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Apost Fundamentos de Contabilidade 2017

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 
FAETEC - FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA 
ETE – AMAURY CESAR VIEIRA 
CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
APOSTILA 
 
 DE 
 
 FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE 
 
 
 
 
 Prof. Paulo Gimenez 
 2017 
 
Curso de Administração – Apostila de Fundamentos de Contabilidade – Prof. Paulo Gimenez 
 
 
2 
I – FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
 
1 – Por que Estudar Contabilidade 
 A linguagem falada ou escrita no mundo dos negócios, além das terminologias jurídica, econômi-
ca, administrativa e técnica de cada setor da economia, utiliza a terminologia contábil para prestar contas 
e explicar o andamento dos negócios. Por exemplo, quem já não ouviu alguém comentar que está mais 
rico em alguns milhares de unidades monetárias, que ganhou um acréscimo patrimonial de tal e qual 
magnitude ou perdeu alguns percentuais de seu patrimônio? 
 A maneira de medir o aumento ou a diminuição de riqueza de cada indivíduo passa necessaria-
mente pela Contabilidade. É ela que fornece os princípios e as técnicas de mensuração da grandeza do 
patrimônio das pessoas físicas e, principalmente, das jurídicas. Assim, para entender a linguagem dos 
negócios, é necessário aprender Contabilidade. Mas essa não é a única razão. Outra, e talvez a mais im-
portante, é a mensuração das alternativas de decisão que as pessoas têm de tomar no dia-a-dia. 
 Quando se toma a decisão de adquirir ou vender um automóvel, uma casa, um apartamento, um 
sitio, ou comprar mercadorias para colocar à venda na loja, matéria-prima para transformar em produto 
final e vender para clientes, e com isso obter lucro, é necessário possuir conhecimento das técnicas de 
apuração de resultado fornecidas pela contabilidade. 
 Se as decisões não estiverem fundamentadas em informações corretas, pode-se obter prejuízo 
em vez de lucro. Então, a questão de maior preocupação é: como fazer para não errar no momento da 
tomada de decisão? A resposta a essa questão é aplicar os conceitos e princípios de mensuração contá-
bil. Dessa forma, é possível decidir-se pelo melhor caminho com base em informação. O que não se pode 
admitir é tomar decisões e não ter idéia de se estas estão produzindo lucro ou prejuízo e, pior ainda, qual 
a magnitude do lucro ou do prejuízo. Esse conhecimento é importante para os negócios pessoais e fun-
damental para a administração de negócios por conta do empresário. 
 Assim, a fim de conhecer as bases de avaliação das alternativas disponíveis, é preciso conhecer 
os conceitos, os princípios, os métodos e as técnicas que a contabilidade oferece para ajudar os tomado-
res de decisão a se orientar para as melhores decisões diante de várias alternativas. 
2 - Bases Históricas da Contabilidade 
 A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros em que as 
civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. A contabilidade constitui um dos co-
nhecimentos mais antigos da humanidade, e surgiu em função da necessidade que o ser humano tem de 
controlar suas posses e riquezas, ou seja, o seu patrimônio. É tão antiga quanto à própria humanidade. Há 
inclusive, hipóteses de que a contabilidade tenha surgido antes mesmo da escrita e até que tenha sido 
base para o surgimento desta. (Ávila, 2006) 
 Em termos históricos, registros indicam que a ciência contábil praticamente surgiu com o advento 
da civilização. Com a sedentarização da humanidade e a descoberta da capacidade do homem de arma-
zenar bens, nasceu a necessidade de controle desses bens. Há evidências históricas de registro contábeis 
nas civilizações dos sumérios, babilônios, assírios, egípcios, hebreus, gregos, etc. (Padoveze, 2008) Já 
nos primeiros registros da escrita (aproximadamente em 3.000 a.C.), percebe-se a existência de um primi-
tivo controle de riqueza e posses na civilização suméria, o mesmo povo a quem se credita a autoria do 
calendário e dos números decimais. 
 Sendo a escrita uma sucessão de símbolos com significados, a probabilidade de registro de bens 
ser anterior ao surgimento da escrita é muito grande. Há quem defenda que os primeiros registros contá-
beis tenham ocorrido a mais de 6.000 anos atrás. Antônio Lopes de Sá, um dos maiores escritores sobre a 
contabilidade, no livro História Geral e das Doutrinas da Contabilidade (1997), comenta que os primeiros 
registros foram feitos em tábuas de argila, na Suméria. Para saber o movimento de um dia, os registros 
eram anotados em uma tábua maior, surgindo o diário. Ao classificar as tábuas da mesma natureza, sur-
giu o razão. 
 Admite-se que foram os sumérios e babilônios os autores do sistema de “débito” e “crédito”, base-
ado na identificação mental do que “é meu” e do que “é seu”. As contas, como instrumentos de registros, 
já haviam nascido como primeiras manifestações inteligentes do homem, mesmo antes que esse tivesse 
inventado a escrita ou soubesse calcular. As provas de tais origens remotas, provenientes do Paleolítico 
Superior, existem em várias partes do mundo (inclusive nas grutas de Montalvânia, em Minas Gerais). 
Curso de Administração – Apostila de Fundamentos de Contabilidade – Prof. Paulo Gimenez 
 
 
3 
 Tais provas foram objetos de trabalho de Antônio Lopes de Sá apresentado na Itália em homena-
gem aos 450 anos da Universidade de Messina, em Convenção Internacional de História da Contabilidade 
realizado em Taormina, na Sicília. 
 Em termos de registro histórico é importante destacar a obra “Summa de Arithmetica, Geometrica, 
Proportioni et Proportionalita”, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza em 1494 (pouco depois da in-
venção da imprensa e um dos primeiros impressos no mundo). Esta obra descreve, num dos seus capítu-
los, um método empregado por mercadores de Veneza no controle de suas operações, posteriormente 
denominado método das partidas dobradas ou método de Veneza. Nos séculos seguintes ao livro de Pa-
ciolli, a Contabilidade expandiu sua utilização para instituições como a Igreja e o Estado e foi um importan-
te instrumento no desenvolvimento do capitalismo, conforme opinião de importantes estudiosos como o 
sociólogo Max Weber. No entanto as técnicas e as informações ficavam restritas ao dono do empreendi-
mento, pois os livros contábeis eram considerados sigilosos. 
 Isto limitou consideravelmente o desenvolvimento da ciência uma vez que não existia troca de 
idéias entre os profissionais. Mais recentemente, com o desenvolvimento do mercado acionário e a forta-
lecimento da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, a contabilidade passou a ser consi-
derada também como um importante instrumento para a sociedade. Diz-se que o usuário das informações 
contábeis já não é mais somente o proprietário; outros usuários hoje também têm interesse em saber so-
bre uma empresa: sindicatos, governo, fornecedores, investidores, credores, etc. 
3 – A Contabilidade no Brasil 
 Foi implantada por D João VI, quando da transferência da Corte de Portugal para cá. No entanto, 
com o passar do tempo, foi relegada a segundo plano na administração pública, sendo revivida por 
D. Pedro I por ocasião do I Império. Em 1914, após um período de esquecimento na República, o Brasil, 
necessitando de um empréstimo do exterior, recorreu ao governo inglês que, dentre as exigências para 
liberação do mesmo, solicitou uma demonstração da receita e despesa da União. Às pressas, foram reu-
nidos alguns técnicos em finanças que elaboraram o Sistema de Contabilidade Pública que é utilizado até 
os dias de hoje, observando-se, claramente, as mudanças legais ocorridas nesse período. 
A evolução da contabilidade no Brasil foi e é completamente diferente da Europa ou EUApois per-
cebe-se que desde o início fica patente a interferência da legislação. Uma das primeiras manifestações da 
legislação como elemento propulsor do desenvolvimento contábil brasileiro, foi o Código Comercial de 
1850, que instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração anual da demonstração do 
balanço geral composto de bens, direitos e obrigações, das empresas comerciais. 
Apesar das muitas dificuldades, o ensino contábil se desenvolvia timidamente através de algumas 
publicações que começaram a surgir em maior número, principalmente no final do século XIX, e da cria-
ção, em 1809, da aula (escola) de comércio, implantada um ano depois, com a nomeação de José Antonio 
Lisboa, que se torna o primeiro professor de contabilidade do Brasil. A primeira regulamentação contábil 
realizada em território brasileiro ocorreu em 1870, através do reconhecimento oficial da Associação dos 
Guarda-Livros da Corte, pelo Decreto Imperial nº 4. 475. Esse decreto representa um marco, pois caracte-
riza o guarda-livros como a primeira profissão liberal regulamentada no país. 
4 - Finalidades da Contabilidade 
 A ampliação do leque dos usuários potenciais da contabilidade decorre da necessidade de uma 
empresa evidenciar suas realizações para a sociedade como um todo. Antigamente a contabilidade tinha 
por objetivo informar ao dono qual foi o lucro obtido numa empreitada comercial. No capitalismo moderno 
isto somente não é mais suficiente. Os sindicatos precisam saber qual a capacidade de pagamento de 
salários, o governo demanda a agregação de riqueza à economia e a capacidade de pagamento de im-
postos, os ambientalistas exigem conhecer a contribuição para o meio ambiente, os credores querem cal-
cular o nível de endividamento e a probabilidade de pagamento das dívidas, os gerentes da empresa pre-
cisam de informações para ajudar no processo decisório e reduzir as incertezas, e assim por diante. 
 Diante deste quadro pode-se afirmar que o grande objetivo (finalidade) da contabilidade é o estudo 
e o controle do patrimônio e de suas variações visando ao fornecimento de informações que sejam úteis 
para a tomada de decisões, seja pelas pessoas físicas ou jurídicas. 
 
 
Curso de Administração – Apostila de Fundamentos de Contabilidade – Prof. Paulo Gimenez 
 
 
4 
5 - Funções da Contabilidade 
 A função fundamental da contabilidade é fornecer informação util para a tomada de decisões eco-
nomicas. Neste aspecto destacam-se duas funções imprescindiveis ao lidar com contabilidade: 
- A Função econômica: Apurar o resultado do período, o qual pode se apresentar na forma de lucro ou 
prejuízo. 
- A Função administrativa: controlar o patrimônio da entidade, tanto sobre o aspecto estático (posição 
em dado momento, informado no balanço patrimonial), como aspecto dinâmico (representa o movimento 
ou as mudanças qualitativas e quantitaivas do patrimônio). 
 Quanto a estas duas funções, destacam-se: 
 Registrar todos os fatos que ocorreram e que podem ser representados em moeda; 
 Organizar um sistema de controle organizado das Entidades; 
 Demonstrar e controlar as mutações patrimoniais; 
 Demonstrar com base nos registros realizados a situação Econômica, Financeira e Patrimonial da Enti-
dade por meio de relatórios como Balancetes, Balanço, Demonstração de Resultados do Exercícios, 
dentre outros; 
 Fornecer elementos para que os acionistas ou sócios possam examinar as contas da diretoria e apro-
vá-las ou não; 
 Acompanhar os planejamentos econômicos e financeiros da empresa prevendo os pagamentos a se-
rem efetuados, bem como os recebimentos e alertando os gestores nos eventuais problemas que po-
derão ocorrer; 
 Servir como elemento de prova em juízo ou tribunal; 
 Demonstrar ao fisco o cumprimento da legislação tributária; 
 Fornecer dados para a tomada de decisões, etc. 
6 - Usuários da Contabilidade: 
 Junto a cada organização existe um grupo de pessoas com interesse direto nas informações for-
necidas pela contabilidade. Essas pessoas são diretamente ou potencialmente vinculadas a entidades 
indo, a seus interesses, desde o sentimentalismo, até o retorno de investimentos. Geralmente, os usuários 
são classificados como: 
a) Internos: são as pessoas internas à entidade, como é o caso do gerente e do diretor. Os usuários in-
ternos usam a contabilidade para ajudar no processo de tomada de decisão. Entre as diferentes situações 
em que é possível utilizar a contabilidade, citamos a situação na qual o administrador está estudando a 
viabilidade de uma filial. Por meio da mensuração do resultado pela contabilidade, será possível determi-
nar o fechamento (ou não) desta filial. 
 
b) Externos: são pessoas que utilizam as informações contábeis para o processo decisório. Entretanto, 
ao contrário dos usuários internos, o acesso às informações é mais limitado, por possuir menor possibili-
dade de obter informações sobre a entidade. 
 
 
 
 
Curso de Administração – Apostila de Fundamentos de Contabilidade – Prof. Paulo Gimenez 
 
 
5 
A análise das informações 
 A análise interna é realizada dentro da entidade por seus próprios empregados, e visa informar 
administradores e diretores, auxiliando-os nas tomadas de decisões. Por pertencerem à própria entidade 
(objeto da análise), os analistas não encontram dificuldades para coletar os dados necessários a realizar 
suas tarefas, tendo inclusive acesso aos controles internos. Por isso, a análise interna é considerada a 
mais completa. 
 A análise externa é efetuada fora da entidade (objeto da análise), e seu objetivo é informar aos 
interessados acerca da situação econômica ou da estabilidade da entidade para concretização de negó-
cios, concessões de créditos e financiamentos. É efetuada por profissional externo, normalmente perten-
cente às entidades interessadas na análise. Nesse caso, o analista tem em mãos somente as demonstra-
ções financeiras publicadas pela entidade, além de alguns esclarecimentos adicionais, constantes dos 
relatórios ou das notas explicativas que acompanham as demonstrações. (RIBEIRO, 2004) 
 Resumidamente, os principais usuários da informação contábil são: 
a) Empregados da empresa: 
 Têm interesse por ser, a empresa, a sua fonte individual de recursos traduzidos pelo salário, grati-
ficações e participações nos lucros. É normalmente, o responsável pela manutenção da sua família de-
vendo haver, portanto, o esforço pessoal para os bons resultados da sua fonte de renda. 
b) Sócios e acionistas: 
 Podem ser encarados sob vários aspectos. Os sócios e acionistas podem ter como principal inte-
resse o retorno do investimento feito nas empresas e a segurança da aplicação. Se, além da participação 
na sociedade, são responsáveis pelas decisões na empresa, a quantidade e qualidade das informações 
são maiores pela responsabilidade de dirigir o destino da organização, traçando planos e metas. Nas or-
ganizações mais fechadas ainda existe a ligação sentimental, havendo o respeito e amor pela obra reali-
zada. 
c) Administradores e outros responsáveis pelas decisões: 
 Necessitam de informações similares ao sócio administrador acima referido. 
d) Fornecedores e credores de recursos financeiros: 
 Têm como principal objetivo o retorno dos recursos investidos, seja pela entrega de mercadorias, 
de dinheiro ou outra forma de propiciar o funcionamento da organização. As informações que necessitam 
são, pois, ligadas à rentabilidade e garantia de retorno dos capitais investidos. 
e) Governo: 
 Tem dois grandes interesses que podem tomar como suporte as informações contábeis. O finan-
ciamento da atividade governamental, para o bem-estar de toda a população, necessita de recursos que, 
em grande parte, vem daatividade empresarial sob a forma de tributos. Outra informação que pode ser 
extraída da contabilidade é sobre o desenvolvimento em áreas geográficas, setores de atividades e outras 
que, convenientemente compiladas, podem orientar a política de desenvolvimento da nação. 
f) Pessoas em geral: 
 Somos todos interessados nas informações fornecidas pela contabilidade, em sentido amplo, 
quando potencialmente investidores de recursos ou, mesmo de uma forma restrita, a do nosso dia a dia, 
conciliando renda com gastos. 
 Não necessariamente precisamos montar um sistema de contabilidade pessoal, embora possível, 
mas lembremos que o objeto da contabilidade é o patrimônio e, o individual, deve ser administrado carac-
terizando a contabilidade. 
 
 
 
 
 
Curso de Administração – Apostila de Fundamentos de Contabilidade – Prof. Paulo Gimenez 
 
 
6 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 - Ramos da Contabilidade 
 Embora o mecanismo contábil seja o mesmo, dentro da contabilidade das empresas privadas, 
existe uma variedade de tratamentos contábeis diferentes, cuja aplicação depende dos problemas peculia-
res à natureza de negócios em que as empresas atuam. Os principais ramos são: 
a) Contabilidade de empresas não industriais: 
 Representa o sistema utilizado pelas companhias exclusivamente comerciais (compra e venda de 
mercadorias) e de prestação de serviços, geralmente chamado de contabilidade geral. 
b) Contabilidade de empresas industriais: 
 As empresas industriais utilizam-se de um misto de contabilidade geral com contabilidade de cus-
tos, que se convencionou chamar de contabilidade industrial. A contabilidade de custos representa o sis-
tema que permite às companhias conhecer e controlar seus custos unitários de produção, custos depar-
tamentais e outros desejados, cuja análise fornece à administração excelentes informações para tomadas 
de decisão. 
c) Contabilidade Pública: 
 É o ramo da Contabilidade Geral que estuda e controla a execução dos orçamentos públicos e 
suas variações. Foi, como sabemos, a pioneira entre os ramos da contabilidade, dando origem aos demais 
É aquela utilizada pelos órgãos criados pelo governo. Existem diferenças fundamentais entre os órgãos 
públicos e as empresas privadas. 
 A principal delas é que as empresas privadas têm o lucro como objetivo primordial, o que não 
ocorre com os órgãos públicos, cujo objetivo básico é o desenvolvimento sócio-econômico do país. 
d) Contabilidade de instituições financeiras e de empresas seguradoras: 
 As instituições financeiras têm problemas que as empresas de outros ramos não enfrentam. No 
Brasil, tais problemas foram solucionados pelo próprio governo, que padronizou o sistema de contabilida-
de dessas instituições, oferecendo o tratamento contábil adequado aos problemas peculiares a cada tipo 
de instituição financeira: bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliá-
rio, etc. 
 Também as empresas seguradoras têm características peculiares às suas operações, sendo seu 
sistema de contabilidade padronizado por órgãos do governo. 
 
Analistas 
Adminis-
tradores 
Investido-
res sócios 
Bancos 
Credores 
Financei-
ros 
Emprega-
dos Pres-
tadores de 
serviços 
Setor 
Público 
Governo 
Sindica-
tosIBGE 
Clientes 
Fornecedo-
res Consulto-
res 
INFOR-
MAÇÕES 
CONTA-
BEIS 
Curso de Administração – Apostila de Fundamentos de Contabilidade – Prof. Paulo Gimenez 
 
 
7 
e) Contabilidade Hospitalar: 
 É aquela que tem sob sua guarda o controle contábil das empresas hospitalares. No plano de 
contas, deve-se destacar por grupos, evidenciando para cada um deles, a natureza dos serviços presta-
dos. Existe na empresa hospitalar, uma série de contas de créditos, assim distribuídas: Locação de Apar-
tamentos, Farmácia, Salas de Operações, Serviços de Assistência, Serviços Profissionais Médicos, Con-
sultas Médicas, Pequenas Cirurgias, etc. 
f) Contabilidade Pastoril e Agrícola: 
 Para os patrimônios voltados à agricultura, criação de gado, etc.; 
8 – Regulamentações sobre a Contabilidade 
- Lei nº 6.404/76 - Lei das Sociedades por Ações ou Lei das S/A 
 A Lei nº 6.404/76 impõe o modelo contábil empregado por todos os tipos de empresa no 
Brasil, sejam elas de qualquer espécie. Sofreu modificações em 2007 pela Lei nº 11.638/07, em 2008 pela 
Medida Provisória MP nº 449/2008, que foi convertida em 2009 na Lei 11.941/09, quando foram introdu-
zidos novos conceitos, métodos e critérios contábeis e fiscais, com o fim de harmonizar as regras contá-
beis adotadas no Brasil aos padrões internacionais de contabilidade (International Financial Reporting 
Standards - IFRS), recepcionando assim a transparência internacional de regras e informações contábeis 
a serem observadas por todas as companhias abertas e pelas empresas de grande porte quando da ela-
boração de suas demonstrações financeiras. 
Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade 
 Constituem-se em disposições que servem de orientação técnica ao exercício profissional. 
- Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade – CFC 
 Que juntamente com a Abrasca, Apimec Nacional, BM&F Bovespa, Fipecafi e Ibracon formam o 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 
- Regulamentos do Imposto de Renda, do ICMS, do IPI e outros 
- Código Civil Brasileiro 
- Deliberações da Comissão de Valores mobiliários – CVM. 
 
A nova visão contábil após a Lei 11.638/2007 
O principal objetivo da nova Lei, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2008, que teve sua ori-
gem com o projeto de Lei nº 3.741/2000, é a atualização das regras contábeis brasileiras e a inserção ao 
novo mundo de negócios global. Ao mesmo tempo, demonstrar maior transparência e principalmente, 
aprofundar a harmonização dessas regras com os pronunciamentos internacionais, em especial os emiti-
dos pelo International Accouting Standards Board (IASB), por meio dos International Financial Reporting 
Standards (IFRS). 
Assim, em vista às mudanças na Legislação Societária e o Ambiente Internacional de Negócios e 
por ações, juntamente com o poder regulatório e interpretativo que a Comissão de valores mobiliários – 
CVM, possui, encontra-se a necessidade do Brasil se adaptar a essa nova regulação contábil internacional 
e isso implica em mudanças estruturais nos procedimentos para a elaboração do Balanço Patrimonial e 
das demais Demonstrações Financeiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Administração – Apostila de Fundamentos de Contabilidade – Prof. Paulo Gimenez 
 
 
8 
II – CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE 
 A contabilidade tem um vasto campo de atuação, podendo atuar nas pessoas físicas e nas pesso-
as jurídicas, com finalidade lucrativa ou não, inclusive as de Direito Público com a União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios. 
 Então, o campo de aplicação da Contabilidade é a Azienda, a qual abrange além das empresas, 
as entidades cujo objetivo não é obter lucros, mas simplesmente prestar serviços à comunidade, tais como 
as entidades de assistência social, os clubes desportivos, as fundações de caráter cultural, etc. 
1. Entidades Econômico-Administrativas 
 São organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, ação adminis-
trativa e fim determinado. Considerando-se o fim a que se destinam, são classificadas em Instituições e 
Empresas. 
 
I - INSTITUIÇÕES: - São Entidades econômico-administrativas com finalidades sociais ou com finalidades 
sócio-econômicas. 
a) as com objetivos sociais são aquelas cuja administração tem por objetivo o bem-estar social da cole-
tividade, como a Cruz Vermelha, Apaes, hospitais beneficentes, os asilos etc.b) as com finalidades socioeconômicas são aquelas cuja administração tem interesse no aspecto eco-
nômico da entidade, porém este se reverte em benefício da coletividade a quem pertence. São exem-
plos: Os clubes sociais, Associações de moradores, os institutos de aposentadorias, pensões e previ-
dência etc. 
 
II - A EMPRESA 
 As organizações empresariais interagem com a sociedade de maneira completa. A empresa é um 
sistema em que há recursos introduzidos, que são processados, e há a saída de produtos ou serviços. 
Uma empresa é considerada um sistema aberto em razão de sua interação com a sociedade. Esta intera-
ção provoca influência nas pessoas, aumento nos padrões de vida e o desenvolvimento da sociedade. 
 Empresa é a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços 
(art. 966). Então, empresa é a atividade, e não a pessoa que a explora e, empresário não é o sócio da 
sociedade empresária, mas a própria sociedade. A empresa pode ser explorada por pessoa física ou jurí-
dica. No primeiro caso, o exercente da atividade econômica é denominado de empresário individual e, no 
segundo, sociedade empresária. Assim, empresária é a pessoa jurídica que explora a atividade empresa-
rial. 
Dessa forma, o integrante da sociedade empresária denomina-se sócio e a pessoa física que 
exerce atividade econômica denomina-se empresário individual. Podemos definir então, que, "Empresa é 
o conjunto de pessoas e bens que combinando os fatores de produção, explora um determinado ramo de 
atividade com o objetivo de obter lucro". Pode-se dizer ainda, que é uma unidade produtora que visa criar 
riquezas, transacionando em dois mercados: um fornecedor, outro consumidor. 
 As empresas podem tomar a forma de A empresa Individual, quando representada por um único 
empresário (proprietário) que responda pelos seus negócios, e de Sociedade, quando duas ou mais pes-
soas se associam e constituem uma entidade com personalidade jurídica, distinta daquela dos indivíduos 
que a compõe. 
 A empresa Individual, embora não seja constituída pela associação de duas ou mais pessoas, é 
considerada pessoa jurídica, para fins tributários. Ela acontece quando uma única pessoa resolve aplicar 
seus recursos e idéias para a abertura de uma empresa. O titular da firma individual responde de forma 
ilimitada pelos deveres da empresa, ou seja, em caso de falência o titular pode responder com seus bens 
pessoais para o pagamento de suas dívidas. 
 
III - EIRELI - Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 
Definição: 
 Criada pela Lei 12.441, de 11/07/2011, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EI-
RELI é aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente inte-
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9 
gralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. O titular 
não responderá com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. 
 A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá 
figurar em uma única empresa dessa modalidade. Ao nome empresarial deverá ser incluído a expressão 
"EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
 A “EIRELI” também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária 
num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. A Empresa individual 
de responsabilidade limitada será regulada, no que couber, pelas normas aplicáveis às sociedades limita-
das. 
O DREI - Departamento de Registro Empresarial e Integração, publicou a Instrução Normativa nº 
10/2013, em 05/12/2013, que aprova o Manual de Atos da Empresa Individual de Responsabilidade Limi-
tada, conforme seu Anexo V. 
 Uma empresa pode ser vista como um grande sistema, onde subsistemas menores interagem 
para fazer com que seja atingido um objetivo comum, que é a geração de resultados. Se olharmos bem 
para área de processamento, poderemos perceber a existência de vários subsistemas interdependentes e 
interatuantes, tais como: fabricação, manutenção, almoxarifado, recursos humanos, e de forma auxiliar, os 
sistemas de informação e controle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rede de relações das empresas: 
Governo 
Mercado 
Consumidor 
 Mão-de-Obra Concorrência 
 
 
 
 
Fornecedores 
 
A EMPRESA 
 
Comunidade 
 
 
 
 
 
 
INTERFERÊNCIAS NO SISTEMA 
 A empresa não é um sistema fechado e imune a interferências. Durante o ciclo operacional, sofre 
interferências externas e internas, que podem levar a alterações significativas na forma operacional, e 
como consequência, nos resultados esperados. 
 
 
 
ENTRADAS PROCESSAMENTO SAÍDAS 
Materiais 
Equipamentos 
Energia 
Pessoas 
Informações 
 
 
 
 
A Empresa 
 
 
 
Produtos 
 
Bens 
 
Serviços 
Sistema Financeiro Sindicatos Tecnologia 
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2 – Constituição jurídica das empresas 
 Para desenvolver suas atividades, as empresas necessitam estar legalmente constituídas. As leis 
brasileiras distinguem as pessoas físicas das pessoas jurídicas da seguinte forma: 
a) Pessoa Física: É o indivíduo perante o Estado, no que diz respeito aos seus direitos e obrigações limi-
tados, na vida particular, no âmbito familiar e de relações de amizade, onde suas ações não assumem 
riscos que possam atingir a vida econômica de terceiros. É também chamada de pessoa natural. 
 
b) Pessoa Jurídica: São aquelas a quem se atribuem direitos e obrigações num campo de atividades 
bem mais amplo, cujos atos implicam em riscos para com terceiros também. 
 São representadas por uma ou mais pessoas, de cuja existência dependem. As pessoas jurídicas 
são abstratas, criadas por lei, cujo nascimento, no Comércio, surge com seu registro ou inscrição na Junta 
Comercial. 
As Pessoas Jurídicas classificam-se em: 
 Pessoas Jurídicas de Direito Público: Nessa categoria incluem-se a União, os Estados, o Distrito 
Federal, os Municípios, as Autarquias e os Partidos Políticos. 
 Pessoas Jurídicas de Direito Privado: São as sociedades civis, religiosas, científicas, literárias e 
associações sem objetivo de lucro, bem como as sociedades com fins lucrativos. 
 
 No mundo Ocidental, de vocação econômica capitalista entende-se como propósito das empresas 
o ganho, o lucro. Pode parecer contraditório essa afirmação, se pensarmos em organizações sem fins 
lucrativos, mas entendemos que até estas devem ser geridas de tal maneira que se mantenham, sob pena 
de terem vida efêmera, pois pode-se entender o Lucro como sendo o mínimo necessário para a manuten-
ção de uma organização. 
 
3 – Atividades empresariais 
 Segundo seus objetivos, as empresas podem desenvolver atividades comerciais, industriais ou de 
prestação de serviços. 
a) Empresa Comercial: Objetiva a exploração da compra e venda, envolvendo a estocagem das merca-
dorias, estimulando sua oferta e procura. A fim de atingir suas finalidades, a empresa comercial deverá 
manter uma estrutura interna que obedeça aos princípios científicos na distribuição de funções, agru-
pando-se em seções, setores e órgãos. Ex: seção de compra, venda, almoxarifado, arquivo etc. 
 Empresas comerciais são aquelas que desenvolvem atividades mercantis, que consistem na com-
pra e venda de mercadorias. No caso do comércio varejista, as vendas são feitas diretamente ao consu-
midor. O comércio atacadista compra diretamente do produtor ou de outros revendedores atacadistas, 
para vender a outros revendedoresatacadistas ou ao comerciante varejista. 
 
b) Empresa Industrial: O escopo desse tipo de empresa é a criação de produtos pelo processo industrial, 
consistindo na extração da matéria-prima da natureza ou na sua transformação, dando-lhe utilidade e 
valor econômico. 
 
 Entenda-se por empresas industriais aquelas que realizam operações que modifiquem a natureza, 
o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou, ainda, que o aperfeiçoe 
para consumo, através do uso intensivo do trabalho, máquinas e equipamentos. Os produtos indus-
trializados podem ser utilizados para consumo direto; como mercadorias, pelas empresas comerciais; ou, 
mesmo, como insumos, utensílios, máquinas e equipamentos necessários no processo de produção de 
outras empresas industriais. 
A industrialização proporciona os seguintes benefícios: 
– Desenvolve o mercado consumidor; 
– Amplia o mercado de trabalho, propiciando melhorar salários e colaborando para a estabilidade social; 
– Estimula negócios. 
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c) Empresa de Prestação de Serviços: São auxiliares imprescindíveis do processo comercial e industrial 
que concorrem decisivamente para o desenvolvimento econômico. Nesta classificação, encontramos 
as Companhias de Seguro, Bancos, Hospitais, Escolas, Escritórios de Contabilidade, etc. 
 As pessoas não vivem somente do uso e consumo de mercadorias, sendo, em muitas ocasiões, 
necessária a utilização de serviços diversos. Entende-se por empresas prestadoras de serviços aquelas 
cujas atividades resultem no oferecimento de trabalho, posto à disposição do usuário final, para a satisfa-
ção das suas diversas necessidades. 
 Por prestação de serviços devemos compreender a relação decorrente do exercício de uma ativi-
dade, mediante um contrato, verbal ou escrito, tendo-se de um lado o contratante (usuário de serviços) e 
do outro o contratado (prestador de serviços). 
 
4 – Classificações das empresas 
 As empresas podem ser classificadas considerando-se três aspectos: setores da atividade eco-
nômica, aspecto administrativo e aspecto tributário/fiscal: 
I – Classificação quanto aos setores da atividade econômica 
 As empresas estão instaladas em três grandes grupos ou setores de atividades econômicas abai-
xo, nos quais prestam serviços, produzem e comercializam: 
a) Setor Primário: Que compreende a agricultura, a pecuária e a exploração dos recursos naturais: mine-
rais, vegetais e animais. 
b) Setor Secundário: Abrangendo a indústria e toda sorte na transformação de matérias-primas em pro-
dutos acabados. 
c) Setor Terciário: Compreendendo os serviços, isto é, o comércio, as atividades financeiras, as ativida-
des de transportes, de comunicações, de ensino, de atendimento médico e hospitalar etc. 
 
II - Classificação sob o aspecto administrativo ou quanto a propriedade 
a) Empresa Pública: É aquela cujo capital social é controlado totalmente pelo poder público. São as em-
presas que exploram um ramo de atividade que, por conveniência, segurança ou interesse social, está 
confiado ao poder público municipal, estadual ou federal, provindo do Governo as verbas para o seu 
funcionamento, assim como sua gerência e administração. 
b) Empresa Privada: É aquela cujo capital social que a constitui é de origem privada ou particular. Con-
sequentemente assim será sua administração e gerência, arcando estes particulares com seus direitos 
e deveres. As empresas privadas, como vimos podem aparecer sob a forma de firma individual ou de 
sociedades. 
c) Empresa de Economia Mista ou Empresa Mista: São as sociedades por ações de participação publi-
ca e privada, com diferença de que a União, o Estado ou o Município, no caso, serão os sócios majori-
tários, detendo a maioria das ações (51%) e, portanto o controle administrativo. Estas empresas, em 
geral, executam serviços de utilidade pública. 
 
III – Enquadramento das empresas sob o aspecto Tributário/Fiscal 
 O enquadramento de uma empresa, realizado com base no seu faturamento anual, nada mais é 
do que uma forma de definir o porte da empresa, classificando-a de acordo com as bases divulgadas pe-
las entidades, permitindo a mesma usufruir de eventuais benefícios que o seu enquadramento preveja e 
facilitando a coleta e análise de dados empresariais no Brasil. 
 Vale salientar que, tendo em vista o elevado número de empresas e suas inerentes diferenças 
regionais, setoriais e estruturais, as políticas econômicas necessitam em determinados momentos de um 
tratamento macro, com políticas definidas em bloco. E reside aqui boa parte da importância de classificar e 
definir normas gerais para as empresas de acordo com o porte (enquadramento) das mesmas. 
 No Brasil, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (123/06), sancionada em 2006, normatiza 
para fins tributários e outros benefícios, com base no faturamento anual, o porte das micro e pequenas 
empresas perante a Receita Federal. 
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12 
 Inicialmente, as empresas são classificadas em MICROEMPRESAS e EMPRESAS DE PEQUE-
NO PORTE, mas com base no faturamento e no volume aplicado de capital, a mesma poderá se tornar 
uma empresa de MÉDIO E GRANDE PORTE. 
● Microempresas e Empresas de Pequeno Porte 
 A Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte foi instituída em 2006 para regula-
mentar o disposto na Constituição Brasileira, que prevê o tratamento diferenciado e favorecido à microem-
presa e à empresa de pequeno porte. Ela foi concebida com ampla participação da sociedade civil, enti-
dades empresariais, Poder Legislativo e Poder Executivo e já atravessou quatro rodadas de alteração, 
sempre com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento e a competitividade das microempresas e 
empresas de pequeno porte brasileiras, como estratégia de geração de emprego, distribuição de renda, 
inclusão social, redução da informalidade e fortalecimento da economia. 
 Através da Lei Geral, foi instituído o regime tributário específico para os pequenos negócios, com 
redução da carga de impostos e simplificação dos processos de cálculo e recolhimento, que é o Simples 
Nacional. Além disto, a Lei prevê benefícios para as pequenas empresas em diversos aspectos do dia a 
dia, como a simplificação e desburocratização, as facilidades para acesso ao mercado, ao crédito e à jus-
tiça, o estímulo à inovação e à exportação. 
 A Lei Geral uniformizou o conceito de micro e pequena empresa ao enquadrá-las com base em 
sua receita bruta anual. A Microempresa - ME será a sociedade empresária, a sociedade simples, a em-
presa individual de responsabilidade limitada e o empresário, devidamente registrados nos órgãos compe-
tentes, que aufira em cada ano calendário a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00. 
Se a receita bruta anual for superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior é R$ 3.600.000,00, a 
sociedade será enquadrada como Empresa de Pequeno Porte – EPP. E acima de R$ 3.600.000,00 todas 
as outras empresas. 
 A Lei Geral também criou o Microempreendedor Individual - MEI, que é pessoa que trabalha por 
conta própria e se legaliza como pequeno empresário optante pelo Simples Nacional, com receita bruta 
anual de até R$ 60.000,00. O Microempreendedor pode possuir um único empregado e não pode ser 
sócio ou titular de outra empresa. 
 Podemos destacar, entre as principais vantagens de uma microempresa ou empresa de pequeno 
porte, as seguintes características: 
Recolhimento unificado de tributos 
 O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, 
dos seguintes impostos e contribuições:I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); 
 II - Imposto sobre Produtos industrializados (IPI); 
 III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
 IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): 
 V - Contribuição para o PIS/PASEP; 
 VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 
8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso das pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de 
prestação de serviços previstas especificamente; 
 VII - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços e sobre Serviços de Transporte Interestadual 
e Intermunicipal (ICMS); 
 VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 
 
 Estima-se que em 90% dos casos, haja vantagem tributária (menor pagamento de tributos) para 
as empresas optantes pelo Simples Nacional. A vantagem é maior para as empresas comerciais ou indus-
triais. 
 
 
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O IBGE, por sua vez, utiliza a classificação do porte com base no número de funcionários, ainda 
que essa formatação não conte com fundamentação legal. 
Número de Empregados Setor Porte 
mais de 500 Indústria Empresa de Grande Porte 
mais de 100 Comércio/Serviços Empresa de Grande Porte 
entre 100 e 499 Indústria Empresa de Médio Porte 
entre 50 e 99 Comércio/Serviços Empresa de Médio Porte 
 
Vale dizer ainda que algumas entidades definem e normatizam sua própria classificação, com fins 
específicos. Nesse caso, podemos citar o BNDES, que utiliza uma formatação com base no faturamento: 
Classificação Receita operacional bruta anual 
Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões 
Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões 
Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões 
Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões 
Grande empresa Maior que R$ 300 milhões 
 
IV – Classificação das empresas, do ponto de vista de suas finalidades empresariais e dos ramos 
de atividade econômica aos quais se dedicam 
- Agrícolas: Dedicam-se a agricultura. 
- Agro-industriais: Dedicam-se ao beneficiamento e transformação de produtos agrícolas. 
- Pecuárias: Dedicam-se a criação de animais. 
- Extrativas: Dedicam-se a extração mineral e também vegetal 
- Industrial: Dedicam-se a transformação de matérias-primas em produtos acabados 
- Construtora: Dedicam-se a construção civil. 
- Comerciais: Dedicam-se a prestação de serviços de qualquer natureza. 
 "As atividades comerciais, em termos econômicos, são consideradas serviços, pois são intermedi-
árias entre o produtor e o consumidor, realizando, assim, a distribuição dos bens". 
 
5 – Sociedades 
 Assim conceitua sociedade, o artigo 981 do Código Civil: 
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, en-
tre si, dos resultados.” 
 Em outras palavras, a sociedade significa a reunião de pessoas que mutuamente se obrigam a 
juntar esforços ou recursos para alcançarem objetivos comuns, isto é, Sociedade é a forma de constituição 
de empresas em que duas ou mais pessoas, juridicamente capazes, se reúnem contratualmente para a 
exploração de um objetivo comum. As sociedades adquirem personalidade jurídica depois de efetuado 
corretamente seu registro no órgão destinado a tal fim. Isso equivale dizer que a sociedade passa a existir 
legalmente após o registro do seu Contrato Social ou Estatuto Social, passando a existir a publicidade a 
terceiros. 
 Enquanto a sociedade não tiver seus instrumentos devidamente registrados, essa não terá perso-
nalidade jurídica, contudo, conforme jurisprudência, existe essa sociedade de maneira irregular, acarre-
tando para os sócios a responsabilidade ilimitada pelos negócios celebrados. 
As sociedades podem ser classificadas em: 
a) Sociedades Não Personificadas: quando os atos constitutivos não estão inscritos em registro público, 
cujos tipos são: 
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 Sociedade em comum – arts. 986 a 990: Diz-se da sociedade que ainda não possui registro de seus 
atos constitutivos. Pode ser provada por escrito entre os sócios e de qualquer modo perante terceiros. 
A responsabilidade é solidária e ilimitada. 
 Sociedade em Conta de Participação – arts 991 a 996: Diz-se da sociedade em cujo objeto social é 
exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome e sob sua própria e exclusiva responsabilida-
de. O sócio participante obriga-se tão somente com o sócio ostensivo. Pode ser provada por qualquer 
meio e não adquire personalidade jurídica com a inscrição de seus atos nos órgãos de registro público. 
 
b) Sociedades Personificadas: são as que possuem seus atos constitutivos inscritos em registro público, 
cujos tipos são: 
 Sociedades Simples: As sociedades simples consistem em aquelas que têm como atividade profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colabora-
dores, salvo de o exercício da profissão constituir elemento de empresa (parágrafo único do artigo 966 
do Código Civil). 
 Podemos classificar essas atividades como a de Contabilistas, Advogados, Médicos e asseme-
lhados. Obrigatoriamente, o registro dessas sociedades deverá acontecer nos Cartórios Oficiais do Re-
gistro Civil das Pessoas Jurídicas das Comarcas; na ausência destes, serão registrados no Cartório de 
Registro Natural de Pessoas. Diz-se das demais sociedades e das cooperativas. 
 
 Sociedades Empresárias: Diz-se das sociedades, salvo exceções expressas, que tem por objeto o 
exercício de atividade própria de empresário sujeito ao Registro Público de Empresas Mercantis, inclu-
sive as sociedades por ações. É irrelevante a natureza da atividade exercida por essas sociedades (na-
tureza mercantil ou civil). 
 As sociedades empresárias devem ter os seus atos constitutivos arquivados na Junta Comercial, 
ao passo que as sociedades que não se configurarem como empresárias, em razão de não prevalecer 
nessas sociedades a organização de capital e trabalho sobre a profissão intelectual de seus integrantes, 
possuem os seus atos constitutivos arquivados no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, corres-
pondendo às sociedades simples. 
 As sociedades empresárias adquirem personalidade jurídica com o registro na Junta Comercial 
(art. 985, Código Civil 2002), enquanto as sociedades simples tornam-se pessoas jurídicas com o registro 
no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (artigos 45 e 1.150, Código Civil 2002). 
 
Atenção: A sociedade somente adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na 
forma da lei, de seus atos constitutivos. 
 
 Em relação à manutenção no novo Código das sociedades em nome coletivo, em comandita sim-
ples, em comandita por ações e em conta de participação, discute-se sobre a sua necessidade em razão 
da rara utilização dessas espécies de sociedades empresárias no país. 
 Na constituição de uma sociedade empresária para a exploração de uma atividade econômica, os 
sócios preferem optar por aquelas em que a responsabilidade de todos os sócios, em regra, é limitada 
pelas obrigações contraídas pela sociedade empresária no desenvolvimento da atividade econômica. 
 No Brasil, as sociedades empresárias mais utilizadas são a sociedade limitada e a sociedade anô-
nima em razão da limitação da responsabilidade, em regra, de todos os seus sócios. 
Os tipos de sociedade maiscomuns são: 
a) Sociedade Limitada 
 É quando duas ou mais pessoas se juntam para criar uma empresa e formam uma sociedade 
empresária através de um contrato social. Neste contrato irá constar seus atos constitutivos, como a em-
presa irá operar, suas normas e a composição do capital social. Este é dividido em cotas de capital, o que 
indica que a responsabilidade pelo pagamento das obrigações da empresa se limitada à participação dos 
sócios. Ou seja, neste tipo de sociedade os sócios não devem responder com seu capital particular pelas 
dívidas da empresa. 
 
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b) Sociedade anônima 
 É uma forma de constituir empresas onde o capital social não está ligado a uma pessoa física 
específica, mas se divide em ações que podem ser negociadas livremente. É uma empresa aberta ou 
fechada que emite Ações ao Portador. Ao contrário do que o nome diz, de acordo com a legislação brasi-
leira, o investidor deve, sim, ser identificado. Na sociedade anônima a responsabilidade dos sócios ou 
acionistas está limitada ao preço das ações adquiridas. 
 
III – A CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA 
 Quando utilizada no estudo dos fenômenos patrimoniais passados, presentes ou futuros, a conta-
bilidade-ciência se apoia nos elementos fornecidos pela "arte" ou seja, a escrituração para a qual ela ditou 
normas e princípios de execução. As respostas contábeis dadas pelas análises patrimoniais, econômicas 
ou financeiras, já são consideradas pesquisas no campo da ciência. 
 A Contabilidade admite as mais diversas definições, as quais dependem da maneira dos autores 
considerarem o objeto de estudo dessa ciência. Assim, se alguns veem a Contabilidade como o estudo 
das relações entre débito e crédito, por exemplo, para outros ela é o estudo do patrimônio. Assim, nossa 
definição de contabilidade é a seguinte: 
“A Contabilidade é a ciência que estuda e executa as funções de orientação, con-
trole e registro dos fatos de uma administração econômica”. 
 Isto é, 
“A Contabilidade estuda o patrimônio em suas variações quantitativas e qualitati-
vas, tratando das funções, do cálculo, do registro e análise destas variações”. 
Outra definição: 
 Pode-se definir a Contabilidade como um Sistema de Informação e Avaliação cujo objetivo maior é 
fornecer informações úteis a seus usuários, de forma a apoiá-los na tomada de decisões de natureza eco-
nômica e financeira ou na formação de suas avaliações. Como em qualquer ramo de conhecimento, a 
Contabilidade tem em sua base um conjunto de princípios, cuja aplicação conduz ao alcance de seus ob-
jetivos. 
 Na Contabilidade, esse conjunto de princípios é normalmente denominado de Princípios de Con-
tabilidade Geralmente Aceitos ou, como passaram a ser denominados mais recentemente, no Brasil, Prin-
cípios Fundamentais de Contabilidade. 
1 – As Técnicas Contábeis 
 Para atingir seus objetivos, a contabilidade utiliza-se de técnicas próprias que são: 
a) Escrituração: 
 Técnica pela qual as ocorrências com efeitos no patrimônio são registradas. Algumas regras de-
vem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas e compreendidas por todos aqueles 
interessados. A escrituração é um meio utilizado para possibilitar, pela agregação dos diversos fatos ocor-
ridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a posição da riqueza patrimonial. 
b) Demonstrações Contábeis: 
 Podem ser apresentadas sob diversos ângulos informativos. Algumas são, digamos, uma consoli-
dação dos fatos registrados ou escriturados. O Balanço Patrimonial, por exemplo, mostra a situação do 
patrimônio, em determinado momento, resultante da escrituração de diversos fatos. 
 A Demonstração do Resultado do Exercício também é resultante de diversos fatos, positivos e 
negativos, escriturados durante um ano. Mostra como a empresa se saiu naquele ano. 
 O Inventário é outra demonstração e preocupa-se em mostrar a composição de alguns itens pa-
trimoniais, analiticamente, alguns sem a utilização dos registros contábeis como, por exemplo, os esto-
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ques que são fisicamente verificados e outros com base nos registros contábeis como valores a receber e 
a pagar, valores que a empresa mantém nas instituições financeiras e outros. 
c) Análise de Balanços: 
 Técnica pela qual determina-se a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a 
evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras. Pela análise de balanços é possível comparar a 
situação da empresa dentro do setor que de faz parte. Apresenta quocientes úteis para os interessados na 
riqueza patrimonial, efetivos e potenciais, auxiliando-os, pela relação entre elementos naquele período e 
pela evolução durante os anos, a interpretar os demonstrativos apresentados. 
d) Auditoria: 
 Técnica pela qual é verificada a qualidade da informação prestada confirmando ou não, se os de-
monstrativos apresentados representam com fidelidade a situação patrimonial. Na auditoria examina-se os 
documentos geradores da transformação patrimonial e a estrutura dos demonstrativos contábeis. 
 Elaborando-se PARECER conclusivo sobre a correta utilização dos procedimentos e princípios 
contábeis, inclusive a fidedignidade da informação. A auditoria pode ser interna ou externa. 
 
2 – Objeto da Contabilidade 
 A doutrina Patrimonialista, que é a mais aceita atualmente, define a Contabilidade como a ciência 
que estuda o Patrimônio. A contabilidade apresenta termos técnicos que chamamos de terminologia ou 
nomenclatura, que são essenciais na linguagem dos negócios. É a linguagem que o administrador precisa 
conhecer e se familiarizar com ela. 
 
O Patrimônio 
 Patrimônio, sob o ponto de vista contábil é o objeto da Contabilidade e é definido como “ o con-
junto de Bens, Direitos e Obrigações, vinculados a uma pessoa física ou jurídica ou a uma entida-
de”. Esse conjunto constitui a peça indispensável para que os interessados atinjam seus objetivos. 
 O patrimônio inicial de uma Organização é formado pela aplicação de dinheiro, o qual chamamos 
capital e nada mais é do que o valor entregue pelos proprietários da empresa (Pessoa Física) para que 
esta inicie suas atividades numa Pessoa Jurídica e tenha vida própria. Esse dinheiro será aplicado em 
bens que visem à geração de novas riquezas. A Organização poderá também conseguir recursos empres-
tados por instituições financeiras. 
 Pelo que acabamos de ver, quando uma Organização forma seu patrimônio inicial, já se pode 
notar o surgimento de Bens e Obrigações. Bens representados pelo dinheiro entregue pelos sócios ou 
bancos e obrigações representadas pelas dívidas da Organização para com os sócios e bancos. Se os 
sócios se comprometerem a entregar uma certa quantia à Organização dentro de um determinado prazo 
de tempo, esse compromisso gera um direito, que é o de receber dos sócios a quantia prometida no prazo 
estipulado. 
Vejamos então o que são Bens, Direitos e Obrigações: 
1. BENS 
Sob o ponto de vista contábil, pode-se entender como Bens todos os objetos que uma empresa 
possui, seja para uso, troca ou consumo. São elementos de propriedade da empresa e que estão em sua 
posse. Como exemplos, podemos citar: o dinheiro no caixa, as máquinas e ferramentas, as mercadorias 
no estoque, etc. Dividem-se em: 
a) Bens Materiais ou Tangíveis: Os bens materiais ou tangíveis são aqueles de existência física, palpá-
vel ao homem, tais como: 
 Edifícios e todas as construções necessárias à empresa; 
 A maquinaria e os instrumentos; 
 Os móveis e utensílios; 
 Os meios detransportes. 
 
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b) Bens Imateriais ou Intangíveis: Os bens imateriais ou intangíveis são aqueles que, servindo a vários 
exercícios financeiros não estão representados por qualquer elemento material, pois não possuem cor-
po, não tem matéria. A saber: 
 ▪ Patentes de invenção; ▪ Marcas; 
▪ Direitos autorais ▪ Fundo de comercio (Goodwil) etc. 
 
Outras denominações para os Bens: 
 Bens Numerários: Entende-se como bens numerários, o dinheiro. 
 
 Bens de Venda: Os bens de venda estão ligados aos objetivos da empresa (industrial ou comercial) e 
se constituem na principal função de uma entidade de fins lucrativos. Dizemos que os bens de venda 
constituem o objetivo do negócio. Assim temos, de acordo com o tipo da empresa, um bem de venda 
próprio, a saber: 
 - Mercadorias, nas empresas comerciais; 
 - Produtos, nas empresas industriais; 
 - Títulos de Renda, nas empresas de investimentos; 
 - Imóveis, nas empresas imobiliárias. 
 
 Não importa as qualidades específicas que estes bens irão ter em outros Patrimônios mas sim 
para aquele que os vende com objetivo de lucro. Portanto, um imóvel comprado, pode servir para a em-
presa compradora como uma imobilização ou um bem fixo mas para a empresa imobiliária, que tem como 
objetivo a compra e venda de imóveis, será sempre um bem de venda. Para a empresa que comprou uma 
mesa para uso de seu escritório, aquele é um bem fixo, mas para a loja que vendeu, trata-se de um bem 
de venda. 
 
 Bens de Renda: Podemos dizer que este tipo de bem é exatamente o contrário do anterior, ou seja, os 
bens de venda. Estes são exatamente o inverso, ou seja, não se enquadram nas atividades normais de 
uma empresa, embora contribuam para o enriquecimento do Patrimônio Líquido, como por exemplo, 
imóveis destinados a renda ou aluguel, ações de outra Companhia. Isto é, são bens que proporciona-
rão uma receita extraordinária, acessória àquela que se destina. 
 Bens de Uso (Fixos ou imobilizados): São os Bens duráveis, com vida útil superior a 1 ano. Caracte-
rizam-se por serem utilizados exclusivamente no dia a dia de trabalho da Organização, como por 
exemplo: imóveis, veículos, máquinas, instalações, computadores, balcões, prateleiras etc. 
 
 Bens de Consumo: São os Bens não duráveis, ou seja são gastos ou consumidos no processo produ-
tivo. Depois de consumidos, representam despesas: combustíveis e lubrificantes, material de escritório, 
material de limpeza etc. 
 
2. DIREITOS 
 São os valores de propriedade da empresa que estão na posse de terceiros. Este grupo compre-
ende os valores numerários cujo recebimento está sujeito a um prazo determinado. Todas as transa-
ções econômicas entre as empresas são traduzidas em moeda corrente e se resumem em recebimento e 
desembolso de valores numerários. 
 Mas nem sempre estas transações são feitas pela troca imediata por dinheiro e gera daí um direito 
para aqueles que entregaram algo e que deveriam receber em troca seu correspondente em dinheiro, 
como o Dinheiro depositado no banco, Valores a receber de terceiros por vendas efetuadas a prazo, etc. 
Esses Direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a Receber. 
Elemento Expressão 
Aluguéis a receber 
Juros a receber 
Valores a receber 
 
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 Existem outros elementos que não possuem a expressão “a receber” mas representam os Direi-
tos, que são: 
- Banco Conta-movimento = dinheiro depositado em conta-corrente 
- Clientes = duplicatas a receber 
- Aplicações Financeiras = dinheiro aplicado no banco em CDB, Caderneta de Poupança, Fundos etc. 
- Ações de outras empresas = Títulos referentes à aquisição de ações de outras empresas. 
 
3. OBRIGAÇÕES 
 São os valores que estão na posse da empresa, mas que são propriedade de terceiros, como os 
empréstimos bancários, os impostos a pagar, os valores a pagar referentes a compras efetuadas a prazo, 
etc. As Obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão a 
Pagar. 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 Existem outros elementos que não possuem a expressão “a pagar” mas representam as Obriga-
ções, que são: 
- Fornecedores = Duplicatas a pagar. 
- Impostos a recolher = impostos a pagar 
 
 
3 – Aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio 
Já foi possível perceber que a história da contabilidade está ligada ao controle do patrimônio e 
suas mutações. Portanto, a partir de agora, vamos conhecer requisitos fundamentais para o controle do 
patrimônio, onde se faz necessário precisar ou estimar a riqueza. É possível saber o valor do patrimônio? 
Sim, pois na contabilidade, para poder avaliar corretamente um patrimônio e suas variações é necessário 
que os elementos desse patrimônio apresentem: 
▪ Aspecto qualitativo: É o nome que qualifica o patrimônio. Deve ser claro o bastante para identificar o que 
está registrado neste nome. Quanto mais simples e claro for o nome dado aos elementos, melhor será 
para identificar o que está sendo registrado na contabilidade. 
Exemplos: veículos, mercadoria para revenda, caixa (dinheiro), banco conta-movimento (saldo na conta-
corrente do banco), cliente (quem compra da minha empresa), fornecedor (quem vende para a minha em-
presa) e muitos outros. 
 
▪ Aspecto quantitativo: Observa em que quantidade este elemento aparece, e também o seu valor monetá-
rio. 
Exemplos: veículos R$ 20.000,00; caixa R$ 110.000,00; banco R$ 18.124,16; cliente R$ 11.222,00; forne-
cedor R$ 5.895,00. 
 
 PATRIMÔNIO 
 
 
 
 
 
Resumindo: 
 
 Aspecto Qualitativo: Este aspecto consiste em qualificar os bens, Direitos e Obrigações. Assim: 
 
 
Elemento Expressão 
Duplicatas a pagar 
Promissórias a pagar 
Aluguéis a pagar 
Salários a pagar 
Impostos a pagar / a recolher 
▪ Bens 
▪ Direitos 
▪ Obrigações 
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19 
 PATRIMÔNIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Aspecto Quantitativo: Este aspecto consiste em atribuir a esses Bens, Direitos e Obrigações seus 
respectivos valores, permitindo assim, conhecer o valor do Patrimônio da Organização, na seguinte manei-
ra: 
 PATRIMÔNIO 
 
Bens: R$ 
 Dinheiro...........................5.000 
 Veículos.........................50.000 
 Máquinas ......................10.000 
 
Direitos: 
 Duplicatas a receber.........3.000 
 Promissórias a receber.....2.000 
 
Obrigações: 
 Duplicatas a pagar............8.000 
 Impostos a pagar.............. 500 
 
 
Obs: Com essas informações, é possível fazer uma idéia do tamanho do patrimônio da minha empresa, 
pois ficou esclarecido o quê e quanto e empresa tem em Bens, Direitos e Obrigações. 
 
4 – Representação gráfica do patrimônio 
 O Patrimônio é representado em um gráfico simplificado, em forma de T. 
 PATRIMÔNIO 
 
 
 
 
 
O T, como vemos, tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos. 
 PATRIMÔNIO 
 Bens 
 Direitos 
 
 
 
 
 
 
Bens: 
 - Dinheiro 
 - Veículos 
 - Máquinas 
 Direitos: 
 - Juros a receber 
 - Promissórias a receber 
 
 Obrigações: 
 - Duplicatas a pagar 
 - Impostos a pagar 
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20 
No lado direito colocamos as Obrigações: 
 PATRIMÔNIO 
 Obrigações 
 
 
Então, a representação gráfica do Patrimônio fica assim: 
 PATRIMÔNIO 
 Bens Obrigações 
 Direitos 
 
A contabilidade, inicialmente, divide o Patrimônio em dois grupos: grupo dos Elementos Positivos 
e grupo dos Elementos Negativos. 
 PATRIMÔNIO 
 ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS 
 Bens Obrigações 
 
Móveis e Utensílios 
Salários a Pagar 
 
Estoque de Mercadorias 
Duplicatas a Pagar 
 
Caixa (dinheiro) 
Impostos a Pagar 
 
Bens 
 
 
Duplicatas a Receber 
 
 
Promissórias a Receber 
 
 
 O lado esquerdo do gráfico é chamado de lado positivo, pois os bens e os direitos representam 
para a empresa a sua parte positiva (é o que ela tem efetivamente de bens e o que ela tem para receber). 
O lado direito é chamado de lado negativo, pois as obrigações representam a parte negativa da empresa 
(é o que ela tem que pagar). 
 Os elementos positivos são denominados, ainda, componentes Ativos e o seu conjunto forma o 
Ativo. Por outro lado, os elementos negativos são denominados, ainda, componentes Passivos, por isso 
encontram-se no Passivo. Tecnicamente falando, surgem agora o Ativo e o Passivo, substituindo o que 
antes chamávamos de elementos positivos e elementos negativos. 
Veja como fica o gráfico: 
 PATRIMÔNIO 
 ATIVO PASSIVO 
 Bens Obrigações 
 Veículos Salários a Pagar 
 Estoque de Mercadorias Duplicatas a Pagar 
 Caixa (dinheiro) Impostos a Pagar 
 Direitos 
 Duplicatas a Receber 
 
 
 
 
Depósitos em conta-corrente 
 
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IV – SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS 
 Sob o aspecto contábil, o patrimônio é composto do ativo e passivo. Denominamos Ativo ao con-
junto de bens e direitos e, de Passivo ao conjunto das obrigações. 
 Como podemos verificar, existem dois tipos de obrigações para as empresas: as obrigações para 
com terceiros (fornecedores) e as obrigações para com os sócios (capital). Estas últimas são a parte que 
realmente pertence aos proprietários, a qual chamamos de Situação Líquida ou ainda Patrimônio Líquido. 
 A situação líquida modifica-se com o desenvolvimento das atividades da empresa, pois a ela serão 
somados os lucros não distribuídos ou dela serão subtraídos os prejuízos. 
 No decorrer de suas atividades, pode a Organização apresentar algumas posições de situação 
líquida, como veremos a seguir: 
 Situação Líquida Positiva: Ocorre quando os bens e direitos superam as obrigações para com 
terceiros, também chamada de Positiva, Ativa ou Superavitária. 
 Situação Líquida Negativa: Ocorre quando as obrigações para com terceiros superam a soma 
dos bens e direitos. Também conhecida como Negativa, Passiva, Deficitária ou Passivo a desco-
berto. 
 Situação Líquida Nula: Ocorre quando os bens e direitos se igualam às obrigações para com ter-
ceiros. 
 
 Para que a representação gráfica do Patrimônio esteja completa, é preciso representar os elemen-
tos que o compõem com seus respectivos valores. Isso é o que faremos nesta parte. 
 Por que estudar as Situações Líquidas agora? Para atender a um grande objetivo: acrescentar ao 
seu conhecimento mais um grupo de elementos na representação gráfica do Patrimônio. Este novo grupo, 
que se chama Patrimônio Líquido (não mencionado até agora), juntamente com os Bens, com os Direi-
tos e com as Obrigações, completará a referida representação gráfica do Patrimônio, permitindo que o 
total do lado esquerdo seja igual ao total do lado direito, dando-lhe forma de equação. 
 
Exemplos de Situações Líquidas Patrimoniais 
 Entretanto, para que você possa compreender melhor esse novo grupo de elementos (Patrimônio 
Líquido), vamos estudar antes as Situações Líquidas Patrimoniais possíveis. Considerando cada um dos 
elementos que representam os Bens e os Direitos (Ativo), com seus respectivos valores em reais, e so-
mando esses valores, temos o total do Ativo: 
Bens 
Caixa .............................................. R$ 30 
Móveis .............................................R$ 50 
Estoque de Mercadorias .................. R$ 20 
Soma dos Bens ............................... R$ 100 
 
 
Direitos 
Duplicatas a Receber ....................... R$ 40 
Promissórias a Receber ................... R$ 10 
Soma dos Direitos .......................... R$ 50 
 
Soma total do Ativo .......................... R$ 150 
 
 Procedendo da mesma forma com os elementos que representam as Obrigações, temos: 
Obrigações 
Duplicatas a Pagar ............................. R$ 35 
Salários a Pagar ................................. R$ 15 
Impostos a Pagar ................................ R$ 30 
Soma total das Obrigações ................R$ 80 
 
 
 
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Assim: 
Ativo ........................ .. R$150 
(menos) Obrigações .... R$ 80 
 R$ 70 = SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL 
 
 O total dos Bens mais o total dos Direitos menos o total das Obrigações denomina-se Situação 
Líquida Patrimonial. Logo: 
 
 No gráfico que estamos utilizando para representar o Patrimônio, a Situação Líquida Patrimonial é 
colocada sempre do lado direito. Ela deve ser somada às Obrigações (ou subtraídas das Obrigações), de 
modo a igualar o lado do Passivo com o lado do Ativo, dando-lhe forma de Equação Patrimonial. 
Assim: 
BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL 
 
 Conforme afirmamos, o total do lado esquerdo (150) tem que ser igual ao total do lado direito 
(150). No Ativo temos Bens mais Direitos = 150 e no Passivo temos Obrigações mais Situação Líquida = 
150. 
SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS POSSÍVEIS 
1 - Ativo maior que as Obrigações 
Exemplo: 
Bens ...................................................................................... R$ 200 
Direitos ................................................................................... R$ 100 
Obrigações ............................................................................ R$ 180 
Observe que os dois lados não têm o mesmo total. Logo, precisamos igualá-los. Veja: 
 Lado do Ativo ........................................................... (+) R$ 300 
 Lado do Passivo ...................................................... ( - ) R$ 180 
 Diferença .................................................................(+) R$ 120 
Observação: 
 Antes de cada valor colocamos um sinal 
 O Ativo, contendo Bens e Direitos, é positivo; logo, sinal mais (+). 
 O passivo, contendo, neste caso, somente Obrigações, é negativo; logo, sinal menos ( – ). 
A diferença de R$ 120 é chamada Situação Líquida; será colocada do lado do Passivo e adicionada 
ao valor das Obrigações, já que a Situação Líquida é positiva. Logo, o Balanço Patrimonial fica assim: 
a) Passivo Descoberto porque o total do Ativo não é suficiente para cobrir o total do Passivo. 
 
 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens ........... 100 Obrigações ......................... 80 
Direitos .......... 50 (+) Situação Líquida............ 70 
 
TOTAL .......... 150 TOTAL .......................... 150 
ATIVO 
> PASSIVO  Situação Líquida Positiva Bens + Direitos Obrigações 
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Neste caso, a situação Líquida chama-se: 
a) Situação Líquida Positiva b)Situação Líquida Ativa c) Situação Líquida Superavitária 
Veja por que: 
a) É chamada Situação Liquida Positiva porque o total dos elementos positivos (Bens + Direitos) supe-
ra o total dos elementos negativos (Obrigações) em 120. 
b) É chamada Situação Líquida Ativa porque o total do Ativo (Bens + Direitos) supera o total do Passivo 
(Obrigações) em 120. 
c) É chamada Situação Líquida Superavitária por ser uma situação positiva. 
 
 Suponha que haja intenção de se liquidar a empresa neste momento. Vendendo os Bens ao preço 
que custaram, teremos R$200, e, recebendo todos os Direitos no valor de R$100, teremos em mãos 
R$300. Pagando todas as Obrigações, no valor de R$180, sobrariam para o proprietário da empresa 
R$120. Por isso, dizemos que a quantia de R$ 120 é Situação Superavitária; é o que restou positivamente; 
é o valor positivo que superou o negativo. 
2 - Ativo menor que as Obrigações 
Exemplo: 
Bens .................................................................................... R$ 200 
Direitos ................................................................................. R$ 100 
Obrigações ............................................................................ R$ 340 
 
Representando graficamente, temos: 
Veja: 
 Lado do Ativo ........................................................... ( +) R$ 300 
 Lado do Passivo ...................................................... ( - ) R$ 340 
 Diferença .................................................................. ( - ) R$ 40 
 
Sendo a diferença negativa, a representação gráfica completa fica assim: 
 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens ........... 200 Obrigações ......................... 180 
Direitos .......... 100 (+) Situação Líquida............ 120 
 
 TOTAL DO ATIVO .................. 300 TOTAL DO PASSIVO .................. 300 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens ................................ 200 Obrigações ......................... 340 
Direitos ............................... 100 (+) Situação Líquida............ (- 40) 
 
 TOTAL DO ATIVO .................. 300 TOTAL DO PASSIVO .................. 300 
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24 
Neste caso, a Situação Líquida chama-se: 
a) Situação Liquida Negativa 
b) Situação Líquida Passiva 
c) Situação Líquida Deficitária 
d) Passivo Descoberto 
 
Veja: 
b) É Situação Liquida Negativa porque o total dos elementos negativos (Obrigações) supera o total dos 
elementos positivos (Bens e Direitos) em 40. 
c) É Situação Líquida Passiva porque o total do Passivo (neste caso, representado apenas por Obriga-
ções) é superior ao total do Ativo (Bens e Direitos). 
d) É Situação Líquida Deficitária por ser uma situação negativa. Se houver interesse em liquidar a em-
presa neste, momento, vendendo os Bens ao preço de custo, teremos R$200; recebendo os Direitos, 
teremos R$100. Portanto, teremos R$300 em mãos. 
Para saldar seus compromissos, a empresa necessitará de R$340, que é o valor das Obrigações. 
Logo, faltam R$40. Por isso, a situação Líquida é deficitária; o total dos elementos positivos é insuficiente 
para saldar os compromissos. 
 
e) É Passivo Descoberto porque o total do Ativo não é suficiente para cobrir o total do Passivo. 
 
 
 
 
3 - Ativo igual às Obrigações 
Exemplo: 
Bens ...................................................................................... R$ 200 
Direitos ................................................................................... R$ 100 
Obrigações ............................................................................. R$ 340 
Veja: 
Lado do Ativo ....................................................................(+ ) R$ 300 
Lado do Passivo ................................................................(– ) R$ 300 
Diferença ................... ................................................... 0 
 
 Neste caso, o Ativo é inteiramente absorvido pelas Obrigações, e a Situação Líquida é nula, 
inexistente. Observe que, se pretendêssemos liquidar essa empresa neste momento, tudo o que se apu-
raria com a venda dos Bens e com o recebimento dos Direitos seria necessário para cobrir apenas as 
Obrigações, não restando nada para o proprietário. 
ATIVO 
< 
PASSIVO 
 Situação Líquida Negativa Bens + Direitos Obrigações 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens ................................ 200 Obrigações ......................... 300 
Direitos ............................... 100 (+) Situação Líquida............ 0 
 
 TOTAL DO ATIVO .................. 300 TOTAL DO PASSIVO .................. 300 
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25 
ATIVO 
= 
PASSIVO 
 Situação Líquida Nula Bens + Direitos Obrigações 
 
NOTA: 
 Além dessas três situações apresentadas, podem ocorrer mais duas. Porém, deixamos de 
comentá-las minuciosamente porque são variantes das situações anteriores. Veja: 
 
V – PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 É o “quarto grupo” de elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, os Direitos e as 
Obrigações completará a Demonstração Contábil denominada Balanço Patrimonial. O total do grupo Pa-
trimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da Organização. Assim, se Situação Líquida for posi-
tiva, o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente positivo. Por outro lado, se a Situação Líquida for 
negativa o total do grupo Patrimônio Líquido será igualmente negativo. 
 Ainda, se a Situação Líquida for nula, o grupo Patrimônio Líquido também refletirá essa situação. 
Esse grupo, no Balanço Patrimonial de uma Organização, aparece sempre do lado direito, juntamente com 
as Obrigações. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
 Bens Obrigações 
Direitos Patrimônio Líquido (antiga Situação Líquida) 
 
O Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos: 
 Capital 
 Reservas 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Ações em Tesouraria 
 Prejuízos Acumulados 
 
 Na fase de constituição da Organização, o Capital representa o dinheiro entregue pelos sócios ou 
pelo proprietário para formação do patrimônio inicial. Deste subgrupo, subtrai-se o capital a realizar, isto é, 
a diferença entre o capital que consta do contrato e o capital efetivamente entregue pelos sócios; 
 As Reservas são formadas pela retenção de parte dos lucros da Organização, para utilizá-los 
futuramente no aumento de seu capital; 
 Na alteração de Lei 11.638/ 2007, os Lucros Acumulados foram extintos, ficando apenas o prejuí-
zo acumulado, o qual representa os prejuízos dos exercícios anteriores e até mesmo do atual. 
 
Obs: 
No caso específico das Sociedades Anônimas, é obrigatório, por lei, uma retenção de 5% (cinco por cento) 
dos lucros obtidos, em cada Balanço até que esta parcela atinja a 20% (vinte por cento) do capital, o qual 
é chamada de „Reserva Legal‟. 
 
A EQUAÇÃO PATRIMONIAL 
 Considerando os elementos integrantes do patrimônio, podemos, então, apresentar a equação 
patrimonial: 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – OBRIGAÇÕES 
 
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VI – FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO 
 Para se constituir uma empresa, por exemplo, é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Na 
sua constituição, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o proprietário da 
empresa possui para iniciar suas atividades. 
 Podemos citar, por exemplo:

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