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Moral paralela na administração pública

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A questão da moral paralela na administração pública
A questão da moral paralela na administração pública
JOÃO PAULO CALDEIRA
TER, 18/02/2014 - 14:18
Por Samuel Dourado
Comentário ao post "As limitações do Conselho Nacional da Justiça"
Nassif,
Você levanta corajosamente, um tema da maior relevância para a sociedade brasileira.
Principio, com a citação de trecho do Livro da Professora Maria Sylvia Z. DI PIETRO-DIREITO ADMINISTRATIVO 12ª ED. ATLAS, página 80:
Diz a autora: "Merece menção  a obra de Agustim Gordillo( 1982:74-78)”-  ‘fala sobre a existência de uma admininstração paralela, ou seja de um ""parassistema jurídico-adminitrativo, que revela existirem, concomitantemente, procedimentos formais e informais, competências e organização formais e informais, a Constituição real e o sitema paraconstitucional, o governo instituído e o governo paralelo e, também, a existência de dupla moral ou de duplo standard moral, que está presente em todos os setores da vida publica ou privada.
[…]a dupla moral implica o reconhecimento de que o sistema não deve ser cumprido fiel nem integralmente, que ele carece de sentido; é o parassistema o que dá realidade e sentido obrigacional às condutas individuais’
Continua a Autora: “É a existência dessa moral paralela na Administração Pública um problema crucial de nossa época, por deixar sem qualquer sansão atos que, embora legais, atentam contra o senso comum de honestidade e de justiça.
Segundo Gordillo, é só por meio da participação popular no controle da Adminintração Pública que sera possível supercar a existência dessa adminintração paralela e, em consequência, da moral paralela.”
A criação do CNJ, foi uma conquista do povo brasileiro. Não vou dizer que foi empenho do Pres. Lula e de juristas nacionalistas em seu redor, que me atirarão pedras. Enfim, para não politizar o tema no mau sentido e cair na vala comum da superficialidade, há que se reconhecer que foi um avanço a criação do CNJ, em que pese seu posterior aparelhamento pela elite branca facista.
Mas, isto não basta, para sairmos das sombras das elites brancas encasteladas no judiciário desde sempre. Elas, as tradicionais famílias jurídicas, os magistrados que vieram para aparelhar o judiciário na defesa do poder econômico hegemônico, etc...
Os avanços subsequentes à criação do CNJ, passam pela organização da sociedade civil em associações, como o IDEC-Instituto de Defesa do Consumidor.
Reclamo a criação do INSTITUTO DE DEFESA DO CIDADÃO,  contra a prática de magistrados comprados que atuam:
1-pelo capitalismo selvagem ( CARTELIZAÇÃO, MONOPÓLIO, OLIGOPÓLIO, contratos leoninos, ETC..)
2-pelo jogo de azar,
3-pelo crime organizado,
4-pelas multinacionais ( CARTELIZAÇÃO, lavagem de dinheiro, monopólio, articulação global para evasão de divisas)
5-por outras entidades civis organizadas e infiltradas no serviço público, para obtenção de privilégios.
6-para expropriação dos recursos naturais a preços de banana, com prejuízo ao meio ambiente.
7-pelas ongs internacionais, que querem o controle da agricultura brasileira e de nossas florestas.
 
O fato nu e cru é, que o judiciário brasieiro, citado pelos seus próprios membros e sentido por todos é:
a- elitista em suas convicções jurisdicionais.
b- não acessível ao cidadão comum.
c- controlado por um poder paralelo em vastas áreas do dirteito, especialmente, do direito comercial e empresarial, onde atuam as empresas multinacionais cartelizadas que dominam o mercado agrícola, entre outros.
d- incerto, impreciso em injusto em muitas de suas decisões;
e- lento na solução dos impasses jurídicos;
f- oneroso ao estado, que sustenta em seu seio, uma elite faustosa, arrogante, consumista, reacionária que se acha, acima da lei. Intocável pela blindagem de seus pares.
g- fechado em si mesmo e para si, sem a possibilidade concreta e tempestiva, de qualquer cidadão poder se insurgir, contra atos abusivos de magistrados que violam diuturnamente, o Ordenamento Jurídico e os direitos de seus jurisdicionados, especialmente dos mais fracos em favor dos poderosos.
Evidentemente, que a crítica é direcionada a membros do judiciário e, não à Instituição tão necessária a todos e, que contém em seus quadros, homens de valor e caráter acima de qualquer suspeita, a quem rendo minhas mais sinceras homenagens e respeito.
A crítica é direcionada aos magistrados que fazem do judiciário, um balcão de negócios.
A crítica é focada nos magistrados que não motivam adequadamente suas decisões, no mais das vezes Teratológicas e, nem por isto, são incomodados e, até mesmo, em certos casos, defendidos pela cúpula, local, regional ou nacional.
Contra este mal o remédio é a organização da sociedade civil, que tem se mostrado prostrada diante do avassalador poder econômico que orienta e conduz boa parte das decisões no Judiciário brasileiro.
Não podemos nunca, nos esquecermos, que somos fruto de uma sociedade cuja elite econômica é golpista, autoritária entreguista e viúva do golpe de 1964. Esta elite facista, ainda, manobra nos bastidores as principais decisões de cunho econômico que passam pelas mãos do judiciário.
Chego a dizer, que a elite branca de fora, com mais mulculatura do que a tupiniquim facista, arrasta suas vítimas para a esfera judicial, para ali, através do tráfico de influência e, pelas mãos sujas de magistrados inescrupulosos, dilapidarem patrimônio alheio.
Chegam ao ponto de patrocinarem a criação de JURISPRUDÊNCIA em alta Corte, sob encomenda de seus interesses escusos, mesmo, que está jurisprudência não contenha nenhum ELEMENTO CONSISTENTE DE RAZOABILIDADE.
Tudo isso, passa ao largo do conhecimento da maioria dos blogueiros, que dirá da população brasileira.
DIREITO ADMINISTRATIVO - PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PARTE V
Moralidade Administrativa
Nem todos os autores aceitam a existência desse princípio; alguns entendem que o conceito de moral administrativa é vago e impreciso ou que acaba por ser absorvido pelo próprio conceito de legalidade.
No entanto, antiga é a distinção entre Moral e Direito, ambos representados por círculos concêntricos, sendo o maior correspondente à moral e, o menor, ao direito. Licitude e honestidade seriam os traços distintivos entre o direito e a moral, numa aceitação ampla do brocardo segundo o qual non omne quod ficet honestum est (nem tudo o que é legal é honesto).
Antônio José Brandão (RDA 25:454) faz um estudo da evolução da moralidade administrativa, mostrando que foi no direito civil que a regra moral primeiro se imiscuiu na esfera jurídica, por meio da doutrina do exercício abusivo dos direitos e, depois, pelas doutrinas do não-locupletamento à custa alheia e da obrigação natural. Essa mesma intromissão verificou-se no âmbito do direito público, em especial no direito administrativo, no qual penetrou quando se começou a discutir o problema do exame jurisdicional do desvio de poder.
implica saber distinguir não só o bem e o mal, o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, mas também entre o honesto e o desonesto; há uma moral institucional, contida na lei, imposta pelo Poder Legislativo, e há a moral administrativa, que "é imposta de dentro e vigora no próprio ambiente institucional e condiciona a utilização de qualquer poder jurídico, mesmo o discricionário".
Conforme assinalado, a imoralidade administrativa surgiu e se desenvolveu ligada à idéia de desvio de poder, pois se entendia que em ambas as hipóteses a Administração Pública se utiliza de meios lícitos para atingir finalidades metajurídicas irregulares. A imoralidade estaria na intenção do agente.
Essa a razão pela qual muitos autores entendem que a imoralidade se reduz a uma das hipóteses de ilegalidade que pode atingir os atos administrativos, ou seja, a ilegalidade quanto aos fins (desvio de poder).
Certamente com o objetivo de sujeitar ao exame judicial a moralidade administrativa é que o desvio de poder passou a ser visto como hipótese de ilegalidade, sujeita, portanto, aocontrole judicial. Ainda que, no desvio de poder, o vício esteja na consciência ou intenção de quem pratica o ato, a matéria passou a inserir-se no próprio conceito de legalidade administrativa. 0 direito ampliou o seu círculo para abranger matéria que antes dizia respeito apenas à moral.
No direito positivo brasileiro a lei que rege a ação popular (Lei n. 4.717, de 29-6-65) consagrou a tese que coloca o desvio de poder como uma das hipóteses de ato administrativo ilegal, ao defini-lo, no artigo 22, parágrafo único, alínea "e", como aquele que se verifica "quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência".
Será então que se pode identificar o princípio da legalidade com o da mora administrativa?
Em face do direito positivo brasileiro, a resposta é negativa. A Constituição de 1967 falava, no artigo 82, V, em probidade administrativa, considerando-a crime de responsabilidade do Presidente da República; e a Constituição de 1988, além de repetir aquela norma no artigo 85, V, faz um avanço ao mencionar, no artigo 37, caput, como princípios autônomos, o da legalidade e o da moralidade, e, no § 42 do mesmo dispositivo, punir os atos de improbidade administrativa com a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Por sua vez, o artigo 52, inciso LXXIII, ampliou os casos
de cabimento de ação popular para incluir, entre outros, os que impliquem ofensa à moralidade administrativa. Além disso, a Emenda constitucional de Revisão n. 4, de 7-6-94, alterou o § 92 do artigo 14 da Constituição para colocar a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato como objetivos a serem alcançados pela lei que estabelecer os casos de inelegibilidades.
A Lei nº 1.079, de 10-4-50, que define os crimes de responsabilidade, prevê, no artigo 92, os crimes contra a probidade administrativa; em alguns deles, há ofensa direta à lei, como na hipótese de infringência às normas legais sobre provimento dos cargos públicos; em outros, isso não ocorre, como na hipótese de omissão ou retardamento doloso na publicação de atos do Poder Executivo, na de responsabilização dos subordinados por delitos funcionais e no de procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo.
Mesmo os comportamentos ofensivos da moral comum implicam ofensa ao princípio da moralidade administrativa (cf. Manoel de Oliveira Franco Sobrinho, 1974:11).
Além disso, o princípio deve ser observado não apenas pelo administrador, mas também pelo particular que se relaciona com a Administração Pública. São freqüentes, em matéria de licitação, os conluios entre licitantes, a caracterizar ofensa a referido princípio.
Em resumo, sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de eqüidade, a idéia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa.
É evidente que, a partir do momento em que o desvio de poder foi considerado como ato ilegal e não apenas imoral, a moralidade administrativa teve seu campo reduzido; o que não impede, diante do direito positivo brasileiro, o reconhecimento de sua existência como princípio autônomo.
Embora não se identifique com a legalidade (porque a lei pode ser Imoral e a moral pode ultrapassar o âmbito da lei), a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos, porque acarreta a invalidade do ato, que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. A apreciação judicial da imoralidade ficou consagrada pelo dispositivo concernente à ação popular (art. 52, LXXIII, da Constituição) e implicitamente pelos já referidos artigos 37, § 42, e 85, V, este último considerando a improbidade administrativa como crime de responsabilidade.
Merece menção a obra em que Agustin Gordillo (1982:74-78) fala sobre a existência de uma administração paralela, ou seja, de um "parassistema jurídico-administrativo, que revela existirem, concomitante mente, procedimentos formais e informais, competências e organização formais e informais, a Constituição real e o sistema paraconstitucional, o governo instituído e o governo paralelo e, também, a existência de dupla moral ou de duplo standard moral, que está presente em todos os setores da vida pública ou privada. Ele cita o caso do comerciante que quer denunciar o competidor desleal que não paga os impostos, o do estudante que "cola" nos exames, o do professor que não ensina, e em geral o de todos aqueles que exercem uma atividade qualquer sem dedicação, sem responsabilidade, sem vocação, sem espírito de servir à comunidade. Acrescenta ele que "a dupla moral implica o reconhecimento de que o sistema não deve ser cumprido fiei nem integralmente, que ele carece de sentido; é o parassistema o que dá realidade e sentido obrigacional às condutas individuais".
É a existência dessa moral paralela na Administração Pública um problema crucial de nossa época, por deixar sem qualquer sanção atos que, embora legais, atentam contra o senso comum de honestidade e de justiça.
Segundo Gordillo, é só através da participação popular no controle da Administração Pública que será possível superar a existência dessa administração paralela e, em conseqüência, da moral paralela.
Sobre moralidade administrativa, falamos, de modo mais aprofundado, no livro Discricionariedade Administrativa na Constituição de 1988.
fonte: Di Pietro, Maria Silvia. Direito Administrativo
Postado por Nelma Lima às 08:57

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