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AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPARAÇÃO DE PERDAS E DANOS

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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ________________
BERNARDO, brasileiro, portador do RG nº ..., inscrito no CPF/MF nº ..., como endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua Bauru, 371, Dourados/MS, vem por meio do seu advogado, ao final assinado, conforme processo (doc. Em anexo), com endereço eletrônico ..., e com endereço profissional..., local onde receberá as notificações de estilo, com base no artigo __ cc/02, PROPOR.
AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPARAÇÃO DE PERDAS E DANOS.
EM FACE DE SAMUEL, brasileiro, residente na Rua d os Diamantes, n° 123, Campo Grande/MS, cujo cadastro nos registros gerais de pessoas físicas é ignorado, PELOS SEGUINTES FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS QUE SE PASSA A EXPOR:
DAS PRELIMINARES
I.I. DA GRATUIDADE J UDICIÁRIA 
Requer o Autor, sob o arrimo do que expressa a lei nº 1 .060 de 1950, do artigo 98 e seguintes do CPC e do artigo 5º, LXXIV da CF, que lhe seja deferido os benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista de que o mesmo não pode arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio.
I.II. DA COMPETÊNCI A DO JUÍZO
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, uma vez que o objeto do caso tem como característica uma obrigação de comodato gratuito (art. 579 do CC), estabelecido em contrato escrito, donde se pode visualizar que o referido compromisso deveria se r satisfeito no domicílio do Autor, que, no entanto não foi cumprido em momento algum pelo Réu, incorrendo assim em estado de mora até o surgimento do caso fortuito e m que ocasionou a perda do bem aqui aludido, causando efetivos danos ao Autor. Com isso, é expressão nítida no código de processo civil de 2015, no artigo 53, inciso IV, a línea “a)” a competência desta jurisdição para a apreciação da seguinte demanda. Nesses termos:
Art. 53. É competente o foro: (...)
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
de reparação de dano; (CPC/2015)
II. DOS FATOS
O presente caso concreto versa sobre o estabelecimento d o contrato de comodato escrito p elo Sr. Bernardo, ora Autor, em favor do Sr. Samuel, pertencente ao pólo passivo desta ação, sendo o objeto da avença o cavalo de espécie manga-larga, o qual tinha por nome “Tufão”, avaliado em R$ 10.000,00 (dez mil reais). O bem deveria ser restituído, conforme contrato, no dia 02 do mês de outubro de 2016. No entanto, até o mês de janeiro de 2017 não houvera a devolução por Samuel , ressaltando que fora constatado a desídia do mesmo para restituir o eqüino. A mora perdurou até a chegada de um forte temporal no local onde permanecia o animal, causando sua morte em decorrência da altura atingida pela água, bem como à sua força. Assim, se finda o relato dos fatos, passa-se agora à exposição dos fundamentos do direito material.
DO MÉRITO
III.I DA RESPONSABILIDADE ORIUNDA DA MORA 
Excelência, como será efetivamente demonstrado no feito, e por força da higidez das provas a costadas nos autos, o caso em tela é oriundo de um contrato escrito de comodato gratuito, sendo que o objeto do acordo firmado fora um eqüino de raça manga larga, cujo nome o dono deu-lhe “Tufão”, o animal era avaliado em expressiva quantia, cerca d e dez mil reais, tinha utilidade para Autor na reprodução da linhagem, em exposições, bem como em turfes, ou seja, constata-se, de plano, a relevante importância do animal para o Sr. Bernardo. Voltando ao teor da avença firmada, for a estabelecido que o eqüino deveria ser de volvido até o dia 02 de outubro de 2016, isto é, fora firmada uma obrigação positiva, no entanto, até a ocorrência d o evento trágico, em que o animal veio a falecer, com o já referido, até o mês d e janeiro de 2017, o cavalo não f oi devolvido por pura e repulsiva desídia do Sr. Samuel, ora Réu. Com isso, vislumbra-se u ma inequívoca mora d e mais de dois meses, fato notório e originário da culpabilidade n a causa da morte do animal. Afasta-se, desde logo, qualquer argumento de ocorrência de caso fortuito, impassível de modificação se o eqüino estive sob qualquer outra guarda. O que se constata é o grave dano sofrido pelo Sr. Bernardo, que não mais contará com seu animal, quando perdera um bem de importe considerável por puro desleixo do Sr. Samuel. Felizmente, o nosso código civil nos traz, de modo esclarecedor, a responsabilidade do devedor que se encontra em demora em sua obrigação. Nos termos dos artigos 394, 395, 397 e 399 do aludido regramento, aquele que estiver e m atraso com a obrigação em que se estabeleceu, responde pelos prejuízos a que sua mora der causa, acrescidos de juros, correção monetários e honorários advocatícios. Dito isso, sem sombra para dúvidas, vê-se inequívoca a culpa do Réu no f ato ocorrido. Se estivesse cumprida e m tempo a devolução do animal, o evento fatal não se efetivaria. Tanto é que a chuva torrencial que se d eu no lugar em que estava o cavalo, não ocorrera onde o Autor residia, afastando, assim, qualquer isenção na de culpabilidade, ou que o dano sobreviveria ainda que se fosse efetuada a devolução em tempo hábil. Nesse sentido:
Da Mora
Art. 394. Considera-se em m ora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. (Grifos nossos)
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva nulidade do negócio jurídico celebrado, o Autor, desde logo requer:
I. A reparação do dano sofrido acrescido de indenização por per das e danos, juros e correção monetária em decorrência da mora do deve dor, e honorário advocatícios, a qual se dará em 20% sobre o valor da causa, n os termos do que dispõe os artigos 394, 395, 
397 e 399, todos do código civil pátrio;
II. Protestar em provar o a legado por todos os meios de provas em direito admitidos, estando já em poder do contrato de comodato firmado entre as partes, o qual facilmente se extrai a lesividade da mora em se deu o Réu;
III. Deixar expresso a possibilidade para audiência de mediação e conciliação;
IV. Honorários advocatícios estabelecidos em 20% sobre o valor da causa. 
V. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto que o mesmo é pobre na forma da lei. 
Dar-se-á o valor da causa em R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Recife-PE, sexta-feira, 01 de setembro de 2017. 
GUSTAVO MENDES
OAB/PE XX.XXX-X

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