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Aspectos Sociológicos e Antropológicos Aula 8

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Aspectos Sociológicos e Antropológicos Aula 8
 Nesta aula estudaremos a história humana, que segundo Max Weber, poderia ser definida como um processo crescente de racionalização das relações sociais. O agir em sociedade pressupõe determinadas normas, que se enraízam e institucionalizam. Na medida em que as relações sociais se tornam mais complexas, maiores os desafios para se estabelecer níveis de consenso que possam abrigar as diferentes relações sociais. Com o estabelecimento do Estado Moderno e as formas de dominação legítima que lhe são correspondentes, a efetivação da autoridade nacional passa a depender de um quadro administrativo profissional e hierarquizado, o que Weber definia como burocracia. Neste momento o exercício da autoridade passa a depender, de forma crescente, da legitimidade estabelecida pelo direito racional. É justamente a partir da necessidade de formação deste quadro de funcionários, que se submetem à autoridade por meio de princípios cada vez mais racionais, que as práticas de educação assumem importância crucial para a análise desenvolvida pela sociologia weberiana.
 A história humana, segundo Max Weber, poderia ser definida como um processo crescente de racionalização das relações sociais. O agir em sociedade pressupõe determinadas normas, que se enraízam, institucionalizam e em seguida assumem a forma de leis. Na medida em que as relações sociais se tornam mais complexas, maiores também se tornam os desafios para conciliar os diferentes interesses em jogo. É neste sentido que Weber imagina a sociedade humana como inserida num processo contínuo de aprimoramento da subjetividade ou racionalidade, que envolve as relações sociais. Este movimento implicaria no crescente abandono de concepções místicas e tradicionais, no que se refere à constituição dos diferentes princípios de autoridade, incluindo-se aí o próprio Estado. Para explicar este movimento, Weber constrói novamente uma tipologia, num sentido ideal, destinada a analisar as diferentes formas de dominação legítima. Segundo este autor, existiriam três tipos puros ou ideais de dominação legítima.
Dominação Tradicional - É baseada nas tradições e mais diretamente relacionadas às monarquias absolutistas do período conhecido como idade moderna.
Dominação Carismática - É baseada no carisma do líder e geralmente se caracteriza por períodos de ruptura institucional.  
Dominação Racional Legal - É baseada na racionalidade e nas disposições legais, como no caso do Estado Moderno. Essa dominação é relacionada ao Estado de Direito e à presença de uma burocracia em termos administrativos.
 É neste momento que a sociologia weberiana atribui um significado relevante para as práticas de educação. É importante que você entenda bem estes conceitos: Para Weber, a educação é o modo pelo qual os indivíduos são preparados para exercer funções, relacionadas à nova realidade caracterizada pela racionalização da vida, tanto na administração do aparelho de estado, quanto nas empresas capitalistas. Segundo a sociologia weberiana, as práticas de educação passariam a se caracterizar por um conjunto de conteúdos voltados para o treinamento de indivíduos, a fim de que se tornassem aptos a desempenhar variadas funções tanto no Estado, quanto nas empresas.  Neste sentido, a própria condução do processo político se daria em moldes mais racionais. A sociedade capitalista, segundo Weber, teria desenvolvido práticas de educação cujo objetivo seria treinar o indivíduo, ao invés de simplesmente cultivar o seu intelecto. Educar de modo a desenvolver um sentido mais racional, nas diferentes relações sociais passou a ser fundamental para o Estado na sociedade capitalista, uma vez que este “novo” homem não deveria mais obediência a princípios místicos e sobrenaturais, mas sim ao direito racional. 
 Para refletir sobre a sociologia da educação, Weber constrói alguns conceitos como o da Pedagogia do Cultivo e o da Pedagogia do Treinamento. 
Pedagogia do cultivo - É um conjunto de práticas destinadas a formar um tipo de indivíduo culto, o que implica transformações no seu comportamento interior e exterior. Este processo assumiria o sentido de uma “qualificação cultural” no sentido de uma educação de caráter abrangente, o que traria implicações no sentido do status e da própria qualidade de vida do indivíduo. Nas sociedades pré-industriais estas práticas estariam restritas às elites sociais e intelectuais.  
Pedagogia do treinamento - São as práticas de educação dominantes do Capitalismo. Segundo o autor, com a racionalização da vida social e a crescente burocratização do Estado moderno, a educação deixa gradualmente de ter como objetivo a “qualidade da posição do homem na vida” e passa a se constituir num projeto especializado com o objetivo de formar peritos e especialistas com vistas ao mercado de trabalho. Weber percebia com certa melancolia esta relação com o conhecimento, que poderia ser percebida como uma espécie de “depressão intelectual”.
 Para Weber, a Pedagogia do Treinamento, imposta pela racionalidade da sociedade capitalista, se apresentava como um forte obstáculo ao desenvolvimento do talento e da própria realização pessoal dos homens, de um modo geral. Esta era uma racionalidade que mantinha uma relação utilitarista com o conhecimento, destinada apenas à obtenção de poder e dinheiro.

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