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DINÂMICA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS

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DINÂMICA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
Estrutura epidemiológica: O contínuo estado de mudanças no comportamento de doenças, de acordo com o tempo e espaço, está vinculada a forma particular de interação dos fatores relacionados ao agente, meio e hospedeiro. 
Caracteres epidemiológicos: a forma de apresentação da doença, em cada pessoa, momento e lugar. O seu estudo é o objetivo da epidemiologia descritiva.
História natural das doenças: conhecimento da evolução da doença em um indivíduo na ausência de tto, num período suficiente para que chegue a um desfecho (cura ou óbito) >> permite o conhecimento de características gerais para aplicar medidas de intervenção (prevenção ou terapêutica) que podem alterar o curso pela cura, diminuição da incapacidade ou pelo prolongamento da vida. 
Período de incubação: intervalo entre a exposição efetiva do hospedeiro susceptível a um agente e o início dos sinais e sintomas clínicos da doença nesse hospedeiro. (exposição > modificações anatômicas e funcionais (fase subclínica ou inaparente) > início dos sintomas). 
Período de latência: período de fase subclínica ou inaparente de doenças crônicas. 
Triagem: objetiva identificar a doença no período inaparente (algumas alterações patológicas já podem ser identificadas por meio de métodos laboratoriais)
Horizonte clínico: início dos sintomas – transição entre as fases subclínica e a clínica (diagnóstico)
Iceberg: boa parte dos casos ficam abaixo do horizonte clínico, não evoluindo para a clínica e tornando-se indetectáveis com fundamento em sinais e sintomas
Espectro clínico: inaparentes, manifestações clínicas moderadas ou graves (evoluindo ou não para óbito) >> quanto mais casos inaparentes, maior a dificuldade de conhecer a cadeia do processo infeccioso
Cadeia do processo infeccioso: integra estrutura epidemiológica, historia natural das doenças e espectro clínico
Doença infecciosa: doença, humana ou animal, clinicamente manifesta que resulta de infecção
Infecção: penetração, alojamento e multiplicação (em geral) de um agente num hospedeiro, produzindo danos, com ou sem sintomas clinicamente reconhecíveis >> “Competição vital entre agente inanimado e um hospedeiro, a luta pela sobrevivência de dois seres visando a manutenção da sua espécie”. Ela ocorre quando o agente abandona seu reservatório por vias de eliminação por um meio de transmissão, com pouca ou grande participação do ambiente, introduzindo em um novo hospedeiro susceptível pela via adequada de penetração. 
Infestação: alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou roupas.
Colonização: agente na superfície do organismo em quantidade mínima, multiplicando-se para manter-se, sem produzir evidências de reação do hospedeiro
Contaminação: presença do agente na superfície do corpo ou de objetos inanimados (fômites), que servem como fonte de infecção. 
Reservatório: habitat do agente infeccioso, onde ele vive, cresce e multiplica, indispensável para a sua perpetuação (homens [maioria], animais e ambiente). Existem 2 tipos: pessoa com doença clinicamente discernível e o portador.
Fonte de infecção: responsável pela eventual transmissão (homens, animais e ambiente).
Portadores: não apresenta sintomas clinicamente reconheciveis, mas alberga e elimina o agente:
ativo convalescente: durante e depois da convalescença de uma doença (ex. febre tifóide e difteria)
ativo crônico: continua a albergar o agente por muito tempo após a convalescença. Ele passa a crônico de acordo com cada doença (ex. após 1 ano, na febre tifóide)
ativo incubado ou precoce: durante o período de incubação da doença
passivo: nunca apresentou, não apresenta e não apresentará sintomas. Descoberto por exames.
Eficiente: elimina o agente para o meio exterior ou para vetor hematófago, possibilitando novas infecções em outros hospedeiros
Ineficiente: não elimina o agente para o meio, não representando perigo para comunidade. 
Reservatório animal: transmissão animal>homem (zoonoses), mas é animal>animal, atingindo o homem acidentalmente. Ex. leptospirose, raiva, doença de chagas
Reservatorio ambiental: plantas, solo e água. Ex. legionela, clostridium, fungo
Vias de eliminação: trajeto a partir do reservatório ou fonte de infecção, pelo qual o agente atinge o ambiente. (TGI, TR, urina, pele, mucosas, sangue e secreções) 
Fatores do agente:
Infectividade: capacidade do agente alojar-se e multiplicar-se no hospedeiro e transmitir-se para um novo. 
Patogenicidade: capacidade de causar a doença em um hospedeiro susceptível
Virulência: grau de patogenicidade que se expressa pela gravidade da doença (letalidade / sequelas)
Poder imunogênico (imunogenicidade): capacidade do agente estimular a resposta imune no hospedeiro. Pode ser de curta ou longa duração, ou de baixo ou alto grau:
tipo específica: protege apenas contra um dos tipos do agente
grupo específica: protege somente contra um dos grupos do agente
Valência ecológica: capacidade de sobreviver em um ou mais reservatórios. Quanto maior, maior sua perpetuação e maior a dificuldade para sua eliminação
Resistência as condições do meio: capacidade de sobreviver nas condições do meio ambiente. Ela condiciona, relativamente, as formas de transmissão (resiste ou não vários dias no ambiente)
Inóculo ou dose infectante: quantidade de agente que penetra no hospedeiro. Quanto maior, maior gravidade e geralmente menor o período de incubação. 
 Fatores do ambiente:
físicos: temperatura, umidade, etc – influenciam na transmissão
biológicos: grau de adaptação da espécie em parasitar o homem
sociais: aglomerações, migrações, distribuição de riquezas – níveis endêmicos das doenças
 Transmissão: transferência do agente animado de um reservatório ou fonte de infecção para um novo hospedeiro susceptível. 
direta (contágio): transferência rápida do agente, sem interferência de veículos
direta imediata: contato físico entre reservatorio/fonte de infecção e hospedeiro
direta mediata: não há contato físico. Se faz por secreções oronasais transformadas em partículas (goticulas de flugge)
indireta: transferência de agentes por meio de veículos animados ou inanimados. É essencial que os agente possam sobreviver no ambiente e que existam veículos disponíveis. 
veículo: ser animado ou inanimado que transporta o agente (não são: secreções e excreções)
veículo animado: artrópode que transfere agente do reservatorio/ft. de infecção ao hospedeiro.
vetor biológico: no qual se passa, obrigatoriamente, uma fase do desenvolvimento do agente. Erradicando o vetor, desaparece a doença que ele transmite
vetor mecânico: vetor acidental que constitui somente uma das modalidades de transmissão. Se erradicação retira apenas um componente de transmissão
veículo inanimado: ser inanimado transporta o agente (água, ar, alimentos, solo, fômites)
Vias de penetração: trajeto pelo qual o agente se introduz no hospedeiro, oferencendo acesso a tecidos onde o agente pode se multiplicar ou onde a toxina por ele produzida poderá atuar. Podem ser as mesmas de eliminação (TR, TGI, TU, pele, mucosa e secreções). 
Susceptibilidade do hospedeiro: afetada por fatores genéticos e de imunidade específica, além de outros, que alteram a habilidade individual de resistir a infecção e limitar a patogenicidade >> ausência de resistência suficiente contra um determinado agente que a proteja da enfermidade caso entre em contato com ele. 
Resistência: mecanismos específicos (imunidade humoral) e inespecíficos (pele, mucosa, HCl, cilios, tosse, imunidade celular) que defendem contra a invasão ou multiplicação de agentes, ou contra os efeitos nocivos de seus produtos tóxicos. 
Imunidade: presença de anticorpos específicos (humoral) que inibem microorganismos específicos e/ou toxinas.
ativa: adquirida naturalmente pela infecção, com ou sem clínica, ou artificialmente pela inoculação de fração ou produto dos agentes, ou do próprio modificado/morto, ou deforma variante. Duradoura ou não. 
passiva: adquirida naturalmente pela mãe ou artificialmente pela inoculação de anticorpos protetores específicos (ex. soro). Pouco duradoura.
Invasão direta dos tecidos: amebiase, giardiase, meningite, arboviroses, etc.
Produção de toxina: resultam da produção de toxinas pelos agentes (difteria, tétano, E. coli, S. aureus, SCT)
Reação alérgica ou imunológica exacerbada: resultam de mecanismos imunoalérgicos (BK, GMN, Dengue)
Infecção latente ou persistente: bacterianas crônicas ou persistentes ou infecções virais latentes. 
Período prodrômico: intervalo entre primeiros sintomas da doença e início dos sinais ou sintomas característicos, possibilitando diagnóstico. 
Pródromos: sintomas indicativos do início de uma doença
Período de transmissibilidade (de contágio): infectados eliminam agente para o meio ou para vetor.
Imunidade de rebanho (coletiva): resistência de grupo/população à introdução e disseminação de agente. 
Isolamento: segregação de um caso clínico do convívio de outras pessoas durante o período de transmissibilidade, evitando novos infectados. Pode ser domiciliar ou hospitalar
Profilaxia: medidas para prevenir e atenuar doenças, complicações e conseqüências. 
Quarentena: isolamento de individuos ou animais pelo período máximo de incubação, a partir do último contato com caso clínico ou portador, ou quando abandonou o local da fonte de infecção. 
Quimioprofilaxia: droga para prevenir infecção ou progressão de uma infecção com manifestações
Tratamento profilático: tratamento de um caso clínico ou de portador para reduzir o período de transmissibilidade
Vigilância sanitária: observação de comunicantes durante o período máximo de incubação, a partir do último contato com caso clínico ou portador, ou quando abandonou o local da fonte de infecção.

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