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DIREITO PENAL MEDIDAS DE SEGURANÇA MEDIDAS DE SEGURANÇA O artigo 26 do Código Penal: “Art. 26: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.” MEDIDAS DE SEGURANÇA CONCEITO: De acordo com Capez, a MEDIDA DE SEGURANÇA é sanção penal imposta pelo Estado, na execução de uma sentença, cuja finalidade é exclusivamente preventiva, no sentido de evitar que o autor de uma infração penal que tenha demonstrado periculosidade volte a delinquir. MEDIDAS DE SEGURANÇA FINALIDADE: Ainda no conceito de Capez, define-se a finalidade: é exclusivamente preventiva, visando tratar o inimputável e o semi-imputável que demonstraram, pela prática delitiva, potencialidade para novas ações danosas.” MEDIDAS DE SEGURANÇA A QUEM SE DEVE APLICAR A MEDIDA DE SEGURANÇA? A MEDIDA DE SEGURANÇA se aplica aos que praticam crimes e que, por serem portadores de doenças mentais, não podem ser considerados responsáveis pelos seus atos e, portanto, devem ser tratados e não punidos. MEDIDAS DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA É PENA? Não! A MEDIDA DE SEGURANÇA é tratamento a que deve ser submetido o autor de crime com o objetivo de curá-lo ou, no caso de tratar-se de portador de doença mental incurável, de torná-lo apto a conviver em sociedade sem voltar a cometer crimes. MEDIDAS DE SEGURANÇA Há também dois sistemas para a aplicação da medida de segurança.... VICARIANTE: Adotado pelo nosso Código Penal, pois aplica pena ou medida de segurança. B) DUPLO BINÁRIO: Acumula as suas sanções impostas pelo Estado, tanto que não é o utilizado pelo nosso CP, pois, esse sistema lesa o Princípio do ne bis in idem. (Ninguém pode ser condenado uma ou mais vezes pelo mesmo fato) MEDIDAS DE SEGURANÇA APLICA-SE A SANÇÃO PENAL DA SEGUINTE FORMA: PENA para os imputáveis; MEDIDA DE SEGURANÇA para os inimputáveis, PENA OU MEDIDA DE SEGURANÇA semi-imputáveis (NUNCA AS DUAS SANÇÕES!) no caso do semi-imputável, é preciso a comprovação da periculosidade, para ser possível a substituição da pena por medida de segurança. MEDIDAS DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA: PENA: BASEADA NA PERICULOSIDADE DO AGENTE BASEADA NA CULPABILIDADE DO AGENTE Medida de segurança X Pena MEDIDAS DE SEGURANÇA PRINCÍPIOS Para as Medidas de Segurança aplicam-se os seguintes princípios: I - LEGALIDADE - Ninguém pode a ser punido, sem se, antes do ato ilícito exercido pelo agente, houver uma lei que determine que esse ato é um crime. II – ANTERIORIDADE - a Medida de Segurança só pode ser aplicada se sua cominação legal procede a prática do crime, pois em relação a ela vigora o principio da irretroatividade da LEX GRAVIOR. III - JURISDICIONALIDADE - Ela só pode ser aplicada pelo Juiz Criminal, mediante a observância do Due Process of law. IV – PROPORCIONALIDADE: Exige-se uma proporção e procura-se buscar, sempre, os meios menos gravosos possíveis para atingir-se os objetivos almejados. V – IGUALDADE: é o direito de não receber tratamento diferenciado, desfavorecido, onde não haja condições fáticas que exijam diferenciações legais. MEDIDAS DE SEGURANÇA ONDE ESTÃO OS DIREITOS DO INTERNADO? O internado tem seus direitos preservados e descritos no art. 3º da LEP. Entre os direitos do internado estão: Ser tratado com dignidade; Receber tratamento em local adequado e com profissionais; Receber tratamento por profissionais competentes; Que o tratamento aplicado tenha possibilidades e o objetivo de cura e recuperação; Que o internado tenha condições de voltar ao convívio social. MEDIDAS DE SEGURANÇA PRESSUPOSTOS A MEDIDA DE SEGURANÇA se baseia em dois pressupostos: *Ser praticado o fato previsto como crime; *Periculosidade do agente. MEDIDAS DE SEGURANÇA Como ensina Ataliba Nogueira, " É a probabilidade e não a mera possibilidade de que venha alguém a reincidir no crime." I - REAL - A periculosidade deve ser averiguada pelo juiz no caso concreto. II - Presumida - A lei estabelece que determinada pessoa é perigosa devendo o juiz sujeitá-lo a medida de segurança, sem necessidade de ser avaliada a situação de perigo que a lei presume ter o agente. PERICULOSIDADE.... MEDIDAS DE SEGURANÇA ESPÉCIES DE MEDIDA Art. 96. As medidas de segurança são: I – Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, a falta, em outro estabelecimento adequado; II – Sujeição a tratamento ambulatorial. LEMBRANDO! O TRATAMENTO AMBULATORIAL Não é internação, o agente permanece livre, realizando tratamento em clinica psiquiátrica. Se o crime é punido com reclusão, sendo inimputável ou semi-imputável, torna-se “OBRIGATÓRIA” à medida de segurança detentiva, isto é , a internação! MEDIDAS DE SEGURANÇA TIPOS DE ESTABELECIMENTOS Art. 99 – O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento. MEDIDAS DE SEGURANÇA QUAL O PRAZO MÁXIMO PARA A DURAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA? No Código Penal não foi definido prazo máximo para a MEDIDA DE SEGURANÇA , mas no art. 75 do CP está determinado que o tempo de prisão não será excederá os 30 anos. MEDIDAS DE SEGURANÇA SÚMULA 527 DO STJ “O TEMPO DE DURAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA NÃO DEVE ULTRAPASSAR O LIMITE MÁXIMO DA PENA ABSTRATAMENTE COMINADA AO DELITO PRATICADO”. MEDIDAS DE SEGURANÇA EXECUÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA * Só após o transito em julgado da sentença, poderá o juiz executar a medida de segurança. (Art. 171 LEP.) * Comprovada a cessação da periculosidade, o juiz determinará a suspensão da Medida de Segurança (Art. 179 LEP.) * Após a suspensão da Medida de Segurança, o agente estará submetido aos artigos 132 e 133 da LEP *Torna-se extinta a Medida de Segurança após um ano de sua suspensão, se não houver fato que indique periculosidade. MEDIDAS DE SEGURANÇA SUBSTITUIÇÃO DA PENA POR MEDIDA DE SEGURANÇA: A pena poderá ser substituída por medida de segurança em dois casos: Quando o condenado semi-imputável precisar de especial tratamento curativo (art. 98, CP); ou O condenado sobrevivendo à doença mental, deverá ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou, à falta, a outro estabelecimento adequado, (art. 41, CP). Nos 2 casos, a Medida de Segurança não pode ser superior ao da pena Substituída! MEDIDAS DE SEGURANÇA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE.... * Realizada a perícia e comprovada a cessação da periculosidade, o juiz determinará a suspensão da execução da medida de segurança, expedindo ordem para a desinternação ou a liberação, conforme artigo 179 da LEP. * Ao agente liberto, ficarão impostas as condições de livramento condicional, voltando este à situação anterior, se praticar qualquer ato que indique persistência de sua periculosidade (art.97,§3º). * É de competência do Ministério Público requerer a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior (art. 68, II,f , da LEP). * Por fim, a medida de segurança só fica extinta, após 1 ano da desinternação, se o agente não cometer fato indicativo de persistência da Periculosidade.
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