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Matéria: Direito Civil – Prof: Rafael Mendonça DISCIPLINA: DIREITO CIVIL PROFESSOR: RAFAEL MENDONÇA MATÉRIA: DIREITO CIVIL Indicações bibliográficas: • Código Civil. Leis e artigos importantes: • Art. 108, CC; • Art.113, CC; • Art.198, CC. • Art. 265,CC; • Art. 421 ao 433, CC; • Art. 441 ao 446, CC; • Art.462, CC; • Art.464, CC; • Art.466, CC; • Art.472, CC; • Art.473, CC; • Art.478, CC; • Art.1196, CC; • Art. 1198, CC; • Art.1208, CC; • Art.1228, CC; • Art.49, CDC; • Art.10, §1º do CDC; • Lei 8245/91; Palavras-chave: • Obrigação Indivisível; Obrigação Solidária; Teoria Geral dos Contratos; Ações edilícias; Direito das coisas; Posse. TEMA: OBRIGAÇÃO; CONTRATOS; DIREITO DAS COISAS PROFESSOR: RAFAEL MENDONÇA • OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL: Matéria: Direito Civil – Prof: Rafael Mendonça o Pluralidade de credores: Cada um exige uma cota. Quando o objeto não puder ser fracionado? A consequência é de que qualquer um dos credores pode exigir o todo do devedor. O que exigiu o todo terá que dar 1/3 do valor do carro para os demais. C1 + C2 + C3 → Devedor o Pluralidade de devedores: O credor pode exigir o todo de qualquer um dos devedores. Credor → C1 + C2 + C3 O devedor que cumpre a obrigação indivisível se sub-roga nos direitos do credor. Podendo assim exigir 1/3 do valor do veículo. • OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA: Pressupostos: 1) Pluralidade de partes; 2) Multiplicidade de Vínculos; Se a pluralidade for de credores a solidariedade é ativa, se for de devedores, a solidariedade é passiva. Ativa: O que caracteriza uma obrigação solidária são os vínculos internos. Art.265, CC: A solidariedade não se presume. Decorre sempre da lei ou do contrato. Cada um dos credores vai poder exigir o todo. Após deverá haver a divisão de 1/3 em cada. Passiva: Estão internamente vinculados. Permite que o credor exija o todo de qualquer um dos devedores. A sub-rogação extingue a solidariedade. • TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 1) Natureza Jurídica: É um negócio jurídico bilateral. Unilateral: É aquele que se aperfeiçoa com a manifestação de apenas uma vontade. Ex: Testamento. Bilateral: É aquele que se aperfeiçoa com o encontro de pelo menos duas vontades. É aqui que está o contrato. Obs: Não confundir negócio jurídico unilateral e bilateral com o contrato unilateral e bilateral. Contrato unilateral: É aquele que gera obrigação para apenas uma das partes. Ex: Doação. Matéria: Direito Civil – Prof: Rafael Mendonça Contrato Bilateral: É aquele que gera obrigação para ambas as partes. Ex: Compra e Venda. 2) Fases da relação contratual: I) Tratativas: São negociações preliminares que antecedem a formalização de uma proposta ou oferta. É admitida a responsabilidade civil. II) Proposta e Oferta: A proposta é individualizada. Tem um destinatário certo e determinado (art. 427 e 428). Já a oferta possui destinatários incertos e indeterminados (art. 429). Ambas possuem força vinculativa. Para sair da fase pré-contratual e entrar na fase contratual, é necessário que ocorra a aceitação (art. 430 ao 433). 3) Formação: Pré-contratual: Proposta e oferta; Contratual: Aceitação; - Contrato de Adesão: As vontades se encontram, mas as cláusulas são elaboradas por apenas um dos contratantes. Formas de proteção do aderente nas contratações por adesão: I) Art.423: Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. II) Art.424: Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. III) Art.49, CDC: O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. 4) Cumprimento do Contrato: Adimplemento e Inadimplemento. 5) Pós-contratual: É admitida a responsabilidade civil na fase pós-contratual. Art.10, § 1º do CDC: O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários. São 3 os Princípios contratuais: Matéria: Direito Civil – Prof: Rafael Mendonça I) Princípio da Obrigatoriedade: Os contratos devem ser cumpridos, desde que as condições iniciais permaneçam as mesmas. Pacta Sunt Servanda, rebus sic stantibus - Teoria da Imprevisão, que permite a revisão dos contratos. II) Princípio da Autonomia da Vontade: As partes são livres para contratar. Podem inclusive celebrar contratos atípicos (art.425). III) Princípio da Relatividade: O contrato em regra só produz efeito entre as partes; - Princípio do consensualismo: Os contratos se aperfeiçoam pelo encontro de vontades. - Função Social do Contrato e Boa-fé Objetiva: A boa-fé objetiva tem natureza interna, o papel da boa-fé é regular a relação entre o contratante “A” e o contratante “B”. A função social do contrato tem natureza externa, onde visa regular a postura de terceiros perante a relação contratual. Conceito de Função Social: A função social disciplinada no art. 421 do Código Civil mitiga o princípio da relatividade, obrigando terceiros estranhos a relação contratual a concorrerem para o seu adimplemento. -Boa-fé objetiva: I) Boa-fé interpretativa, art.113: diz que os negócios jurídicos devem ser interpretados de acordo com a boa-fé objetiva. II) Boa-fé restritiva de direitos, art. 187: Equipara o exercício abusivo do direito ao ato ilícito. No limite do seu fim econômico, social, dos bons costumes e da boa-fé objetiva. III) Dever Jurídico, art.422: a boa-fé do art.422 impõe deveres anexos a toda relação contratual, cujo seu descumprimento gera o inadimplemento do contrato. O descumprimento dos deveres anexos chama-se “violação positiva do contrato”. IV) Vício redibitório, arts. 441 ao 446: É o vício oculto anterior a tradição de não conhecimento do adquirente, que torna a coisa imprópria para o fim ao qual ela se destina, ou lhe diminua o valor. A natureza jurídica da proteção contra os vícios redibitórios é uma garantia legal, presente nos contratos onerosos. O que é um contrato oneroso? É aquele que gera vantagem para ambas as partes. Matéria: Direito Civil – Prof: Rafael Mendonça Art.441, § único: a proteção contra vício redibitório é outorgada contra as doações onerosas. o Ações Edilícias: 1) Ação Redibitória (resolução): Visa a resolução, com a devolução do valor. 2) Ação Estimatória (abatimento): Visa a manutenção do contrato, com o abatimento do preço. O art.443 diz que poderá combinar com perdas e danos quando comprovada a má-fé do alienante. V) Contrato Preliminar : Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinadopelo devedor. Obs 1: Toda modalidade de promessa é espécie do gênero contrato preliminar. Obs 2:Toda espécie contratual admite a modalidade promessa. Contrato preliminar é o contrato pelo qual uma ou ambas as partes se comprometem a celebrar um contrato definitivo. Não é um fim em si mesmo, gera uma obrigação de fazer. É um pré-contrato. Gera a obrigação das partes celebrarem outro contrato. Art.108 → Art.462: exceto quanto a forma. Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. - Ação de adjudicação compulsória: Findo o prazo a decisão judicial substituíra a vontade do devedor, art.464; 6) Extinção dos Contratos: I) Anulação: É a extinção dos contratos em razão de um vício em algum dos seus elementos essenciais (partes, objeto, consentimento e forma); II) Resilição: É a extinção dos contratos por vontade de uma ou ambas as partes. Vontade de uma: Unilateral, chama-se de denúncia, art.473, depende de lei. Matéria: Direito Civil – Prof: Rafael Mendonça Ex: Lei 8245/91 – Contrato de 30 meses. - Denúncia cheia: Denúncia motivada, as hipóteses são dadas pela lei. - Denúncia vazia: Imotivada. Durante o período que o contrato está prorrogado por prazo indeterminado, qualquer das partes pode denunciar. Vontade de ambas as partes: Bilateral, chama-se distrato, art.472 (tem que ser feito da mesma forma do contrato). III) Resolução: É a extinção dos contratos em razão do seu inadimplemento. - Por cláusula resolutiva: Expressa: Prazo Determinado; Tácita: Prazo Indeterminado; - Por Onerosidade Excessiva: Requisitos, art. 478 – Teoria da Imprevisão: Pela teoria da imprevisão, o contrato pode ser resolvido ou revisado pela ocorrência de um evento futuro e imprevisível que o torne excessivamente oneroso para uma das partes. • DIREITO DAS COISAS I) Posse: 1) Conceito de possuidor: É aquele que exerce pelo menos um dos poderes da propriedade (art.1196). Propriedade: Usar, Fruir ou Gozar, Dispor ou Reivindicar (art.1228). A propriedade é conhecida como um direito real elástico, quer dizer que ele (o proprietário) pode abrir mão de alguns dos poderes. Poderá abrir mão dos poderes de usar, fruir ou gozar; O poder de dispor e reivindicar sempre estarão nas mãos do proprietário. O proprietário sempre será um possuidor. Jus possesionis: Posse do não proprietário. Jus Possidendi: Posse do proprietário. II) Teorias da Posse 1) Teoria Subjetiva “Saviny”: Para termos posse é necessário a presença de dois elementos. - Corpus: Contato efetivo do indivíduo com a coisa. - Animus Domini:É a intenção de ser proprietário da coisa. Essa teoria não é a adotada no Brasil. Matéria: Direito Civil – Prof: Rafael Mendonça 2) Teoria Objetiva “Ihering”: Para termos posse é necessária a presença de dois elementos: - Corpus: Contato efetivo do indivíduo com a coisa. - Affectio Tenendi: Basta agir como se fosse o proprietário (art. 1196). III) Detenção: Não é um direito, é um fato, que não produz efeito jurídico. Hipóteses: 1) Art.1198: É aquele que conserva a coisa em nome de outrem, dada uma relação de subordinação. Chamado de Serviçal da Posse ou Fâmulo da Posse. Ex: Caseiro, jardineiro, porteiro, zelador, carteiro. 2) Art.1208, 1ª parte: Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância. Obs 1: De acordo com o art.198,§ único, o detentor pode vir a se tornar um possuidor. Obs 2: O único efeito jurídico da posse que se estende a detenção é a possibilidade do detentor fazer uso da autotutela da posse, ou seja, fazer uso da força para proteger a coisa de possíveis violações praticadas por terceiros.
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