado, para ver o processo de regulamentação da profissão, Jair notou que haviam anexado um ofício da Confederação Nacional da Indústria (CNI) extremamente prejudicial à classe. A classe empresarial havia dado uma cartada pesada para colocar por terra todos os avanços que a categoria tinha conquistado. Diante da situação, o Índio não teve dúvidas, tentou comer o documento.  
“Eu olhava para aquele ofício e não acreditava, fiquei azul de raiva. Depois de tanto esforço, não podia aceitar que nossa proposta fosse alterada daquela forma. Foi aí que notei que o processo não era numerado. Num estalo, enquanto estávamos só eu, o Aristides e o Rubens na sala, ranquei a folha e comecei a mastigar. Como era grande demais para engolir, tirei da boca e escondi no bolso. Fiquei com fama de louco”, conta Jair Pereira.
Antes de votar a matéria, o Senado pediu parecer do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sobre o projeto de lei. Para garantir a integridade da proposta, Jair resolveu ir à consultoria técnica jurídica do MTE saber qual seria o encaminhamento. Depois de apresentar seus argumentos, ouviu os doutores responderem que oposicionamento deles dependia do ministro Murilo Macedo e que não seria possível resolver naquela hora, pois ele estaria de saída para uma viagem. Em outra situação limite, Jair agiu por impulso de novo. Ao ver a autoridade de passagem, ele correu, o segurou pelos braços e disse “o senhor não vai sair sem nos atender, somos trabalhadores sofridos e estamos sufocados”. O ministro sorriu e ouviu a todos gentilmente.
Depois do parecer favorável do MTE, mais um episódio fora da curva serviu para acelerar o processo de regulamentação da profissão. Depois de torcer o tornozelo, Roseana Sarney, filha do então presidente da República José Sarney, foi encaminhada ao serviço médico do Senado Federal. O técnico em Radiologia Oity Moreira Rangel atendeu a ilustre paciente e contou a ela toda a história. No final, pediu a ela que conversasse com o pai sobre o assunto, pois era muito importante para milhares de trabalhadores. Roseana prometeu que o faria.
No dia 29 de outubro de 1985, foi sancionada a Lei 7.394, que regula o exercício de técnico em Radiologia. A norma foi efetivada pelo Decreto n.º 92.790, em 17 de junho de 1986.  
Em 4 de junho de 1987, foi instalado o Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) e, imediatamente a seguir, os seis primeiros Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia (CRTRs): o da 1ª Região (Distrito Federal, Goiás, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá e Roraima), da 2ª (Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão), da 3ª (Minas Gerais e Espirito Santo), da 4ª (Rio de Janeiro), da 5ª (São Paulo) e da 6ª Região (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná).
Por causa do ativismo político que resultou na regulamentação da profissão, Jair conta que ele e seus amigos sofreram perseguição patronal, desemprego, frustrações e acumulam cicatrizes que permanecem até hoje. “O reconhecimento é pouco, me sinto esquecido. Mas não me arrependo, faria tudo de novo. Foram bons anos, ao lado de pessoas que valem a pena”, finaliza.
EXTRA:
Primeiros Professores de Radiologia
Rafael de Barros
Primeiro professor de radiologia de São Paulo – 1913. Santa Casa de Misericórdia
Duque Estrada
Primeiro professor de radiologia do Rio de Janeiro – 1913. Santa Casa de Misericórdia
O Primeiro Aparelho Instalado no Interior do País
Foi o Dr. José Carlos Ferreira Pires o primeiro médico a instalar um aparelho de Raios X no interior do Brasil, na cidade de Formiga, Minas Gerais, a 600 km do Rio de Janeiro. Hoje, o equipamento está no Museu de Cirurgia em Chicago.
Primeira Aula de Radiologia
Aula dada no 3º ano médico pelo Professor João Américo Garcez Fróes na Faculdade de Medicina da Bahia no ano de 1903, publicada em l904.
Primeira Processadora Automática
Instalada no consultório particular do Professor Feres Secaf.
A placa em Chicago
A primeira ampola
Professores que deram continuidade ao trabalho dos pioneiros
Nicola Casal Caminha
Professor da Faculdade Nacional de Medicina. Considerado o Pai da Radiologia por ter formado a maioria dos radiologistas brasileiros de sua época.
José Maria Cabello Campos
Professor de Radiologia da Santa Casa de São Paulo. Fundador e primeiro Presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia. Um dos fundadores do Colégio Interamericano de Radiologia.
Feres Secaf
Professor da Escola Paulista de Medicina. 
Foi Presidente do Colégio Brasileiro e da Sociedade Paulista de Radiologia.
Walter Bonfim Pontes
Professor de Radiologia da Faculdade de Medicina de Sorocaba, São Paulo. Idealizador e fundador do primeiro Curso de Técnicos do Brasil.
Henrique Toledo Dodsworth
(1864-1916)
Primeiro a Incorporar a Radiologia à Clínica.
“Os raios-X não erram. Quem erra é o médico que não sabe interpretar”.
Álvaro Alvim
(1875-1928)
Foi o primeiro a instalar um aparelho de raios-X no Rio de Janeiro, em 1897.
Foi o primeiro a radiografar caso de xipófagas no mundo (l897): Rosalina e Maria, identificando seus órgãos. As irmãs foram separadas pelo famoso Cirurgião Chapot Prevost, com sucesso, fato de repercussão mundial.
Colégio Brasileiro de Radiologia
Fundado em 15 de setembro de 1948, em São Paulo, durante a realização da primeira Jornada Brasileira de Radiologia. Nas fotos abaixo, Rafael de Barros, primeiro professor de Radiologia de São Paulo e José Maria Cabello Campos, primeiro presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia.

Continue navegando