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Resumo DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
PARTE GERAL PESSOAS NATURAIS 
O princípio da eticidade tem por escopo valorizar o ser humano na sociedade, o que se dá mediante a efetivação dos princípios constitucionais, mormente o da dignidade da pessoa humana. defende que referido princípio, apesar de inserido na Constituição Federal, é, pela sua origem e pela sua concretização, um instituto de direito privado. Direito de Boa-fé.
enfatiza que a dignidade da pessoa humana "significa a superioridade do homem sobre todas as demais coisas que o cercam; é o homem como protagonista da vida social. Representa, então, a subordinação do objeto ao sujeito de direito".
A valorização do ser humano se dá na medida em que a confiança e a lealdade passam a ser imperativos das relações privadas, bem como pelo fato de o julgador ter maior poder na busca da solução mais justa e eqüitativa para os casos concretos que lhe são submetidos, mediante análise subjetiva da questão. Isso implica, em última análise, no afastamento do formalismo jurídico reinante durante a vigência da codificação anterior.
O princípio da socialidade, por sua vez, guarda íntima relação com o princípio da eticidade, sendo certo que a distinção feita entre eles é meramente metodológica. Isso porque as regras dotadas de conteúdo social são fundamentalmente éticas e as normas éticas têm afinidade com a socialidade.
Dessa forma, a finalidade do princípio da socialidade é afastar a mera aplicação do Direito Civil às relações dos particulares, eis que esses vínculos, em diversas oportunidades, podem interessar à sociedade como um todo, autorizando, por conseguinte, a intervenção estatal. Em suma: o princípio da socialidade objetiva afastar a visão individualista, egoística e privatística do Código Civil de 1916.
O princípio da operabilidade objetivou a facilitação da aplicação do novo Código Civil, ao afastar a idéia de completude da codificação anterior, e disciplinou a possibilidade de se recorrer a elementos exteriores para se atingir a Justiça, o que se dá, precipuamente, por meio das cláusulas gerais. se livrar do rótulo das "leis que não pegam", que são aquelas que não foram promulgadas para o mundo real, "mas para a satisfação de algum parlamentar que quis engrossar o seu currículo com o patrocínio de mais uma lei".
Conceito de personalidade jurídica 
A personalidade jurídica é um atributo essencial para ser sujeito de direito (art. 1º do CC). 
Para a teoria geral do direito civil a personalidade é uma aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações. 
Início da personalidade jurídica da pessoa natural 
O início da personalidade é marcado pelo nascimento com vida, conforme dicção do art. 2º do CC. 
Clinicamente o nascimento é aferível pelo exame de docimasia hidrostática de Galeno. 
Proteção jurídica do nascituro 
Nascituro é o ente já concebido, mas ainda não nascido. Deixando de lado as discussões teóricas sobre o início da personalidade jurídica (Natalista, Concepcionista e Personalidade Condicionada), é certo que a segunda parte do art. 2º do CC expressamente “põe à salvo os seus direitos”. Assim, pode-se afirmar que na legislação em vigor o nascituro: 
a) É titular de direitos personalíssimos (como o direito à vida); 
b) Pode receber doação, conforme dispõe o art. 542 do CC: “A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita por seu representante legal”; 
c) Pode ser beneficiado por legado e herança (art. 1798do CC); 
d) Pode ser-lhe nomeado curador para a defesa dos seus interesses (arts. 877 e 878 do CPC); 
e) O Código Penal tipifica o crime de aborto; 
f) Tem direito a alimentos. 
Capacidade de direito e capacidade de fato 
Por capacidade de direito, também conhecida como capacidade de gozo ou capacidade de aquisição, pode ser entendida como a medida da intensidade da personalidade. 
Todo ente com personalidade jurídica possui também capacidade de direito, tendo em vista que não se nega ao indivíduo a qualidade para ser sujeito de direito. 
Personalidade e capacidade jurídica são as duas faces de uma mesma moeda. 
A capacidade de fato, ao contrário da capacidade de direito possui estágios definidos no próprio Código Civil. 
Ele distingue duas modalidades de incapacidade, a saber: 
A incapacidade em absoluta e a relativa. 
Trata-se de um divisor quantitativo de compreensão do indivíduo. 
De acordo com o art. 3º do CC são considerados absolutamente incapazes: 
a) Os menores de 16 anos (art. 3º, CC) 
De acordo com o art. 4º do CC são considerados relativamente incapazes: 
a) Os maiores de 16 e menores de 18 anos (art. 4º);
b) Os ébrios habituais e os viciados em tóxico (art. 4º, 
II); 
c) aqueles, que oir causa transitória ou permanete, não puderem exprimir sua vontade (art. 4º, 
III); e
d) pródigos (art. 4º, IV)
Emancipação 
Trata-se de um uma hipótese de antecipação da aquisição da capacidade civil plena antes da idade legal. 
Três são as formas de emancipação: 
a) Emancipação voluntária – É aquela concedida por ato unilateral dos pais em pleno exercício do poder familiar, ou um deles na falta do outro, via instrumento público (Cartório de Notas – Escritura pública). 
b) Emancipação judicial – Realiza-se mediante uma sentença judicial, na hipótese de um menor posto sob tutela. Antes da sentença o tutor será, necessariamente,ouvido pelo magistrado (Código Civil art. 5º, parágrafo único, I, segunda parte). 
c) Emancipação legal – Ocorre em razão de situações descritas na lei. 
O art. 5º do CC nos traz as seguintes situações: 
1- O Casamento; 
- o divorcio, a separação, a viuvez do casamento não implica em retorno à incapacidade.
2- Exercício de emprego público efetivo (Estatais); 
3- Colação de grau em curso de ensino superior; 
4- Estabelecimento civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor de 16 anos completos tenha economia própria. 
Extinção da personalidade jurídica da pessoa natural 
A morte é o momento no qual a personalidade se extingue. 
Não se admite no ordenamento a hipótese de morte civil ou qualquer outro modo de perda da personalidade sem vida. 
Todavia é possível cogitar de uma presunção de morte, conforme se depreende da leitura do art. 7º do CC. 
O referido dispositivo trata de duas hipóteses de morte presumida. 
A primeira trata da probabilidade extrema de morte daquele que se encontre em perigo de vida. (CC art. 7º, I), tem aplicação perfeita nos casos envolvendo desastre, acidentes, catástrofes naturais, sendo certo que o parágrafo único desse dispositivo prevê que a declaração de morte somente será possível depois de esgotados todos os meios de buscas e averiguações do corpo da pessoa, devendo constar a sentença a data provável da morte da pessoa natural.
A segunda hipótese trata dos desaparecidos em campanha de guerra ou feito prisioneiro, caso não seja encontrado até 02 dois anos após o término da guerra (CC art. 7º, II). 
Ausência das pessoas naturais Ausente é aquele que desaparece de seu domicílio, sem que dele se tenha notícias. Assim, para caracterizar a ausência a não-presença do sujeito deve somar-se com a falta de notícias. A ausência é um processo no qual a proteção dos bens do desaparecido dá lugar à proteção dos interesses dos sucessores. Este processo tem três estágios, conforme a menor possibilidade de reaparecimento do ausente: 
a) Declaração da ausência e curadoria dos bens; 
b) Sucessão provisória; e 
c) Sucessão definitiva. 
O que é ausência? 
A ausência pode ser considerada como hipótese de morte presumida, decorrente do desaparecimento da pessoa natural, sem deixar corpo presente (morte real).
a) Da curadoria dos bens do ausente (arts. 22 a 25 do CC). 
Nessa primeira fase, desaparecendo a pessoa sem deixar notícias e não deixando qualquer representante ou deixando represente, mas este não aceite o encargo de administrar seus bens, é nomeado um curador para guardar seus bens, em açãoespecífica proposta pelo MP ou qualquer interessado, caso dos seus sucessores. 
Prevê o art. 25 do CC que cabe ao cônjuge do ausente a condição de curador legítimo, desde que não esteja separado de judicialmente ou de fato há mais de 2 anos. 
Ausente o cônjuge, serão chamados: 
- Os PAIS do ausente; 
- Na falta dos pais, serão chamados os descendentes, não havendo impedimento, sendo que o grau mais próximo exclui o mais remoto; 
- Na falta dos citado acima, deverá o juiz nomear um curador ad hoc ou dativo, entre as pessoas idôneas de sua confiança. 
b) Da sucessão provisória (arts. 26 a 36). 
Os interessados na herança do ausente poderão requerer a abertura da sucessão provisória, após: - um ano da arrecadação dos bens do ausente e da correspondente nomeação do curador; ou 
- três anos caso o ausente tenha deixado um representante. 
Quem é considerado interessado para pedir a referida sucessão? 
Segundo o artigo 27 CC são: 
I- O cônjuge não separado judicialmente; 
II- Os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
III- Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
IV- Os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
Uma vez publicada a sentença de sucessão provisória ela apenas começa a surtir efeitos após 180 dias após esta publicação, entretanto logo após o transito em julgado procederá à abertura do testamento se deixado pelo ausente, ou ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente tivesse falecido. 
Com a posse nos bens do ausente, passam os sucessores provisórios a representar ativa e passivamente o ausente em relação a terceiros. 
Mas os herdeiros poderão dispor dos bens do ausente da maneira que lhe aprouver? 
Não. Como se pode depreender da determinação do art. 31, segundo o qual “os bens imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando ordene o juiz, para lhes evitar ruína.” 
Ou conforme artigo 29, CC, que determina que o juiz poderá ordenar a conversão dos móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou títulos garantidos pela União. 
Os herdeiros terão direito a que? 
Na forma do art. 33, os herdeiros empossados, se descendentes, ascendentes ou cônjuges, terão direito a todos os frutos e rendimentos dos bens que lhe couberem. Já os demais sucessores, deverão capitalizar metade desses bens acessórios, com prestação de contas anual ao juiz competente. 
Por fim, e se durante a sucessão provisória for provado o efetivo falecimento do ausente? 
Neste caso, a sucessão provisória será convertida em sucessão definitiva, considerando-se aberta, na data comprovada, em favor dos herdeiros que o eram àquele tempo. 
c) Da sucessão definitiva (arts. 37 a 39 CC). 
Após 10 anos do transito em julgado da sentença da ação de sucessão provisória converte-se-á em definitiva. 
Esse prazo pode ser reduzido nos termos do artigo 38 CC, quando a pessoa houver desaparecido tiver mais de 80 anos e houver desaparecido há 5 anos.
Conforme o Art. 39,CC,se nos 10 anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, algum ascendente ou descendente, haverão só os bens existentes no estado que se acharem, os sub-rogados (Nessa modalidade de pagamento, um terceiro, que não o próprio devedor, efetua o pagamento da obrigação).
- Com representante – 23 anos de garantia; e
- Sem Representante – 21 anos de garantia.
DA COMORIÊNCIA
O artigo 8º do Código Civil determina que se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes procedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
Vejam tal artigo não exige que a morte tenha ocorrido no mesmo local, mas ao mesmo tempo, e quando essa regra é pertinente? 
Quando os falecidos forem pessoas da mesma família, e com direitos sucessórios entre si.
DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE 
O Código Civil em plena sintonia com a Constituição Federal atribui grande importância aos direitos de personalidade, tratando a matéria em capítulo específico. 
Mas qual o conceito de direitos de personalidade? 
Conceito. 
São aqueles direitos inerentes à pessoa e a sua dignidade. Têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais. 
Ademais é importante associar os direitos de personalidade com cinco grandes ícones, colocados em prol da pessoa no atual CC: a vida e integridade físico-psíquica, nome da pessoa natural ou jurídica, imagem, a honra e intimidade, direitos estes não redutíveis pecuniariamente. 
Características dos Direitos da Personalidade. 
Os direitos de personalidade são aquelas qualidades que se agregam ao homem, sendo: 
a) Absolutos – devem ser respeitados por todos, tem eficácia contra todos – erga omnes; 
b) Gerais - È um direito de todo ser humano, pelo simples fato de existir, sem qualquer distinção. 
c) Extrapatrimoniais - priori os direitos de personalidade são extrapatrimoniais, ou seja, há ausência de um conteúdo patrimonial direto; 
d) Indisponíveis - 
O Código Civil em seu artigo 11 determina: 
“ Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária
“os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não especificadamente prevista em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariando a boa-fé objetiva e os bons costumes. 
d) Imprescritíveis não há prazo para o seu exercício; 
e) Impenhoráveis – não podem ser penhorados; 
f) Vitalícios – nascem com o individuo e o acompanham até a morte; 
g) Intransmissíveis - é indicativa do caráter de que não pode ser transmitido ou comunicado de uma pessoa para outra
h) inalienáveis 
i) Irrenunciabilidade - tem seu fundamento na dignidade da pessoa humana.
OBS: LÊ ARTIGOS: 11 a 21 do Código Civil.
DIVISÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
- Direito ao Corpo Vivo e Morto (Art. 1º da Lei nº 9434/97 e Art. 199, §4º da CF/88)
- Direito a doação de Órgãos (em vida ou “Post-Mortem”)
integridade física, compreendendo: vida, alimentos, próprio corpo (vivo ou morto), corpo alheio e partes separadas do corpo; 
	b) integridade intelectual, compreendendo: liberdade de pensamento, autoria científica, literária e artística e, por fim; 
	- Direito do Autor – Art. 5, XXVII a XXIX, CF/88
	- Criação do Espírito (Lei nº 9610/98)
	- Criação Tecnológica (Lei nº 9279/96)
	c) integridade moral, compreendendo: honra, segredo profissional, segredo doméstico, direito de autor, identidade familiar, pessoal e social.
	- imagem 
	- Honra (Objetiva e Subjetiva – Art. 238 a 240, CP)
Honra objetiva e Honra subjetiva; a primeira é a imagem (reputação social) que as pessoas fazem do indivíduo; a segunda é o conceito que o próprio sujeito tem de si.
Contudo, este rol de direitos de personalidade é unicamente exemplificativo. Quando o tema é a personalidade humana, em nosso sentir, não cabe falar de taxatividade ou esgotamento de direitos. Não podemos limitar os direitos de personalidade, posto que são o mínimo para que se tenha a existência digna de um ser humano.
Personalidade da Pessoa Morta (Art. 12, 1º da CF/88)
Portanto, embora o direito da personalidade cesse com a morte da pessoa natural (mors omnia solvit), há que se ressaltar, com fundamento, de que se deve resguardar a dignidade do ser humano, bem como seus restos mortais que lhe representam, admitindo-se, desta forma a preservação do direito da personalidade do cadáver, tendo o legislador reservado tais direitos pos mortem, para que os familiares diretamente atingidos do morto, possam reclamar em juízo indenização pela violação ou lesão.
Direito da personalidade e a liberdade de impressa (Art. 5º, IX e 220, § 1º da CF/88)
O valor de caráter geral se ira sobrepor sobre o outro. 
Questão sobre: Transexualidade e o direito a mudança do registro civil (Art. 13, CC e Resolução CFM 1955/10)
Não há lei para mudança de Gênero, somenteJURISPRUDÊNCIA.
Solicitará na Vara de Família, aguardara a Sentença Judicial e mediante deferimento não haverá histórico na publicidade.
Pessoa Jurídica 
Conceito: 
É a unidade de pessoas naturais ou de patrimônio, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações; são 3 os seus requisitos: organização de pessoas ou de bens; lícitude de seus propósitos ou fins; capacidade jurídica reconhecida por norma.
Pessoas jurídicas de direito público externo: países estrangeiros, organismos internacionais, como ONU, OEA, etc..
Pessoas jurídicas de direito público interno: União, Estados, Municípios, os Territórios e as autarquias.
Pessoas jurídicas de direito privado: sociedades civis ou comerciais, as associações, os partidos políticos, as fundações e as entidades paraestatais, como as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos; são instituídas por iniciativa de particulares, conforme o art. 16 do CC.
Fundações Privadas: é um acervo de bens livres, que recebe da lei a capacidade jurídica para realizar as finalidades pretendidas pelo seu instituidor, em atenção aos seus estatutos; sua natureza consiste na disposição de certos bens em vista de determinados fins especiais, logo esses bens são inalienáveis; uma vez que assegura a concretização dos objetivos colimados pelo fundador, embora, em certos casos, comprovada a necessidade de venda, esta possa ser autorizada pelo magistrado, ouvido o MP, que a tutela, para oportuna aplicação do produto em outros bens destinados ao mesmo fim (arts.26e30) – (Doação, “Causa Mortis” – Legado). Finalidade SOCIAL.
Sociedade civil: é que visa fim econômico ou lucrativo, que deve ser repartido entre os sócios, sendo alcançado pelo exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos(Interdiciplinares); tem ela uma certa autonomia patrimonial e atua em nome próprio, pois sua existência é distinta dos sócios (CC, art. 20), de modo que os débitos destes não são da sociedade e vice-versa.
Associações: é a que não tem fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, etc. Finalidade SOCIAL.
Sociedades comerciais: visam lucro, mediante exercício de atividade mercantil; para diferenciá-la da civil, basta considerar-se a natureza das operações habituais; se estas tiverem por objeto atos de comércio, a sociedade será comercial, caso contrário, civil.
Empresa pública: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
Sociedade de economia mista: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria a União ou à entidade de Administração Indireta.
Existência legal: as pessoas jurídicas de direito público iniciam-se em razão de fatos históricos, de criação constitucional, de lei especial e de tratados internacionais, se tratar-se de pessoa jurídica de direito público externo.
Pessoas Jurídicas de direito privado, o fato que lhes dá origem é a vontade humana, sem necessidade de qualquer ato administrativo de concessão ou autorização, salvo os casos especiais do CC (arts. 18 e 20,§§ 1º e 2º), porém a sua personalidade jurídica permanece em estado potencial, adquirindo status jurídico, quando preencher as formalidades ou exigências legais; o processo genético apresenta-se em 2 fases: a do ato constitutivo, que deve ser escrito, e a do registro público.
Capacidade da pessoa jurídica: 
Decorre da personalidade que a ordem jurídica lhe reconhece por ocasião de seu registro; essa capacidade estende-se a todos os campos do direito; pode exercer todos os direitos subjetivos, não se limitando à esfera patrimonial; tem direito à identificação, sendo dotada de uma denominação, de um domicílio e de uma nacionalidade; a pessoa jurídica tem capacidade para exercer todos os direitos compatíveis com a natureza especial de sua personalidade.
Responsabilidade contratual: 
A pessoa jurídica de direito público e privado, no que se refere à realização de um negócio jurídico dentro do poder autorizado pela lei ou pelo estatuto, deliberado pelo órgão competente, é responsável, devendo cumprir o disposto no contrato, respondendo com seus bens pelo inadimplemento contratual (CC, art. 1.056); terá responsabilidade objetiva por fato e por vício do produto e do serviço.
Responsabilidade extracontratual: 
As pessoas de direito privado devem reparar o dano causado pelo seu representante que procedeu contra o direito; respondem pelos atos ilícitos praticados pelos seus representantes, desde que haja presunção juris tantum de culpa in ligendo ou in vigilando , que provoca a reversão do ônus da prova, fazendo com que a pessoa jurídica tenha de comprovar que não teve culpa nenhuma (STF, Súmula 341); 
As pessoas de direito público são civilmente responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando dever prescrito por lei, salvo o direito regressivo contra os causadores do dano; bem como as de direito privado que prestem serviços públicos.
Domicílio: é a sua sede jurídica, onde os credores podem demandar o cumprimento das obrigações; é o local de suas atividades habituais, de seu governo, administração ou direção, ou, ainda, o determinado no ato constitutivo.
Fim da pessoa jurídica: as pessoas de direito público extinguem-se pela ocorrência de fatos históricos, por norma constitucional, lei especial ou tratados internacionais; termina a pessoa de direito privado, conforme prescreve os arts. 21, 22, § único, e 30, § único, do CC: 
a) pelo decurso do prazo de sua duração; 
b) pela dissolução deliberada unanimemente entre os membros; 
c) por determinação legal, quando se der qualquer uma das causas extintivas previstas no art. 1.399 do CC; 
d) por ato governamental; 
e) pela dissolução judicial. Percebe-se que a extinção da pessoa jurídica não se opera de modo instantâneo; qualquer que seja o fator extintivo, tem-se o fim da entidade; porém se houver bens de seu patrimônio e dívidas a resgatar, ela continuará em fase de liquidação, durante a qual subsiste para a realização do ativo e pagamento de débitos, cessando, de uma vez, quando se der ao acervo econômico o destino próprio; sua existência finda pela sua dissolução e liquidação.
Grupos despersonalizados: constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de bens sem personalidade jurídica e com capacidade processual, mediante representação; dentre eles podemos citar a família, as sociedades irregulares, a massa falida, as heranças jacente e vacante, o espólio e o condomínio.
Despersonalização da pessoa jurídica: o órgão judicante está autorizado a desconsiderar a personalidade jurídica (Art. 50, CC), se houver, de sua parte: 
- abuso de direito, 
- desvio de finalidade ou excesso de poder, 
- lesando consumidor; 
- infração legal ou estatutária, por ação ou omissão, em detrimento ao consumidor; 
- falência, insolvência, encerramento ou inatividade, em razão de sua má administração; 
- obstáculo ao ressarcimento dos danos que causar aos consumidores, pelo simples fato de ser pessoa jurídica (Lei 8.078/90, art. 28); na hipótese de desconsideração, haverá responsabilidade subsidiária das sociedades integrantes do grupo societário e das controladas, responsabilidade solidárias das sociedades consorciadas e responsabilidade subjetiva das coligadas, que responderão se sua culpabilidade for comprovada.

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