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Aula10_Cap18_ConcorrênciaSchumpeteriana_Múltiplo

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KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticas
no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Capítulo 8, p. 91-101.
KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticas
no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Capítulo 18 , p. 245-252.
KON,Anita. Economia Industrial. 1. ed. São Paulo: Nobel, 1999. Capítulo 5, p. 83-99.
SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento Econômico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Capítulo 6, p. 126-150.
Estratégias de Crescimento, Inovação
e Concorrência Shumpeteriana
Considerações Iniciais
Noções concorrência
1. Noção clássica de concorrência
Livre mobilidade do capital entre diferentes indústrias, implicando
livre entrada (livre iniciativa) ou ausência de barreiras à entrada nas
indústrias;
Concorrência vista como um processo dinâmico ao longo do tempo,
pelo qual os investimentos são atraídos para as indústrias que
proporcionam maior taxa de lucro e afastam-se das indústrias de
menor rentabilidade;
Esta concorrência entre capitais (mobilidade entre indústrias) levaria
à tendência à equalização das taxas de lucro entre distintas atividades
nas economias capitalistas.
Considerações Iniciais
Noções concorrência
2. Noção neoclássica de concorrência
Trata-se da noção de concorrência perfeita, cujas características são:
(a) Atomismo de mercado (tanto na oferta como na demanda);
(b) As empresas individuais são tomadoras de preços (price takers),
incapazes de afetar o preço de mercado, que é determinado pelo
equilíbrio entre oferta e demanda;
(c) A condição de maximização de lucro das empresas é RMa = CMa, e
a receita marginal é o próprio preço do bem.
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
O estudo das inovações tecnológicas permaneceu em segundo plano
até os anos 1940-1950, quando as ideias do economista austríaco
Joseph Alois Shumpeter (1883-1950) começaram a florescer,
fundando o que se denomina hoje de Economia da Inovação.
Economia da Inovação é o ramo da Economia Industrial que tem
como objeto de estudo as inovações tecnológicas e organizacionais
introduzidas pelas empresas para fazereme frente à concorrência e
acumulação de riquezas (KUPFER; HASENCLEVER, 2013, p. 91).
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
SCHUMPETER
Ministro das Finanças da Áustria após a Primeira Guerra Mundial;
Fixou residência nos EUA em 1932, lecionando nas universidades de
Bonn e Harvard;
Sua principal contribuição refere-se ao estudo de ciclos econômicos,
admitindo existirem ciclos longos (de vários decênios), médios (de
dez anos) e curtos (de quarenta meses), atribuindo diferentes causas a
cada tipo de ciclo;
O estímulo para o início de um novo ciclo econômico viria,
principalmente, das inovações tecnológicas introduzidas por
empresários empreendedores.
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
Em que consiste a teoria da concorrência de Schumpeter?
Para Schumpeter, a concorrência é um processo ininterrupto de
introdução e difusão de inovações em sentido amplo, isto é, quaisquer
mudanças no espaço econômico no qual operam as empresa.
Schumpeter, assim como os clássicos, enfatizou a oferta na explicação
do crescimento econômico, negligenciando a demanda. Para ele,
enquanto novos produtos e processos estiverem sendo adotados pelo
empresário, a economia estará em cresceimento. Novos produtos e
bens já conhecidos com menor preço encontrarão sempre uma
demanda adicional.
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
Para Schumpeter, o desenvolvimento econômico resulta de mudanças
revolucionárias, que alteram de uma vez por todas a situação anterior,
como foi o caso, no século 19, das ferrovias substituindo as
diligências, ou do carvão do coque e da máquina a vapor deslocando o
carvão vegetal e a energia hidráulica (SOUZA, p. 127).
Schumpeter afirma que as mudanças que levam ao desenvolvimento
econômico surgem na órbita da produção e não na do consumo. Os
produtores exercem mudanças relevantes por meio da inovação; os
consumidores são induzidos a consumir os novos produtos (SOUZA,
p. 127).
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
O que é INOVAÇÃO para Schumpeter?
(a) A introdução de um novo produto;
(b) A descoberta de um novo método de produção;
(c) A abertura de um novo mercado, no país ou no exterior;
(d) A descoberta de uma nova fonte de oferta de matéria-prima;
(e) Uma nova organização de qualquer indústria, como novo monopólio ou
fragmentação de uma posição de monopólio (SOUZA, p. 127).
impulso fundamental que põe e mantém em funcionamento a máquina capitalista procede dos
novos bens de consumo, dos novos métodos de produção ou transporte, dos novos mercados e das
novas formas de organização industrial criadas pela empresa capitalista (SCHUMPETER, 1961 apud
KON, p. 83).
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
Aspectos da demanda para Schumpeter
Pelo lado da demanda, o desenvolvimento é explicado pela expansão
ou abertura de novos mercados, que é um tipo particular de inovação:
(c) A abertura de um novo mercado, no país ou no exterior (SOUZA, p.
128).
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
O papel do empresário inovador
O empresário é quem adota novas combinações produtivas. É definido por sua
função de pôr em prática inovações, podendo acumular outras funções econômicas
enquanto indivíduo, como capitalista (quem detém o crédito) (SOUZA, p. 128).
É um líder, um pioneiro e um agente de mudanças. A característica fundamental
do empresário é de liderança e não de propriedade, isto é, de capacidade de
previsão e iniciativa e não da posse do (SOUZA, p. 129).
A função do empresário não é descobrir novas combinações (para isso, ele reúne
cientistas, técnicos e capitais), mas adotá-las. Enquanto elas não forem postas em
prática, permanecem economicamente irrelevantes (SOUZA, p. 129).
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
O papel do empresário inovador
A natureza e as atividades do empresário são condicionadas pelo
ambiente sociocultural em que vive e trabalha. Para realizar a sua
função e impulsionar o desenvolvimento econômico, ele necessita:
(a) De um pacote de inovações tecnológicas ainda não utilizadas e aptas
a serem postas em prática;
(b) De linhas de crédito de curto e longo prazo, para que possa
transformar capital em meios de produção, adotar novos métodos e
gerar novos produtos (SOUZA, p. 129).
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
Natureza e função do crédito
Schumpeter considera que o empresário não é, necessariamente, o
proprietário dos meios de produção (capital e trabalho), nem possui
recursos suficientes para realizar investimentos e adotar novas
combinações (SOUZA, p. 130).
O capital criado pelo crédito bancário proporciona o acesso do
empresário aos meios de produção (matérias-primas e trabalhadores).
Assim, os lucros do negócio deverão permitir a cobertura dos custos
de produção, pagar os juros e amortizar o capital emprestado
(SOUZA, p. 130). O empresário é o devedor típico do sistema
capitalista.
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
Consequências do crédito e destruição criadora
Schumpeter considerava que havia pleno emprego. Assim, a concessão
de crédito forçava os preços dos fatores para cima (eleva a demanda
por fatores, o que aumenta os seus preços) e deslocava os mesmos de
combinações antigas, menos produtivas, para combinações novas,
mais eficientes. Como as empresas não inovadoras desaparecem ou
crescem a um ritmo mais lento, instaura-se um processo de
destruição criadora (SOUZA, p. 131).
O processo de destruição criadora
... de mutação industrial se é que podemos usar esse termo
biológico que revoluciona incessantementea estrutura
econômica a partir de dentro, destruindo incessantemente o antigo
e criando elementos novos. Este processo de destruição criadora é
básico para se entender o capitalismo. É dele que se constitui o
capitalismo e a ele deve se adaptar toda a empresa capitalista para
(Capitalismo,Socialismo e Democracia - Cap. 7).
O processo de destruição criadora
No processo de destruição criadora, as estratégias da indústria
oligopolista não devem visar apenas preços altos e redução da
produção (lucro máximo).
Este comportamento é consequência de determinada época da história
e do esforço para enfrentar uma situação de sobrevivência, o que tende
a mudar (ciclos).
A concorrência não será apenas entre preços:
Concorrência de qualidade
Esforço de vendas
Concorrência de novas mercadorias, novas técnicas, novas fontes de
suprimento, novo tipo de organização :
Objetivo a longo prazo é a expansão da produção e a redução dos
preços.
O processo de destruição criadora
Nas grandes empresas oligopolistas, as práticas de maximização de
lucro da forma tradicional, têm seus efeitos reduzidos a longo prazo
pela introdução de inovações, e no processo de destruição criadora
contribuem apenas no curto prazo para o equilíbrio dos negócios e
para atenuar dificuldades temporárias, protegendo, portanto, a
estratégia de expansão a longo prazo.
Esta estratégia restritiva ou reguladora, em alguns casos, pode
exercer efeitos prejudiciais sobre o desenvolvimento da produção a
longo prazo.
O processo de destruição criadora
A introdução de novas mercadorias, num processo capitalista
competitivo, pode modificar a estrutura de preços existentes,
satisfazendo uma necessidade dos consumidores a preços mais
baixos, sem que os demais preços variem, ou seja, mesmo que estes
se mantenham rígidos.
Observa-se uma incessante eliminação do valor do capital de velhos
investimentos.
As estratégias que visam à introdução de novos métodos de
produção ou novas mercadorias apresentam vantagens por exibirem
uma desorganização temporária do mercado e um espaço de tempo
que garanta um planejamento a longo prazo enquanto os rivais não
se adaptarem às inovações.
A Teoria Schumpeteriana da Concorrência e o Papel
das Inovações
Nos estudos de Schumpeter, o autor observa que a concorrência
perfeita jamais foi real e o alastramento de estruturas de mercado
monopolistas e oligopolistas (a partir do final do século XIX na
indústria manufatureira) mostra que a produção não decresceu
comparativamente à livre concorrência, assim como a qualidade dos
produtos melhorou.
Que estratégias de crescimento as grandes empresas utilizam na busca
por novos mercados?
(a) A diferenciação do produto e o esforço de venda;
(b) A diversificação da produção;
(c) A integração vertical ou terceirização.
(a) A diferenciação do produto e o esforço de venda
Segundo Steindl, para os empresários os métodos de venda podem
ajudar na expansão dos mercados mais do que a redução de preços:
Compradores não possuem conhecimento suficiente sobre as
alternativas de oferta;
Compradores apresentam uma incapacidade para comparar o preço
relativo de diversos produtos rivais;
Consumidores possuem preferências irracionais: motivadas por
diferenças existentes nos produtos de diversas firmas, pois quando as
diferenças em qualidade são patentes, o comprador é menos sensível à
concorrência entre preços.
(a) A diferenciação do produto e o esforço de venda
Diferenciação de produtos:
A capacidade limitada dos consumidores de comparar qualidades
motivou a estratégia dos empresários de oferecer tipos e qualidades
diferentes dos produtos concorrentes.
Diferenciação é uma forma diversa de concorrência.
Não mais através de preços, mas sim de qualidade, entendendo-se não
apenas qualidades tecnicamente melhores, como também mercadorias
que aparentemente ofereçam uma qualidade superior ou preferível.
A concorrência de qualidade deve ser tratada juntamente com os
métodos de venda, no sentido de que uma qualidade superior ou
diferente deve ser introduzida aos consumidores, que deverão ser
convencidos de suas vantagens.
(a) A diferenciação do produto e o esforço de venda
A diferenciação de um produto diz respeito à introdução, na gama
de produtos de uma empresa, de uma nova mercadoria que tenha a
característica de ser substituta próxima de outra anteriormente por
ela produzida, e que será comercializada em seus mercados.
Qualquer mudança na característica do produto dá origem a uma
mercadoria diversificada.
Marcas registradas.
Condições em que se vende a mercadoria.
Uma prática alternativa de esforço de vendas consiste na
discriminação de preços entre compradores.
(b) A diversificação da produção
Estre as alterações buscadas pela firma em relação a produtos e
mercados, um caminho alternativo consiste no afastamento, pela
empresa, de produtos e mercados conhecidos, através da
diversificação de suas atividades.
Tendo em vista o caminho de expansão de uma empresa é possível
ocorrer uma situação em que o mercado em que atua seja
insuficiente para a consecução do seu potencial de crescimento.
Introdução de um produto em um mercado que ela não atua.
Não implica que a empresa abandone as suas linhas de produtos
anteriores.
(b) A diversificação da produção
Também pode basear-se em necessidades de redução de riscos e
incertezas, que advêm da atuação em um único mercado,
particularmente com relação aos efeitos de flutuações cíclicas ou
sazonais da demanda.
A realização bem-sucedida da diversificação das atividades de uma
firma depende de sua possibilidade e capacidade de utilização da
tecnologia apropriada à nova produção.
(c) A integração vertical ou terceirização como estratégia
Forma especial de diversificação.
Esta integração envolve um aumento no número de produtos
intermediários produzidos pela firma para seu próprio uso.
Diversificação pode ser voltada para a substituição de insumos
comprados de outras empresas por produção própria, integrando-
se (backward effects), ou para a distribuição e outros
serviços a (forward effects) na cadeia de produção-
distribuição-consumo.
(c) A integração vertical ou terceirização como estratégia
As razões para este comportamento baseiam-se tanto em
considerações técnicas quanto econômicas.
Eliminação de custos desnecessários de mercado ou de transações.
São minimizados os custos de coletar, processar e usar informações.
Eliminação de custos associados a despesas físicas e financeiras da
estocagem de certos insumos, além de diminuir os riscos inerentes à
manutenção desses estoques.
Necessidade de maior controle do mercado tanto de fornecimento
de insumos quanto consumidor.
(c) A integração vertical ou terceirização como estratégia
De acordo com Stigler, a integração vertical pode ser necessária nos
estágios iniciais do desenvolvimento de um mercado, mas a expansão
subsequente do mercado tende a facilitar o aumento da especialização
de funções e, assim, a substituição da verticalização pela terceirização
dos serviços.
As indústrias jovens são frequentemente estranhas ao sistema
econômico estabelecido e requerem novas espécies ou qualidades de
materiais e assim operam a produção própria destes.
(c) A integração vertical ou terceirização como estratégia
Quando a indústria atinge um determinado tamanho, muitas
destas tarefas são suficientemente importantes para serem
delegadas a especialistas. Torna-se mais rentável o suprimento,
por outras firmas, de equipamentos e matérias-primas, do
marketing do produto, bem como a utilização de subprodutos e o
treinamento da mão de obra qualificada.

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