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Literatura Portuguesa André Alselmi Aula 2 * Humanismo: Poesia palaciana; Prosa historiográfica; Teatro medieval. Conteúdo http://ocsan.net/ * * Humanismo Início: 1418 Fernão Lopes é nomeado Guarda-Mor da Torre do Tombo Fim: 1527 Início do Classicismo em Portugal https://c2.staticflickr.com/ * * Contexto histórico Século XV: fim da Idade Média; Transição do teocentrismo para o antropocentrismo; Dualidade: fé e razão; Transição do Feudalismo para o Absolutismo (Poder Real); Mecenato; Consolidação do Estado Nacional Português. http://upload.wikimedia.org/ * * Manifestações literárias Poesia palaciana compilada em 1516, por Garcia de Resende, registrada no Cancioneiro Geral; Prosa historiográfica (crônicas) de Fernão Lopes; Teatro medieval e popular de Gil Vicente. http://assuntosdiversos.com.br/ * * Poesia palaciana Reúne a composição de membros da corte; Foi reunida no Cancioneiro Geral, compilado por Garcia de Resende; http://2.bp.blogspot.com/ Livro com 880 composições, de 286 poetas, dos quais 29 valeram-se do castelhano. * * Características da poesia palaciana Separação entre poesia e música; Versos redondilhos (medida velha); Presença de um mote (tema, motivo) a ser desenvolvido na glosa; http://ocsan.net/ Cada estrofe da glosa corresponde a uma volta e deve retomar um ou mais versos do mote; Gosto pelo paradoxo e pela antítese. * * Temas Lirismo amoroso: amor cortês, súplica mortal, coita; A mulher é carnal, adquire graças físicas e sensoriais, contrariando a maioria dos trovadores medievais; “Cousas de folgar e gentilezas”: composições frívolas, poesias de circunstâncias e exercícios de virtuosismo poético; Poemas satíricos (às vezes, pornográficos). * * Senhora, partem tam tristes meus olhos por vós, meu bem que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Tam tristes, tam saudosos, tam doentes da partida, tam cansados, tam chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tam tristes os tristes, tam fora d'esperar bem que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Joham Rodriguez de Castel Branco http://3.bp.blogspot.com/ * * Exagerado Cazuza Amor da minha vida Daqui até a eternidade Nossos destinos foram traçados Na maternidade Paixão cruel, desenfreada Te trago mil rosas roubadas Pra desculpar minhas mentiras Minhas mancadas Exagerado Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado Eu nunca mais vou respirar Se você não me notar Eu posso até morrer de fome Se você não me amar Por você eu largo tudo Vou mendigar, roubar, matar Até nas coisas mais banais Pra mim é tudo ou nunca mais […] * * Fernão Lopes(1380?– 1460?) 1418: Nomeado guarda-mor da Torre do Tombo; 1434: Passou a cronista-mor do Reino; Obras: Crônica d’El-Rei D. Pedro, Crônica d’El-Rei D. Fernando e Crônica d’El-Rei D. João http://www.educacaopublica.rj.gov.br/ * * Características http://fotos.sapo.pt/ * * Méritos de Fernão Lopes Do ponto de vista literário Considerado o 1º grande prosador da língua portuguesa: Estrutura novelesca das crônicas: Alternância entre ação e diálogos; Dramaticidade das cenas. http://www.arqnet.pt/ * * Méritos de Fernão Lopes Como “historiador” Afasta-se da tradição cronística anterior: A crônica deixa de ser um mero relato elogioso aos poderosos, para se transformar numa narração de acontecimentos, tanto quanto possível verdadeira. http://www.infopedia.pt/ * * Gil Vicente Teatro: gênero dramático Expressa sua fé, mas não esquece a razão: em nome da religiosidade, faz a crítica moral dos costumes e a sátira aos pecadores. http://www.encontrosdedramaturgia.com.br/ * * Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou cômico. Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar e de difundir a fé cristã. Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredo curto e poucas personagens, extraídas do cotidiano. A obra vicentina completa contém aproximadamente 46 peças (17 escritas em português, 11 em castelhano e 18 bilíngues). * * Convivem em seus autos e farsas: http://editoramelhoramentos.com.br/ * * Personagens Personagens tipos: sem individualidade, representam uma classe social ou uma categoria profissional; Não levam ao palco problemas pessoais, mas questões comuns a um grupo social específico; Quase sempre, são designados pela ocupação que exercem ou por algum outro traço social; Retrato abrangente da diversidade social da época. https://ossembiblioteca.files.wordpress.com/ * * Personagens Alegóricas Personagens alegóricas: representam ideias ou intuições. No Auto da Lusitânia temos: Todo-o-mundo e Ninguém. http://duzitozz.files.wordpress.com/ * * Estrutura das peças Teatro de estruturação simples, sem preocupação rigorosa com o encadeamento cronológico das ações; Cenas autônomas, que podem ser invertidas, sem prejuízo do enredo. http://upload.wikimedia.org/ * * Forma http://www.infopedia.pt/ * * Auto da barca do Inferno Foi escrita num período de transição entre a Idade Média e o Renascimento. Reflexo do contexto histórico na obra: ao mesmo tempo em que critica toda a sociedade de seu tempo (atitude moderna), ainda mostra-se voltado para Deus (atitude medieval). http://files.vestibularetecap.webnode.com.br/ * * Personagens Diabo, Anjo; Fidalgo, Onzeneiro, Sapateiro, Frade, Brízida Vaz, Corregedor, Procurador, Enforcado, Judeu, Cavaleiros; Joane, o Parvo. http://2.bp.blogspot.com/ * * Auto da Barca do Inferno Vem o Fidalgo e, chegando ao batel infernal, diz: FIDALGO Esta barca onde vai ora, que assi está apercebida? DIABO Vai pera a ilha perdida, e há-de partir logo ess'ora. FIDALGO Pera lá vai a senhora? DIABO Senhor, a vosso serviço. FIDALGO Parece-me isso cortiço... DIABO Porque a vedes lá de fora. FIDALGO Porém, a que terra passais? DIABO Pera o inferno, senhor. FIDALGO Terra é bem sem-sabor. DIABO Quê?... E também cá zombais? * * FIDALGO E passageiros achais pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feição pera ir ao nosso cais... FIDALGO Parece-te a ti assi!... DIABO Em que esperas ter guarida? FIDALGO Que leixo na outra vida quem reze sempre por mi. DIABO Quem reze sempre por ti?!.. Hi, hi, hi, hi, hi, hi, hi!... E tu viveste a teu prazer, cuidando cá guarecer por que rezam lá por ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de ir à derradeira! (...) * * Referências AMORA, Antônio Soares. Presença da literatura portuguesa: (vol.2) Era clássica. Difel, 2008. MOISÉS. Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1983 (19ª ed.). _____. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2006 (30ª ed.). SARAIVA, Antônio José & LOPEZ, Oscar. História da literatura portuguesa. Porto Editora, 1996 (17ª ed.) SILVA, V. M. de A. Teoria da literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1988. SPINA, Segismundo. A lírica trovadoresca. São Paulo: Edusp, 1996. TRINGALI, Dante. Escolas literárias. São Paulo: Musa Editora, 1994. (Coleção de manuais; v.1) * Literatura Portuguesa André Alselmi Atividade 2 * Atividade Leia o texto a seguir e responda: De acordo com o texto, por que o eu-lírico diz ter medo de seu próprio desejo? 2. No final do texto, por qual motivo o eu-lírico diz que chorará? * * Grosa sua a este moto. Gran myedo tengo de my. De la ora em que te vy, lhorando lo que perdy, en tanto dolor me veo, que, se syguo my deseo, gran myedo tengo de my. Glosa sua a este mote. Grande medo tenho de mim. Da hora em que te vi, chorando o que perdi, em tanta dor me vejo, que, se sigo meu desejo, grande medo tenho de mim. https://encrypted-tbn1.gstatic.com/ * * My deseo es matar-me, porque muera my tristura; tu dilatas por penar-me, yo consyento por hartar-me de lhorar my desuentura. Lhorare porque nacy, lhorare porque perdy, lhorare porque byen veo que, se syguo my deseo, no as de lhorar por my. Dom Joam de Meneses Meu desejo é matar-me, para que morra minha tristeza; tu dilatas por penar-me[1], eu consinto por atar-me[2] de chorar minha desventura. Chorarei porque nasci, chorarei porque perdi, chorarei porque bem vejo que, se sigo meu desejo, não hás de chorar por mim. [1] Tu adias, demoras [a corresponder meu amor] para me fazer sofrer. [2] atrelar-me, submeter-me http://4.bp.blogspot.com/ * * Resolução 1. O eu-lírico diz ter medo de seu desejo, pois consiste em se matar para acabar com seu sofrimento. 2. O eu-lírico diz que chorará porque, mesmo que ele se mate, sua amada não sentirá nada por ele, nem mesmo pena. * * * *