inicial sr Barnabe

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX ª VARA DE CIVEL DA COMARCA DE JAÚ - SP
 						BARNABÉ, brasileiro, agricultor, portador da cédula de identidade RG nº XXX SSP-SP, inscrito no CPF/MF sob nº XXX, residente e domiciliado à Rua XXX, nº XXX7, Bairro XXX, São Paulo, por seu advogado (procuração com poderes específicos, anexa doc. xx, comparece, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 186ª, 187º e 927º do Código Civil, para propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES, contra a empresa VIAÇÃO METEORO LTDA, com Sede em São Paulo, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
 Barnabé é um senhor de 50 anos de idade. Ele é agricultor e vive da colheita e do transporte das hortaliças aos mercados das cidades vizinhas a Bauru/SP.
			Em 11 de fevereiro de 2017, o requente se voltava para sua residência em Bauru-São Paulo, conduzindo seu veículo, modelo Pick-up Ranger, marca Ford, placa GGG-1223.
			Naquela noite chovia muito e a estrada estava escorregadia, havia também muita neblina. Ocorre que quando trafegava na curva o KM 447 da rodovia BR-345, no município de Jaú-São Paulo, o requerente perdeu o controle do seu veículo. Os pneus traseiros derraparam, e o veículo rodopiou por sua pista, ficando atravessado na pista, sem, contudo, invadir a pista contrária. 
			No entanto, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo requerente, e pisou no freio. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do ônibus e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de 10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. Com o impacto, o requerente feriu-se gravemente, apresentando um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços.
			O veículo pick-up Ranger, com o impacto, ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria. Pelo lado do ônibus, com o impacto, cinco passageiros, os senhores Lino, Cláudio, Ribamar, Jorge e Bráulio, que não estavam utilizando cinto de segurança, sofreram lesões. Lino quebrou o seu braço e teve uma pancada na cabeça. Cláudio teve um traumatismo craniano e está em observação no hospital local. Ribamar teve uma lesão na coluna e corre o risco de ficar com sequelas ou paralisia. Jorge e Bráulio tiveram escoriações leves. 
			Em razão do acidente, a Polícia Rodoviária Federal interditou as pistas e chamou a perícia que deu um parecer inconclusivo. A seguradora do requerente esteve no local também e concluiu que a empresa de ônibus foi a responsável pela colisão/acidente.
			Devido ao acidente, o requerente que sofreu fraturas nas pernas e braços, ficou sem trabalhar por três meses se restabelecendo, tendo acumulado nesse período muitos prejuízos, apresentamos para tanto três orçamentos, onde constam o valor do sinistro, faturamento mensal c/ lucros cessantes e prejuízos (docs. XX a XX), e utilizamos o de menor valor para o cálculo da indenização. 
			Tendo em vista que a empresa proprietária do ônibus, se desobrigou no dever de indenizar o dano material causado, não restou outra alternativa a não ser buscar a justiça.
DO DIREITO
Segundo o Código Civil, nos artigos 186 e 927:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
 “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
 Dessa forma, a requerida fica obrigada a reparar o dano material causado ao requerente. 
 
 				Em sentido correlato os artigos 28, 29 incisos I, II e 34 do CTB: 
 “O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Artigo 29 do Código Civil Brasileiro
:
 “O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas”
O artigo 34 do Código de Transito Brasileiro:
 
 “O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.” 
 
E com relação a obrigação da empresa em ressarcir os danos, citamos o art. 932, inciso III, do código civil: 
 “São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele”
Com relação a cobrança de valores para indenização, devem ser considerados os valores decorrentes de três orçamentos. A jurisprudência considera que deve ser cobrado o valor contido no orçamento de menor valor, entre três solicitados, para efeito de realização do pedido de reparação de danos.	
			
“No atinente ao dano, é de se adotar, como de regra para o ressarcimento, o valor constante no menor orçamento” (JTACSP, Revista dos Tribunais 108:134).
No mesmo sentido, no julgamento do RESP 334.760, O Ministro José Delgado, do Superior Tribunal de Justiça, julgado em 25/02/2002, entendeu como correto o procedimento adotado pela empresa:
Realização, por conta própria, dos reparos necessários
no veículo, com a escolha, dentre 03 (três) orçamentos
solicitados, pelo de menor valor, efetivado com equipe
especializada do seu quadro de funcionários, tornando os
gastos menos dispendiosos, o que evidencia presunção de
boa-fé na apresentação dos danos suportados.
Embora não seja obrigatório, é importante ficar claro que o valor pleiteado é o menor dos orçamentos, e que não está ocorrendo enriquecimento indevido por parte do requerente.
Dessa forma, o requerente solicita a indenização por todos os danos causados, possui interesse na audiência de conciliação, de acordo com as normas elencadas acima, provando se tratar de ato ilícito, e culminando cumprimento de obrigação e indenização por dano material. 
 DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, vem requerer:
     
A condenação do requerida na restituição dos prejuízos sofridos pelo requerente na exata quantia de R$ 73.000,00 (setenta e três mil reais), valor estes devendo ser corrigidos monetariamente e acrescidos de juros legais desde a data da colisão/acidente até a data do efetivo pagamento e nos manifestamos a favor da realização de audiência de conciliação.
 		 Requer a citação da ora requerida no endereço mencionado acima para contestar pedidos, provas no prazo legal, sob pena de revelia, a produção de todos os tipos de provas, em especial depoimento pessoal, oitiva de testemunhas e juntada de documentos.
Requer a condenação da requerida ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, estes de acordo com o disposto do artigo 20, § 3º do Código de Processo Civil.
Requer, por fim, que todas as intimações e notificações, veiculadas ou não pela imprensa oficial, sejam efetuadas em nome do advogado SERGIO NICOLETTI, inscrito na OAB/SP sob o nº xxx.xxx, com escritório sito à Rua XXX, nº XXX, sl. XX, Bairro XXX, São Paulo, CEP: xxxxx-xxx.
Dá-se à causa o valor de R$ 73.000,00 (Setenta e três mil reais), para efeitos fiscais.Nesses Termos,
				Pede Deferimento.
				São Paulo, 04 de abril de 2018.
		
				SERGIO NICOLETTI 
 				 OAB/SP – XXX.XXX
_______________________ 				​​​​​​​​​​​​​​​​​_______________________
XXX 				 XXX
Referências
Código de Transito Brasileiro
Código Civil Brasileiro
Código de Processo Civil 
Livro - Seção 1 do AVA
Jurisprudência – JTACSP, Revista dos Tribunais 108:134
https://www.passeidireto.com/perfil/33524440/materiais
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