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A análise Institucional Segundo René Lourau

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FACULDADE
MULTIVIX CACHOEIRO
MULTIVIX CACHOEIRO
• A Análise Institucional surgiu como campo de saber instituinte contra os saberes já instituídos, principalmente na
Sociologia.
• Na visão de Lourau, a AI trouxe à discussão no campo das ciências humanas a noção de implicação.
“Quase todas as ciências estão baseadas na noção de não implicação ou
desimplicação. As "teorias da objetividade" se baseiam na "teoria" da neutralidade.”
• A proposta da AI como um campo de multireferencialidade (recusa de um ponto de vista único):
“Propomos, ao contrário da idéia de "originalidade das ideias", a
multireferencialidade. Esta não é sinônimo de pluridisciplinaridade; não é uma mera
coleção de disciplinas justapostas. Refere-se ao apelo a diferentes métodos e ao uso
de certos conceitos já existentes, a fim de construir um novo campo de coerência.”
• Lógica Dialética X Lógica Identitária
• O lugar do social-histórico dentro da AI X o interesse das Instituições pela aparência de “imobilidade”
• A institucionalização enquanto devir
• A proposta da AI de analisar as forças de autodissolução
• A face política da AI
“A Análise Institucional não esconde que é política, porém tampouco oculta que em
sua "política" está, como motriz, o conceito de autogestão. “
MULTIVIX CACHOEIRO
• Autogestão X Heterogestão
• A Heterogestão como uma “alienação” do ser
“Cotidianamente, preferimos não nos colocar muitos problemas e, ‘permitindo’ que
se dê a heterogestão, ‘confiamos’ a ‘autogestão’ a outras pessoas (...) Amamos
nossa ‘alienação’. Sentimos que é muito dolorosa a análise de nossas implicações;
ou melhor, a análise dos ‘lugares’ que ocupamos, ativamente, neste mundo. ”
• A neutralidade da ciência enquanto ingenuidade
“Sabe-se, hoje, que o cientista confere à ciência os seus próprios valores,
independente da posição ideológica que possui (seja esquerda, direita ou centro).
Logo, a neutralidade axiológica, a decantada "objetividade", não existe. Mas a
ciência necessita que ela "exista" e os cientistas, por vezes, nos fazem crer nessa
"existência". Também eu, inúmeras vezes, acabo caindo nessa dupla armadilha.
Sinto-me forçado, obrigado a parecer e a fazer acreditar na "neutralidade". Ao
mesmo tempo, uma voz interior me acusa e alerta: "és um cretino, um imbecil!".
Funcionamos com essa voz interior e, não raro, ensurdecemos a ela; caso contrário,
certamente, ficaríamos definitivamente ensandecidos. “
• As contradições entre a proposta científico-política na análise das implicações e o projeto positivista.
MULTIVIX CACHOEIRO
• O “triunfo” da AI na América Latina, principalmente na Psicologia: Politização X Psicologização
• A noção de “intervenção” (oposição ao método psicossociológico)
“Intervenção significa, aqui, que a pesquisador é, ao mesmo tempo, técnico e
praticante.”
“O sentido do termo intervenção quando circunscrito à realidade dos grupos é a
que chamamos de campo de intervenção. A intervenção socioanalítica se
caracteriza pela consideração de um campo de análise e um campo de intervenção
que não se confundem. O nosso modelo de análise de grupo se funda na
compreensão de alguma coisa que é invisível e terrivelmente presente no grupo,
como um espectro; isto é, a instituição.”
• A noção de “dispositivo”
“Quando falo do trabalho socioanalítico, refiro-me à necessidade, à tentativa de se
colocar em cena o dispositivo (...) O dispositivo pode ser, por exemplo, a formação
de uma Assembleia Geral, onde todas as pessoas envolvidas no processo de
intervenção possam estar presentes. Todas as pessoas envolvidas, juntas num único
lugar, onde iremos intervir (...) Na Assembleia Geral socioanalítica, há um
dispositivo em triângulo. Existem: as pessoas que, a princípio, apenas vêm à
Assembleia - os participantes -, a equipe organizadora, e a equipe de interventores
(socioanalistas), São as relações entre esses três grupos que estudamos. O que
propomos é a análise dessa relação, sob a forma de uma discussão coletiva.”
MULTIVIX CACHOEIRO
• A noção de “encomenda”
“A encomenda tem origem em demandas. Em uma socioanálise, por exemplo, em
demandas individuais e dos grupos que compõem o grande grupo da intervenção em
processo. Os responsáveis, as pessoas que têm autoridade para requerer uma
intervenção que, enfim, passam a encomenda, também têm demandas individuais.
Portanto, existe uma grande diversidade e muitas contradições entre todas as
demandas possíveis da população envolvida. Para ocorrer um pedido de socioanálise,
o grupo de organizadores, num primeiro momento, deve traduzir essas diversas
demandas numa encomenda que lhes permita entrar em contato com a equipe de
socioanalistas. Desde o início há, portanto, uma traição a tais demandas. “
• A noção de “artificialidade”
“Freqüenternenre frisamos que a presença de dispositivos criando o trabalho
psicanalítico é um ponto em comum entre a Psicanálise e a Socioanálise. Trata-se, em
ambos os casos, de situações completamente artificiais. Mas, uma assembleia geral
sindical também é artificial. A palavra artificial não tem um sentido pejorativo. A
Socioanálise se propõe, tão somente, a analisar todos esses artifícios, ou dispositivos. “
• A auto-gestão como instrumento
MULTIVIX CACHOEIRO
“E a Socioanáljse propõe sempre a autogestão. Desta forma, a princípio, nunca
podemos prever o que irá ocorrer no processo da intervenção. A autogestão é um
suporte, um instrumento valiosíssimo à análise. Não se trata, aqui, de uma autogestão
real; não é a autogestão dos agricultores da Argélia. É uma autogestão-artifício, que faz
parte do dispositivo Assembleia. “
• A noção de “analisadores”
“Aqueles acontecimentos que podem agitar a Assembleia Geral socioanalítica
permitindo fazer surgir, com mais força, urna análise; que fazem aparecer, de um só
golpe, a instituição "invisível"; a esse tipo de acontecimentos chamamos
ANALISADORES.”
• A dinâmica das Assembleias Gerais:
“Os socioanalistas não têm qualquer mandato institucional de poder. Não têm sequer o poder de constrangimento. O
contrato com a equipe-cliente se baseia numa regra de maximizar a análise coletiva, sem isso não há a Socioanálise. Quando
disse que fazemos muita força para realizar o dispositivo Assembleia Geral, fiz referência à energia que nós, de alguma forma,
gastamos no esforço de fazer o mais coletiva possível a análise - não havia qualquer conotação policialesca. Não obrigamos
quem quer que seja a ficar, sequer a estar, na Assembleia. A palavra enérgico pode produzir a confusão. Trata-se, porém, de
energia dentro do trabalho de análise. Configura a que chamo de sobreimplicação, que é um elemento subjetivo na análise
das implicações. Isso que podemos nomear como investimento psicológico, costumo traduzir por gasto de energia. “
MULTIVIX CACHOEIRO
• A Socioanálise enquanto uma análise das implicações
“A análise das implicações é o cerne do trabalho socioanalítico, e não consiste somente
em analisar os outros, mas em analisar a si mesmo a todo momento, inclusive no
momento da própria intervenção. “
• As Intervenções Breves e as Intervenções Longas
“No início de nosso movimento, fazíamos sobretudo intervenções breves, nas quais a
construção da Assembleia Geral era um ponto tão fundamental que resumia, no fundo,
toda a intervenção. Hoje, nas intervenções de longa duração, é apenas uma etapa da
intervenção, e nada mais. Porém, é uma etapa indispensável. (...) Em resumo, a
Assembleia Geral, numa intervenção de longa duração, é um instrumento periódico e,
na socioanálise breve, um instrumento condensador e potencializador do processo. “
• Um funcionário de uma Instituição poderia fazer uma Análise Institucional - Socioanálise?
“algo me preocupa: a supressão da triangulação sobre a qual falei anteriormente. A
ausência de um interventor "de fora" - que possa não estar totalmente comprometido
com qualquer dos vários grupos que fazem funcionar a estabelecimento- pode
favorecer a criação de uma falsa equipe de interventores no interior desse mesmo
estabelecimento. É claro que essa equipe de interventores interna tem chances de ser
composta por pessoas que comumente detêm a poder no dito estabelecimento e, sob
esta perspectiva, a questão do poder ficaria como algo inanalisável. (...) As pessoas
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que se arriscam a fazer tal análise não sendo protegidas pela triangulação, não
pertencendo ao staff do estabelecimento ou não estando comprometidas com
rivalidades pelo poder, individuais ou grupais, dentro do estabelecimento ou incidindo
sobre este (caso comum nas intervenções realizadas para e/ou pelo Estado), podem
sofrer diretamente a repressão das autoridades. “
• O conceito de “restituição”:
“A restituição, enquanto conceito socioanalítico, supõe que se deva, e se possa, falar
de algumas coisas que, em geral, são deixadas à sombra. Essas coisas seriam as
comumente silenciadas, faladas apenas em corredores, cafés, ou na intimidade do
casal. De fato, para nós, tais "coisas" são aquela "fala" institucional que não pode ser
"ouvida" de forma pública. Há, freqüentemente, um aspecto de indiscrição no conceito
de restituição e, mesmo, o risco de se cair na denúncia meramente recriminatória. É
preciso estar muito atento quando se maneja essa técnica e a melhor maneira de
combater seus riscos - a mera indiscrição, a acusação revanchista, as denúncias
impotetizantes, as alianças espúrias e, até, irrefletidas... - é aplicá-la a si mesmo. Ou
seja, deve-se enunciar "coisas", e não denunciar outrem.”
MULTIVIX CACHOEIRO
“(...) a restituição na socioanálise, para ser verdadeiramente construtiva, supõe o
respeito a certas regras. Entre estas, certamente, as regras ontológicas da discrição, e
as regras técnicas relativas à escolha do momento oportuno para a restituição. É um
pouco como na vida cotidiana, quando escolhemos o que deve ser dito das coisas que
pensamos (e quando). Realmente nunca dizemos tudo a que pensamos, não importa
em qual situação. “
“A pesquisa para nós, continua após a redação final do texto, podendo até mesmo, ser
interminável. Se a população estudada recebe essa restituição, pode se apropriar de
uma parte do status do pesquisador. se tornar uma espécie de "pesquisador-coletivo",
sem a necessidade de diplomas ou anos de estudos superiores, e produzir novas
restituições, tanto ao agora talvez ex-pesquisador quanto ao presente social mais
imediato ou global. Isso seria, efetivamente, a socialização da pesquisa. “

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