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APOSTILA 02

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Os Papéis do Líder
Liderança e Comunicação Organizacional | 35
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:
• Identificar os principais papéis dos líderes nas organizações;
• Analisar o trabalho do líder na obtenção do 
compromentimento das pessoas com os objetivos 
organizacionais;
• Realçar a importância do líder para o desenvolvimento 
das pessoas e para o surgimento de novas lideranças na 
organização;
• Reconhecer a atuação da liderança em todas as fases da 
mudança organizacional;
• Identificar as formas de atuação das lideranças na obtenção 
do consenso em situações de conflito.
Liderança e Comunicação Organizacional | 37
1. Liderança e Motivação
Como observam Wagner e Hollenbeck (1999), poucas 
tarefas ou metas importantes podem ser realizadas por uma só pessoa 
trabalhando de modo isolado. A necessidade de colaboração para a 
realização de metas é justamente uma das razões pelas quais existem 
tantas organizações em nossa sociedade.
Por outro lado, poucos grupos ou organizações conseguem 
realizar grandes ações sem a atuação de um indivíduo que lidere as pessoas.
A liderança é uma força que ativa e direciona as pessoas 
em prol da realização dos objetivos. Tendo em vista esse caráter 
fundamental da liderança, buscaremos entender agora quais são as 
principais atribuições dos líderes nas organizações.
Segundo Sobral (2013), a motivação, no contexto de uma 
organização, pode ser encarada como uma predisposição individual 
capaz de levar o indivíduo a assumir os comportamentos e esforços 
necessários ao alcance das metas da organização. É necessário que os 
funcionários estejam motivados para que se empenhem nos desafios e 
trabalhos diários da empresa. 
Em ambientes altamente competitivos, como este em 
que vivemos, a persistência perante os obstáculos é fundamental 
para que seja possível superá-los, de modo a alcançar as metas 
propostas. Um dos grandes empecilhos para o crescimento das 
organizações é justamente a perda do entusiasmo e a falta de 
motivação entre as pessoas. 
38 | Liderança e Comunicação Organizacional
Neste sentido, o líder tem um importante papel nas 
organizações: o de promover a motivação e o comprometimento entre 
os colaboradores, a fim de que eles consigam alcançar os objetivos, 
transformando estratégias em ações concretas.
Portanto, o líder não deve se limitar a estabelecer uma direção 
para o grupo. É claro que ele desenvolve uma visão e as estratégias para 
sua realização, mas é fundamental que este líder trabalhe também para 
alinhar as pessoas a esta visão proposta, engajando-as nesta direção. 
Assim, será formada uma equipe que compreende o sentido dos 
objetivos propostos e aceita sua validade.
Nas palavras de Faria (2007), podemos perceber de modo bem 
claro esta função primordial dos líderes:
Função Primordial dos Líderes
• Liderar é conectar os empregados ao negócio.
• Liderar é obter e manter empregados que atuam e 
trabalham como proprietários.Liderar é fazer com que 
os outros tenham vontade de fazer algo que você está 
convencido que deva ser feito.
• Liderar é mobilizar os outros a batalhar por aspirações 
compartilhadas. 
• Liderar é obter resultados desejados, acordados e esperados 
através de empregados engajados.
A liderança, como estamos vendo até aqui, está associada a 
estímulos ou incentivos que provocam a motivação nas pessoas para que 
realizem a missão, a visão e os objetivos da organização. 
Porém sabemos que a motivação é um fator complexo nas 
organizações. Por exemplo, você reage da mesma forma que seu colega 
de trabalho aos estímulos oferecidos pela organização? Provavelmente 
não. Isso ocorre porque as pessoas se motivam por razões diferentes. 
As necessidades variam de pessoa para pessoa e também de situação 
para situação, tendo como resultado padrões de comportamento e 
valores muito diferenciados.
Liderança e Comunicação Organizacional | 39
Segundo Bergamini (1994), um dos fatores fundamentais 
para o sucesso da liderança consiste em executar as tarefas enquanto se 
constroem bons relacionamentos. Por isso, o líder precisa perceber as 
motivações e expectativas dos colaboradores no ambiente de trabalho, 
para conseguir trabalhar com as diferenças motivacionais de cada um, e 
compreender o estilo próprio de cada colaborador.
O líder não deve se limitar a estabelecer uma direção para o 
grupo. É fundamental que ele trabalhe também para alinhar 
as pessoas a esta visão proposta, engajando-as nesta direção, 
formando assim uma equipe que compreende o sentido dos 
objetivos propostos e aceita sua validade.
A ligação entre os processos de motivação e liderança nos 
mostra que o líder também é um instrumento do grupo. Isso significa 
que o entendimento das motivações dos seguidores é essencial no 
processo social da liderança e no futuro desenvolvimento dos líderes. 
Aqueles que buscam assumir posições de liderança devem 
aprender a transmitir mensagens que estejam em sintonia com os 
interesses e desafios do potencial grupo de seguidores.
2. Liderança e Desenvolvimento de Pessoas
Para obter os melhores resultados, um líder precisa da aceitação por 
parte de todos os membros de sua equipe. É deste modo que ele conduz uma 
gestão com foco em resultados, ao mesmo tempo em que alinha a satisfação 
e o comprometimento dos colaboradores com os objetivos organizacionais. 
A consequência natural disso é uma equipe impulsionada e adequadamente 
preparada para enfrentar os desafios propostos. 
Vejamos o que Bower (1999) apresenta como as 
responsabilidades fundamentais dos líderes que desejam alcançar tais 
objetivos na empresa. Leia e reflita sobre cada uma delas:
Importante
40 | Liderança e Comunicação Organizacional
Tratar os seguidores com respeito: O líder deve ter a 
crença de que as pessoas, quando tratadas com justiça e consideração, 
realizarão seu trabalho com eficácia e eficiência.
Servir de exemplo para os liderados: Os líderes também 
devem servir de exemplo com seu compromisso e seu entusiasmo, de 
modo a elevar o ânimo dos seguidores. Os líderes devem cumprir suas 
promessas e servir de modelo de conduta dos valores que ajudam a 
propagar. Kouzes e Posner (2011, p. 25) reforçam esta ideia, afirmando 
que “ou você lidera dando o exemplo, ou não é um líder”. Se um líder 
não age de acordo com o próprio discurso que propaga, não servirá 
jamais de exemplo para ninguém.
Desenvolver seguidores: o líder não deve temer nem ver 
como ameaça o compartilhamento de responsabilidades, poderes ou o 
surgimento de novas lideranças. Ele deve, a partir de suas ações, ajudar 
as novas gerações de líderes. Este é um dos processos básicos que 
estão no dia a dia daqueles que gerenciam as pessoas nas organizações, 
cuidando do seu desenvolvimento, por meio, por exemplo, do incentivo 
à participação nos processos decisórios, da delegação e da atribuição de 
responsabilidades.
Tornar os seguidores envolvidos: O líder deve explorar todas 
as oportunidades para destacar e recompensar as contribuições de 
seus seguidores, envolvendo ainda mais as pessoas e conseguindo os 
melhores resultados.
Podemos observar que, na visão de Bower, para conquistar o 
respeito dos liderados é preciso valorizar as pessoas, respeitando suas 
diferenças e destacando aquilo que cada uma tem de melhor a contribuir. 
Um dos papéis do líder, então, consiste em trabalhar para construir um 
ambiente no qual as pessoas possam demonstrar suas potencialidades e 
sintam-se responsáveis diretas pelos resultados alcançados.
Drucker (1999) destaca que o líder não só influencia as 
pessoas, mas trabalha por sua capacitação, para que elas possam alcançar 
seu maior potencial e se aplicar melhor na busca das metas. Porém, o 
autor afirma que não se pode simplesmente pressupor a coincidênciaLiderança e Comunicação Organizacional | 41
de interesses entre o trabalhador e a organização; é preciso criar esta 
mutualidade de interesses para que os liderados estejam motivados a 
exercer os seus papéis com entusiasmo.
Deste modo, entendemos que o líder deve saber alinhar 
as necessidades oriundas das orientações estratégicas com as 
necessidades dos indivíduos. E só podemos falar em harmonia das 
necessidades de ambas as partes, se isso ocorrer tanto na direção do 
desenvolvimento da empresa quanto na direção do desenvolvimento 
de cada colaborador. 
O líder deve estar envolvido não apenas com o alcance das metas 
organizacionais, mas também com o desenvolvimento de pessoas, 
inclusive, com o surgimento de novas lideranças na organização.
Drucker (1999) toca em um ponto fundamental para 
conectar liderança, motivação e desenvolvimento de pessoas. 
Se corretamente exercida, a liderança é capaz de conquistar o 
comprometimento dos indivíduos, possibilitando resultados 
positivos para ambas as partes.
A Gazin é uma das maiores empresas do Brasil, com mais de 
200 lojas de varejo, além de indústrias de colchões e estofados 
e centros de distribuição de mercadorias. Na visão de seu 
Presidente, Osmar Della Valentina, os funcionários da empresa 
enxergam um futuro luminoso, pois acompanham histórias 
de crescimento de colegas promovidos em programas de 
desenvolvimento de lideranças. A ênfase da empresa recai sobre 
o aproveitamento dos potenciais do próprio quadro funcional nos 
processos de promoção. Os gestores são incentivados e cobrados 
a trabalharem na formação de líderes em suas equipes de 
trabalho. Estes líderes em desenvolvimento, são constantemente 
avaliados e recebem um feedback formal como parte do plano de 
desenvolvimento individual oferecido pela empresa. 
Importante
Na prática
42 | Liderança e Comunicação Organizacional
FONTE: Valor Carreira. As Melhores na Gestão de Pessoas. 
Ano 13, n. 13. Out. 2015.
Você já deve ter percebido que os líderes assumem a 
responsabilidade pelo desenvolvimento das futuras lideranças na 
organização. Neste caso, dizemos que ele atua como um mentor, 
ajudando no desenvolvimento da cultura organizacional e na 
transmissão do conhecimento, que assim é compartilhado com as 
gerações mais jovens e promissoras. Daí o termo mentoring, para 
se referir a esta relação que o líder desenvolve com as pessoas, 
apostando em seu potencial de desenvolvimento (Robbins, 2010).
3. Liderança, Cultura Organizacional 
 e Mudança
Um líder pode exercer diferentes impactos sobre seus 
colaboradores, na medida em que ele é um agente de mudanças. As 
organizações vivenciam um período em que o grande desafio para seus 
líderes é dominar a mudança. E sabemos que as condições em que 
ocorrem estas mudanças são mais desafiadoras do que nunca.
O contexto da liderança mudou drasticamente nas últimas 
décadas. O terrorismo aumentou a incerteza e mudou o panorama político 
mundial. O aquecimento global e inúmeros problemas ambientais geraram 
a necessidade de estilos de vida e de práticas empresariais sustentáveis. 
A economia global aumentou enormemente a competição 
dos mercados, deixando para trás aqueles que não encontram sua 
vantagem competitiva. O conhecimento tornou-se um valor central 
nas organizações, e as novas tecnologias, conectadas e acessadas com 
facilidade, mudaram os relacionamentos sociais e comerciais. Os 
clientes estão mais exigentes, informados e conectados.
Saiba mais
Liderança e Comunicação Organizacional | 43
 
Os profissionais também não possuem mais o mesmo perfil, 
pois tornaram-se culturalmente diversos, bem-informados, e por isso 
desejam trabalhar em organizações mais dinâmicas e participativas. Uma 
nova geração ingressa na força de trabalho e requer um novo tipo de 
relacionamento e, consequentemente, novas posturas daqueles que lideram.
Essas mudanças aceleradas que estão ocorrendo no mundo têm 
exigido dos líderes uma grande capacidade de adaptação e de respostas 
rápidas aos novos desafios colocados. 
De acordo com Predebon (1999), os líderes são agentes de mudança, 
por sua capacidade de fazer as coisas acontecerem, especialmente quando 
direcionam as energias de um grupo para a conquista e a superação de desafios. 
Quando uma empresa passa por uma transformação 
importante, seus dirigentes logo ficam preocupados com a eventual 
resistência que os colaboradores podem demonstrar com as 
consequências da mudança.
TECNOLOGIA 
NOVO PERFIL 
PROFISSIONAL
NOVA GERAÇÃO
DIVERSIDADE 
CULTURAL 
TERRORISMO
CONHECIMENTO
AQUECIMENTO 
GLOBAL
44 | Liderança e Comunicação Organizacional
Será que perderei meu emprego? Eu terei que 
trabalhar mais? A minha função se tornará 
ultrapassada? O que terei que fazer para me 
adaptar às novas condições? 
Essas e outras preocupações são comuns em períodos de 
mudança, e por isso as organizações demandam que os líderes assumam 
certas responsabilidades em períodos como esses. 
O líder precisa acreditar na transformação e “contagiar” 
os demais com sua crença, ajudando a divulgar a importância das 
mudanças e a identificar os anseios das pessoas em relação à nova 
realidade que será construída.
Um dos grandes desafios das lideranças é justamente criar este 
sentimento de necessidade da mudança. O papel do líder, assumindo e 
demonstrando os novos valores, é fundamental para que a nova cultura 
venha a se firmar. Se os líderes não fizerem nada nesse sentido, a 
tendência é que a cultura antiga não sofra as modificações necessárias e 
crie barreiras em todo o processo.
Segundo Maximiano (2004), no contexto da mudança, 
as lideranças devem ter uma maior proximidade com sua equipe, 
estreitando as relações, auxiliando no desenvolvimento individual e 
coletivo e criando uma identidade para a equipe. 
Na visão de Bassalo (2014), o líder atua como um patrocinador 
das mudanças, fazendo o elo entre todas as áreas da empresa para que a 
mudança ocorra dentro do planejado e seja visível por todas as pessoas 
envolvidas.
Pandya (2007) lembra que os grandes líderes empresariais de 
nosso tempo foram aqueles capazes de criar ideias novas e lucrativas, 
garantindo o diferencial da inovação para suas empresas.
Liderança e Comunicação Organizacional | 45
O líder deve se comprometer com todas as fases da mudança. 
Seja no período do planejamento, execução ou acompanhamento, 
ele precisa contribuir ativamente e de modo consistente com sua 
equipe. É a ação do líder que transforma a “visão” inovadora da 
empresa em uma ideia a ser perseguida e desejada por aqueles 
que nela atuam.
Pense um pouco mais. Os líderes da organização na qual você 
trabalha são eficazes em influenciar as pessoas em situações de mudança? 
3.1 O Olhar Atento Sobre a Cultura Organizacional
Você já percebeu que estamos falando de um difícil e delicado 
papel para a liderança nas organizações. De um lado, o líder trabalha 
pela disseminação da cultura organizacional, reforçando normas e 
valores e disseminando esta cultura para que de fato seja compartilhada 
por todos os colaboradores. Os líderes fundadores de empresas, por 
exemplo, costumam atuar fortemente neste sentido.
Mas também é verdade que o líder pode descobrir que a 
cultura de sua própria empresa é um obstáculo às mudanças que 
deseja introduzir. Neste ponto, como mostram Bennis e Nanus 
(1988), é papel do líder identificar e avaliar as características da 
cultura que precisam ser questionadas e modificadas na organização. 
Esse papel geralmente é desempenhado por líderes em organizações 
que precisam modificar algum elemento de sua cultura, mas 
enfrentam a resistência de integrantes acostumados à maneira antiga 
de funcionamento da organização.
Assim, podemos ver que o líder, apesar de ser influenciado 
pela cultura organizacional,deve ser capaz de manter um olhar 
crítico que lhe permita apontar e conduzir as mudanças que 
precisem ser feitas. Em outras palavras, o líder deve se envolver 
com a cultura vigente, mas sem perder a capacidade de utilizar sua 
influência para alterar esta realidade quando for necessário.
Importante
46 | Liderança e Comunicação Organizacional
Nascida na Índia, Indra Nooyi começou a trabalhar na PepsiCo-
EUA em 1994, como diretora de estratégia. Antevendo o futuro 
sombrio da comida fast-food, Indra trabalha para conduzir a 
empresa a difíceis mudanças. Ela tornou-se a primeira mulher CEO 
da companhia, com a meta ambiciosa de aumentar o faturamento 
com bebidas e snacks nutritivos até 2020. Indra contratou um 
ex-funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) como 
vice-presidente sênior de saúde global e apostou em uma equipe de 
agricultores e cientistas especializados em cultivo sustentável. Na 
gestão de Indra, a empresa reduziu o teor de gordura e açúcar em 
diversos produtos e acrescentou cereais, frutas e verduras a alguns 
snacks. A aposta da CEO de reinventar a linha de produtos da 
com panhia tem sido difícil de executar, principalmente porque o 
comportamento dos consumidores ainda manifesta resistência a 
hábitos de alimentação mais saudáveis. Enquanto isso, investidores 
temem que marcas tradicionais da empresa fiquem enfraquecidas 
diante da concentração da empresa na estratégia de nutrição.
Fonte: Lussier e Achua (2014)
4. Liderança em Situações de Conflito
Segundo Robbins (2010), conflito pode ser definido como um 
processo que tem início quando uma das partes percebe que a outra 
parte afeta negativamente algo que a primeira considera importante.
Os conflitos podem criar desequilíbrios no ambiente 
organizacional, por conta das emoções hostis e dos sentimentos de 
desconfiança que normalmente são gerados em situações como essas. 
São consequências que podem afetar negativamente a organização como 
um todo e também as pessoas envolvidas.
No lado positivo, os conflitos podem ser vistos como 
oportunidades de mudança ou de correção de processos organizacionais. 
A visão moderna da administração entende que, pelo fato de existirem 
Na prática
Liderança e Comunicação Organizacional | 47
pessoas com diferentes valores, crenças, conhecimentos, experiências e 
interesses, o conflito é um resultado esperado no contexto das organizações 
e não deve ser evitado, mas sim administrado (Putnam, 1997).
Por isso o papel do líder em processos de conflito é de extrema 
importância, pois dependendo de sua habilidade de negociação, a 
situação conflitante pode resultar em fatores positivos ou gerar grandes 
problemas que comprometem os objetivos e as metas da equipe.
A atuação do líder, entretanto, não deve ocorrer no sentido de 
uma eliminação completa dos conflitos da vida organizacional. Como 
vimos, o conflito faz parte da natureza deste contexto. Assim, o objetivo 
de um líder eficaz não é o de criar uma organização homogênea, mas 
sim, de administrar as diferenças de habilidades, conhecimentos e 
interesses, contribuindo para que resultados proveitosos sejam obtidos 
com elas (Handy, 1978).
4.1 Liderar para o Consenso
Segundo Moscovici (1975), não há uma fórmula única para 
lidar com os conflitos e resolvê-los de uma forma correta. Porém, é 
importante compreender sua natureza, sua dinâmica e os fatores que o 
influenciam. Somente com essa postura é possível enfrentar o conflito 
com maiores chances de sucesso. 
O líder deve conhecer ao máximo as condições em que ocorreu 
o conflito e fazer uma análise de suas proporções, observando qual foi o 
seu alcance, se afetou a produtividade, a motivação da equipe ou o bem- 
estar do ambiente. A partir desse diagnóstico, o líder escolhe a 
ferramenta correta para lidar com a situação.
O líder pode usar seu poder de influência para conscientizar os 
grupos de que eles têm interesses em comum, de modo que deixem de 
perceber seus próprios objetivos como incompatíveis. 
Deste modo, o líder ajuda os membros do time a chegar ao 
consenso. Segundo Schein (1968), o líder deve ajudar a encontrar os 
48 | Liderança e Comunicação Organizacional
objetivos que sejam comuns, para que seja possível criar uma ponte, 
uma forma de diálogo entre as partes.
O empresário Abilio Diniz reflete sobre sua experiência em 
empresas como Pão de Açúcar e Carrefour Brasil e destaca as 
habilidades interpessoais do líder: “Em alguns casos, todos podem 
sentar ao redor da mesa e chegar a um consenso. Em outros, 
funciona uma conversa individual ou ainda uma costura indireta 
entre as partes. Ainda em outras circunstâncias, basta falar com 
um dos envolvidos.” É preciso que exista clareza de regras e justiça, 
independentemente da simpatia pessoal. “Se o líder não fizer isso, 
cria mais confusão, guerra de poder e desmotivação.”
Fonte: http://abiliodiniz.com.br/lideranca/lideranca/
conflitos-na-equipe/
Em situações de crise, os papéis de um líder organizacional ganham 
ainda mais importância, diante da tendência de insegurança, 
bloqueio e perda de foco por parte dos colaboradores. Observe as 
colocações feitas por experientes consultores da área de gestão de 
pessoas a respeito da atuação dos líderes em contextos de crise:
“O papel da liderança faz toda a diferença em momentos de crise. 
É o líder que oferece orientações claras sobre o futuro, trata 
os funcionários como os bens mais valiosos da empresa e os 
entusiasma com relação ao futuro da companhia. Engajamento 
é a chave da produtividade. É obrigação das lideranças criar um 
ambiente que propicie isso. Uma das maneiras é reforçando os 
propósitos e valores da companhia por meio de exemplos, além 
de ouvir e reconhecer as contribuições dos funcionários. Em 
momentos difíceis de crise, os líderes devem encontrar caminhos 
para o futuro e passar uma mensagem de confiança, sempre 
com honestidade e transparência. Afinal, os líderes não devem 
fazer promessas vazias apenas para manter o moral elevado de 
suas equipes no curto prazo. Eles devem mostrar possibilidades 
verdadeiras e oportunidades adequadas. Caso contrário, o efeito 
negativo no futuro será devastador” (Sigolo, 2015).
Na prática
Saiba mais
Liderança e Comunicação Organizacional | 49
Para finalizar, vamos observar no quadro a seguir, elaborado 
por Araújo e Garcia (2009), as responsabilidades principais dos líderes 
na visão de dois estudiosos que pesquisaram sobre as atividades de 
liderança: Willian Reddin e John Gardner.
SEGUNDO REDDIN SEGUNDO GARDNER
Defende valores que representam a vontade 
coletiva, do contrário não seria capaz de mobilizar 
seguidores.
Estabelece objetivos.
Cria o espírito de equipe. Cria, mantém e administra uma equipe de bom nível.
Promove a lealdade à organização e a seus 
valores. Explica as razões do que deve ser feito.
Gera confiança quanto aos resultados a serem 
obtidos. Serve de símbolo para os seguidores.
Renova os próprios sistemas complexos 
que lidera.
Fonte: Araújo e Garcia (2009)
Considerando todos os papéis assumidos pelo líder que vimos 
até aqui, devemos perceber um elemento essencial: o líder é 
um dos principais agentes de comunicação na organização, 
seja difundindo, solidificando ou transformando a cultura 
organizacional; seja apontando uma visão de futuro; seja 
indicando os caminhos para negociar conflitos ou enfrentar 
situações de crise. Quando o líder não se comunica de forma 
eficaz, sua credibilidade fica ameaçada. O líder que deseja 
fortalecer a confiança e a influência, deve saber utilizar bem 
todas as formas de comunicação.
Importante
Liderança e Comunicação Organizacional | 51
Síntese
Nesta unidade de aprendizagem, identificamos os principais 
papéis dos líderes nas organizações, entre os quais destacamos no 
quadro a seguir:
• Analisaas situações de conflito, administra as diferenças 
de habilidades, conhecimentos e interesses e trabalha para 
obter o consenso.
• Contribui para o desenvolvimento das pessoas, inclusive, 
para o surgimento de novos líderes.
• Valoriza as pessoas, respeitando suas diferenças e destacando 
aquilo que cada uma tem de melhor a contribuir.
• Dissemina a cultura da organização para todos os 
seus integrantes.
• Identifica mudanças necessárias na cultura da organização e 
engaja as pessoas em sua aceitação.
• Promove a motivação e o comprometimento entre 
os colaboradores.
Liderança e Comunicação Organizacional | 53
Leitura Complementar
BENNIS, Warren; NANUS, Burt. Líderes: Estratégias para 
assumir a verdadeira liderança. São Paulo: Harbra, 1988.
Com base em análises originais e aprofundadas de 90 líderes 
de cúpula, esta obra mostra as estratégias utilizadas pelos líderes mais 
bem-sucedidos em empresas. Os autores revelam as estratégias que 
qualquer administrador que ambiciona ser também um líder precisa 
aprender: como os líderes conseguem que as pessoas enfoquem suas 
metas? Como impelem as pessoas a agirem de acordo com essas metas? 
Como asseguram a confiança em sua liderança e criam uma atmosfera 
de autorrespeito em relação aos outros? 
Liderança e Comunicação Organizacional | 55
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, Luis Cesar; GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de pessoas: 
estratégias e integração organizacional. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BASSALO, Jorge. Manual da liderança corporativa. Revista Melhor. 
Disponível em: http://www.revistamelhor.com.br/lideranca/10453/
manual-da-lideranca-corporativa. Acesso em: 22 out. 2014.
BENNIS, Warren; NANUS, Burt. Líderes: estratégias para assumir a 
verdadeira liderança. São Paulo: Harbra, 1988.
BERGAMINI, Cecilia Whitaker. Liderança: administração do sentido. 
São Paulo: Atlas, 1994. 
BOWER, Marvim. Talento para liderar: como atrair talentos para 
conquistar mercados e aumentar seus lucros. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
DINIZ, Abílio. Conflitos na equipe. Disponível em: http://abiliodiniz.
com.br/lideranca/lideranca/conflitos-na-equipe/ . Acesso em: 04 abr.2016.
DRUCKER, Peter. Administrando em tempos de grandes mudanças. 4ª 
ed. São Paulo: Pioneira, 1999. 
FARIA, Divino Ferreira de. O papel do líder na administração dos 
recursos humanos da organização. Monografia de Pós-graduação 
em Gestão de Recursos Humanos. Universidade Candido Mendes, 
Goiânia, 2007.
HANDY, Charles. Como compreender as organizações. Rio de 
Janeiro: Zahar, 1978.
56 | Liderança e Comunicação Organizacional
KOUZNER, Jim; POSNER, Barry. O que precisamos saber sobre 
liderança: verdades fundamentais sobre a natureza do líder. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2011.
LUSSIER Robert, ACHUA Christopher. Leadership: Theory, 
Application, & Skill Development Boston: Cengage Learning, 2013.
MAXIMIANO, Antonio Carlos Amaru. Introdução à administração. 6ª 
ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MOSCOVICI, Fela. Energia no grupo: tensão e conflito interpessoal. In: 
Desenvolvimento interpessoal. Rio de Janeiro: DIFEL, 1975. 
PANDYA, Mukul. Liderança duradoura: o que você pode aprender 
com os 25 maiores líderes de negócios de nossos tempos. Porto Alegre: 
Bookman, 2007.
PREDEBON, J. Criatividade hoje: como se pratica, aprende e ensina. 
São Paulo: Atlas, 1999.
PUTNAM, L. Productive conflitct: negotiation as implicit 
coordination. In: DREU, C. Using conflicts in organizations. London: 
Sage Pub, 1997.
ROBBINS, Stephen. Comportamento organizacional. São Paulo: 
Pearson, 2010.
SCHEIN, Edgard. Relações de grupos e intergrupos. In: A psicologia 
na organização. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1968.
SIGOLO, Rafael. Esforço extra na crise. Valor Carreira. Ano 13, n. 12. 
Out 2015.
SILVA, Walmir Rufino da; RODRIGUES, Claudia Medianeira Cruz. 
Motivação nas organizações. São Paulo: Atlas, 2007. 
SOBRAL, Felipe. Administração: Teoria e Prática No Contexto 
Brasileiro. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2013.
WAGNER III, John A.; HOLLENBECK, John R. Comportamento 
organizacional: criando vantagem competitiva. São Paulo: Saraiva, 1999.

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