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Danos morais APs 2017

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Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo – IEPO
KÁSSIA MONTEIRO
DANOS MORAIS 
Evolução do conceito de dano moral na legislação e jurisprudência pátria e sua forma de reparação e seus aspectos mais polêmicos
PALMAS
2017
KÁSSIA MONTEIRO
DANOS MORAIS 
 
Evolução do conceito de dano moral na legislação e jurisprudência pátria e sua forma de reparação e seus aspectos mais polêmicos
Trabalho apresentado a Professora André Guedes para obtenção de nota na disciplina APS (Atividade Pratica Supervisionada) da turma DR8Q32, do curso de Direito.
 
 
PALMAS
2017
Conceito de Dano Moral:
 Em nossa doutrina pátria existem inúmeras definições para Dano Moral, Maria Helena Diniz estabelece o dano moral como “a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa física ou jurídica, provocada pelo ato lesivo”. Neste mesmo sentido, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona o conceituam como “lesão de direito cujo conteúdo não é pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro”.
Em primeira análise é possível considerar que o dano moral está vinculado à dor, angustia, sofrimento e tristeza. Todavia, atualmente não é mais cabível restringir o dano moral a estes elementos, uma vez que ele se estende a todos os bens personalíssimos. 
A utilização da expressão dano moral é discutida por parte da doutrina. Isto porque, conforme o entendimento de Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, ela não é tecnicamente adequada para qualificar todas as formas de prejuízo não fixável pecuniariamente. Para estes doutrinadores, assim como para alguns outros como Sergio Cavalieri, seria mais adequado utilizar a expressão dano imaterial ou ainda dano extrapatrimonial.
A principal dificuldade subsistente acerca dos danos morais na atualidade não está pautada em sua conceituação, nem mesmo na possibilidade de reparação. O grande dilema existente em torno do assunto é fixação do quantum indenizatório. Este é o tema principal do presente trabalho, e será destrinchado no capítulo seguinte.
 Garantia Constitucional 
Garantia da Constituição Federal (artigo 5º, V e X), a estipulação da quantia de dano moral é assunto tormentoso no meio jurídico, devido à falta de parâmetros objetivos para fixação da compensação pecuniária.
A reparabilidade do dano moral é amplamente aceitos entre doutrinadores, juristas e operadores do direito, mas como será visto ao longo desse capítulo, esse nem sempre foi o pensamento dominante.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DANO MORAL
Hoje é praticamente inquestionável a possibilidade de recorrer ao Poder Judiciário para pleitear reparação de danos com fundamento exclusivo em ocorrência de dano moral. A Constituição Federal de 1988 proporcionou significativa mudança no Ordenamento Jurídico brasileiro, sendo conhecida como Constituição Cidadã, mas, dentre as diversas inovações apresentadas, pode-se destacar exatamente a possibilidade de compensação pecuniária por dano exclusivamente moral.
O artigo 5º da Constituição Federal traz rol exemplificativo dos direitos e garantias fundamentais e, no inciso V, enuncia: "é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem".
Apesar de ampla aceitação doutrinária e jurisprudencial atualmente, houve tempos diferentes. Perfazendo um caminho histórico sobre posições doutrinárias, percebe-se evolução e amadurecimento jurídico.
Em primeiro momento, havia entre juristas e doutrinadores negação ao cabimento de dano moral. Influenciados pelo pensamento patrimonialista do Código Napoleão, no qual o ser humano era visto apenas como produtor de riquezas, em que se priorizava o "ter" ao "ser", vingava o pensamento de que não se poderia reparar prejuízo não auferível economicamente. Gustavo Tepedino (2001, p. 2) bem esclarece tal pensamento à época:
O Código Civil, bem se sabe, é fruto das doutrinas individualista e voluntarista que, consagradas pelo Código de Napoleão e incorporadas pelas codificações do século XIX, inspiraram o legislador brasileiro quando, na virada do século, redigiu o nosso Código Civil de 1916. Àquela altura, o valor fundamental era o indivíduo. O direito privado tratava de regular, do ponto de vista formal, a atuação dos sujeitos de direito, notadamente o contratante e o proprietário, os quais, por sua vez, a nada aspiravam senão ao aniquilamento de todos os privilégios feudais: poder contrata, fazer circular as riquezas, adquirir bens como expansão da própria inteligência e personalidade, sem restrições ou entraves legais. Eis aí a filosofia do século XIX, que marcou a elaboração do tecido normativo consubstanciado no Código Civil.
Sustentava-se que um dano extrapatrimonial não poderia ser reparado em pecúnia, não se poderia quantificar uma ofensa ou lesão que não apresentasse características nitidamente econômicas. Aceitava-se a existência de violação ao âmago humano, ao equilíbrio psicológico de um indivíduo, o que não se admitia era reparação pecuniária desta agressão.
O forte ideal materialista da época impossibilitava uma proteção do homem fundada em seu próprio valor, em seu existir como ser humano, e não ligado ao fator econômico tão predominante, ficando em posição de submissão, visto em segundo plano.
Alguns ainda sustentavam que um dos requisitos imprescindíveis para a reparação de um dano seria o retorno ao estado quo ante, o que impossibilitava a reparação de um dano exclusivamente moral, tendo em vista que não teria como restituir ao ofendido algo imaterial, retornando ao estado anterior à ofensa, isto é, devolver um estado psicológico.
Assim também pensavam os juristas, coadunando com o entendimento exposto. Cristiano Chaves de Farias, Felipe Peixoto Braga Netto e Nelson Rosenvald (2014, p. 329), citando o Recurso Extraordinário nº 11.786, de Relatoria do Ministro Hahnemann Guimarães do Supremo Tribunal Federal, assim se manifestam:  
Em relação ao dano moral, o STF, até meados dos anos sessenta, dizia, de modo peremptório, que “não é admissível que os sofrimentos morais deem lugar à reparação pecuniária, se deles não decorre nenhum dano material”. Ou seja, não se compensavam, no Brasil, os danos morais, apenas os danos patrimoniais seriam indenizáveis.
O segundo momento é marcado como fase de transição, em que se começou a aceitar a reparação do dano moral, ainda que como tendência de forma tímida. As influências para a mudança se deram principalmente no pós II Guerra Mundial, diante de atrocidades e crueldades cometidas pelo nazi-fascismo, quando o mundo pode perceber o que homens poderiam fazer com semelhantes. Essa comoção global acabou repercutindo no mundo jurídico.
Percebeu-se que mais importante do que os aspectos e bens mensuráveis economicamente, é o ser humano, devendo haver sobre si uma ampla proteção. Começou-se a tratar o homem como centro da sociedade e do ordenamento jurídico, prevalecendo sobre aspectos econômicos.
O Código Civil de 1916 não enfrentou o tema da reparação de danos morais de forma ampla, apresentando previsões esparsas ao longo de seu texto. Foram utilizados conceitos jurídicos fechados quando se abordava a questão, o que tornava tarefa difícil para o intérprete visualizar situações de indenização além das previstas expressamente no Código, como no caso de perda definitiva da coisa esbulhada ou no caso de crime contra a honra. Não havia cláusula geral que permitisse a indenização por dano moral.
Chega-se ao momento atual, em que a Constituição Federal de 1988 previu expressamente a possibilidade de dano moral (artigo 5º, V), como exposto acima. O homem passou a ser encarado como centro da sociedade, como elemento principal do ordenamento jurídico, sempre protegido pelo princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, conforme ensina Maria Celina Bodin de Moraes (2003, p.147):
O que antes era tido como inconcebível passou a ser aceitável, e, de aceitável, passou a evidente.Se era difícil dimensionar o dano, em questão de poucos anos tornou-se impossível ignorá-lo. Se era imoral receber alguma remuneração pela dor sofrida, não era a dor que estava sendo paga, mas sim a vítima, lesada em sua esfera extrapatrimonial, quem merecia ser (re)compensada pecuniariamente, para assim desfrutar de alegrias e outros estados de bem-estar psicofísico, contrabalançando (rectius, abrandando) os efeitos que o dano causara em seu espírito.
A Constituição inaugurou uma nova ordem jurídica, levando o legislativo a aprovar outros diplomas prevendo expressamente o dano moral, como exemplo, Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90).
A mais marcante previsão após a promulgação da Constituição foi a cláusula geral de responsabilidade por dano moral no Código Civil de 2002, artigos 186 e 927, este sobre responsabilidade objetiva e aquele responsabilidade subjetiva.
2. O dano moral na jurisprudência brasileira
O dano moral, embora seja modalidade de ato ilícito largamente debatida em juízo e expressamente prevista no direito positivo, não encontra conceituação e dimensionamento definidos de maneira clara na lei.
Cabe, por isso, à doutrina e a jurisprudência a tarefa de construir de maneira mais completa a teoria da reparação do dano dito não patrimonial.
Daí o interesse que desperta no meio jurídico o conhecimento das posições adotadas com predominância pelos tribunais diante dos conflitos que in concretoenvolvem essa modalidade de responsabilidade civil.
Indicaremos, a seguir, algumas posições doutrinárias sedimentadas. Diversas outras, porém, são abordadas e analisadas na 8ª edição do nosso “Dano Moral” (Forense, 2016).
 Arbitramento da reparação cabível
Segundo velho precedente do extinto TAPR, cuja lição se conserva atual, “ao magistrado compete estimar o valor da reparação de ordem moral, adotando os critérios da prudência e do bom senso e levando em estima que o quantum arbitrado representa um valor simbólico que tem por escopo não o pagamento do ultraje ─ a honra não tem preço ─ mas a compensação moral, a reparação satisfativa devida pelo ofensor do ofendido”[29].
Em regime de recurso especial repetitivo, o STJ ressaltou a moderação, o bom senso e os limites da reparação que não podem faltar quando se cuida de dano moral:
“Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil [atual CPC, art. 1.036]: a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar; b) em decorrência do acidente, a empresa deve recompor os danos materiais e morais causados e c) na fixação da indenização por danos morais, recomendável que o arbitramento seja feito caso a caso e com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível socioeconômico do autor, e, ainda, ao porte da empresa, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, de modo que, de um lado, não haja enriquecimento sem causa de quem recebe a indenização e, de outro, haja efetiva compensação pelos danos morais experimentados por aquele que fora lesado”[30].
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao se arbitrar uma indenização em virtude da ocorrência de dano à pessoa, há, certamente, interesses jurídicos a serem tutelados que vão além do aspecto material. Quando a lesão atinge um bem jurídico intangível, aquele no qual se agride a pessoa do ofendido em sua individualidade, resta configurado o dano moral e por respeito jurídico à dignidade da pessoa humana e dos direitos da personalidade, tal dano deve ser efetivamente reparado.
O ordenamento jurídico não poderia limitar-se a ficar engessado a reparar somente os danos materiais. Como ficou demonstrada ao longo do trabalho, a evolução e aceitação da reparabilidade do dano moral não se deu de forma pacífica. Muitas teorias surgiram e discussões afloraram-se até se chegar à aceitação que se tem hoje a respeito da proteção aspecto anímico do ser humano. O homem passou a ser visto como o elemento central de um ordenamento jurídico de um Estado.
O dano moral, portanto, como se pode observar após a leitura do presente trabalho, não necessita de comprovação de dor, sofrimento e humilhação, para sua caracterização e, posteriormente, sua reparabilidade. Tais dissabores são consequências e não causas do dano moral, os quais não precisam necessariamente ocorrer para que haja sua efetiva reparação.
Conclusão
O dano moral continua a ser um assunto atual, apesar de ter surgido há mais de dois milênios. Reforça a ideia de importância do assunto o enorme número de processos que tratam dele nos tribunais pátrios.
Mesmo estando consolidado no ordenamento, e não existindo mais dúvida sobre a possibilidade de reparação financeira pelo dano moral, o tema ainda gera grande controvérsia no mundo jurídico, como a possível banalização do dano.
8. Síntese conclusiva
O intuito deste trabalho foi focado a salientar alguns aspectos alusivos ao dano moral, hodiernamente matéria de indubitável ressalto no ramo do direito, além da incontestável incidência na vida social.
Em síntese, concluímos que a grande propensão do ordenamento jurídico pátrio é a tutela da moral como predicado inexorável ínsito às pessoas físicas e às pessoas jurídicas, submetendo o causador da ofensa moral a arcar com indenização proporcional ao agravo cometido sempre que houver ataque injusto à honra alheia. Contudo, esse mesmo ordenamento permanece em terreno sólido ao coibir a vulgarização do instituto da reparação moral, de tão difícil inserção e reconhecimento entre o meio jurídico.
Trouxemos à discussão alguns aspectos processuais de destaque no campo da reparação por danos morais, com o fito de levar ao estudioso do tema um plus como mecanismo voltado à aplicação prática nas ações indenizatórias.
Vimos, ao final, a preocupação do nosso Poder Legislativo em regular as lacunas existentes na seara do instituto, em verdade, de difícil colmatação, porquanto árdua e espinhosa a navegação pelas especificidades do tema ventilado, que traz consigo uma gama de peculiaridades ainda pouco disseminadas.
Procuramos aquilatar posições doutrinárias e jurisprudenciais na medida em que a matéria foi discorrida, com o escopo precípuo de endossar as hipóteses aqui defendidas.
Operadores do direito que somos, cumpre-nos o mister da justa discussão sobre assuntos tão polêmicos e controvertidos, colocando em baila nossos posicionamentos e opiniões como forma de contribuição ao aprimoramento dessas matérias tão em evidência atualmente, porquanto há prevalecerem os interesses de uma sociedade ávida por JUSTIÇA!
Bibliografia
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,dano-moral-conceito-e-evolucao-historica,55906.html
http://www.ambito-uridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11819
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI2283,61044-Aspectos+relevantes+do+dano+moral
http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7690
http://genjuridico.com.br/2016/09/01/o-dano-moral-e-sua-reparacao/
Faculdades Objetivo-	Página 6

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