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Medidas de Segurança

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Medidas de Segurança
APRESENTAÇÃO
As medidas de segurança são medidas aplicadas aos inimputáveis e semi-imputáveis, e sempre 
serão aplicadas quando do cometimento de delito penal com internação em hospital de custódia 
e tratamento psiquiátrico ou em outro estabelecimento adequado, podendo ainda ser aplicado 
tratamento ambulatorial.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os fundamentos e a finalidade das medidas 
de segurança, quais são as hipóteses de aplicação das medidas de segurança, casos de 
desinternação ou liberação condicional, casos de reinternação, conversão e extinção da 
punibilidade das medidas de segurança.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os fundamentos e as finalidades das medidas de segurança.•
Identificar as hipóteses de aplicação das medidas de segurança.•
Analisar os casos de desinternação ou liberação condicional, reinternação do agente, 
conversão da pena em medida e extinção da 
punibilidade da medida de segurança.
•
INFOGRÁFICO
A pena e as medidas de segurança têm características distintas.
No Infográfico a seguir, veja as diferenças entre a pena e a medida de segurança.
CONTEÚDO DO LIVRO
A medida de segurança é considerada um tipo especial de sanção penal imposta e regulamentada 
pelo Estado. Nosso país, por ser um Estado constitucional democrático de direito, deverá sempre 
observar a aplicação das medidas de segurança, assegurando a estas os mesmos princípios 
constitucionais e as mesmas garantias que fundamentam a aplicação da sanção penal.
Na obra Direito Penal II, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Medidas 
de segurança e saiba mais sobre o assunto. 
DIREITO 
PENAL II
Juliana Kraemer
Micelli Teixeira
 
Medidas de segurança
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir os fundamentos e as finalidades das medidas de segurança.
  Identificar as hipóteses de aplicação das medidas de segurança.
  Analisar os casos de desinternação ou liberação condicional, rein-
ternação do agente, conversão da pena em medida e extinção da 
punibilidade da medida de segurança.
Introdução
A medida de segurança constitui uma espécie de sanção penal imposta 
pelo Estado. No momento de aplicação das medidas de segurança, 
deverão ser observadas garantias e princípios constitucionais que fun-
damentam a aplicação da sanção penal.
Neste capítulo, você vai ler sobre as medidas de segurança, os seus 
fundamentos e finalidades, analisando as hipóteses de aplicação e as 
suas consequências.
Fundamentos e finalidades da medida 
de segurança
A medida de segurança é uma providência do Estado, fundamentada no jus 
puniendi, imposta ao agente inimputável ou semi-imputável que pratica um 
fato típico e ilícito, com base no grau da sua periculosidade.
Medida de segurança
Dentro de nosso ordenamento jurídico, as medidas de segurança surgiram 
pela primeira vez no Decreto nº. 1.132, de 22 de dezembro de 1903. Esse 
decreto foi o responsável por reorganizar a assistência a doentes mentais 
C13_Medidas_seguranca.indd 1 04/09/2018 16:46:55
(conhecidos como alienados), porém, antes disso, outras legislações regraram 
essas medidas de tratamento, ainda naquele momento chamadas de penas. 
Para exemplificar tal fato, citamos o art. 12 do Código Criminal do Império, que previa 
o recolhimento dos doentes mentais às casas a eles destinadas ou o encaminhamento 
a suas famílias, sendo que a decisão caberia ao juízo criminal (FERRARI, 2001)
Assim, podemos dizer que a medida de segurança será toda a reação criminal, 
detentiva ou não detentiva, que se vincula à prática, pelo agente, de um fato ilícito 
típico, possuindo como pressuposto a sua periculosidade e objetivando finalidades 
de defesa social vinculadas à prevenção especial, podendo ser sob a forma de segu-
rança ou sob a forma de ressocialização. Funcionando da mesma forma da pena, a 
medida de segurança é uma espécie de sanção penal aplicada pelo Estado. Ambas 
possuirão a mesma natureza, fins preventivos, sendo, ambas, formas de controle da 
sociedade, devendo, dessa forma, observar as garantias e os princípios inerentes a 
elas (FERRARI, 2001).
Conforme Ferrari (2001), todos os instrumentos garantísticos inseridos 
na Constituição Federal valem automaticamente para o inimputável e para o 
semi-imputável sujeito a tratamento.
Todavia, em que pese seja o presente entendimento majoritário, Carvalho 
(2014) afirma que, no caso específico dos portadores de sofrimento psíquico, 
em nome da garantia de seus direitos, exclui-se a possibilidade de respon-
sabilização criminal, o que veda a imposição de penas e afasta todos os 
limites inerentes à pretensão punitiva, justificando a imposição de uma medida 
perpétua.
Assim, apenas com a promulgação do Código Penal de 1940 instituiu-se 
a sistematização das medidas de segurança no Brasil, passando a adotar o 
sistema do duplo binário. No sistema de duplo binário, Nucci (2014) aponta 
que, quando o réu praticava delito grave e violento, sendo considerado perigoso, 
recebia pena e medida de segurança. Dessa forma, uma vez terminada a pena 
privativa de liberdade, o réu continuava detido até cessar sua periculosidade, 
gerando, assim, um lapso temporal absurdo (FERRARI, 2001) 
Em 1984, houve a reforma implementada na Parte Geral do Código Penal 
brasileiro, por meio da Lei nº. 7.209, de 11 de julho de 1984, empregando 
alterações nas medidas de segurança. O legislador, então, passou a adotar o 
Medidas de segurança2
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sistema vicariante ou unitário, deixando para trás o sistema do duplo binário. 
Nesse novo sistema, ao semi-imputável era aplicada a pena reduzida de um 
terço a dois terços ou a medida de segurança, conforme mais adequado ao 
caso. Não era admitida a pena privativa de liberdade somada à medida de 
segurança, ainda que aplicadas em sequência. 
Finalidade da medida de segurança
A fi nalidade da medida de segurança é a adequação da reintegração social de 
um indivíduo considerado perigoso para a sociedade. O Código Penal brasileiro 
de 1940 instituiu e sistematizou a aplicação da medida de segurança, adotando 
(antes da reforma de 1984) o sistema duplo binário (pena cumulada com medida 
de segurança), no qual a medida de segurança poderia ser aplicada em conco-
mitância com a pena. Comenta a respeito Eduardo Reale Ferrari (2001, p. 35):
Divididas em detentivas ou não detentivas, as medidas de segurança clas-
sificavam-se como pessoais, conforme a gravidade do crime, bem como 
a periculosidade do agente, admitindo-se, outrossim, medidas de natureza 
patrimoniais, das quais exemplos constituíram o confisco, a interdição de 
estabelecimento e a interdição de sede de sociedade ou associação (art. 100). 
Tratava-se, assim, de uma resposta penal justificada pela periculosidade social, 
punindo o indivíduo não pelo que ele fez, mas pelo que ele era.
De forma diversa da pena, a medida de segurança possui uma finalidade 
originalmente preventiva voltada para o futuro do agente que praticou o delito. 
A medida de segurança se ajustará ao grau de periculosidade de cada agente, 
não à gravidade do fato delituoso cometido.
Assim, é correto afirmar que a medida de segurança terá a finalidade 
primordial de ser preventiva (prevenção especial), e sua maior missão será não 
permitir que o agente retorne a delinquir. Dessa forma, volta-se a ação para o 
futuro (não para o passado, como faz a pena). Busca-se então um atendimento 
à segurança social e, principalmente, ao interesse da obtenção da cura (daquele 
que a recebe) ou a possibilidade de um tratamento que minimize os efeitos da 
doença ou perturbação mental da qual seja portador (CUNHA, 2018).
Mesmo que a medida de segurança não seja uma pena, não deixa de ser 
uma espécie de sanção penal. Damásio de Jesus (1990), ao tratar desse assunto, 
alega que esse instituo possuinatureza essencialmente preventiva, no sentido 
de evitar que um sujeito que praticou um crime e se mostra perigoso venha a 
cometer novas infrações penais. 
3Medidas de segurança
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Fundamentos da medida de segurança
Para Damásio de Jesus (1990) e muitos outros que compartilham da sua doutrina, 
existem dois fundamentos essenciais para aplicação da medida de segurança: 
  prática de crime;
  potencialidade para novas ações danosas.
Todavia, os autores mais atuais — como Prado, Greco, Bitencourt, An-
dreucci e outros —sustentam a existência de três fundamentos:
  prática de fato punível;
  periculosidade do autor; 
  ausência de imputabilidade plena. 
Prática do fato punível
A prática de fato punível funciona como critério limitativo, com vistas a afastar 
a imposição de medidas de segurança pré-delitivas por razões de segurança 
jurídica (PRADO, 2008). O célebre Damásio de Jesus, por sua vez, traça um 
paralelo com o disposto no Código Penal: 
Tratando-se de agente semi-responsável (CP, art. 26, parágrafo único), não é 
suficiente que tenha cometido um fato típico. É necessário que seja também 
antijurídico; e ele, culpado. Faltando os requisitos da tipicidade ou da ilicitude 
do fato ou da culpabilidade do sujeito, não se impõe medida de segurança 
(JESUS, 1990, p. 476).
Embora o crime esteja amplamente abordado na Parte Geral — Título II — do 
Código Penal, em momento algum, é possível identificar o conceito de crime, 
para tanto, recorremos à doutrina.
Na visão de Greco (2006, p. 141), as considerações relevantes sobre o 
crime são: 
Embora o crime seja insuscetível de fragmentação, pois que é um todo uni-
tário, para efeitos de estudo faz-se necessária a análise de cada uma de suas 
características ou elementos fundamentais, isto é, o fato típico, a antijuridi-
cidade e a culpabilidade. Podemos dizer que cada um desses elementos, na 
ordem em que foram apresentados, é um antecedente lógico e necessário à 
apreciação do elemento seguinte. 
Medidas de segurança4
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Greco (2006) ainda complementa seu pensamento com os elementos que 
compõem a infração penal: fato típico, antijurídico e culpável, em conso-
nância com a teoria tripartida de crime, enfatizados no conceito analítico 
de delito (Quadro 1).
Fonte: Adaptado de Greco (2006).
Fato típico
Conduta (dolosa/culposa; comissiva/omissiva) resultado de 
nexo de causalidade e tipicidade (formal e conglobante).
Antijurídico
Quando o agente não atua em: estado de necessidade, 
legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e 
exercício regular de direito. 
Quando não houver o consentimento do ofendido com 
causa supralegal de exclusão da ilicitude.
Culpável
Imputabilidade, potencial consciência sobre a ilicitude do 
fato e exigibilidade de conduta diversa. 
Quadro 1. Elementos da infração penal
Dessa forma, a prática de fato típico punível é condição essencial para 
que o agente seja responsabilizado. Assim, não será aplicada a medida 
de segurança quando o agente pratica um fato típico contendo alguma 
espécie de excludente de criminalidade (estado de necessidade, legítima 
defesa, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito) 
ou de culpabilidade (a exemplo de coação moral irresistível e obediência 
hierárquica). 
Ainda segundo Bitencourt (2007), a presença de excludentes de crimi-
nalidade ou de culpabilidade e a ausência de prova impedem a aplicação de 
medida de segurança. Nucci (2005, p. 543), por sua vez, afirma que:
Deve-se assegurar ao agente, mesmo que comprovada sua inimputabili-
dade, o direito à ampla defesa e ao contraditório. Somente, após o devido 
trâmite processual, com a produção de provas, poderá o juiz, constatando 
a prática do injusto aplicar-lhe a medida de segurança. Acrescente-se que, 
se alguma excludente de ilicitude estiver presente, é obrigação do juiz, a 
despeito de se tratar de inimputável, absolvê-lo por falta de antijuricidade, 
sem aplicação de medida de segurança. Aliás, o mesmo deve ocorrer caso 
comprovada a insuficiência de provas, seja para a materialidade do delito, 
seja no tocante à autoria.
5Medidas de segurança
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Greco destaca o conceito de crime adotado por vários doutrinadores reno-
mados, como Damásio E. de Jesus, René Ariel Dotti, Júlio Fabbrini Mirabete 
e Celso Delmanto:
Entendem que o crime sob o aspecto formal, é um fato típico e antijurídico, 
sendo que a culpabilidade é um pressuposto para a aplicação da pena. Mes-
mo considerando a autoridade dos defensores desse conceito, entendemos, 
premissa vênia, que não só a culpabilidade, mas também o fato típico e a 
antijuridicidade são pressupostos para a aplicação da pena. Para chegarmos a 
essa conclusão, devemos nos fazer as seguintes indagações: — se, por alguma 
razão, não houver o fato típico, poderemos aplicar pena? Obviamente que a 
resposta será negativa, concluindo-se que o fato típico também é pressuposto 
de aplicação da pena; — se a conduta do agente não for antijurídica, mas sim 
permitida pelo ordenamento jurídico, poderemos aplicar-lhe uma pena? Mais 
uma vez a resposta negativa se impõe, daí concluirmos que a antijuridicidade 
também é um pressuposto para aplicação da pena (GRECO, 2006, p. 151).
Por fim, Greco (2006, p. 429) traz que:
A única forma de aplicar medida de segurança a um inimputável é por meio 
de uma ação penal. Tomando conhecimento de que um agente comprovada-
mente inimputável praticou um fato típico e antijurídico, deve o Promotor de 
Justiça denunciá-lo, narrando com exatidão os fatos por ele cometidos, para 
que durante a instrução do processo possa ser assegurada sua ampla defesa, 
e, ao final da peça acusatória, deverá o membro do Parquet, mencionando 
a causa dirimente da culpabilidade, pugnar pela absolvição do réu, com a 
consequente aplicação de medida de segurança.
Em casos de semi-imputável, Greco (2006, p. 430) assevera:
Pratica um fato típico, ilícito e culpável. Contudo, em virtude de não ter tido 
pleno conhecimento do caráter ilícito do fato, sua pena deverá ser reduzida. 
[...]. Ou seja, condena-se o semi-imputável, mas reduz-se-lhe a pena imposta, 
razão pela qual deverá estar consignado na peça inicial de acusação o pedido de 
condenação, ao contrário da situação anterior, correspondente ao inimputável.
Potencialidade para novas ações danosas ou simplesmente 
periculosidade do agente
Sobre o fundamento da potencialidade para novas ações danosas ou sim-
plesmente periculosidade do agente, é importante destacar alguns pontos. 
Inicialmente, analisa-se o comportamento do inimputável ou semi-imputável 
Medidas de segurança6
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como um todo, a fi m de identifi car se ele demonstra sinais de que, se posto 
em liberdade, voltará a delinquir. Nesse ponto, é fundamental a realização 
de uma avaliação médica e psicológica, com o condão de estudar o estado 
mental do agente. 
Temos como conceito de periculosidade constituir um juízo de probabilidade 
se o agente vai voltar a cometer outro delito, com embasamento na conduta 
do autor, de desprezo ou transgressão das normas da sociedade, e em alguma 
doença mental. 
Para Prado (2008), a atual legislação, em bom momento, erradicou qualquer 
resquício de periculosidade antidelitiva. Tal exigência constitui uma garantia 
para a segurança jurídica, ao contribuir para a diminuição de fatores de in-
certeza no prognóstico da periculosidade (nulla periculositas sine crimen) e 
para o próprio indivíduo, que não se verá submetido a um processo sem que 
tenha cometido um delito. 
Sobre a potencialidade do agente, que está ligada totalmente à sua periculo-
sidade, Damásio de Jesus (1990) afirma que não se impõe medida de segurança 
aos autores do crime impossível (art. 17 do Código Penal) e da participação 
impunível (art. 31), ao contrário da legislação anterior. 
Ausência de imputabilidadeplena
O fundamento da ausência de imputabilidade plena tornou-se relevante com 
a reforma do Código Penal em 1984, quando impossibilitou a aplicação de 
medida de segurança ao agente imputável penal, determinando que o instituto 
da medida de segurança deva ser aplicado ao autor de incapacidade plena, 
como traz o art. 26 do Código Penal. 
Segundo Bitencourt (2007, p. 691):
O agente imputável não pode sofrer medida de segurança, somente pena. E 
o semi-imputável só excepcionalmente estará sujeito à medida de segurança, 
isto é, se necessitar de especial tratamento curativo, caso contrário, também 
ficará sujeito somente a pena: ou pena ou medida de segurança, nunca as duas. 
Assim, a partir da proibição de aplicação de medida de segurança ao agente 
imputável, a ausência de imputabilidade plena passou a ser pressuposto ou 
requisito para aplicação de dita medida. 
Assim, podemos perceber que, após a substituição do sistema binário 
para o sistema vicariante, tornou-se inviável a aplicação simultânea de pena 
e medida de segurança. Assim, deve ser aplicada uma ou outra sanção ao 
condenado. Por conseguinte, isso significa que o art. 98 do Código Penal 
7Medidas de segurança
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cuida dos semi-imputáveis, que apenas estão sujeitos à medida de segurança 
se houver a exigência de especial tratamento médico. 
Após a análise dos três fundamentos para a aplicação da medida de se-
gurança, verificamos que existe a necessidade da concordância de todos os 
requisitos para a configuração da inimputabilidade do autor. Faltando qualquer 
um desses requisitos, não será possível ao agente cumprir a medida curativa.
Para ilustrar o tema, Jesus (1990, p. 475) diferencia as medidas de segurança 
das penas.
a) As penas têm natureza retributiva-preventiva; as medidas de segurança são
preventivas; 
b) as penas são proporcionais à gravidade da infração; a proporcionalidade 
das medidas de segurança fundamenta-se na periculosidade do sujeito;
c) as penas ligam-se ao sujeito pelo juízo de culpabilidade (reprovação social); 
as medidas de segurança, pelo juízo de periculosidade;
d) as penas são fixas; as medidas de segurança são indeterminadas, cessando 
com o desaparecimento da periculosidade do sujeito;
e) as penas são aplicáveis aos imputáveis e semi-reponsáveis; as medidas de 
segurança não podem ser aplicadas aos absolutamente imputáveis.
Hipóteses de aplicação de medida de segurança
No Direito Penal, para que determinado delito possa ser imputado a alguém e 
este seja responsável penalmente, são necessários três critérios (JESUS, 1990): 
1. nexo causal entre o agente e o crime praticado; 
2. no momento da ação, o agente tenha entendimento da ilicitude do fato;
3. na época do fato, o agente pudesse escolher praticá-lo ou não. 
Para Palomba (2003), a psiquiatria forense dá o nome de capacidade de 
imputação jurídica ao estado psicológico que se fundamenta no entendimento 
que o indivíduo tem sobre o caráter criminoso do fato e na aptidão de se de-
terminar de acordo com esse entendimento. De forma clara, a capacidade de 
imputação jurídica depende da razão e do livre-arbítrio do agente do crime. A 
imputabilidade baseia-se, portanto, em dois pressupostos: o entendimento da 
ilicitude do fato praticado e a capacidade do indivíduo de possuir o completo 
livre-arbítrio, ou seja, a capacidade de autocontrole do agente, capacidade de 
poder escolher praticar ou não o fato ilícito.
De acordo com a doutrina de Welzel (2003), a capacidade de culpa (ou capaci-
dade de imputação) será a capacidade do autor de compreender o injusto do fato 
Medidas de segurança8
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e de determinar sua vontade, de acordo com essa compreensão. A capacidade de 
culpa terá, portanto, um elemento adequado ao conhecimento (intelectual) e outro 
adequado à vontade (voluntário), ambos juntos constituem a capacidade de culpa.
Assim, com a reforma implementada na Parte Geral do Código Penal brasi-
leiro, por meio da Lei nº. 7.209/1984, o instituto da medida de segurança ganhou 
uma nova identidade. Passou a caracterizar-se por oferecer ao inimputável penal 
e ao semi-imputável a sua internação em um hospital de custódia e tratamento 
psiquiátrico ou a possibilidade de tratamento ambulatorial. Portanto, o que define 
a aplicação de medida de segurança será a periculosidade do agente, não mais a 
punibilidade, que tem como característica a imposição de pena ao infrator criminal.
No momento em que a inimputabilidade de um agente na prática de um 
delito é constatada, ele não recebe pena e sim medida de segurança, que, como 
apregoa o art. 97 do Código Penal, são:
  internação em hospital de custódia e tratamento (medida de segurança 
detentiva);
  tratamento ambulatorial psiquiátrico (medida de segurança restritiva).
Segundo o art. 97 do Código Penal:
Art. 97 Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 
26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá 
o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
O prazo mínimo da medida de segurança, quer detentiva, quer restritiva, é 
de um a três anos, sendo, porém, por tempo indeterminado, enquanto não for 
constatada, por perícia médica, a cessação da periculosidade (art. 97, § 1º CP):
Art. 97, § 1º. A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo inde-
terminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, 
a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) 
anos (BRASIL, 1940, documento on-line).
Quando existir casos de semi-imputabilidade e o condenado necessitar de 
tratamento especial, a pena poderá ser substituída por medida de segurança, 
sendo a internação em hospital de custódia e o tratamento ou tratamento 
ambulatorial, de acordo com o disposto no art. 98 do Código Penal:
Art. 98 Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando 
o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade 
pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo 
mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos 
§§ 1º a 4º (BRASIL, 1940, documento on-line).
9Medidas de segurança
C13_Medidas_seguranca.indd 9 04/09/2018 16:46:56
Conforme Bitencourt (2007), os requisitos para a aplicação da medida de 
segurança são: 
  prática de um fato típico punível;
  ausência de imputabilidade plena;
  periculosidade do agente. 
A periculosidade se traduz em um juízo de probabilidade de o agente voltar 
a delinquir, com base na conduta antissocial e anomalia psíquica do indivíduo.
Conforme o Código Penal, a medida de segurança é aplicada apenas aos 
inimputáveis e semi-imputáveis. Duas são as espécies de medidas de segurança:
  internação em hospital de custódia; 
  tratamento ambulatorial. 
O critério determinante para a escolha da medida de segurança aplicada 
ao caso concreto não é especificamente a inimputabilidade ou a semi-im-
putabilidade, mas a natureza da pena privativa de liberdade a ser aplicada.
A princípio, o inimputável tem a sua pena substituída pela aplicação da 
medida de segurança detentiva, qual seja, internação em hospital de custódia 
e tratamento (art. 97, caput, 1ª parte, do Código Penal). Porém existe a pos-
sibilidade de o inimputável ter a sua internação convertida em tratamento 
ambulatorial, se o fato previsto como crime for punível com detenção (art. 
97, caput, 2ª parte, do Código Penal), examinadas as condições pessoais do 
agente (FRANCO, 2008).
Ainda em conformidade com o art. 97, § 4º, o tratamento ambulatorial 
poderá ser substituído por internação hospitalar, em qualquer tempo, uma 
vez constatada a necessidade para o indivíduo.
Em relação ao semi-imputável, o juiz possui duas alternativas, de acordo 
com o art. 26, parágrafo único, c/c o art. 98 do Código Penal: redução obri-
gatória da pena aplicada ou substituição da pena privativa de liberdade por 
medidade segurança (internação hospitalar ou tratamento ambulatorial, con-
forme o caso).
É importante ressaltar, no caso do semi-imputável, que os pressupostos 
necessários para a substituição da pena por medida de segurança são: 
  que tenha sido aplicada uma pena ao indivíduo (para que possa ser 
substituída);
  que a pena aplicada ao caso seja pena privativa de liberdade. 
Medidas de segurança10
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Este é o entendimento de Bitencourt (2007, p. 689): “[...] se a pena aplicada 
não for privativa de liberdade — por ter sido substituída por restritiva de direitos 
ou por multa —, será impossível a sua substituição por medida de segurança”.
Conforme Bittencourt (2003, p. 681), quatro são as diferenças principais 
entre a pena e a medida de segurança:
a) As penas têm caráter retributivo-preventivo; as medidas de segurança têm 
natureza eminentemente preventiva.
b) O fundamento da aplicação da pena é a culpabilidade; a medida de segurança 
fundamenta-se exclusivamente na periculosidade.
c) As penas são determinadas; as medidas de segurança são por tempo inde-
terminado. Só findam quando cessar a periculosidade do agente.
d) As penas são aplicáveis aos imputáveis e semi-imputáveis; as medidas de 
segurança são aplicadas aos inimputáveis e, excepcionalmente, aos semi-
-imputáveis, quando estes necessitarem de especial tratamento curativo.
Os juristas, quando redigiram o projeto de lei de alteração do Código Penal, que 
culminou na Lei nº. 7.209/1984, na exposição de motivos da nova parte geral do Código 
Penal, expuseram uma nova filosofia das medidas de segurança. Esse instituto, de caráter 
meramente preventivo e assistencial, ficou reservado apenas aos inimputáveis. Assim, 
ao réu perigoso e culpável, não há razão para aplicar o que tem sido, na prática, uma 
fração de pena eufemisticamente chamada de medida de segurança.
Casos de desinternação ou liberdade 
condicional, reinternação do agente, conversão 
da pena em medida de segurança e extinção da 
punibilidade em medida de segurança
Após o estudo da medida de segurança e as formas de sua aplicação, passaremos 
a discorrer sobre como ocorre a revogação das medidas.
Desinternação ou liberdade condicional
A desinternação está prevista no § 3º do art. 97 do Código Penal: “Art. 97 
[...] § 3º A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional, devendo 
ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) 
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ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade” (BRASIL, 
1940, documento on-line).
Segundo Greco (2006, p. 843):
[...] com a chamada desinternação o doente deixa o tratamento realizado em 
regime de internação no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico e dá 
início, agora, ao tratamento em regime ambulatorial. Ele ainda se encontra em 
tratamento, mas já não há mais necessidade de continuar internado para esse 
fim. Pode acontecer, contudo, que pelo exame de cessação de periculosidade 
se verifique que o paciente já se encontra completamente restabelecido do mal 
que o afligia, sendo que, neste caso, o juiz determinará sua liberação, ou seja, 
não mais estará obrigado a continuar o tratamento por ele iniciado, seja em 
regime de internação, ou mesmo por tratamento ambulatorial.
Ainda segundo Greco (2006), no momento em que for concedida a desin-
ternação ou a liberação, o juiz de execução estipulará certas condições que 
devem ser observadas pelo agente, conforme preconiza o art. 178 da Lei de 
Execução Penal.
Conforme a redação do § 3º do art. 97 do Código Penal, a desinternação ou 
a liberação é sempre condicional, uma vez que, se o agente, antes do decurso 
de um ano, praticar fato indicativo de persistência de sua periculosidade, a 
medida de segurança poderá ser restabelecida. Dissertando sobre o tema, 
Alberto Silva Franco (2008, p. 1.478) professa:
A revogação das medidas de segurança, decorrente do reconhecimento da 
cessação da periculosidade, é provisória. Se no ano seguinte à desinterna-
ção ou à liberação o agente praticar algum fato indicativo de que continua 
perigoso, será restabelecida a situação anterior (internação ou sujeição a 
tratamento ambulatorial). Não é necessário que o fato constitua crime; 
basta que dele se possa induzir periculosidade. Como fatos dessa natureza 
podem-se citar, por exemplo, o descumprimento das condições impostas, 
o não comparecimento ao local indicado para tratamento psiquiátrico ou a 
recusa do tratamento etc.
Reinternação do agente
O § 4º do art. 97 do Código Penal dispõe: “Art. 97 [...] § 4º Em qualquer fase 
do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, 
se essa providência for necessária para fi ns curativos” (BRASIL, 1940, do-
cumento on-line).
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Segundo Greco (2006, p. 844):
[...] pode acontecer que o agente, após sua desinternação — tendo iniciado o 
tratamento ambulatorial, ou mesmo na hipótese de ter sido esse tratamento 
o escolhido para o início do cumprimento da medida de segurança —, de-
monstre que a medida não está sendo suficientemente eficaz para a sua cura, 
razão pela qual poderá o juiz da execução determinar, fundamentadamente, 
a internação do agente em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 
ou outro local com dependências médicas adequadas.
Segundo Capez (2012), o contrário não ocorre, haja vista que não previu a 
lei a possibilidade de o juiz converter a medida de internação em tratamento 
ambulatorial.
No entanto, o professor Guilherme de Souza Nucci (2014) alega que é 
possível tal conversão, uma vez que há preceito legal nesse sentido, contido 
no art. 184 da Lei de Execução Penal.
Conversão da pena em medida de segurança
O art. 183 da Lei de Execução Penal prevê a substituição da pena por medida 
de segurança quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, 
sobrevier doença ou perturbação mental. Nucci explica que a determinação 
da substituição será feita pelo juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério 
Público ou da autoridade administrativa (NUCCI, 2014). 
Existem duas hipóteses dessa conversão:
  quando tratar-se de doença mental temporária, devendo ser aplicado o 
disposto no art. 41 do Código Penal, ou seja, transfere-se o condenado 
para hospital de tratamento psiquiátrico por tempo suficiente a ensejar 
a sua cura (melhorando o seu estado, retornará a cumprir a pena no 
presídio originário);
  em casos de doenças mentais duradouras, quando a transferência 
do sentenciado será definitiva, converte-se a pena em medida de 
segurança. 
Prado (2008) acrescenta que, quando a superveniência da doença mental 
se dá durante a execução de sursis ou das penas restritivas de direitos, não há 
conversão, mas, sim, suspensão da execução, assim como nos casos de multa 
(art. 52 do Código Penal e art. 167 da Lei de Execução Penal).
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Ainda, conforme Nucci (2014), a reconversão de medida de segurança em 
pena é possível em caso de melhora da saúde mental do acusado, devendo 
retornar para cumprir a pena a que foi condenado. Ensina ainda que a conversão 
da medida de internação em tratamento ambulatorial, batizada de desinternação 
progressiva, quando benéfica ao agente, não se trata de desinternação — pois 
não cessa a periculosidade —, mas, sim, de liberação para a continuidade do 
tratamento, porém de forma diversa. 
Cessação da periculosidade e extinção da punibilidade
A periculosidade do agente será constatada por meio de perícia médica, 
devendo ser o primeiro exame pericial realizado ao fi nal do prazo mínimo 
fi xado pelo juízo para duração da medida de segurança, de acordo com aquele 
estabelecido pela legislação (de um a três anos), conforme disposto no art. 97, 
§ 1º, do Código Penal (BITENCOURT, 2007).
Antes de concluir esse prazo, o citadoexame só poderá ser realizado 
mediante requerimento fundamentado do Ministério Público ou do in-
teressado (procurador ou defensor), de acordo com art. 176 da Lei de 
Execução Penal. 
Dessa forma, se cessada a periculosidade, ocorrerá a desinternação ou 
liberação do tratamento ambulatorial. Porém, se durante o período de prova 
o agente praticar algum ato que indique periculosidade, voltará à situação 
anterior.
Transcorrido o período de prova, sem a constatação de fatos a ensejar a 
revogação da desinternação ou liberação condicional, está extinta a punibili-
dade do agente. Prado (2008) leciona em destaque, ainda, que serão admitidas 
todas as hipóteses de extinção da punibilidade para as medidas de segurança, 
aceitando-se, portanto, estarem estas também submetidas à prescrição, tanto 
da pretensão punitiva (antes do trânsito em julgado da sentença) quanto da 
pretensão executória (após a sentença transitar em julgado). 
O art. 96, parágrafo único, do Código Penal dispõe: “Art. 96 [...] Parágrafo 
único. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste 
a que tenha sido imposta” (BRASIL, 1940, documento on-line).
Pela redação do mencionado parágrafo único, verificamos que se aplicam 
às medidas de segurança as causas extintivas da punibilidade previstas na 
legislação penal, incluindo-se, obviamente, entre elas, a prescrição (GRECO, 
2006). Por fim, importante destacar que o prazo prescricional das medidas 
de segurança é o mesmo das penas, estando expresso nos arts. 109 e 110 do 
Código Penal. 
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A revogação das medidas de segurança, decorrente do reconhecimento da cessação da 
periculosidade, é provisória. Se no ano seguinte à desinternação ou à liberação o agente 
praticar algum fato indicativo de que continua perigoso, será restabelecida a situação 
anterior (internação ou a sujeição a tratamento ambulatorial). Não é necessário que o 
fato constitua crime; basta que dele se possa induzir periculosidade. Como fatos dessa 
natureza, podemos citar, por exemplo, o descumprimento das condições impostas, o não 
comparecimento ao local indicado para tratamento psiquiátrico ou a recusa do tratamento.
BITENCOURT, C. R. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 1.
BRASIL. Decreto-Lei nº. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 29 ago. 2018.
CAPEZ, F. Curso de Direito Penal: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 1.
CARVALHO, S. Penas e medidas de segurança no Direito Penal brasileiro: fundamentos e 
aplicação judicial. São Paulo: Saraiva, 2014.
CUNHA, R. S. Manual de Direito Penal: parte geral. 6. ed. São Paulo: JusPodivm, 2018.
FERRARI, E. R. Medidas de segurança e Direito Penal no Estado Democrático de Direito. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
FRANCO, A. S. (Coord.). Código Penal e sua interpretação jurisprudencial. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2008.
FREITAS, A. C. Medida de segurança: princípios e aplicação. DireitoNet, 17 jun. 2014. 
Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8536/Medida-de-se-
guranca-principios-e-aplicacao>. Acesso em: 29 ago. 2018.
GRECO, R. Curso de Direito Penal: parte geral. 8. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2006. v. 1.
JESUS, D. Direito Penal. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. v. 1.
NUCCI, G. S. Código Penal comentado. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
NUCCI, G. S. Código Penal comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
PALOMBA, G. A. Tratado de psiquiatria forense civil e penal. São Paulo: Atheneu, 2003.
PRADO, L. R. Curso de Direito Penal: parte geral. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
WELZEL, H. Direito Penal. Campinas: Romana, 2003.
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DICA DO PROFESSOR
A Lei n.º 10.216, de 6 de abril de 2001, garante o direito ao tratamento respeitoso e humanizado 
das pessoas com transtornos mentais.
Nesta Dica do Professor, veja como isso acontece para com pessoas que cumprem pena em 
medida de segurança. 
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EXERCÍCIOS
1) Sobre medida de segurança, marque a resposta adequada.
A) Trata-se de uma espécie de medida socioeducativa com aplicação para menores e maiores 
de idade.
B) Trata-se de uma forma de cumprimento de pena que poderá ser requerida de ofício pelo 
apenado.
C) A medida de segurança constitui uma espécie de sanção penal imposta pelo Estado.
D) Não é uma sanção penal, mas uma forma alternativa e voluntária de cumprimento de pena.
E) A medida de segurança está em desuso em nosso país. Apenas era aplicada antes do 
Código Penal de 1940.
2) Em que momento histórico as medidas de segurança surgiram no ordenamento 
nacional?
A) Elas estão presentes desde os primórdios da criação do Direito Penal brasileiro.
B) Foi nos anos 2000 que as medidas de segurança surgiram no ordenamento nacional.
C) As medidas de segurança ainda não estão completamente estabelecidas no Brasil, sua 
aplicação é parcial.
D) Em 1940, instituiu-se a sistematização das medidas de segurança no Brasil, passando a ser 
adotado o sistema do duplo binário.
E) As medidas de segurança diferem das penas tradicionais, uma vez que sua aplicação é 
opção do condenado.
3) Quais são os fundamentos essenciais para a aplicação da medida de segurança?
A) Para a grande maioria dos doutrinadores, os fundamentos primordiais são a prática de 
crime e o potencial para realização de novas ações danosas; alguns apostam ainda na 
ausência de imputabilidade plena.
B) Para a grande maioria dos doutrinadores, o fundamento primordial é apenas o caráter 
delituoso do agente do crime.
C) Para a grande maioria dos estudiosos, não existem elementos fixos capazes de apontar de 
forma assertiva os fundamentos essenciais para a aplicação das medidas de segurança.
D) As medidas de segurança estão em desuso em nosso país, não sendo mais aplicadas.
E) A maior parte dos doutrinadores entende que o melhor caminho são as penas perpétuas.
Quanto à aplicação da medida de segurança em casos de ausência de imputabilidade 4) 
plena, marque a afirmativa correta.
A) O agente imputável poderá receber medida de segurança.
B) O agente semi-imputável não poderá receber medida de segurança.
C) Ambos os agentes (imputável e semi-imputável) poderão receber medida de segurança.
D) O agente inimputável poderá receber medida de segurança.
E) O agente inimputável poderá receber anistia legal.
5) Sobre a reintegração do agente, marque a alternativa correta.
A) A desinternação é o fenômeno do livramento pleno da medida de segurança. Um vez 
reinternado, o apenado é posto em total liberdade.
B) A reinternação é aplicada a qualquer tipo de pena que o réu esteja cumprindo, não havendo 
vínculo direto com a medida de internação.
C) A desinternação não é uma figura legal que ainda exista em nosso ordenamento jurídico.
D) Reinternação é sinônimo de desinternação.
E) A reinternação é aplicada ao paciente réu que está em ambulatório e necessita de 
internação, mais severa, em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.
NA PRÁTICA
O julgamento de casos que envolvem saúde mental requer cuidado e análises mais detalhadas.
João de Souza é um conhecido cidadão da cidade de Belém. Ele vive na zona norte da cidade e 
sempre está envolvido em confusões. Há tempos João apresenta indícios de ter problemas 
mentais.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:

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