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21 Macroeconomia Aberta • Uma caracterŒstica das rela«÷es econ’micas internacionais … fato o de envolverem diferentes unidades monet¡rias, nas transa«÷es realizadas. • Quando dois paŒses efetuam transa«÷es econ’micas entre si, entram necessariamente em jogo duas moedas, exigindo que se fixe a rela«√o de troca entre ambas, ¿ qual se d¡ o nome de taxa de c¬mbio. • Taxa de c¬mbio: rela«√o entre o valor de duas unidades monet¡rias, indicando o pre«o da moeda estrangeira em unidades de moeda nacional. Regimes Cambiais • Def: conjunto de regras e institui«÷es por meio das quais s√o feitos os pagamentos internacionais. • Podemos reconhecer dois tipos b¡sicos de regime cambial: o de taxas flexŒveis e o de taxas fixas . Regimes Cambiais • Taxa de Cambio FlexŒvel: o pre«o da moeda estrangeira (taxa de c¬mbio) … determinado pelo mercado, da mesma forma que o pre«o de uma mercadoria qualquer. • Taxa de Cambio Fixa: a fixa«√o da taxa de c¬mbio … administrada pelas autoridades monet¡rias (Banco Central). Taxa de C¬mbio FlexŒvel • As condi«÷es sob as quais se d¡ a compra e venda de divisas fazem com que o mercado cambial se aproxime do modelo de concorrÀncia perfeita. • Assim, a determina«√o da taxa de c¬mbio se far¡ pela intera«√o da oferta e demanda de divisas. Determina«√o da taxa de c¬mbio de equilŒbrio num regime de taxa de c¬mbio flexŒvel. Quem oferta e quem demanda divisa (moeda estrangeira) no mercado cambial? • Exportadores de mercadorias ofertam divisas no mercado cambial (vendem bens e recebem U$$ por eles. Querem ent√o vender US$ para comprar R$) • Importadores de mercadorias demandam divisas; • Turistas estrangeiros ofertam divisas enquanto visitam nosso PaŒs (precisam trocar seus US$ por reais para poder gastar no paŒs!) • Turistas nacionais demandam divisas quando visitam outros paŒses (precisam ir a casa de c¬mbio pegar moeda estrangeira para gastar no paŒs ao qual visitam) • Empresas e ‘rg√os governamentais ofertam divisas quando tomam dinheiro emprestado no exterior (recebem empr…stimo em US$) • Investidores estrangeiros ofertam divisas quando aplicam a sua poupan«a no PaŒs. • ῆ Prestadores de servi«os (seguradoras, empresas a…reas e de navega«√o, etc.) ofertam quando residentes no PaŒs; demandam divisas quando s√o estrangeiros. • ῆ Filiais de empresas multinacionais demandam moeda estrangeira quando desejam remeter lucros para suas matrizes (querem trocar R$ gerados aqui por US$ para enviar a suas matrizes) • ῆ A saŒda de amortiza«÷es e o pagamento de juros de empr…stimos contraŒdos no exterior demandam moeda estrangeira (᾿meu credor … estrangeiro, logo que receber em sua moeda῀) Vantagens do regime de C¬mbio fl…xivel • Uma vantagem do sistema de taxa de c¬mbio flexŒvel decorre do fato de os desequilŒbrios tenderem a se autocorrigir: • um excesso de demanda por moeda estrangeira, por exemplo, acarreta um aumento de seu pre«o (uma desvaloriza«√o da moeda nacional) estimulando as exporta«÷es e desestimulando as importa«÷es • *N√o h¡ necessidade de interven«√o do BC via compra e venda de d‘lares, ou seja o mercado cambial n√o afeta, em princŒpio, o nŒvel de reservas internacionais. Desvantagens do Regime de C¬mbio FlexŒvel • Por outro lado, a livre flutua«√o da rela«√o entre moedas pode causar muita volatilidade no nŒvel da taxa de c¬mbio. • Exemplo: Brasil no final de 2002 Incerteza quando a polŒtica econ’mica: perspectiva de vit‘ria da oposi«√o despertou temores de grandes mudan«as na polŒtica econ’mica, do que decorreu um aumento acentuado na demanda por d‘lares demanda por US$ e (real se desvalorizou) Essa volatilidade cambial (e suas conseq›Àncias) fornece um argumento a favor de interven«÷es das autoridades monet¡rias no mercado de c¬mbio, com o prop‘sito de garantir certa estabilidade nas cota«÷es. Regime de C¬mbio Fixo • Def: Nesse regime, a autoridade monet¡ria (Banco Central) fixa a taxa de c¬mbio e interv…m no mercado cambial, de modo a equilibrar oferta e demanda no nŒvel da taxa estabelecida. • Exemplo: Se BC fixa taxa de c¬mbio em eᾼ eᾼ>e* e Qo>Qd ter¡ uma press√o para e BC compra o execente de moeda estrangeira Reservas Internacionais • Dessa forma, oscila«÷es no mercado n√o afetam a taxa de c¬mbio, mas apenas o nŒvel de reservas internacionais • © claro que um paŒs n√o pode manter indefinidamente uma taxa de c¬mbio inferior a Te, pois suas reservas internacionais se esgotariam. • Por outro lado, o Banco Central n√o pode tamb…m absorver indefinidamente excessos de oferta de divisas, acumulando reservas, no caso em que a taxa de c¬mbio for continuadamente superior a Te, pois para isso o Banco teria que injetar continuamente moeda nacional na economia (j¡ que o Banco Central compra as divisas com moeda nacional), e esse aumento na oferta de moeda traria press÷es inflacion¡rias. • PaŒs tamb…m pode influenciar mercado cambial por meio da taxa de juros • Ex: se h¡ excesso de demanda (Qd>Qo): um aumento de juros, internamente, atrair¡ capitais externos, aumentando a oferta de moeda estrangeira. Vantagens e desvantagens do c¬mbio fixo • A principal vantagem … a estabilidade na cota«√o da moeda estrangeira, facilitando o planejamento de neg‘cios que envolvam transa«÷es internacionais. • As desvantagens decorrem dos efeitos colaterais dos mecanismos ou das polŒticas que garantem tal estabilidade. Regimes Intermedi¡rios • o pre«o da moeda estrangeira …, em princŒpio, fixado pelo mercado, sem interven«√o governamental (e sem necessidade de mobiliza«√o das reservas internacionais do paŒs, no caso de d…ficit), como no regime de taxa flexŒvel. • Mas, se ocorrem varia«÷es na taxa julgadas excessivas, ent√o o Banco Central interv…m: – Vende divisas se acha o pre«o alto – Compra divisas se acha o pre«o baixo • © o que acontece no Brasil atualmente (flutua«√o suja) Taxa de C¬mbio Real vs Nominal• Taxa de c¬mbio nominal: anunciada diariamente no jornal. • Taxa de c¬mbio real: taxa de c¬mbio nominal expurgada dos efeitos da infla«√o, tanto dom…stica quanto externa. A Paridade do Poder de Compra • De acordo com a teoria da paridade do poder de compra, um d‘lar deve ser capaz de comprar a mesma quantidade de bens em todos os paŒses. • Assim, a taxa de c¬mbio nominal entre dois paŒses deve refletir os nŒveis de pre«os desses dois paŒses. Paridade do poder de compra ᾶ o Œndice Big Mac Macroeconomia das Economias Abertas: Conceitos B¡sicos • Economias Abertas e Fechada – Uma economia fechada … uma economia que n√o interage com outras economias do mundo • N√o h¡ exporta«÷es, importa«÷es ou fluxos de capital. – Uma economia aberta … uma economia que interage livremente com outras economias do mundo. Macroeconomia das Economias Abertas: Conceitos B¡sicos • Uma Economia Aberta – Uma economia aberta interage com outros paŒses de duas maneiras. • Ela compra e vende bens e servi«os nos mercados mundiais de produtos. • Ela compra e vende ativos de capital, como a«÷es e tŒtulos, nos mercados mundiais. O Fluxo de Bens: Exporta«÷es, Importa«÷es e Exporta«÷es LŒquidas • Exporta«÷es s√o bens e servi«os que s√o produzidos internamente e vendidos no exterior. • Importa«÷es s√o bens e servi«os que s√o produzidos no exterior e vendidos internamente. O Fluxo de Bens: Exporta«÷es, Importa«÷es e Exporta«÷es LŒquidas • Exporta«÷es lŒquidas (EL) s√o o valor das exporta«÷es de um paŒs menos o valor de suas importa«÷es. • As exporta«÷es lŒquidas tamb…m s√ochamadas de balan«a comercial . O Fluxo de Bens: Exporta«÷es, Importa«÷es e Exporta«÷es LŒquidas • Um d…ficit comercial … a situa«√o em que as exporta«÷es lŒquidas ( EL) s√o negativas. – Importa«÷es > Exporta«÷es • Um super¡vit comercial … a situa«√o em que as exporta«÷es ( EL) s√o positivas. – Exporta«÷es > Importa«÷es • Um equilŒbrio comercal … a situa«√o em que as exporta«÷es lŒquidas s√o zeroᾷexporta«÷es e importa«÷es s√o exatamente iguais. O Fluxo de Bens: Exporta«÷es, Importa«÷es e Exporta«÷es LŒquidas • Fatores que Afetam as Exporta«÷es LŒquidas – As preferÀncias dos consumidores por bens dom…sticos e estrangeiros. – O pre«os dos bens internamente e no exterior. – A taxa de c¬mbio ¿ qual as pessoas podem usar a moeda interna para comprar moedas estrangeiras. O Fluxo de Bens: Exporta«÷es, Importa«÷es e Exporta«÷es LŒquidas • Fatores que Afetam as Exporta«÷es LŒquidas – As rendas dos consumidores internamente e no exterior. – O custo do transporte dos bens de paŒs para paŒs. – As polŒticas do governo com rela«√o ao com…rcio internacional. O Mercado de Fundos de Empr…stimos Y = C + I + G + (X - M) (Y ᾶ T ᾶ C) + (T ᾶ G) + (M ᾶ X) = I • (Y ᾶ T ᾶ C) : poupan«a privada • (T ᾶ G) : poupan«a do governo • (M ᾶ X) : poupan«a externa • (M ᾶ X) : d…ficit de Transa«÷es Correntes no balan«o de pagamentos • Tem, como contrapartida, a entrada lŒquida de recursos do exterior, pelo saldo positivo na Conta Capital e Financeira (ver aula 19) • A essa entrada lŒquida damos o nome de Investimento LŒquido do Exterior no PaŒs (ILEP) = Poupan«a Externa • M ᾶ X = ILEP • O lado esquerdo da equa«√o acima … a demanda de divisas (moeda estrangeira) para compra de bens e servi«os no exterior, enquanto ILEP define a oferta de divisas com o objetivo de comprar ativos no paŒs. Sinterna + ILEP = I • O lado esquerdo da equa«√o acima … a oferta de fundos de empr…stimo (poupan«a interna e externa), enquanto I define a demanda de fundos de empr…stimo. • O ILEP … influenciado positivamente pela taxa de juros real interna (r) - para uma dada taxa de juros no exterior (r*). • A demanda por divisas (M ᾶ X) aumenta com a queda no seu pre«o, que … a taxa de c¬mbio real (er): O mercado de c¬mbio • Vamos supor por simplifica«√o que ILEP dependa apenas da taxa de juros nacional e n√o varia com a taxa de c¬mbio real (er). Como ILEP … a oferta de divisas, a oferta n√o varia com o c¬mbio: O mercado de c¬mbio • Juntando demanda e oferta no mercado cambial, chegamos ao equilŒbrio: O mercado de c¬mbio A taxa de c¬mbio … determinada pela oferta e demanda de moeda estrangeira. • At… o momento discutimos a oferta e demanda em dois mercados: o de fundos de empr…stimo (capitais/cr…dito) e o de c¬mbio (divisas). • Podemos notar que ILEP … a liga«√o entre esses dois mercados. • S + ILEP = I (mercado de capitais/cr…dito) • M ᾶ X = ILEP (mercado de c¬mbio) O equilŒbrio em uma economia aberta • O ILEP, como vimos, varia positivamente com a da taxa real de juros interna: O equilŒbrio em uma economia aberta • Juntando os dois mercados: O equilŒbrio em uma economia aberta • Assim, a taxa de juros afeta o mercado de c¬mbio, ao afetar o investimento lŒquido externo (ILEP). O equilŒbrio em uma economia aberta O equilŒbrio em uma economia aberta • Como uma dada situa«√o altera as curva de oferta e de demanda? • Usando os diagramas de oferta e demanda, como o equilŒbrio nos dois mercados … alterado? Efeitos de polŒticas governamentais TrÀs situa«÷es: • D…ficits or«ament¡rios (fiscais) • Mudan«as na polŒtica comercial (tarifas ou quotas de importa«√o) • Fuga de capitais Efeitos de polŒticas governamentais • Sabemos que um d…ficit fiscal reduz a poupan«a, aumentando a taxa de juros. • Esse aumento nos juros provoca um aumento do ILEP, j¡ que agentes no exterior investem mais no paŒs. • A oferta de divisas (d‘lares) se expande, provocando uma aprecia«√o do real (queda do pre«o do d‘lar). Ocorre um aumento de MᾶX, ou seja, potencialmente um d…ficit comercial. Efeitos de polŒticas governamentais Um d…ficit or«ament¡rio Efeitos de polŒticas governamentais Um d…ficit or«ament¡rio • Neste caso, um d…ficit fiscal provocou tamb…m um d…ficit comercial. N√o … incomum que uma deteriora«√o nas contas do governo tamb…m atrapalhe o balan«o de pagamentos. • Essa … a id…ia por tr¡s da hip‘tese dos d…ficits gÀmeos . Efeitos de polŒticas governamentais Um d…ficit or«ament¡rio • Uma tarifa ou quota de importa«√o reduz a demanda por dividas MᾶX, reduzindo o pre«o da moeda estrangeira. • Mas isso tende a aumentar as importa«÷es e reduzir as exporta«÷es, anulando ent√o o efeito superavit¡rio inicial da tarifa ou quota. • A €nica curva que se desloca … a curva de demanda por moeda estrangeira. Efeitos de polŒticas governamentais Uma mudan«a na polŒtica comercial Efeitos de polŒticas governamentais Uma mudan«a na polŒtica comercial • A conclus√o … que polŒticas comerciais n√o alteram (no longo prazo) a balan«a de exporta«÷es e importa«÷es (saldo de TC) • Como M ᾶ X = ILEP = S ᾶ I, o saldo s‘ pode ser afetado a longo prazo com altera«÷es em S e I. Efeitos de polŒticas governamentais Uma mudan«a na polŒtica comercial • Se existe a cren«a de que aumentaram os riscos de se investir em um paŒs, os investimentos externos s√o desviados para outros paŒses. © reduzido o influxo de ILEP diretamente. • Logo, tamb…m … reduzida a poupan«a e assim os juros aumentam. • Ao mesmo tempo , a oferta de divisas diminui e a moeda nacional se deprecia. • Lembre-se que … o ILEP liga os dois mercados . Efeitos de polŒticas governamentais Fuga de capitais Efeitos de polŒticas governamentais Fuga de capitais • Exemplo: elei«√o de Lula em 2002, crise em 2008, e muitos outros. Efeitos de polŒticas governamentais Fuga de capitais 21 Regimes Cambiais Regimes Cambiais Taxa de Câmbio Flexível Determinação da taxa de câmbio de equilíbrio num regime de taxa de câmbio flexível. Quem oferta e quem demanda divisa (moeda estrangeira) no mercado cambial? Vantagens do regime de Câmbio fléxivel Desvantagens do Regime de Câmbio Flexível Regime de Câmbio Fixo Vantagens e desvantagens do câmbio fixo Regimes Intermediários Taxa de Câmbio Real vs Nominal A Paridade do Poder de Compra Paridade do poder de compra – o índice Big Mac Macroeconomia das Economias Abertas: Conceitos Básicos Macroeconomia das Economias Abertas: Conceitos Básicos O Fluxo de Bens: Exportações, Importações e Exportações Líquidas O Fluxo de Bens: Exportações, Importações e Exportações Líquidas O Fluxo de Bens: Exportações, Importações e Exportações Líquidas O Fluxo de Bens: Exportações, Importações e Exportações Líquidas O Fluxo de Bens: Exportações, Importações e Exportações Líquidas O Mercado de Fundos de Empréstimos
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