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aula03_classificacao_dos_fundos_de_investimento

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RISCO – Mesmo ativos de renda fixa têm certa dose de risco. 
Rendimentos de títulos pós-fixados que acompanham certo índice têm 
correlação com a variação desse índice. Por outro lado, títulos pré-fixados 
podem ter vantagem ou desvantagem de rendimento em função dos juros 
praticados no mercado. 
Sendo os fundos de renda fixa compostos por títulos de renda fixa pré e 
pós-fixados, os administradores promovem reajustes diários dos preços dos 
títulos quando as taxas básicas de juros são modificadas pelo CMN Conselho 
Monetário Nacional. O objetivo é o de impedir que eventuais saques 
prejudiquem o patrimônio de todos os quotistas dos fundos. Porém, quando 
acontece uma elevação da taxa de juros, essa medida provoca a diminuição 
do valor das quotas. O motivo é o seguinte: 
 O título pré-fixado, como o nome já diz, tem um valor de resgate pré-
estabelecido. Se o Tesouro Nacional garantir que daqui a um mês pagará R$ 
1.000,00 por um título e a taxa de juros esperada for, por exemplo, de 
1,58%a.m., esse título vale hoje: 1.000,00/(1,0158)=R$984,45. 
Digamos que haja uma elevação na taxa de juros e ela passe de 
1,58%a.m. para 3,10%a.m. Nesse caso, o título de R$1.000,00, de mesmo 
período, vale hoje: 1.000,00/(1,031)=R$969,93. 
Podemos concluir, então, que QUANDO A TAXA DE JUROS ESPERADA 
PELO MERCADO AUMENTA, O VALOR PRESENTE DO TÍTULO DIMINUI. Isso 
porque ninguém comprará por R$ 984,45 um título que daqui a um mês só 
valerá R$ 1.000,00 (rendendo apenas 1,58%), quando o mercado já está 
oferecendo 3,10% de remuneração para o período. QUEM COMPROU O 
TÍTULO A UMA TAXA DE 1,58% NÃO PERDEU DINHEIRO, APENAS DEIXOU DE 
GANHAR MAIS com a nova taxa que está sendo paga pelo mercado, 
desvalorizando o título com taxa de 1,58%. 
Para que o administrador reflita sobre o valor da quota, o real valor dos 
títulos que compõem a carteira de investimento, a CVM Comissão de Valores 
Mobiliários regulamentou a MARCAÇÃO A MERCADO, quando os títulos são 
contabilizados pelo valor de mercado que têm em determinada data, não pelo 
valor contratado. 
ATENÇÃO – as aplicações dos investidores em fundos de investimento 
não são garantidas pelo FGC Fundo Garantidor de Crédito. 
MOVIMENTAÇÃO – Os valores de movimentação podem mudar de uma 
instituição financeira para outra e são especificados no prospecto do fundo de 
investimento. 
TRIBUTAÇÃO – O fundo de investimento é tributado com IOF Imposto 
sobre Operações Financeiras incidente sobre o rendimento das aplicações que 
forem resgatados num período inferior a 30 dias. Sobre o rendimento 
remanescente recai a cobrança do Imposto de Renda, com alíquota 
diferenciada de acordo com o prazo de cada aplicação. As diversas alíquotas 
são relacionadas a seguir. 
Alíquota de Imposto de Renda sobre o Rendimento em Renda Fixa 
PRAZO ALÍQUOTA 
Até 180 dias 22,5% 
De 181 dias até 360 dias 20% 
De 361 dias até 720 dias 17,5% 
Acima de 720 dias 15% 
O imposto de renda é cobrado semestralmente, nos dias 31/maio e 
30/novembro, à alíquota de 20% para os fundos de curto prazo e à alíquota de 
15% para os fundos de longo prazo. A diferença da alíquota (de maneira 
complementar), em função do investimento não ter completado o prazo para 
resgate pela alíquota base, ficará reservada no fundo de investimento até que 
o investidor complete o prazo de curto prazo ou de longo prazo. 
No caso de resgate antes de completados os prazos para obtenção da 
alíquota mais favorável (a menor alíquota), será cobrado imposto de renda 
com a alíquota determinada em função do prazo em que a aplicação 
permaneceu investida. 
PÚBLICO-ALVO – Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas. Investidores 
Qualificados têm tratamento diferenciado. 
VANTAGENS PARA OS INVESTIDORES 
1) ACESSIBILIDADE – Pequenos recursos representam baixa atratividade 
em mercados que movimentam recursos muito expressivos. Ao 
aglutinarem esses pequenos valores de muitos aplicadores, os 
fundos de investimento podem acessar mercados antes quase 
impenetráveis. 
Os fundos também são capazes de comprar ativos financeiros por um 
preço mais baixo do que se fossem comprados individualmente pelo 
investidor. Juntando pequenos volumes, o administrador obtém 
somas expressivas com as quais é possível “barganhar” melhores 
taxas e descontos. Assim, o pequeno investidor tem acesso a 
investimentos que são possíveis com o uso dos fundos de 
investimento, mas que não seriam possíveis individualmente. 
2) DIVERSIFICAÇÃO – A diversificação diminui o risco de uma carteira 
de títulos. Pequenos volumes não permitem a diversificação. No 
entanto, o administrador, ao juntar grandes volumes de recursos, 
consegue uma diversificação dos ativos financeiros que compõem a 
carteira do fundo de investimento, beneficiando assim os quotistas. 
3) LIQUIDEZ – Significa que existe a possibilidade de se fazer saques a 
qualquer momento. O investidor que atua individualmente no 
mercado de capitais pode deparar-se com um alto custo de liquidez, 
caso tenha a necessidade de resgatar inesperadamente os recursos 
aplicados. Para vender um título, poderá ter que “pagar um 
pedágio”, ou seja, vender a preço mais baixo o ativo em questão. 
Como os recursos são administrados em conjunto pelos gestores dos 
fundos de investimento, o fluxo de entradas e saídas possibilita uma 
maior liquidez sem a necessidade de que o fundo tenha que se 
desfazer de papéis, o que poderia comprometer a rentabilidade. 
VANTAGENS PARA OS BANCOS – Os bancos obtêm diversas vantagens 
por administrarem fundos de investimento: fidelização do cliente, 
remuneração direta pela prestação do serviço e indireta pela captação de 
recursos em CDB. 
Fidelização do cliente – O fundo de investimento tem características 
de fácil entendimento 
Remuneração direta dos administradores – Os fundos de investimento 
geram receitas diretas para os seus administradores pela cobrança de taxas de 
administração, de performance, de saída e de ingresso. 
1) Taxa de Administração – É a remuneração cobrada pelo gestor para 
administrar os recursos do fundo de investimento. 
2) Taxa de Performance – É um percentual cobrado pelo gestor sempre 
que a rentabilidade de um determinado benchmark é superado. 
3) Taxa de Saída – É a taxa cobrada nos resgates totais ou parciais de 
alguns fundos. Normalmente antes de um determinado prazo acordado pelo 
prospecto. Dessa forma, o gestor tenta inibir a saída do investidor antes do 
prazo combinado. 
4) Taxa de Ingresso – É cobrada pela entrada de um investidor no fundo 
e na aquisição de novas quotas. Embora seja prevista na legislação, é pouco 
comum ser cobrada no Brasil. No entanto, nos Estados Unidos, é comum essa 
taxa ser cobrada em fundos de ações para inibir o ingresso de novos quotistas. 
Remuneração indireta dos administradores – de forma indireta, os 
administradores dos fundos de investimento podem obter remuneração 
adicional. É permitido pela legislação que os fundos possam adquirir títulos de 
renda fixa da própria instituição financeira (até o limite de 20% do patrimônio 
do fundo), podendo aplicar a totalidade em títulos de instituições financeiras 
de primeira linha. 
A aquisição pelos fundos de investimento de CDB de instituições financeiras 
permite às instituições financeiras uma renda indireta com Spread (diferença 
de taxas) entre os valores captados e aplicados.

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