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Criminologia: Método, Objeto e Funções

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SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA 
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA 
“Dr. Luiz Camargo Wolfmann” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMINOLOGIA 
AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA – ASP 
AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIA – AEVP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
02/2015 
2 
 
 
 
 
 
 
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
 
GERALDO ALKMIN 
Governador do Estado 
 
 
 
LOURIVAL GOMES 
Secretário de Estado 
 
 
 
LUIZ CARLOS CATIRSE 
Secretário Adjunto 
 
 
 
 
AMADOR DONIZETI VALERO 
Chefe de Gabinete 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
COORDENADORIAS REGIONAIS DE 
 UNIDADES PRISIONAIS 
 
 
 
HUGO BERNI NETO 
Coordenador de Unidades Prisionais da Região 
 Metropolitana de São Paulo 
 
 
NESTOR PEREIRA COLETE JUNIOR 
Coordenador de Unidades Prisionais do 
Vale do Paraíba e Litoral 
 
 
JEAN ULISSES CAMPOS CARLUCCI 
Coordenador de Unidades Prisionais da Região 
Central do Estado 
 
 
CARLOS ALBERTO FERREIRA DE SOUZA 
Coordenador de Unidades Prisionais da Região 
Noroeste do Estado 
 
 
ROBERTO MEDINA 
Coordenador de Unidades Prisionais da Região 
Oeste do Estado 
 
 
SOLANGE APARECIDA G. DE MEDEIROS PONGELUPI 
Coordenadora de Saúde do Sistema Penitenciário 
 
 
MAURO ROGÉRIO BITENCOURT 
Coordenador de Reintegração Social e Cidadania 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA 
“Dr. LUIZ CAMARGO WOLFMANN” 
 
 
 
 
LEDA MARIA GONZAGA 
Diretor Técnico III 
 
 
 
FABIANO DORETTO PAGIORO 
Diretor Técnico II 
 
 
 
GISELE ANGÉLICA SILVEIRA RODRIGUES 
Diretor Técnico I 
 
 
 
JONAS CANDIDO 
Diretor Técnico I 
 
 
 
VALÉRIA RONCATTI 
Diretor Técnico I 
5 
 
 
 
 
 
SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA 
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA 
“Dr. Luiz Camargo Wolfmann” 
 
 
 
 
CRIMINOLOGIA 
 
 
Elaboração Técnica/Criação 
Maria Bernardete Plens – Secretaria da Segurança Pública 
Silvio João Gonçalves – Penitenciária de Marabá Paulista 
 
 
 
Revisão 2015 
André Luiz Alves – CDP de Mauá 
Maria Bernardete Plens – Secretaria da Segurança Pública 
 
 
 
Coordenação EAP 
Avany Viana de Oliveira 
 
 
 
Contribuição 
Fernando Guimarães Barbosa – Penitenciária Feminina de Santana 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Sumário 
 
Apresentação ........................................................................................................................................ 7 
Criminologia ........................................................................................................................................... 8 
1. Método ........................................................................................................................................... 8 
1.1. Empirismo .................................................................................................................................. 8 
1.2. Interdisciplinariedade ............................................................................................................... 8 
2. Objeto. ............................................................................................................................................ 9 
2.1. Delito ................................................................................................................................... 9 
2.2. Delinquente........................................................................................................................ 9 
2.3. Vítima ................................................................................................................................. 9 
2.4. Controle Social .................................................................................................................. 9 
3. Funções. ........................................................................................................................................ 9 
3.1. Explicar: ............................................................................................................................. 9 
3.2. Prevenir: ............................................................................................................................. 9 
3.3. Intervir: ............................................................................................................................... 9 
5. Escolas Criminológicas.............................................................................................................. 11 
5.1. Escola Criminológica Clássica – século XVIII ............................................................ 11 
5.2. Escola Criminológica Positiva – Século XIX - Surgimento da fase científica. ...... 12 
5.2.1. Antropologia Criminal ................................................................................................. 12 
6. Teorias Sociológicas da Criminalidade ................................................................................... 14 
6.1. Escola de Chicago (teoria do consenso) .................................................................... 15 
6.2. Teoria da Aprendizagem ou Ação Diferenciada (teoria do consenso) .................. 17 
6.3. Teoria da Sub-Cultura Delinquente ou Contracultura (teoria do consenso) ......... 17 
6.4. Teoria da Anomia ........................................................................................................... 18 
6.5. Teoria do Etiquetamento ou Rotulação (teoria do conflito)...................................... 18 
7. Criminologia Crítica ou Radical (teoria do conflito). .............................................................. 19 
8. Criminologia Clínica. .................................................................................................................. 20 
8.1. Conceito tradicional ........................................................................................................ 20 
8.2. Concepção Moderna. ..................................................................................................... 20 
8.3. Concepção Crítica. ......................................................................................................... 20 
9. Classificação dos Criminosos ................................................................................................... 21 
10. Exame Criminológico ............................................................................................................. 22 
11. Vitimologia ............................................................................................................................... 22 
12. Vitimização .............................................................................................................................. 23 
12.1. Vitimização no sistema penitenciário. ..................................................................... 24 
12.2. Cifra Negra .................................................................................................................. 25 
13. Prisionização ........................................................................................................................... 26 
14. Controle Social e Direito ........................................................................................................ 28 
15. O Papel do Agente de Penitenciário ................................................................................... 31 
15.1. O Papel do Agente de Segurança Penitenciária ................................................... 31 
15.2. O Papel do Agente de Escolta e Vigilância Penitenciário ....................................32 
16. Política Criminal. ..................................................................................................................... 33 
17. Assuntos a serem refletidos sob a ótica da Criminologia ................................................ 34 
17.1. Reflexo das drogas frente à criminalidade. ............................................................ 34 
17.2. Crime Organizado ...................................................................................................... 37 
17.3. Criminalidade Feminina. ............................................................................................ 39 
18. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 42 
 
7 
 
Apresentação 
 
O estudo da criminologia, atualmente, é ferramenta imprescindível para a 
preparação e desenvolvimento dos profissionais envolvidos em segurança 
pública, incluindo neste rol os servidores do Sistema Prisional. 
A prisão é uma das formas de resposta de que o Estado faz uso como 
alternativa de se efetivar o controle social da criminalidade. Mesmo diante das 
insistentes críticas a respeito da pena de prisão, no Brasil, ainda não se 
vislumbrou outra forma de punição que fosse equiparada à prática de crimes 
graves ou violentos. 
O presente trabalho possui como foco principal desenvolver no aluno o 
conhecimento teórico e científico da criminalidade, visando sua formação 
profissional, a necessidade da busca incansável pela prevenção e proporcionar-
lhe uma visão global sobre o sistema penitenciário paulista e a criminalidade. 
Optamos por relacionar os temas levando-se em conta as mudanças 
sofridas pelo estudo da criminalidade com o passar dos anos. Primeiramente, 
destacando a figura do crime e do criminoso. Em segundo momento, a vítima e o 
controle social. Por fim, trouxemos alguns temas que possuem reflexo direto na 
atuação penitenciária e que julgamos imprescindíveis para a compreensão e 
combate da criminalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Criminologia 
 
Cabe definir a Criminologia como ciência empírica e interdisciplinar, 
que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle 
social do comportamento delitivo, tendo a função de explicar e prevenir o crime e 
intervir na pessoa do infrator. 
 
O Criminologista é alguém engajado no estudo científico do crime e 
dos criminosos. Normalmente está nas Universidades, lecionando e realizando 
pesquisas. O criminologista é um produtor de conhecimentos. 
 
As características da Criminologia 
• Método: empírico e interdisciplinar. 
• Objeto: análise do delito, do delinquente, da vítima e do controle 
social. 
• Funções: explicar e prevenir o crime e intervir na pessoa do infrator. 
 
1. Método 
1.1. Empirismo 
O empirismo é o conhecimento adquirido através das percepções; pela 
origem das ideias, por onde se percebe as coisas, independente de seus 
objetivos e significados; pela relação de causa-efeito por onde fixamos na mente 
o que é percebido, atribuindo à percepção causas e efeitos. Portanto, é uma 
doutrina ou um sistema que só reconhece a experiência como guia seguro, onde 
o conjunto de conhecimento é adquirido somente pela prática. 
O saber empírico atualmente é aberto, provisório, porque o homem não é 
um objeto da história, mas o sujeito do acontecer. 
A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica. Seu método é indutivo, 
baseado na análise e, principalmente, na observação da realidade. 
 
1.2. Interdisciplinariedade 
A interdisciplinariedade consiste na interação da Criminologia com 
outras ciências com a finalidade de conhecer a realidade para só assim explicá-
9 
 
la. 
A criminologia constitui a instância superior das diversas ciências – como 
Biologia Criminal, Psicologia Criminal, Sociologia Criminal, Psiquiatria Forense, 
Direito Penal, Antropologia etc., que estudam o comportamento desviante. 
Pretende integrar e coordenar as informações setoriais, eliminando possíveis 
contradições internas do sistema. 
 
2. Objeto. 
2.1. Delito: toda conduta prevista na Lei Penal como crime. 
2.2. Delinquente: a pessoa do infrator, qual a motivação, biopsicossocial, que 
o levou ao cometimento do crime. 
2.3. Vítima: a pessoa na qual recai a conduta criminosa. O papel da vítima na 
dinâmica delitiva face aos problemas de ordem moral, psicológica e 
jurídica. 
2.4. Controle Social: conjunto de mecanismos e sanções sociais que buscam 
normatizar a convivência social. 
 
3. Funções. 
3.1. Explicar: 
Através das várias ciências (interdisciplinariedade) e da observação 
prática (empirismo) se valer de métodos mais seguros para entender o objeto de 
estudo da criminologia (crime, criminoso, vítima e controle social). 
 
3.2. Prevenir: 
Conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito. 
 
3.3. Intervir: 
Combater o crime e evitar a reincidência com um conjunto de ações que 
visam produzir uma transformação qualitativa, positiva, construtiva, do infrator e 
avaliar os diferentes modelos de resposta do crime. 
Em resumo, a função direta da criminologia é advertir a sociedade e os 
poderes públicos sobre o crime, o criminoso, a vítima e o controle social, 
10 
 
reunindo um centro de conhecimentos seguros que permita compreender 
cientificamente o problema criminal, preveni-lo e intervir com eficácia e de modo 
positivo no criminoso. Indica um diagnóstico especializado sobre o crime. 
 
4. Histórico 
No contexto histórico, há de ser observado o Código de Hamurabi, 1.700 
anos a.C., como o conjunto de Leis mais antigo do mundo. Daí percebe-se que, 
desde aquela época, já deveria haver a tipificação anterior ao fato; até mesmo as 
pessoas analfabetas não poderiam alegar ignorância, uma vez que os escribas 
(tradutores) eram utilizados para tal finalidade. 
Desde os antigos gregos se pensava no fenômeno “crime” como um 
desvio, uma anormalidade, ou mesmo uma patologia da conduta humana. 
Os criminosos eram expulsos das cidades e o pensamento reinante era 
de que o que gerava a criminalidade eram as desigualdades econômicas, uma 
vez que a maioria dos delitos era contra o patrimônio (furtos/roubos, etc.). 
A civilização latina do século III d. C., até o ano de 1200, via crimes 
dessa natureza como “coisa do demônio”, fruto da depravação ou de bruxaria, 
uma vez que o catolicismo exaltava a pobreza, execrando da sociedade pessoas 
que infringissem os dogmas da Igreja. A Inquisição da Idade Média é farta de 
exemplos de castigos e condenações para criminosos comuns e hereges. 
Mais tarde, o crime recebeu várias conceituações dos penalistas, 
filósofos, moralistas, sociólogos, políticos, como segue: para o penalista, não é 
senão o modelo típico descrito na norma penal, uma hipótese, produto do 
pensamento abstrato; já para o patologista social, é considerada uma doença, 
epidemia. Para o moralista, um castigo do céu. Para o expert em estatística, um 
número, uma cifra. Enfim, para o sociólogo, uma conduta irregular ou desviada. 
O estudo da criminologia, desde o seu surgimento, também passou e 
continua passando por várias transformações conforme se verificará quando do 
estudo das escolas criminológicas; onde o estudo do crime passou de figura 
central para um dos quatro objetos a serem estudados pela criminologia para a 
compreensão do fenômeno criminal. 
 
11 
 
5. Escolas Criminológicas 
5.1. Escola Criminológica Clássica – século XVIII 
As idéias consagradas pelo Iluminismo1 acabaram por influenciar Cesare 
Bonesana, Marquês de Beccaria, quando de sua obra intitulada Dos delitos e das 
penas, em 1764. Beccaria foi a primeira voz a se levantar contra a tradição 
jurídica e a legislação penal de seu tempo. Teve que enfrentar o velho regimepenal, que consistia num sistema caótico, cruel e arbitrário. 
Etapa Pré-Científica da Criminologia: ainda não se falava em ciência, 
uma vez que não havia objeto de estudo. A importância dessa Escola era tão 
somente penalizar, não se preocupando com o estudo do crime e do criminoso. 
Diante disso, não buscava a identificação dos fatores e sim objetivava a 
aplicação do castigo como instrumento de controle do crime, sendo as penas 
aplicadas como fator de retribuição e na mesma intensidade do delito. Por outro 
lado, faltava a ideia de “prevenção”, objeto de suma importância para a não 
ocorrência do delito, sendo legitimado o uso sistemático do castigo. Há que se 
mencionar que na época foi uma revolução, pois era mais branda do que as 
penas cruéis existentes até então. 
Nesse período, não se levava em conta as questões sociais, mas 
somente a ideia de que o Homem era dotado de livre arbítrio, pois agia e atuava 
movido pelo prazer. O crime era considerado fator individual e isolado, no qual o 
delinquente era livre e soberano para tomar as decisões e assumir os riscos, 
cabendo somente a pena como forma de solução para o caso. 
Faltava na Escola Clássica uma preocupação em indagar as causas do 
comportamento criminoso, já que atribuía a origem do ato delitivo a uma “decisão 
livre” do seu autor, incompatível com a existência de outros fatores ou causas 
que pudessem influir no seu comportamento. 
Sua falha estava na carência de uma genuína teoria da criminalidade, 
 
1 O iluminismo, também conhecido como Século das Luzes foi um movimento 
cultural da elite intelectual européia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a 
sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval. Abarcou inúmeras tendências e, entre elas, buscava-se um 
conhecimento apurado da natureza, com o objetivo de torná-la útil ao homem moderno e progressista. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo 
 
12 
 
deixando de lado o problema criminal, menosprezando o exame da pessoa do 
delinquente e o meio ou relacionamento social, como se fosse possível conceber 
o delito por um acaso ou por mero prazer. 
Assim, a Escola Clássica foi absolutamente incapaz de oferecer aos 
Poderes Públicos bases de informações necessárias para um programa político 
criminal de prevenção e luta contra o crime. 
 
5.2. Escola Criminológica Positiva – Século XIX - Surgimento da fase 
científica. 
A Escola Criminológica Positiva surgiu no início do século XIX, 
contrapondo-se ao individualismo da Escola Criminológica Clássica. Essa 
priorizava os interesses sociais em relação aos individuais, defendendo 
enfaticamente o corpo social contra a ação do delinquente. 
Nessa Escola, sobressaíram-se Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafael 
Garófalo, que defendiam respectivamente a existência de um estudo Biológico, 
Sociológico e Psicológico, objetivando dar respostas para a origem do criminoso. 
Para Lombroso, a pessoa já nascia propensa ao cometimento de crime 
(criminoso nato) em função de determinadas características biológicas e físicas. 
Ferri, além das características acima, achava que a predisposição para a 
criminalidade só ocorreria se fosse ativada pelo meio social. Defendia que “se o 
meio social possui a capacidade para influenciar negativamente na conduta 
delitiva do individuo, tal meio poderia agir também de forma positiva para 
reintegrá-lo à sociedade”. 
Já para Garófalo, o individuo já nascia criminoso, mas teria que ser 
influenciado pelo meio social ou possuir alguma patologia. Por outro lado, 
contrariando Ferri, defendia a irrecuperabilidade do criminoso patológico, ou seja, 
seria uma doença que não teria cura, devido ao estado mórbido dos seus 
neurônios. 
 
5.2.1. Antropologia Criminal 
A Antropologia Criminal surgiu no século XIX, tendo como fundador 
Cesare Lombroso. Considerada a Certidão de Nascimento da Criminologia, 
13 
 
buscou as causas do comportamento criminoso na própria raça, daí o conceito 
de “criminoso nato”. 
A principal causa da delinquência, segundo a Antropologia Criminal, são 
os traços atávicos, ou seja, as marcas primitivas que permanecem no corpo do 
indivíduo ou em seu caráter (em sua formação moral). 
Por essa concepção, os indivíduos criminosos são essencialmente 
diferentes dos demais, pertencem a uma outra categoria de pessoas e devem ser 
mantidos separados, segregados, tratando-se de pessoas perigosas que 
oferecem risco à sociedade. 
A contribuição principal de Lombroso para a Criminologia não reside 
tanto em sua famosa tipologia (onde destaca a categoria do "delinquente nato") 
ou em sua teoria criminológica, mas no método que utilizou em suas 
investigações: o método empírico. Sua teoria do delinquente nato foi formulada 
com base em resultados de mais de quatrocentas autópsias em delinquentes, e 
seis mil análises de delinquentes vivos. 
A ideia de atavismo (herança mediata) aparece estreitamente unida à 
figura do delinquente nato e foi observada com o estudo de vinte e cinco mil 
reclusos de prisões europeias. Segundo Lombroso, criminosos e não criminosos 
se distinguem, entre si, em virtude de uma rica gama de anomalias e estigmas de 
origem atávica ou degenerativa. 
Lombroso apontava as seguintes características corporais do homem 
delinquente: protuberância occipital, órbitas grandes, testa fugídia, arcos 
superciliares excessivos, zígomas salientes, prognatismo inferior, nariz torcido, 
lábios grossos, arcada dentária defeituosa, braços excessivamente longos, mãos 
grandes, anomalias dos órgãos sexuais, orelhas grandes e separadas, polidactia, 
etc. As características anímicas, segundo Lombroso, são: insensibilidade à dor, 
tendência à tatuagem, cinismo, vaidade, crueldade, falta de senso moral, 
preguiça excessiva, caráter impulsivo. Apesar de inconsistentes, suas ideias 
tiveram ampla repercussão no mundo, especialmente entre policiais, juízes e 
juristas. Como exemplo, temos um Juiz da época chamado Marquês de 
Moscardi, que redigia na sentença: “ouvidas as testemunhas de defesa e 
acusação, visto o rosto e a cabeça do acusado, condeno-o” 
14 
 
Apesar de a teoria estar atualmente superada do ponto de vista 
científico, a opinião pública e a mídia são constantemente influenciadas por ela, 
proferindo expressões como: “bandido é bandido e o lugar dele é na cadeia”, 
“pau que nasce torto, morre torto”, etc. 
 
6. Teorias Sociológicas da Criminalidade 
As teorias sociológicas constituem o paradigma (modelo) dominante nos 
estudos criminológicos e contribuem decisivamente para o conhecimento do 
problema criminal de maneira interessante e reveladora. Boa parte do êxito dos 
modelos sociológicos se baseia na utilidade prática da informação que norteia a 
implantação de Políticas Criminais. 
Os períodos pós-guerras (1ª e 2ª) caracterizam-se pelos avanços 
tecnológicos, mão-de-obra especializada, energia elétrica e atômica, informática, 
meios de comunicação de massa levando notícias do mundo em tempo cada vez 
menor, conquistas na educação, novos mercados, novas potências e o 
imperialismo econômico, e têm como consequências: 
1. Desumanização das sociedades; 
2. individualismo exagerado; 
3. O hedonismo (busca do prazer a qualquer custo); 
4. Os movimentos estudantis contestatórios dos anos 60; 
5. A busca de novos valores, mais humanistas; 
6. As lutas pelos direitos humanos; e 
7. O repensar artístico e filosófico. 
 
O pensamento criminológico moderno foi influenciado por dois 
movimentos: as Teorias do Consenso e as Teorias do conflito. 
As Teorias do consenso, também denominadas teorias de integração, 
defendiam a ideai de que os objetivos da sociedade eram atingidos quando havia 
o funcionamento perfeito de suas instituições, com as pessoas convivendo e 
compartilhandoas metas sociais comuns, concordando com as regras impostas 
pela sociedade. São exemplos de teorias de consenso: a Escola de Chicago, a 
teoria da associação diferenciada, a teoria da anomia e a teoria da subcultura 
15 
 
delinquente. 
Já as teorias de conflito defendem a idéia de que a harmonia social 
decorre da força e da coerção, onde há uma relação entre dominantes e 
dominados, não existindo voluntariedade entre os personagens para a 
pacificação social, a qual decorrerá de imposição ou coerção. São exemplos 
dessa teoria: a teoria crítica ou radical e a teoria do etiquetamento. 
 
6.1. Escola de Chicago (teoria do consenso) 
A Escola de Chicago é o berço da moderna sociologia americana, que 
teve seu início nas décadas de 20 e 30, no Departamento de Sociologia da 
Universidade de Chicago. 
A Escola de Chicago inicia um processo de estudos que tem no meio 
urbano seu foco de análise principal, constatando a influência no meio ambiente 
na conduta delituosa e apresenta um paralelo entre o crescimento populacional 
das cidades e o conseqüente aumento da criminalidade. 
Para seus defensores, a cidade produz a delinquência. Sob a ótica destes, 
existem áreas bastante definidas onde a criminalidade se concentra e outras com 
índices bem reduzidos. 
As principais teorias criminológicas oriundas da Escola de Chicago são: 
Teoria Ecológica, Teoria Espacial, Teoria das Janelas Quebradas e a Teoria da 
Tolerância Zero. 
 
6.1.1 – Teoria Ecológica ou Desorganização Social (teoria do consenso) 
Faz uma análise levando em conta a expansão das cidades e suas 
modificações sob o efeito da industrialização, representando um contexto no qual 
são visíveis novos fenômenos sociais, que abarcam desde mudanças nas ordens 
econômica, demográfica e espacial, até alterações dos costumes e formas de 
interação e de controle social. O crime resultaria da desorganização social, o que 
acontece em determinadas zonas urbanas super povoadas, muito pobres e 
próximas a grandes centros comerciais, onde se acumula riqueza. Nessas zonas 
ocorreriam a desorganização social e o enfraquecimento do controle social, com 
as seguintes consequências: 
16 
 
• Deterioração dos grupos "primários" (ex. família) e a crise dos valores 
tradicionais; 
• Superficialidade nas relações interpessoais; 
• Constante alteração de moradia. 
 
6.1.2 – Teoria Espacial (teoria do consenso) 
 A teoria espacial foi criada na década de 1940 e trata da reestruturação 
arquitetônica e urbanística das grandes cidades como medida preventiva da 
criminalidade. 
 Oscar Newman, arquiteto, publicou a obra Defensible Space em que 
defendeu os modelos adequados de construção como maneira de prevenção do 
crime, pois seriam favoráveis construções que permitissem uma maior vigilância 
pelas pessoas e a utilização de barreiras que desestimulassem a ação criminosa 
por aumentar os riscos para o infrator. 
 
6.1.3 – Teoria das Janelas Quebradas (teoria do consenso) 
 A teoria das Janelas Quebradas é original dos Estados Unidades, 
Chicago, apresentada em 1982 na universidade de Harvard com a publicação na 
revista Atlantic Monthly de um estudo em que, pela primeira vez, estabelecia-se 
uma relação de causalidade entre desordem e criminalidade, custo título era The 
Police anda Neiborghood Safety (A Polícia e a Segurança da Comunidade). 
 O estudo foi realizado com base em um experimento com um automóvel 
deixado em um bairro de classe alta de Palo Alto, Califórnia. Durante a primeira 
semana de teste, o carro não foi danificado. Porém, após o pesquisador quebrar 
uma das janelas, o carro foi completamente destroçado e roubado por grupos 
vândalos, em poucas horas. De acordo com seus defensores, caso quebre uma 
janela de um edifício e não haja imediato conserto, logo todas as outras serão 
quebradas. A teoria defende a repressão dos menores delitos para inibir os mais 
graves, incutindo assim a política da tolerância zero implementada em Nova 
Iorque, promovendo assim a redução dos índices de criminalidade. 
 
6.1.4 – Teoria da Tolerância Zero (teoria do consenso) 
17 
 
 A teoria da tolerância zero é uma estratégia indireta de combate ao crime, 
baseada na teoria das janelas quebradas. 
 Ela é baseada em decisões desprovidas de discricionariedade por parte 
das autoridades policiais de uma organização, as quais agem seguindo padrões 
predeterminados de punições em muitos casos independentemente da culpa do 
infrator ou da situação particular (diferencial) que se encontre. A coerção policial 
é extremamente dura com delitos menores visando diminuir (coibir) a prática de 
delitos mais graves. 
 
6.2. Teoria da Aprendizagem ou Ação Diferenciada (teoria do consenso) 
Para essa teoria o comportamento criminoso e a delinquência se 
aprendem do mesmo modo que o indivíduo aprende as condutas lícitas. O crime 
é aprendido na interação com pessoas ou grupos mediante um complexo 
processo de comunicação, isto é, o criminoso não só aprende a conduta delitiva, 
mas também absorve os valores do meio criminoso. Enfim, percebe-se que a 
conduta delitiva se faz diferente dependendo dos grupos ou pessoas com quem 
se convive ou interage, sendo mais acentuadas quanto mais próximas e íntimas 
são as relações. 
 
6.3. Teoria da Sub-Cultura Delinquente ou Contracultura (teoria do 
consenso) 
Trata-se de uma teoria surgida nos anos 50 que advém das sociedades 
complexas, pluralistas em valores sociais, que compreendem uma cultura 
(contracultura) dentro da "cultura social geral", cujos padrões (modelos) morais e 
normativos são antagônicos (contrários), em que, cultura pode ser definida como 
“todos os modelos coletivos de ação, identificáveis nas palavras e na conduta 
dos membros de uma dada comunidade, dinamicamente transmitidos de geração 
para geração e dotados de certa durabilidade” (F. Dias). Tem importância 
destacada, pois estuda a origem das gangues e das organizações criminosas. O 
crime é o reflexo ou a expressão de outros sistemas de valores e normas de 
conduta (contraculturas) própria de minorias étnicas, raciais, políticas e culturais. 
Caracteriza-se ainda pela sua gratuidade: roubar pelo prazer de roubar, 
18 
 
independentemente de ganância e proveito, é uma atividade a que se atribui 
valor, audácia, prestígio e profunda satisfação pessoal. Neste sentido, é 
facilmente identificada na delinquência juvenil, onde a malícia substitui a intenção 
deliberada e clara na ação delitiva. 
 
6.4. Teoria da Anomia 
O termo anomia tem origem grega "anomos", onde o "a" representa 
ausência (inexistência) e o "nomos" significa norma. Ou seja, anomia 
corresponde à ausência de normas. Foi com esse entendimento que Emile 
Durkhein usou a palavra pela primeira vez tentando explicar certos fenômenos 
sociais em seu famoso estudo sobre a divisão do trabalho social. Segundo essa 
teoria, a existência do crime é inevitável em qualquer sociedade, porém dentro 
de um limite de tolerância. Ainda na visão dessa teoria, o delito é comportamento 
normal; o anormal é o aumento ou decréscimo súbito da taxa de criminalidade. A 
anomia consiste na perda da efetividade das normas e valores vigentes em uma 
sociedade, como consequência do rápido desenvolvimento econômico e 
profundas alterações sociais. 
Em suma, o conjunto de normas, que constituem o principal mecanismo 
para regulação das relações entre os componentes de um sistema social, se 
desmorona. Durkhein, o principal expoente dessa teoria, qualificou tal situação 
de anomia no sentido de ausência de normas. 
 
 
6.5. Teoria do Etiquetamento ou Rotulação (teoria do conflito) 
De acordo com Labeling Approach, a Teoria do Etiquetamento, surgida 
nos EUA da década de 1960, os criminosos não são produtos de descobertas, 
mas sim entes inventados pela lógica distorcida do sistema penal vigente, pois 
há proporcionalmentemais pobres nas cadeias do que membros de outras 
classes. 
A população criminosa é constituída por meio de um processo de 
seleção, onde se atribui qualidade criminal à determinada pessoa, que passa a 
ser responsabilizada criminalmente e estigmatizada. Portanto, constata-se que o 
19 
 
Direito Penal é um direito desigual por excelência, fazendo desconstituir o mito 
de que o Direito Penal é igual para todos, pois quanto mais próximos dos níveis 
mais baixos da escala social, mais fácil de ser criminalizado pelo sistema, como: 
desempregados, subempregados, sem qualificação profissional ou educacional, 
os com problemas escolares e familiares. 
Enfim, o enfoque principal dessa corrente é que o desvio de 
comportamento e a criminalidade não são uma qualidade intrínseca da conduta, 
e sim uma etiqueta atribuída a determinados indivíduos, através de um processo 
de seleção, ou seja, ocorre um pré-conceito em relação à pessoa humana. 
Dessa forma, o indivíduo se converte em delinquente não porque tenha realizado 
uma conduta negativa, mas porque determinadas instituições sociais (polícia, 
juízes, instituições penitenciárias) etiquetaram naquele indivíduo a imagem de 
delinquente como forma legal e legítima de subjulgar as classes menos 
favorecidas. 
 
7. Criminologia Crítica ou Radical (teoria do conflito). 
Essa perspectiva criminológica, mais recente, afirmou-se em plena 
década de 1970. Trata-se de um questionamento sobre a reação da sociedade 
perante o fenômeno do crime, ou seja, indagar as causas do crime e pesquisar a 
reação social. A atenção da criminologia crítica se dirigiu principalmente para o 
processo de criminalização, identificando nele um dos maiores nós teóricos e 
práticos das relações sociais de desigualdades próprias da sociedade capitalista, 
tendo como um de seus objetivos principais, ampliar no campo do Direito Penal, 
de modo rigoroso, a crítica do direito desigual, com questionamentos do tipo: 
 
1. Por que determinadas condutas são selecionadas como criminosas e 
outras não, embora possam ser mais prejudiciais à sociedade? 
2. Por que determinadas pessoas são selecionadas como criminosas e 
delinquentes, enquanto outras, às vezes muito mais “perigosas”, não o são? 
 
 
20 
 
8. Criminologia Clínica. 
8.1. Conceito tradicional 
Valendo-se dos conceitos, conhecimentos, princípios e métodos de 
investigação e prevenção médico-psicológicas e sócio-familiares, ocupa-se do 
criminoso, para nele investigar a dinâmica de sua conduta criminosa, sua 
personalidade e seu "estado perigoso" (diagnóstico); as perspectivas dos 
desdobramentos futuros (prognóstico) e, assim, propor estratégias de 
intervenção, com vistas à superação ou contenção de uma possível tendência 
criminosa, evitando-se a reincidência através de tratamento. Assim, as ideias 
centrais seriam o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento. 
A conduta criminosa tende a ser compreendida como conduta anormal, 
desviada, como possível expressão de uma anomalia física ou psíquica, dentro 
de uma concepção pré-determinada do comportamento, onde ocupa destaque o 
prognóstico de periculosidade. 
 
8.2. Concepção Moderna. 
O estudo da origem da delinquência e das terapêuticas penais 
adequadas fez surgir um conceito mais abrangente sobre a Criminologia, sendo 
uma ciência interdisciplinar que oferece um conjunto de princípios de análise de 
comportamento criminoso e estratégias de intervenção junto ao encarcerado, às 
pessoas envolvidas direta ou indiretamente com ele e com a execução de sua 
pena. Procura-se conhecê-lo como pessoa, suas aspirações e as verdadeiras 
motivações de sua conduta criminosa e as consequências de sua conduta nos 
ambientes familiar e social. 
A forma de avaliação do preso é considerada a partir das respostas 
dadas às estratégias de intervenção propostas (avaliações técnicas e 
observação dos profissionais envolvidos ativamente nessas estratégias, incluídos 
os agentes penitenciários). 
 
8.3. Concepção Crítica. 
Sua preocupação é estudar os fatores sociais e individuais que 
promoveram e facilitaram a criminalização por parte do sistema penal, bem como 
21 
 
a vulnerabilidade do encarcerado perante o sistema punitivo (após a intervenção 
penal). 
As técnicas devem ser empregadas visando o seu fortalecimento social e 
psíquico, desenvolvê-lo como pessoa e como cidadão através de estratégias de 
reintegração social e de um diálogo cárcere-sociedade, onde o preso atue como 
sujeito desse processo. 
Consequências: 
1. A sociedade passa a rever seus conceitos de crime e de homem 
criminoso e seus padrões éticos e humanos de relacionamento com ele. 
2. O preso tem a oportunidade de se redescobrir como cidadão, aprimorando 
seus conceitos de deveres, direitos e qualidades. 
 
9. Classificação dos Criminosos 
Crime, juridicamente, é todo fato típico, antijurídico (ilícito) e culpável, 
praticado por um ser humano. Em resumo, é um ato que viola uma norma moral 
e, para que seja considerado como tal, deve haver, antecipadamente, uma Lei 
que o estabeleça como crime. 
O criminoso é a pessoa que comete um fato definido na Lei Penal como 
crime, sendo classificados em: 
a) Criminosos ocasionais: são aqueles que decorrem da influência do 
meio, isto é, são pessoas que acabam caindo em "tentação" devido a alguma 
circunstância facilitadora. Não possuem tendência para o cometimento de 
crimes, demonstram arrependimento posterior e a possibilidade de não mais 
delinquir 
b) Criminosos habituais: são os profissionais do crime. Normalmente 
iniciam no crime durante a adolescência, ocorrendo a “evolução da vida 
criminosa” e, progressivamente, adquirindo habilidades mais sofisticadas. 
Praticam todo tipo de crime e fazem uso de violência com o intuito de intimidar a 
vítima, e não se arrependem do crime cometido (exemplo: evolução de furto para 
roubo). 
c) Criminosos impetuosos: são aqueles que cometem crimes movidos por 
impulso emotivo (forte emoção) e possuem arrependimento posterior (exemplo: 
22 
 
crimes passionais). 
d) Criminosos fronteiriços: são criminosos que estão em zona fronteiriça 
entre a doença mental e os indivíduos normais. Em geral, são pessoas frias, com 
desvios de personalidade, sem valores éticos e morais, que cometem crimes 
com extrema violência desmotivada (exemplo: psicopatas, estupradores, etc.). 
e) Criminosos com deficiência mental: são pessoas que possuem doença 
mental, isto é, alteração qualitativa das funções psíquicas que comprometem o 
entendimento e a auto-determinação do indivíduo, em geral agindo sozinhos, 
impulsivamente, sem premeditação e remorso (exemplo: esquizofrênicos, 
paranóicos, psicóticos, toxicômacos graves, etc.). 
 
10. Exame Criminológico 
O exame criminológico é um estudo multiprofissional (jurídico, social, 
psicológico e psiquiátrico) destinado à individualização da pena, ou seja, 
determinar a inserção de cada preso no grupo com o qual conviverá no curso da 
mesma, bem como nortear o processo de cumprimento de pena, servindo de 
parâmetro para este. E por último, destina-se a analisar objetivamente a 
possibilidade do sentenciado obter a progressão de regime e/ou livramento 
condicional. Tudo isto estava previsto nas Leis 7210/84 e 7209/84. 
O exame criminológico por si só, visto de forma isolada, não garantia que 
o preso estivesse apto ou não para conviver em sociedade. Contudo, era tido 
como um instrumento necessário e fundamental, pautado por teorias e técnicas 
científicas, que serviam para auxiliar o juiz a ter uma visão mais ampla da pessoa 
a ser julgada e, assim, possibilitar uma decisão mais justa. 
Há que salientar que nos dias atuais tal instrumento só é utilizado 
mediante requisição Judicial, uma vez que foi extinto através da Lei 10.792/03. 
 
11. Vitimologia 
A Vitimologia teve como marco de nascimentoo sofrimento dos judeus 
na Segunda Guerra Mundial e esta intimamente relacionada com a Criminologia. 
Vitimologia nada mais é do que a ciência que se ocupa do estudo da vítima e da 
vitimização, cujo objeto é a existência de menos vítimas na sociedade, quando 
23 
 
esta tiver real interesse nisso. O estudo da vítima é realizado desde o momento 
do delito levando-se em conta as consequências que por ela são suportadas. 
Atualmente, já começa a ser estudada e compreendida em quase todos os 
espaços culturais do Universo. Aceita, combatida, discutida, mas passou a fazer 
parte obrigatória da pauta de todos os encontros científicos sobre estudos 
criminológicos e afins. 
A importância do estudo da vitimologia é analisar a vítima em face de 
sua relação com o criminoso, para ao final aferir o dolo e a culpa deste, como 
também a responsabilidade da vítima ou sua contribuição, ainda que 
involuntária, para o evento criminoso. Não se pode esquecer também a 
contribuição do estudo da vítima para a compreensão do fenômeno da 
criminalidade, orientado de forma mais coerente para o seu enfrentamento a 
partir da vítima atingida e dos danos sofridos por ela. 
A classificação de vítimas para Benjamin Mendelsohn é sintetizada 
como: 
• Vítima inocente ou ideal: é a vítima inconsciente, isto é, aquela que não 
concorre de forma alguma para a ocorrência do delito. 
• Vítima provocadora: é a vítima que induz o criminoso a praticar o crime, 
iniciando ou provocando o fato delituoso. Por sua própria conduta ela 
incita ou colabora com a ação delituosa e existe uma culpabilidade 
recíproca onde a pena pode ser reduzida ao agente do delito. 
• Vítima agressora, simuladora ou imaginária: é a pessoa que em 
decorrência de uma anomalia psíquica ou mental, acredita ser vítima da 
ação criminosa, o que acaba justificando a legítima defesa de seu 
agressor. 
 
12. Vitimização 
Vitimização é o caminho, interno e externo, que segue um indivíduo para 
se converter em vítima. É o conjunto de etapas cronológicas que se submete o 
indivíduo para ser tornar vítima. 
Podemos destacar o processo sobre o seguinte aspecto: 
• vitimização primária: danos causados à vítima decorrente do crime 
24 
 
(material, físico, psicológico, etc); 
• vitimização secundária: sofrimento causado à vítima pela dinâmica que 
gerencia os sistemas de justiça criminal. (Delegacia, Ministério Público, 
Penitenciárias, etc); 
• vitimização terciária: desamparo devido à omissão do Estado e da 
sociedade. 
 
A contar do momento em que o Estado monopolizou a distribuição da 
Justiça, a vítima foi neutralizada; porém, a Vitimologia deve ter como meta a 
orientação para a maior proteção dos indivíduos, como exemplo, há de se 
destacar a Lei n.º 9.099/95, que se preocupou com a reparação do dano à 
vítima. 
“... a lei 9.099/95, no âmbito da criminalidade pequena e média, 
introduziu no Brasil o chamado modelo consensual de Justiça 
Criminal. A prioridade agora não é o castigo do infrator, senão, 
sobretudo a indenização dos danos e prejuízos causados pelo 
delito em favor da vítima”. (GOMES, op. Cit., p. 430). 
Assim, a Lei propõe uma inversão, a pena privativa de liberdade como 
exceção para casos especiais, com maior destaque para as penas alternativas. 
Resta claro que ainda há muito a se explorar; porém, é mister 
concluirmos pela ascensão do papel da vítima como elemento estrutural do 
Estado Democrático de Direito. 
 
12.1. Vitimização no sistema penitenciário. 
O sistema penitenciário, por sua vez, é um contexto de vitimização para 
preso, funcionários, ou quem dele se serve. 
A vitimização dos profissionais da Área de Segurança, em função de 
suas atribuições cotidianas, já vem se tornando pauta de discussões pelos 
órgãos competentes, profissionais da área e sociedade civil. Dentre 
concordâncias e dissensões, o objetivo não é outro senão buscar soluções, tudo 
isso devido à grande diversidade de profissionais envolvidos, quais sejam: 
funcionários da área administrativa, técnicos, Agentes de Segurança, Agentes de 
Escolta e Diretores, ou seja, pessoas de diferentes habilitações profissionais e de 
25 
 
diferentes Unidades Penitenciárias, onde é função cumprir o papel de reintegrar 
o preso à sociedade, tudo isso correlacionado com a farta legislação do país, por 
leis estaduais, por manuais de procedimentos internos das Unidades 
Penitenciárias, sem haver um comprometimento no papel Segurança versus 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. 
Por outro lado, no que se refere aos encarcerados, é certo que a função 
reintegradora tem como antagonista a opinião pública que, influenciada pela 
mídia, fomenta o pânico social, visando à implementação de ações repressoras 
através de reformas pontuais na lei penal, de modo a satisfazer o clamor popular. 
Daí o aparecimento de leis de cunho ideológico como é o caso da Lei dos Crimes 
Hediondos, que promoveu um endurecimento nas penas privativas de liberdade 
cominadas, bem como de políticas oportunistas que prometem o fomento de uma 
segurança pública de curto prazo. 
Ademais, altos índices de reincidência e o agravamento da 
periculosidade dos egressos apenas aprofundam o problema da criminalidade 
nas sociedades que utilizam a prisão como método primordial de punição 
criminal, ensejando uma tomada de posição em relação à questão social. 
Em sistemas fechados, como o penitenciário, as formas de tentar 
abrandar o processo de vitimização seria, por exemplo, incrementar o sistema 
progressivo das penas privativas de liberdade, fazendo cumprir o papel dos 
técnicos na reintegração do preso, assegurando a disciplina e a ordem 
institucional, integrando corpo técnico e de segurança, o que favoreceria o 
abrandamento desse processo, sem desconsiderar o papel da sociedade no que 
se refere ao controle social. 
Em síntese, nem todos têm plena consciência do processo de 
vitimização a que estão sujeitos, seja como vítima, seja como agressor. 
 
12.2. Cifra Negra 
A estatística criminal é ferramenta indispensável para se identificar o 
liame causal entre os fatos que influenciam a criminalidade e os ilícitos criminais 
praticados. Por outro lado, esses dados devem ser verificados com estrema 
cautela sendo que muitos crimes não são comunicados aos órgãos do Poder 
26 
 
Público por diversos fatores, sendo os principais ligados a inércia ou 
desinteresse da vítima. 
Diante da não comunicação de delitos praticados (cifra negra) haverá 2 
(dois) dados distintos e conflitantes para a aferição da criminalidade: a 
criminalidade real e a criminalidade revelada. 
A cifra negra, zona escura ou dark number, representa a diferença 
existente entre a criminalidade real e a criminalidade registrada pelos órgãos 
públicos. A Cifra negra é o número de delitos que por algum motivo não são 
levados ao conhecimento das autoridades públicas, contribuindo para uma 
estatística distorcida da realidade criminal. 
 
13. Prisionização 
Prisionização é o processo de adoção, em maior ou menor grau, dos 
usos e costumes, bem como hábitos e conduta geral da prisão. 
É um processo inevitável para o preso, que perde seu “status” de 
pessoa, sua identidade e se transforma em um “anônimo”. Ao mesmo tempo, 
absorve uma “cultura paralela”, com definição de regras próprias, de uma nova 
ética, de uma moral e de costumes próprios da prisão, com critérios de felicidade 
também próprios. 
O convívio na prisão é uma vida em massa, que desorganiza a 
personalidade, gerando a aquisição de uma nova identidade (de preso/ ladrão, 
como é chamado), bem como de um sentimento de inferioridade e 
empobrecimento psíquico. 
Por conta da prisionização, a vida carcerária para o preso acarreta 
diretamente em três perdas básicas: 
• Perda da identidade: o preso não é mais chamado pelo nome, e sim pelo 
delito que cometeu,pela alcunha (apelido) que o identifica como criminoso ou 
pelo número de matrícula; 
• Perda da privacidade: o preso passa a fazer tudo diante dos demais 
(vigiado o tempo todo); 
• Perda da independência: tudo o que necessita precisa pedir para o Agente 
ou demais funcionários. 
27 
 
Em decorrência disso, há uma verdadeira desorganização de sua 
personalidade com uma série de graves consequências, destacando-se entre 
elas as seguintes: 
a) Perda da identidade e aquisição de nova identidade; 
b) Sentimento de inferioridade; 
c) Infantilização, regressão; 
d) Estreitamento do horizonte psicológico; 
e) Pobreza de experiências, dificuldades de elaboração de planos a médio e 
longo prazo; 
f) Dependência, busca de proteção; 
g) Imediatismo, busca de soluções fáceis e rápidas; 
h) Projeção de culpa no outro, sobretudo na figura da autoridade; 
i) Sentimento de perseguição. 
 
Os Técnicos, Dirigentes, Agentes Penitenciários e Agentes de Escolta e 
Vigilância Penitenciários, bem como demais servidores, também sofrem com 
esse processo. 
Assim como ocorre com os presos, o processo pode atingir os servidores 
penitenciários com maior ou menor intensidade. 
• Os Técnicos, quando esquecem que o preso é uma pessoa e o seu poder 
de opinar é exercido de forma indiscriminada, arbitrária ou padronizada. 
• Os Dirigentes, quando se deixam levar pela valorização da segurança, em 
detrimento da reintegração do homem encarcerado. 
• Os Agentes e demais servidores, quando consideram que a sociedade é 
incapaz de compreender o problema e a realidade carcerária e se 
esquecem da importância de seus papéis sociais, como se estivessem 
distantes dessas questões. 
É fato que, tanto a vitimização quanto a prisionização podem atingir 
indistintamente presos e funcionários, devido a características inerentes à 
estrutura e ao funcionamento das Unidades Penitenciárias, bem como ao tipo de 
trabalho e, sobretudo, ao ambiente no qual ele é realizado. Porém, o 
comportamento do servidor é fator determinante para minimizar seus efeitos, 
28 
 
estando sempre atentos com o que ocorre a sua volta, tanto no serviço quanto 
fora dele. Deverá sempre prezar pela não acomodação ou rotinização do 
trabalho, valorizando sua importância a si mesmo e para os outros. E 
principalmente, quando fora do trabalho, possuir total dedicação à sua família, à 
religião, aos amigos e demais atividades como: esporte, lazer e cultura. A medida 
visa o relaxamento físico e psicológico, com o distanciamento do aprisionamento 
constante que podem se tornar os muros da prisão. 
 
14. Controle Social e Direito 
O Controle Social é a integração da sociedade com a administração 
pública, com a finalidade de solucionar os problemas e as deficiências sociais 
com mais eficiência. 
O Controle Social é um instrumento democrático, no qual há a 
participação dos cidadãos no exercício do poder, colocando a vontade social 
como fator de avaliação, para a criação de metas a serem alcançadas no âmbito 
de algumas políticas públicas, ou seja, é a participação do Estado e da 
sociedade conjuntamente, onde o eixo central é o compartilhamento de 
responsabilidades, com o intuito de tornar mais eficazes alguns programas 
públicos. 
Portanto, por um lado temos os controles formais, exercidos pelos 
diversos órgãos públicos que atuam na esfera criminal, como as polícias, 
Ministério Público, sistema penitenciário, etc. Nesta esfera, o Direito Penal pode 
ser considerado o ponto central nessa relação, posto que é, através de suas 
normas, que se realiza a parte mais substancial desse controle, pela tipificação 
das figuras delituosas consideradas mais nocivas à vida do agrupamento e pela 
segregação do criminoso do seio dessa sociedade. 
Por outro lado, temos o controle informal que é o do dia-a-dia das 
pessoas dentro de suas famílias, escola, profissão, opinião pública, etc. A imensa 
maioria da população não delinque, pois sucumbe às barreiras desse primeiro 
controle. O sistema informal vai socializando a pessoa desde a sua infância (ex: 
âmbito familiar), e ele é, em geral, sutil e não possui uma pena, além de ser mais 
ágil na resolução dos conflitos que os mecanismos públicos. O desprezo social 
29 
 
(ex: a punição informal com o afastamento das amizades ou de alguns membros 
da própria família) são sanções que, para a grande maioria, são mais que 
suficientes para inibir a prática de um crime. 
Assim, Controle Social é uma maneira de estabelecer um compromisso 
entre o poder público e a sociedade, com a finalidade de encontrar saída para os 
problemas econômicos e sociais. 
O aumento da repressão do sistema formal não significa que 
automaticamente irá ocorrer a redução dos índices de criminalidade. O sistema 
só funciona corretamente com uma melhor distribuição de funções entre os 
mecanismos informais e formais no controle da criminalidade. O que existe hoje 
é um excesso de atribuições para levar as pessoas a não cometerem delitos, 
sobrecarregando o sistema de controle formal. Isso fica patente quando se 
aprova uma lei penal desproporcionalmente severa e o resultado prático é nulo, 
continuando a espécie de delito tratado pela nova lei penal a ser praticado na 
mesma velocidade pelos infratores. 
Daí a importância de se fortalecerem os chamados controles informais 
(ética, família, religião, etc.), porquanto o sistema de controle formal acaba 
sobrecarregado de uma missão que, em tese, deveria ser mais bem 
compartilhada com o sistema informal. 
A família é uma peça fundamental nesse intricado problema. Uma família 
desestruturada pode gerar adultos problemáticos para enfrentarem a 
complexidade da convivência social, aproximando-os das drogas e do alcoolismo 
desenfreado, o que possibilita o aparecimento de oportunidades para a prática de 
delitos. Nesse contexto, a aplicação efetiva das normas de proteção de crianças 
e adolescentes da Lei Federal 8069/90, com o acompanhamento de psicólogos, 
assistentes sociais e outros profissionais, impediria que muitos adolescentes 
optassem, posteriormente, pelo caminho do crime. 
Enfim, com a integração dos controles sociais: informal (prévio) e formal 
(posterior-estatal) e com uma equilibrada divisão dessas missões, ocorrerá uma 
importante contribuição para se reduzir os índices de criminalidade de forma 
mais eficiente. 
 
30 
 
31 
 
15. O Papel do Agente de Penitenciário 
O objetivo da lei de execução penal é efetivar as disposições de 
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica 
integração social do condenado e do internado (art. 1º da LEP). 
Em respeito ao mandamento legal, a SAP tem como missão promover a 
execução administrativa das penas privativas de liberdade, das medidas de 
segurança detentivas e das penas alternativas à prisão, cominadas pela justiça 
comum, e proporcionar as condições necessárias de assistência e promoção ao 
preso, para sua reinserção social, preservando sua dignidade como cidadão. 
Após a análise de ambos os dispositivos legais, chega-se a conclusão de 
que todos os servidores da Secretaria de Administração Penitenciária Paulista, 
independente da função ou cargo que ocupem, devem desempenhar as suas 
atribuições com o intento de cumprir as disposições de sentença judicial e 
proporcionar condições para a reinserção da pessoa preso, seja direta ou 
indiretamente, ou simplesmente como auxiliar ou facilitador para que a missão 
seja cumprida. 
 
15.1. O Papel do Agente de Segurança Penitenciária 
O Agente de Segurança Penitenciário é um agente público, 
representante do poder executivo, responsável pela aplicação do cumprimento 
da pena imposta pelo Juiz de Direito e, para tanto, deverá ser cumpridor das 
normas relacionadas às atividades e principalmente aplicador da Lei de 
Execução Penal às pessoas custodiadas, fazendovaler os direitos, bem como 
fiscalizando as obrigações. É também responsável pelo controle social da 
criminalidade. Portanto, o seu papel é mais do que o de um cidadão comum 
tendo em visto que por estar investido num cargo público possui o atributo da 
responsabilidade funcional, assim sendo é um agente formal do controle da 
criminalidade. 
Seu objetivo fundamental é zelar pelo cumprimento do mandamento 
judicial, evitar fugas e agir como agente facilitador, para que os técnicos e 
demais responsáveis possam aplicar a terapêutica penal, visando minimizar os 
efeitos negativos da pena no condenado e possibilitar seu retorno ao convívio 
social de forma positiva, evitando-se assim sua reincidência. 
Por sua vez, como “produtor de conhecimentos”, poderá ter uma visão de 
32 
 
Criminologista, e através do método da observação, fornecer dados visando 
auxiliar na criação de regras e normas necessárias ao bom andamento das 
atividades desenvolvidas. 
 
15.2. O Papel do Agente de Escolta e Vigilância Penitenciário 
O Agente de Escolta e Vigilância Penitenciário é um agente público, 
representante do poder executivo, responsável pela escolta das pessoas presas, 
em movimentações externas, e pela guarda da unidade prisional visando a não 
ocorrência de fugas e arrebatamento de custodiados pela Secretaria de 
Administração Penitenciária. Portanto, o seu papel é mais do que o de um 
cidadão comum tendo em visto que por estar investido num cargo público possui 
o atributo da responsabilidade funcional, assim sendo é um agente formal do 
controle da criminalidade. 
Seu objetivo fundamental é zelar pelo cumprimento do mandamento 
judicial, escoltar e vigiar pessoas presas para que não ocorram fugas, crimes e 
atos irregulares praticados pelos recolhidos. 
Quando no cumprimento de seu dever institucional, seus atos deverão 
ser pautados em leis e regulamentos que disciplinam a conduta do agente 
público e, especificamente, do AEVP. 
Há que destacar também que a pessoa presa deverá cumprir as normas 
e procedimentos previamente estabelecidos e, não o fazendo, arcarão com seus 
atos criminosos ou irregulares. Por outro lado, não se pode jamais esquecer que 
a pessoa presa é também detentora de direitos os quais deverão ser respeitados 
em sua plenitude e, atos abusivos ou criminosos deverão ser punidos. 
Além dos direitos específicos referentes ao sexo e condições de saúde 
dos custodiados, deverão ser levados em conta procedimentos específicos 
visando respeitas as diferenças de gênero. 
Por sua vez, como “produtor de conhecimentos”, poderá ter uma visão de 
Criminologista, e através do método da observação, fornecer dados visando 
auxiliar na criação de regras e normas necessárias ao bom andamento das 
atividades desenvolvidas. 
 
33 
 
16. Política Criminal. 
 "A Política Criminal é a ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos) 
que devem ser tutelados jurídica e penalmente e escolher os caminhos para 
efetivar tal tutela..." (ZAFFARONI, 1999:132). Evidentemente, isto implica na 
crítica dos caminhos já eleitos. Desta forma a Política Criminal age para efetivar 
a tutela dos bens jurídicos, ao mesmo tempo em que exerce a crítica, como 
forma de aprimoramento de tal tutela. Assim, busca fornecer orientação aos 
legisladores para que o combate à criminalidade se faça racionalmente, com o 
emprego de meios adequados. Analisando e questionando ao ordenamento em 
vigor, busca promover sua alteração e adequação às políticas recomendadas. 
Para atingir as suas finalidades, a Política Criminal atua por intermédio da 
prevenção geral e da prevenção especial. 
Na prevenção geral, o fim intimidativo da pena dirige-se a todos os 
destinatários da norma penal, visando impedir que os membros da sociedade 
pratiquem crimes. A pena atua psiquicamente sobre a generalidade dos 
membros da comunidade, afastando-os da prática de crimes através da ameaça 
penal determinada pela lei, da aplicação das penas e da sua efetiva execução. 
Funciona como uma coação psicológica, uma intimidação. 
Já na prevenção especial, a pena visa o autor do delito, retirando-o do 
meio social, impedindo-o de delinquir e procurando corrigi-lo. A pena atua 
preventivamente sobre o delinquente, a fim de evitar que, futuramente, ele 
cometa novos crimes. Na verdade, o que se visa na prevenção especial é a 
prevenção da reincidência. 
Deve-se notar também que o objetivo da política criminal não se esgota 
apenas na infração penal. Vai além. Para a prevenção da criminalidade, a 
política criminal atua em todas as áreas, – políticas, sociais, culturais, 
econômicas – visando sempre impedir a prática de crimes. 
Dentre as providências para fins de prevenir a criminalidade, encontra-se 
a produção de leis justas e humanas, adequadas à realidade social e às 
necessidades do momento. Dessa forma, quem faz a política criminal acontecer 
é o legislador, tipificando crimes e estabelecendo as respectivas penas. 
Existe no Brasil o CNPCP - Conselho Nacional de Política Criminal e 
34 
 
Penitenciária, órgão ligado ao Ministério da Justiça, Brasília/DF. Podemos citar 
como algumas das propostas deste órgão: incentivo da remição pelo estudo, a 
ampliação das defensorias públicas, políticas públicas de combate às DSTs 
dentro dos presídios, ampliação do número de Centrais de Penas e Medidas 
Alternativas, criação de Varas de Execução especializadas em penas e medidas 
alternativas, promoção de incentivos fiscais para o ingresso de indústrias nas 
Penitenciárias, melhorar as condições do cárcere, estimular a criação de serviços 
de inteligência penitenciária, dentre muitas outras. 
A política criminal deve transformar a experiência criminológica em 
estratégias de ação dos poderes constituídos, capazes de compreender o 
fenômeno "crime-criminoso-vítima" e as formas de controle social da 
criminalidade e de tornar mais eficazes as formas de prevenção do delito. 
 
17. Assuntos a serem refletidos sob a ótica da Criminologia 
17.1. Reflexo das drogas frente à criminalidade. 
O tráfico e o consumo de drogas, que são interdependentes, estão entre 
os mais graves problemas contemporâneos, sob qualquer aspecto que se 
encare. Ou seja, tanto do ponto de vista policial, quanto do familiar, social, 
sanitário, comportamental e até mesmo filosófico, são males que devem merecer 
combate constante, permanente e incansável, e de toda a sociedade. 
O dependente quase sempre perde a família, o emprego, os amigos, 
mas não a droga. Todavia, para consegui-la, é preciso conseguir o dinheiro, 
muito dinheiro, sempre mais dinheiro. E quando o status social do dependente 
não lhe permite isso, quase de imediato ele parte para a violência do roubo. 
Progressivamente, começa a ser violento contra aqueles que não aceitam sua 
situação: sua família, seus amigos, colegas de trabalho e, finalmente, contra si 
mesmo. 
O uso de drogas vem crescendo a cada dia, atingindo praticamente 
todas as classes sociais. As drogas são substâncias químicas, naturais ou 
sintéticas, que provocam alterações psíquicas e físicas a quem as consome e 
levam à dependência física e psicológica. Seu uso sistemático traz sérias 
consequências físicas, psicológicas e sociais, podendo levar à morte em casos 
35 
 
extremos, em geral por problemas circulatórios ou respiratórios. É o que se 
chama overdose. Fica a cargo da Portaria 344/98 da Secretaria de Vigilância 
Sanitária do Ministério da Saúde mencionar a relação das substâncias 
consideradas ilícitas. 
E exposto na mídia de todo país várias notícias sobre a prisão de 
pessoas por tráfico de drogas. E ainda mais, são vistos também outros crimes 
em função do tráfico como roubos, latrocínios, furtos e homicídios. Uma rede 
interligada de crimes que tem uma única causa, o tráfico de drogas. 
A categoria de mortes por causas violentas é a principalresponsável 
pela mortalidade entre jovens. Dentre as causas, as mortes por homicídio 
ocupam posição de destaque - em especial nos grandes centros urbanos 
brasileiros. Para a mídia e a opinião pública, homicídios associados ao uso e 
venda de drogas é a face mais atemorizante e visível da violência urbana. 
O imaginário público é assolado por chacinas, execuções e confrontos 
entre quadrilhas de traficantes como ilustrações dramáticas que parecem, 
crescentemente, tomar conta do cotidiano dos grandes centros urbanos 
brasileiros. 
Existem várias maneiras pelas quais os crimes podem estar associados 
à questão das drogas. A primeira delas está relacionada com os efeitos das 
substâncias tóxicas no comportamento das pessoas. Outra forma de associação 
decorre do fato de tais substâncias serem comercializadas ilegalmente, gerando 
então violência entre traficantes, corrupção de representantes do sistema da 
justiça criminal e ações criminosas de indivíduos em busca de recursos para a 
manutenção do vício. 
O que ainda assombra nossa sociedade é que muitas pessoas, que são 
conhecidas como “mulas” do tráfico, não têm consciência das consequências de 
seus atos por pensarem que traficar drogas é igual a vender bebidas ou cigarros, 
o que na verdade é bem diferente, tendo em vista a consequência do tráfico na 
sociedade, resultando num emaranhado de crimes resultantes de sua ação. 
Desta forma, é responsável também o usuário de drogas, que pensa que 
somente satisfaz as suas vontades (vício), pouco importando as consequências 
que surgirão provenientes de sua compra ilegal. 
36 
 
Assim, nossa sociedade clama por uma atitude dos poderes públicos, 
não só falando do judiciário, que vem atuando com mãos de ferro para prevenir e 
reprimir o tráfico de drogas, mas também dos governantes, que deveriam ensinar 
e incentivar as pessoas a denunciarem o tráfico de drogas, dando estudo e 
qualidade de vida a todos. 
As drogas podem ser classificadas de acordo com a ação que exercem 
sobre o sistema nervoso central, e se dividem em: depressoras, estimulantes, 
perturbadoras ou, ainda, combinar mais de um efeito. 
Depressoras – diminuem a atividade cerebral, deixando os estímulos 
nervosos mais lentos. Fazem parte desse grupo o álcool, os tranquilizantes, o 
ópio (extraído da planta Papoula somniferum) e seus derivados, como a morfina 
e a heroína. 
Estimulantes - aumentam a atividade cerebral, deixando os estímulos 
nervosos mais rápidos. Excitam especialmente as áreas sensorial e motora. 
Nesse grupo estão as anfetaminas, a cocaína (produzida das folhas da planta da 
coca, Erytroxylum coca) e seus derivados, como o crack. 
Perturbadoras - fazem o cérebro funcionar de uma maneira diferente, 
muitas vezes com efeito alucinógeno. Não alteram a velocidade dos estímulos 
cerebrais, mas causam perturbações na mente do usuário. Incluem a maconha, o 
haxixe (produzidos da planta Cannabis Sativa), os solventes orgânicos (como a 
cola de sapateiro) e o LSD (ácido lisérgico). 
Drogas com efeito misto - combinam dois ou mais efeitos. A droga mais 
conhecida desse grupo é o ecstasy – metileno dioxi-metanfetamina (MDMA), que 
produz uma sensação ao mesmo tempo estimulante e alucinógena. 
Prevenção e tratamento - Os especialistas afirmam que o melhor modo 
de combater as drogas é a prevenção. Informação, educação e diálogo são 
apontados como o melhor caminho para impedir que adolescentes se viciem. 
Para usuários que ainda não estão viciados, o tratamento recomendado são a 
psicoterapia e a participação em grupos de apoio. Para combater o vício, além 
das terapias, são usados medicamentos que reduzem os sintomas da 
abstinência ou que bloqueiam os efeitos das drogas, devendo também o usuário 
ser inserido em atividades físicas, culturais e de artes. 
37 
 
17.2. Crime Organizado 
O conceito de organização criminosa no Brasil é trazido pela Lei nº 
12.850, de 02 de agosto de 2013. Além da definição, a lei dispõe sobre a 
investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais 
correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. 
De acordo com o parágrafo 1º, do artigo 1º da referida lei: Considera-se 
organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas 
estruturalmente ordenadas e caracterizadas pela divisão de tarefas, ainda que 
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de 
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas 
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
São inúmeras as organizações criminosas existentes atualmente pelo 
mundo afora, cada uma com características e peculiaridades próprias, 
amoldadas às próprias necessidades e facilidades que encontram no âmbito 
territorial em que atuam, como condições: políticas, territoriais, econômicas, 
sociais etc. 
As organizações criminosas tradicionais podem ser concebidas como um 
organismo ou empresa, cujo objetivo seja a prática de crimes de qualquer 
natureza, ou seja, são empresas voltadas à prática de atividades ilegais. 
Os principais elementos das organizações criminosas clássicas são: 
estrutura hierárquico-piramidal (chefe, subchefes, gerentes, aviões e 
operacionais); divisão de tarefas; membros restritos; participação ou 
envolvimento de agentes públicos; orientação para obtenção de dinheiro ou 
poder e domínio territorial. 
Já as principais atividades de execução desenvolvidas pelas 
organizações são: diversificação das atividades; mescla de atividades lícitas com 
atividades ilícitas e o uso de violência. 
As organizações acabam por criar as suas próprias leis, definindo um 
código de comportamento ao qual devem se adequar todos os integrantes, e que 
delimita as regras, a hierarquia, a distribuição de tarefas e as compensações que 
seus membros acabam por receber diante da participação e das tarefas 
executadas. 
38 
 
A partir da década de 1980, com maior força desde o início do século 
XXI, as organizações criminosas acabaram por experimentar um novo modelo, 
em contraste com o formato original. Esse novo modelo é impulsionado pela 
globalização e pela facilidade encontrada pelas pessoas para se locomoverem 
no globo terrestre. Estão divididas basicamente em: Grandes ou Transnacionais; 
Médias; Pequenas e as Temporárias. 
As Grandes ou Transnacionais concentram as suas atividades nas 
grandes cidades, principalmente nos centros financeiros. São as máfias italianas 
(Cosa Nostra, Camorra, etc.); as máfias russas; os cartéis colombianos (Medelín, 
Cali, FARCs, etc.); as máfias nigerianas etc. 
As Médias concentram as suas atividades nas cidades médias, podendo 
ser intermunicipais ou interestaduais. O problema da atuação interestadual está 
no domínio territorial, sendo que uma organização dominante de um território, no 
Brasil, consegue, via de regra, impedir o ingresso de outra alienígena. 
As Pequenas estão fixadas no território de uma cidade e confundem-se 
muitas vezes com quadrilhas especializadas (assalto, tráfico de entorpecentes 
etc.). Não se pode confundir uma organização criminosa pequena com uma 
quadrilha, sendo que a primeira possui estrutura organizacional. Ex. A quadrilha 
com quatro ou cinco componentes para assaltar bancos. Combinam a agência, 
armam-se, preparam precariamente o plano e o executam. Já a organização com 
a mesma finalidade teria o cuidado de estudar o esquema de vigilância, perceber 
os dias de maior movimentação financeira, tentar arrebanhar servidores da 
agência, distribuir e planejar a tarefa de cada integrante etc. É importante 
destacar que uma quadrilha que se organize pode vir a se tornar, um dia, uma 
organização criminosa. 
Já os Grupos temporários se formam sob o comando de um líder, com 
vasta influência criminosa. Ele reúne pessoas que para trabalharem 
temporariamente para a prática de alguns delitose em seguida o grupo se 
dissolve. Esse modelo surgiu na China na década de 1990 e busca campos 
férteis para a realização de crimes, levando-se em conta a deficiência do Estado 
no local onde pretendem praticá-los. 
 
39 
 
17.3. Criminalidade Feminina. 
Estudos datam que desde a época colonial as mulheres já integravam o 
sistema carcerário. No entanto não havia cárceres exclusivamente femininos. 
Sendo assim as “mulheres eram confinadas junto com os homens, 
“frequentemente dividindo a mesma cela” O perfil das mulheres presas era 
predominantemente de prostitutas e escravas. (Angotti, 2012, p19). 
Os relatos da época já mencionavam problemas como: abandono, várias 
doenças, abusos sexuais, promiscuidade, além de problemas específicos pelo 
fato de serem vigiadas por guardas masculinos em sua maioria. 
Embora a problemática dos presídios femininos já fosse discutida desde o 
final do século XIX, somente na década de 1940 é que nascem os primeiros 
estabelecimentos prisionais femininos em alguns Estados brasileiros. 
 
“O ‘aproveitamento das habilidades das internas’ e a 
‘absorção’ de suas “potências femininas” como parte do 
plano de recuperação moral pelo trabalho e pelo 
desenvolvimento de “sentimentos” próprios da mulher 
compunha a proposta de cárcere feminino...” (Angotti, 
2012, p.266). 
 
 A população prisional brasileira está aumentando de forma assustadora 
nos últimos anos, agravada ainda mais quando se fala da população feminina. 
Entre os anos de 2000 e junho de 2011, mês em que foi realizado o último 
balanço do sistema carcerário nacional pelo DEPEN (Departamento Penitenciário 
Nacional), o número geral de presos no Brasil cresceu 121%, já que, em 2000, a 
população carcerária totalizava 232.755 detentos, enquanto que, em junho de 
2011, contabilizava 513.802 presos. 
Nesse ínterim, só o número de detentas (mulheres) cresceu 252% uma 
vez que, em 2000, as mulheres representavam 4,3% da população carcerária 
nacional (ou 10.112 detentas), índice que em 2011 subiu para 7,4% (ou 35.596 
detentas). 
No mesmo período, o crescimento do número de homens presos foi de 
115%, ou seja, duas vezes menor que o das mulheres. No decorrer desses dez 
40 
 
anos e meio, enquanto a população masculina dobrou a população feminina mais 
que triplicou. 
Situação esta que se justifica por diversos fatores, dentre eles o maior 
envolvimento das mulheres no cometimento de delitos previstos na Lei de 
Drogas e Entorpecentes. O machismo muito provavelmente também está 
presente no tema “risco de ser preso”. Os homens estariam “usando” as 
mulheres para o transporte de drogas, o que diminui o risco deles frente à prisão. 
A mulher, com isso, fica muito mais exposta. Por detrás disso tudo, estaria a 
causa machista (o homem se sente dono da mulher, inclusive para gerar para 
ela o alto risco de prisão em razão da posse de drogas). Apesar de representar a 
minoria do número de detentos no país, o crescimento da população carcerária 
feminina tem sido vertiginoso, provando que a mulher vem se envolvendo cada 
vez mais no universo da criminalidade e, por conseguinte, compõe cada dia mais 
o sistema carcerário saturado. 
 
 
Figura 01: Crescimento da população carcerária nos últimos 10 (dez) anos. 
Sexo 2000 2012 Número de vagas em 2012 
Aumento da 
população 
Geral 232.755 547.577 309.074 236% 
Homens 222.643 513.643 287.150 230% 
Mulheres 10.112 36.039 21.924 356% 
 
Figura 02: Dados referentes à população carcerária em 2014. 
Quantidade de vagas em presídios (2014) 357.219 
Quantidade de mandados de prisão a cumprir 373.991 
Quantidade de pessoas presas 567.000 
Falta de vagas em presídios 210.000 
Presos que estão em Regime Aberto 148.000 
 
41 
 
0
5
10
15
20
25
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Estado
Capital
Figura 03: Dados referentes à polução carcerária de São Paulo em 2014. 
Total de pessoas presas em 09/06/2014 216.925 
Média mensal de pessoas encaminhadas as unidades 
prisionais do Estado em 2013 
9.411 
 
 
Figura 04: Número de homicídios cometidos por 100 mil habitantes no Estado de 
São Paulo e na Cidade de São Paulo. A Organização Mundial da Saúde 
considera situação epidêmica quando a taxa de homicídios é superior a 10 casos 
por 100 mil habitantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
18. Referências Bibliográficas 
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presídios femininos no Brasil. São Paulo: Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - 
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http://www.webartigos.com/artigos/o-que-e-controle-social/23288/> Acesso em junho 
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