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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA DE BIOPROCESSOS E BIOTECNOLOGIA ANA PAULA MIOLA PERIN Aula Prática 05: Preparação e Transformação de E. coli Dois Vizinhos 2017 1. INTRODUÇÃO Muitos métodos criados para transformações bacterianas tiveram como base os estudos de Mendel e Higa, que mostraram que bactérias tratadas com soluções geladas de cloreto de cálcio e logo após aquecidas, podiam ser transfretadas com DNA bacteriófago. A espécie bacteriana Escherichia coli é uma bactéria bacilar Gram-negativa e pertence à família das Enterobacteriaceae. São aeróbias e anaeróbias facultativas. O seu habitat natural é o lúmen intestinal dos seres humanos e de outros animais de sangue quente. A transferência de DNA plasmidial para vetores como a bactéria E. coli é um dos fundamentos da biologia molecular moderna. Na transformação química (ou clássica) as células são tornadas competentes por incubação numa solução fria de cloreto de cálcio, a que se segue um choque térmico de curta duração. Na transformação química as células (principalmente de E. coli) são tornadas competentes, por incubação numa solução fria de cloreto de cálcio, a que se segue um choque térmico de curta duração. Se necessário, é possível aumentar a eficiência do processo por recurso a outros íons monovalentes (K+ ou Rb+) ou divalentes (Mg2+ ou Mn 2+). Plasmídeos são pequenos fragmentos de DNA circular que se replicam independentemente do cromossomo da célula hospedeira. Plasmídeos que se desenvolvem em bactérias tem sequencias que se ligam a DNA polimerase bacteriana. O plasmídeo artificial a puc18 foi geneticamente manipulado para incluir um gene de resistência a antibiótico para ampicilina e um gene promotor a enzima beta- galactosidade (lacZ). O gene LacZ contém uma região de sitio múltiplo de clonagem, com uma série de restrições únicas. A digestão com qualquer uma destas enucleases fará um único corte linear ao DNA do plasmídeo, permitindo que o mesmo se recombine com o DNA estranho. A presente prática laboratorial, teve o intuito de fornecer de uma forma didática, conceitos e manuseios básicos em preparação e transformação bacteriana, pois essa técnica é muito utilizada no ramo de engenharia genética, a qual representa a disciplina. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Preparação do meio de Cultura (LB) Foi preparado um volume de meio para 100 ml. Foi pesado 1g de triptona, 0,5g de extrato de levedura, 1,0g de NaCl e adicionado 100 ml de agua destilada. O meio foi auto clavado. Para o meio sólido foi adicionado a mistura 1,5 g de ágar antes da autoclave. As células da bactéria E. coli foram postas para cultivo no meio preparado. Ficaram em estufa de 37 ⁰C a uma agitação de 120 rpm, por 3 horas em erlenmeyer, para após esse procedimento serem preparadas para transformação 2.2. Preparação da E.coli (competência) Foram adicionados 2 ml das bactérias crescidas e transferidas para microtubos de 2 ml e em seguidas centrifugadas por 10 minutos a 13.000 rpm. Após centrifugar, foi retirado o sobrenadante e o sedimento submetido a 700μl de uma solução A (10 mM CaCl2, 10 mM de Tris pH = 7,5) a 4 ⁰C, desagregando o pellet e centrifugado novamente por mais 10 minutos em mesma rotação de 13.000 rpm. Em seguida, foi realizado o mesmo procedimento de retirada do sobrenadante, porém fora adicionado 500μL da solução B (30 mM CaCl2, 10 mM de Tris pH = 7,5) a uma temperatura de 4 ⁰C e mantido em gelo por 10 minutos. A solução foi retirada do gelo e centrifugada por mais 10 minutos e depois descartado o sobrenadante. O sedimento foi ressupendido por 400μL da solução B. 2.3. Transformação da E. coli A células competentes foram transferidas 200 μl para um tubo de eppendorfs estéril e adicionado 5μl do plasmídeos puc18. O material foi incubado no gelo por 10 minutos e feito um choque térmico incubando as células em banho-maria a 42ºC por 2min e em seguida foi transferido novamente para o gelo por 30 segundos. Após o choque térmico realizado no eppendorfs, foram adicionados 1 ml do meio LB e agitado por 30 minutos em temperatura de 37ºC. Posteriormente a agitação, o eppendorfs foi centrifugado por 5 minutos e o líquido foi descartado e o sobrenadante ressuspendido por uma pequena quantidade de meio restante no tubo. Em placas de petri diferentes foram semeados no meios sólidos, com e sem ampicilina (LA- 100μg/ml) como representado na figura 1. E mantidos em estufa 37°C por até 24 horas. Figura 1. Placas de preti com e sem ampicilina 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES As placas foram analisadas depois que passaram por uma etapa de incubação de 24 horas. Após esse procedimento foi possível visualizar o crescimento bacteriano e feita a comparação dos meios. No meio contendo bactéria transformada e ampicilina, foi possível notar o crescimento de colônias. No meio com bactérias normais e ampicilina também ocorreu o crescimento de colônias. Nos dois meio sem ampicilina e bactéria ocorreu crescimento. No meio com bactérias normais e ampicilina não deveria ter ocorrido o crescimento de células, isso implica contradição na técnica. Há três hipóteses que podem ter alterado os resultados. Primeira, as bactérias utilizadas já tinham um gene de resistência a ampicilina. Segunda, o antibiótico utilizado poderia estar fora da sua validade, o que inviabilizou o recurso inibidor ou foi usado em baixas concentração que não foram suficientes para impedir o crescimento bacteriano. E por fim, a terceira hipótese é que houve contaminação por outras células, pois não teve um branco para controle. Os resultados então não foram conclusivos pois cada hipótese resulta em um erro. Assim não é possível saber se a transformação realmente aconteceu. 4. QUESTÕES a) O que significa dizer que as bactérias estão competentes? Uma bactéria competente é uma bactéria que está apta a receber DNAexógeno. A competência pode ocorrer naturalmente ou pode ser produzida através de diferentes técnicas. b) Qual a função do Cloreto de Cálcio durante o processo de competência? E por que usamos soluções de CaCl2 em duas concentrações diferentes? Estas técnicas envolvem tratamento com soluções, com o cloreto de cálcio, e mudanças bruscas de temperatura. Os íons de metal e as mudanças bruscas de temperatura alteram a permeabilidade da parede celular, fazendo com que estas células permitam a entrada de DNA exógeno através da membrana plasmática. cloreto de cálcio sob banho de gelo, faz com que a fluidez da membrana celular seja cristalizada, estabilizando a distribuição dos fosfatos carregados. Os íons Ca+2 se ligam a estes grupamentos, cobrindo as cargas negativas e assim facilitando a atração entre as moléculas do DNA no local específico da ligação. O choque térmico complementa este processo, provavelmente criando uma diferença de temperatura entre o interior e o exterior da célula bacteriana, o que promove a abertura dos poros da membrana bacteriana, auxiliando na entrada do DNA através desses canais. c) Por que as bactérias foram deixadas por 3 horas crescendo a 37°C antes do início da aula prática? Qual a importância desta etapa? Para garantir que apenas o microorganismo desejado esteja no meu material, são utilizadas as técnicas assépticas: procedimentos que devem ser adotados visando a não contaminação de materiais, meios e culturas. d) Se eu não tivesse cálcio em meu laboratório, poderia usar outro reagente para o mesmo processo? Sim desde que o outro reagente liberasseíons quando colocados em meio aquoso. e) O resultado obtido foi o esperado? Explique: Os resultados não foram como desejados, pois as bactérias que não estavam transformadas cresceram em meio contendo o antibiótico. 5. REFERÊNCIAS ZAHA, A.et al. Biologia Molecular Básica. 3a. ed. Porto Alegre, Editora Mercado Aberto, 2003. ALBERTS, B.et al. Biologia Molecular da Célula. 5ª. Ed: Editora Artmed. 2010. GRIFFITHS, A.et al. Introdução a genética. 10 ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 710p.
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