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EM_V06_LITERAUTURA_LIVRO DE ATIVIDADES_PROFESSOR

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Livro do Professor
Volume 6
Livro de 
atividades
Literatura
Vanessa de Paula Hey
©
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W
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©Editora Positivo Ltda., 2017 
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) 
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
H615 Hey, Vanessa de Paula.
 Literatura : livro de atividades : livro do professor / Vanessa 
de Paula Hey. – Curitiba : Positivo, 2017.
 v. 6 : il.
 ISBN 978-85-467-1575-6
 1. Ensino médio. 2. Literatura – Estudo e ensino. I. Título.
CDD 373.33
11
Romantismo 
no Brasil
Arcadismo Romantismo
Século XVIII Século XIX
maior rigor formal maior liberdade
formas poéticas fixas versificação mais livre
paganismo cristianismo
equilíbrio liberdade
objetividade subjetividade
natureza decorativa natureza expressiva
predomínio da razão predomínio da emoção
Autor(es) Características Principais obras
Gonçalves Magalhães (1811-1882)
Fez a transição do Arcadismo para o Romantismo. 
Sua poesia apresenta temas do Romantismo, como 
a infância, a nostalgia e a saudade, a melancolia e 
a tristeza, o desgosto da vida, o amor impossível, e 
também a figura do índio.
Lançou a obra que introduz o 
Romantismo no Brasil – Suspiros 
poéticos e saudades (1836). 
A confederação dos tamoios - poema 
épico (1856).
Gonçalves Dias (1823-1864)
Abordou em suas obras temas como: o indígena, a 
frustração amorosa, a natureza e o saudosismo.
Primeiros cantos, Segundos cantos, Os 
Timbiras, Últimos cantos.
Primeira geração (1836-1850)
Nacionalismo e patriotismo: as obras apresentam elementos tipicamente brasileiros (belezas naturais, o indígena, o 
passado histórico), os quais são mostrados de maneira idealizada. Há um grande sentimento ufanista.
Indianismo: o nascimento de uma nova nação exigia um símbolo heroico que a representasse , o indígena, que é visto 
como um elemento genuinamente brasileiro e que incorpora os mitos e as lendas dessa nação (equivalente ao cavaleiro 
medieval europeu).
Exaltação da natureza: grande destaque para as belezas naturais do país. Os poetas dessa geração exaltaram a exu-
berância e o exotismo naturais. 
Religiosidade: identificação com o cristianismo, em contraposição com o paganismo ligado à tradição greco-latina. 
Poesia de caráter sentimental: poesia amorosa e idealizada, que recebeu influência da lírica medieval portuguesa. 
2 Volume 6
O Romantismo, no Brasil, foi o segundo momento de maior expressividade da literatura brasileira nacionalista, depois do Arcadismo. 
Observe o quadro comparativo dessas vertentes literárias.
Autor(es) Características Principais obras
Castro Alves (1847-1871) 
– poeta dos escravos e dos 
amores
Produziu versos declamáveis, repletos de 
hipérboles e alusões a fenômenos visuais; 
utilizou-se de contrastes e outros recursos 
retóricos. Abordou a causa abolicionista e 
também versou sobre o amor palpável e sensual 
(diferentemente do modo como o fizeram as 
outras gerações).
Espumas flutuantes, 
O navio negreiro, 
Os escravos, 
Tragédias no mar.
Subjetivismo: obras repletas de posturas extremas em relação ao amor ou à morte; egocentrismo exagerado.
Fuga da realidade (escapismo): manifestada na idealização da infância e da mulher e na exaltação da morte.
Spleen: tédio, depressão, insatisfação constante; devaneios e melancolia manifestados pelo forte erotismo difuso 
ou obsessivo.
Amor platônico: os poetas versavam sobre um amor irrealizável, o medo da rejeição, da morte e a perfeição 
da amada.
Segunda geração (1850-1860)
também denominada geração byroniana ou ultrarromântica
Autor(es) Características Principais obras
Álvares de Azevedo (1831-1852)
Poemas tematizavam a morte e o amor idealizado. Seus 
versos são marcados por ironia, frustração, sofrimento 
e dor.
Lira dos vinte anos, 
Noite na Taverna.
Casimiro de Abreu (1839-1860)
Os principais temas: saudades da infância e da terra 
natal, religiosidade, tristeza e melancolia, exaltação da 
natureza e medo de amar.
As primaveras.
Junqueira Freire (1832-1855)
Temas preferidos: vida religiosa em contraste com 
a vida mundana, obsessão pela morte e paixão 
exacerbada.
Inspirações do claustro, 
Contradições poéticas.
Fagundes Varela (1841-1875)
Marcou a transição da segunda para a terceira geração 
romântica brasileira. Suas obras acolheram todos os 
temas das gerações românticas.
Cântico do calvário.
Poesia social: aborda temas sociais e políticos.
Amor menos platônico: manifestações mais eróticas e sensuais do amor; a mulher menos idealizada e mais atingível. 
Terceira geração (1860-1880)
também denominada de Condoreirismo – inspirado no pássaro condor, que simboliza 
grandiosidade e liberdade, ideais dessa terceira fase
Literatura 3
Atividades
LANDSEER, Charles. Vista do Pão de Açúcar tomada da estrada do Silvestre. 1827, 
Pinacoteca do Estado de São Paulo.
4 Volume 6
1. Observe a tela pintada por Charles Landseer.
a) Qual o espaço físico representado pela tela?
Rio de Janeiro, Pão de Açúcar.
b) Qual é a época referenciada pela pintura?
Referencia o Brasil da metade do século XIX.
c) Que elementos possibilitam relacionar essa pintura à estética romântica?
A representação da natureza como símbolo nacional.
2. Identifique a característica romântica predominante nos fragmentos a seguir.
( 1 ) Religiosidade
( 2 ) Idealização do herói
( 3 ) Menção à morte
( 4 ) Nacionalismo
( 5 ) Gosto pelo noturno
( 5 ) “Eu amo a noite taciturna e quêda!
 Amo a doce mudez que ela derrama,
 E a fresca aragem pelas densas folhas.”
 DIAS, Gonçalves. Segundos Cantos. In: BUENO, 
 Alexei (Org.) Gonçalves Dias: poesia e prosa. 
 Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1959. p. 29.
( 3 ) “[...] Vejo a morte,
 Aí vem lazarenta e desdentada...
 Que noiva!... E devo então dormir com ela?
 Se ela ao menos dormisse mascarada!”
 AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. In: BUENO, 
 Alexei (Org.). Álvares de Azevedo: obra completa. 
 Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 236.
taciturna: silenciosa.
quêda: desmoronada.
aragem: brisa.
Literatura 5
( 2 ) “Cavaleiro das armas escuras, 
 Onde vais pelas trevas impuras
 Com a espada sanguenta na mão?”
AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. 
In: BUENO, Alexei (Org.) Álvares de Azevedo: 
obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 98.
( 4 ) “Minha terra tem primores, 
 Que tais não encontro eu cá;
 Em cismar – sozinho, à noite,
 Mais prazer encontro eu lá;”
DIAS, Gonçalves. Primeiros cantos. 
Canção do exílio. In: In: BUENO, Alexei (Org.) 
Gonçalves Dias: poesia e prosa. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 1998. p. 105.
embalde: em vão.
acabrunhado: envergonhado.
cerviz: escravidão.
baldão: adversidade, má sorte.
ludíbrio: ato ou efeito de enganar, ludibriar.
feros: feroz.
Ainda Uma Vez – Adeus
I
Enfim te vejo! – enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!
II
Dum mundo a outro impelido,
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão, ludíbrio da sorte
Em terra estranha, entre gente,
Que alheios males não sente,
nem se condói do infeliz!
III
Louco, aflito, a saciar-me
D'agravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esp’rança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi! 
IV
Vivi; pois Deus me guardava
Para este lugar e hora!
Depois de tanto, senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.
V
Mas que tens? Não me conheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pode o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
Sei quanto ela desfigura,
E eu não vivi na ventura...
Olha-me bem, que sou eu!
VI
Nenhumavoz me diriges!...
Julgas-te acaso ofendida?
Deste-me amor, e a vida
Que me darias – bem sei;
Mas lembrem-te aqueles feros
Corações, que se meteram
Entre nós; e se venceram,
Mal sabes quanto lutei!
( 1 ) “Perdão, Senhor meu Deus! Busco-te embalde 
 Na natureza inteira! O dia, a noite,
 O tempo, as estações mudos sucedem-se,
 Mas eu sinto-te o sopro dentro d’alma!”
 VARELA, Fagundes. In: TÁTI, Miécio; GUERRA, 
 E. Carrera (Org.) Poesias completas de L. N. Fagundes Varela.
 São Paulo: Editora Companhia Nacional. p. 338.
3. Leia o poema “Ainda Uma Vez – Adeus”, de Gonçalves Dias, e, em seguida, responda ao que se pede.
6 Volume 6
VII
Oh! se lutei!... mas devera
Expor-te em pública praça,
Como um alvo à populaça,
Um alvo aos dictérios seus!
Devera, podia acaso
Tal sacrifício aceitar-te
Para no cabo pagar-te,
Meus dias unindo aos teus?
VIII
Devera, sim; mas pensava,
Que de mim t'esquecerias,
Que, sem mim, alegres dias
T'esperavam; e em favor
De minhas preces, contava
Que o bom Deus me aceitaria
O meu quinhão de alegria
Pelo teu quinhão de dor!
IX
Que me enganei, ora o vejo;
Nadam-te os olhos em pranto,
Arfa-te o peito, e no entanto
Nem me podes encarar;
Erro foi, mas não foi crime,
Não te esqueci, eu to juro:
Sacrifiquei meu futuro,
Vida e glória por te amar!
X
Tudo, tudo; e na miséria
Dum martírio prolongado,
Lento, cruel, disfarçado,
Que eu nem a ti confiei;
“Ela é feliz (me dizia)
Seu descanso é obra minha
Negou-me a sorte mesquinha...
Perdoa, que me enganei!
XI
Tantos encantos me tinham,
Tanta ilusão me afagava
De noite, quando acordava,
De dia em sonhos talvez!
Tudo isso agora onde para?
Onde a ilusão dos meus sonhos?
Tantos projetos risonhos,
Tudo esse engano desfez!
XII
Enganei-me!... – Horrendo caos
Nessas palavras se encerra,
Quando do engano, quem erra.
Não pode voltar atrás!
Amarga irrisão! reflete:
Quando eu gozar-te pudera,
Mártir quis ser, cuidei qu'era...
E um louco fui, nada mais!
XIII
Louco, julguei adornar-me
Com palmas d’alta virtude!
Que tinha eu bronco e rude
Co'o que se chama ideal?
O meu eras tu, não outro;
Estava em deixar minha vida
Correr por ti conduzida,
Pura, na ausência do mal.
XIV
Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu, outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha, infeliz;
Pensar que a tua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminho a pusera...
E eu! eu fui que a não quis!
XV
És doutro agora, e pr’a sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim, pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!
populaça: plebe. dictérios: ditos. quinhão: parcela. arfa-te: ofega-te. irrisão: riso debochado.
DIAS, Gonçalves. Poesia completa e prosa escolhida. Rio de Janeiro : José Aguilar, 1959. p.259-281. (Biblioteca Luso-Brasileira, Série Brasileira). 
DIAS, Gonçalves. Novos cantos. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000114.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2017.
Literatura 7
XVI
Dói-te de mim, que t'imploro
Perdão, a teus pés curvado;
Perdão!... de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão de minha miséria,
Da dor que me rala o peito,
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!
XVII
Adeus qu’eu parto, senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida,
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve Adeus!
XVIII
Lerás porém algum dia
Meus versos d’alma arrancados,
D’amargo pranto banhados,
Com sangue escritos; – e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade
Que chores, não de saudade,
Nem de amor, – de compaixão.
a) A quem o eu lírico se dirige? De quem ele se despede? 
O eu lírico se dirige à amada e dela se despede.
b) Ele está longe ou perto da amada? 
O eu lírico é forçado a se afastar fisicamente da amada, pois ela não o quer: “Negou-me a sorte mesquinha.../ 
 Perdoa, que me enganei”. Porém, no plano emocional, ele está próximo, não consegue deixar de sofrer e sentir a ausência da mulher
 amada: “Que não cessei de querer-te”, “Tu me vieste à lembrança:/Quis viver mais e vivi!”.
c) Como reage a amada ao que o eu lírico lhe diz? 
Ela fica constrangida, assustada e triste: “Mas que tens? Não me conheces?/ De mim afastas teu rosto?/ 
 Pois tanto pode o desgosto/  Transformar o rosto meu?” [...] “Que me enganei, ora o vejo;/ Nadam-te os olhos em pranto,/ Arfa-te o
peito, e no entanto/ Nem me podes encarar” .
d) A partir da estrofe XV, o que ocorreu para que o eu lírico e sua amada sofressem? 
O encontro inesperado dos amantes; para a mulher, a infelicidade do casamento, a presença do marido e o sentimento que ela 
ainda nutre pelo eu lírico.
e) Como se explica o título do poema? 
No começo do poema, o eu lírico se encontra triste, lamentando a perda da amada, pensa na morte como forma de acabar com 
o tédio da vida, mas a lembrança da amada vem à mente e ele novamente sente vontade de viver, cria esperanças, e quando a 
vê, ela se mostra distante. Ao final, a mulher tem outro, e novamente os amantes se despedem. Assim, mais uma vez, os 
amantes se encontram, e mais uma vez eles se despedem.
8 Volume 6
4. Leia “Canção do Exílio”, do poeta Gonçalves Dias, e responda ao que se pede.
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
DIAS, Gonçalves. Primeiros cantos. Canção do Exílio. In: In: BUENO, Alexei (Org.). Gonçalves Dias: poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar, 1998. p. 105-106.
a) O Hino Nacional brasileiro cita parcialmente uma das estrofes do poema acima. Qual é ela?
A segunda estrofe.
b) Identifique, no poema, quatro características românticas.
Subjetivismo: “minha terra...”; culto à natureza: “nossos bosques têm mais vida”; nacionalismo: “Minha terra tem primores/ Que tais
não encontro eu cá”; e sentimentalismo: “Mais prazer encontro eu lá”.
c) Dois elementos da natureza tornam-se, no poema, símbolo da pátria distante. Quais são eles?
A palmeira e o sabiá. 
5. Observe atentamente a pintura feita por Théodore Géricault e responda às questões sobre ela.
GÉRICAULT, Théodore. Les trois crânes, 1812 − 1814, 31,5 cm x 60 cm, Museu Girodet, 
Montargis, França. 
a) Diferentemente da tela de Charles 
Landseer, apresentada anterior-
mente, essa pintura não exalta as 
cores da natureza. Qual a sua im-
pressão sobre essa tela?
É possível citar que ela é sombria, 
apresenta uma cena mórbida ou mesmo 
macabra 
gorjeiam: emitem sons 
melodiosos.
várzeas: planícies.
cismar: refletir.
b) Que relação pode ser estabelecida entre a tela e a segunda geração do Romantismo?
Os poetas da segunda geração romântica apresentam posturas extremas em relação ao amor, que, por vezes, geram desfechos
fatais. Há também a exaltação da morte como forma de escapismo.
Literatura 9
6. (UEG – GO)
Lembrança de morrer 
[...] 
Eu deixo a vida como deixa o tédio 
Do deserto o poento caminheiro, 
– Como as horas de um longo pesadelo 
Que se desfaz ao dobre sineiro
[...] 
AZEVEDO, Álvares de. Poesias completas de Álvares de Azevedo. 7. 
ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. p. 37.
 Esse fragmento mostra uma atitude escapista típica do Romantismo. O eu lírico idealiza 
a) a vida como um ofício de prazer, destinado à fruição eterna. 
x b) a morte como um meio de libertação do terrível fardo de viver. 
c) o tédio como a repetição dos fragmentos belos e significativos da vida. 
d) o deserto como umdestino sereno para quem vence as hostilidades da vida. 
7. O Romantismo, influenciado pelos ideias dominantes da época e pela produção de autores europeus, foi marcado por 
x a) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, desespero e angústia.
b) teocentrismo, insensibilidade, alegria, otimismo e a crença no futuro. 
c) etnocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, desespero e angústia.
d) teocentrismo, hipersensibilidade, descontração, felicidade e crença no futuro.
e) egocentrismo, teocentrismo, hipersensibilidade, desesperança e crença no futuro. 
8. Leia o trecho a seguir:
A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala
E ela, corando, murmurou-me: “adeus.”
Uma noite entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
“Adeus” lhe disse conservando-a presa...
ALVES, Castro. Espumas flutuantes. In: _____. Poesias 
completas. São Paulo: Ediouro, s.d. (Prestígio). p. 20.
 O trecho apresenta uma visão mais realista do amor, havendo nele traços de erotismo. No Romantismo brasileiro, o 
poeta que apresenta essas características é 
Castro Alves.
fitei: olhei fixamente.
reposteiro: cortina que substitui a porta.
alcova: quarto.
poento: com cheio de poeira.
sineiro: aquele que toca o sino.
10 Volume 6
9. Leia o poema “Adormecida” de Castro Alves e responda às questões propostas.
Uma noite eu me lembro... Ela dormia 
Numa rede encostada molemente... 
Quase aberto o roupão... solto o cabelo 
E o pé descalço do tapete rente. 
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste 
Exalavam as silvas da campina... 
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina. 
De um jasmineiro os galhos encurvados, 
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras 
Iam na face trêmulos — beijá-la. 
Era um quadro celeste!... A cada afago 
Mesmo em sonhos a moça estremecia... 
Quando ela serenava... a flor beijava-a... 
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia... 
Dir-se-ia que naquele doce instante 
Brincavam duas cândidas crianças... 
A brisa, que agitava as folhas verdes, 
Fazia-lhe ondear as negras tranças! 
E o ramo ora chegava, ora afastava-se... 
Mas quando a via despeitada a meio, 
P'ra não zangá-la... sacudia alegre 
Uma chuva de pétalas no seio... 
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida: 
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas! 
"Virgem! tu és a flor da minha vida!..."
ALVES, Castro. Adormecida. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/wk000582.pdf. Acesso em 30 de agosto de 2015.
a) Como a imagem da mulher amada é construída no poema?
Por meio do uso de expressões como “encostada molemente”, “quase aberto”, “solto” e “descalço” o eu lírico cria uma impressão
sensual dessa mulher. Além disso, o poema também apresenta elementos como: noite, rede, roupão, cabelo, tapete, os quais 
contribuem para a criação de um ambiente de intimidade e cumplicidade entre o eu lírico e a mulher amada.
b) Ao dar vida a certos elementos da natureza, o eu lírico incita o clima de sensualidade e encantamento que 
engrandecem essa mulher. Que elementos são esses? E que imagem eles constroem?
São os “galhos encurvados/ indiscretos entram na sala”, “Iam na face trêmulos – beijá-la”, “Quando ela serenava ... a flor beijava-a ...”,
 “Quando ela ia beijar-lhe ... a flor fugia...”, etc. Ao colocar esses elementos em contato físico com a amada, o eu lírico constrói
 uma imagem repleta de sensualidade. 
c) A mulher amada mencionada no poema apresenta traços românticos da primeira geração. Quais são eles?
O eu lírico a compara a uma criança e lhe dá um caráter virginal (“criança”, “negras tranças”). Na última 
estrofe, o eu lírico apela para o lirismo platônico e, com muita sensibilidade, exalta essa característica da amada: “Virgem! tu 
és a flor da minha vida”. 
d) Quais são os traços que distanciam essa mulher da figura de amor idealizado? 
A mulher mencionada no poema, embora apresente certos traços que a idealizam e seja acometida, em alguns momentos, 
pelo amor platônico do eu lírico, ainda é uma mulher mais palpável, uma mulher com traços eróticos, e que apresenta muita 
sensualidade. 
Literatura 11
10. (ENEM)
Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto, 
Nos lábios meus o alento desfalece, 
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece... 
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade, 
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade, 
Olhos por quem viveu quem já não vive!
palor: palidez.
alento: fôlego.
fenece: acaba, murcha.
embalde: em vão.
esmorece: perde a força.
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já; 
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, 
Cantar o sabiá! 
Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro
Respirando esse ar; 
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo 
Os gozos do meu lar! 
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil; 
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, 
O céu de meu Brasil! 
Se eu tenho de morrer na flor dos anos, 
Meu Deus! Não seja já! 
Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde, 
Cantar o sabiá! 
ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993. 
 Texto II 
A ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, intro-
duziu-se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimenta-
lismo, o nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia sua aparição 
nessa época).
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento). 
 O núcleo temático desse soneto é típico da segunda 
geração romântica, porém configura um lirismo que o 
projeta para além desse momento específico. O funda-
mento desse lirismo é
a) a angústia alimentada pela constatação da irreversi-
bilidade da morte.
x b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação 
diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado pela autopie-
dade.
d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão 
amorosa.
e) o gosto pela escuridão como solução para o sofri-
mento.
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
11. (ENEM)
 Texto I 
12 Volume 6
 De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se
a) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que estar longe do Brasil é uma forma de estar bem, já que o país 
sufoca o eu lírico. 
x b) no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem agradável onde o eu 
lírico vivera a infância. 
c) na liberdade formal, que se manifesta na opção por versos sem métrica rigorosa e temática voltada para o nacio-
nalismo. 
d) no fazer anárquico, entendida a poesia como negação do passado e da vida, seja pelas opções formais, seja pelos 
temas. 
e) no sentimentalismo, por meio do qual se reforça a alegria presente em oposição à infância, marcada pela tristeza.
12. (UEM – PR) Leia os textos a seguir.
Texto 1 Texto 2
Enquanto pasta alegre o manso gado, 
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado. 
Um pouco meditemos 
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre 
A sábia natureza. 
Marília de Dirceu, Lira XIX, 1.ª parte
Como cheirosa e doce a tarde expira! 
Do amor e luz inunda a praia bela! 
E o sol já roxo e trêmulo desdobra 
Um íris furta-cor na fronte dela! 
[...]
Se ela estivesse aqui! no vale agora 
Cai doce a brisa morna desmaiando: 
Nos murmúrios do mar fora tão doce 
Da tarde no palor viver amando! 
Tarde de verão”, Lira dos vinteanos
 Os dois fragmentos apresentam diferentes concepções de paisagem decorrentes tanto da situação tematizada quanto 
das tendências estilísticas de época. 
a) Apresente, pelo menos, dois versos de cada fragmento que revelem essas diferentes concepções (ou impressões) 
da paisagem.
Texto 1 – “Na regular beleza”; “A sábia natureza”. Texto 2 – “Como cheirosa e bela a tarde expira”; “E sol já roxo e 
trêmulo desdobra”.
b) Considerando os movimentos literários (ou estilos de época) a que pertencem os fragmentos, discorra sobre essa 
diferença no tratamento da paisagem.
Os versos do primeiro trecho seguem a tendência estilística do Arcadismo, tematizando um encontro amoroso
tranquilo e sereno, que está em harmonia com a natureza, também tranquila e serena. Já os versos do segundo trecho evidenciam, 
de maneira bastante subjetiva, o eu lírico que se encontra só e que contempla a natureza, personificando-a, porque sente falta da 
amada e sofre com a sua ausência.
12
Romantismo: 
prosa e teatro
A divisão entre poesia e prosa românticas é meramente didática, uma vez que ambos os movimentos aconteceram durante o mesmo período 
histórico. 
 • O romance romântico foi amplamente aceito pelo público leitor da época, obtendo grande sucesso. Entre os fatores que contribuíram para 
tal feito estão:
– a urbanização da cidade do Rio de Janeiro.
– os romances publicados como folhetim.
– o sentimento nacionalista, que contribuiu para a formação da literatura como uma cor local.
 • O primeiro romance romântico publicado no Brasil foi O filho do pescador, de Teixeira Souza.
Romantismo
cor local: procura representar os costumes da época
indianista: destaque para as tradições e o sentimento de liberdade
valorização do passado histórico: procura da identidade nacional
idealização: tanto dos sentimentos quanto da realidade
objetivo da narrativa: distrair e descontrair; não pretendia gerar reflexões profundas 
maniqueísmo: o triunfo do bem sobre o mal; teor moralizante
Urbano ou de costumes A ação acontece na cidade do Rio de Janeiro. Retrata-se a vida na Corte.
Regionalista A ação acontece no campo. Retrata-se a vida no interior.
Indianista De maneira idealizada, o indígena, em seu estado primitivo, é o protagonista dessa história. 
Histórico A ação é ambientada num passado não tão distante, também de maneira idealizada.
Tipos de romance romântico
Romances 
urbanos
Romances 
sertanistas ou 
regionalistas
Romances 
históricos
Romances indianistas 
ou primitivistas
José de Alencar 
(1829-1877)
Maior nome do romance 
romântico brasileiro, foi o 
grande consolidador do gênero. 
Procurou valorizar a nação 
por meio de seus romances, 
traçando um painel do país, que 
permite visualizar a terra, o povo, 
a história e a cultura nacional.
Há o retrato da 
formação e o 
amadurecimento da 
sociedade urbana 
por meio dos perfis 
femininos. Entre eles:
– Senhora
– Diva
– A pata da gazela
Retrato da vida 
simples no interior – a 
pureza da cor local; 
tradições e costumes 
interioranos. São eles:
– O tronco do Ipê
– O sertanejo
– O gaúcho
– Til
Resgate do passado e 
busca de uma identidade 
nacional; retrata a mistura 
da cultura europeia com 
a natureza brasileira. São 
eles:
– As minas de prata
– O guarani
– A guerra dos mascates
Recontam-se as lendas 
e os mitos das terras 
ainda não habitadas pelos 
portugueses, a tradição 
e os costumes dos 
indígenas, e os primeiros 
contatos com o branco 
colonizador. São eles:
– Iracema 
– O guarani
– Ubirajara
Principais autores e obras
Literatura 13
Outros autores:
Autor Características Principais obras
Joaquim Manuel de Macedo 
(1820-1882)
Autor de grande popularidade na época. Escreveu vários 
romances com a mesma fórmula, sem muita evolução de estilo. 
Com uma linguagem simples, retratou costumes e tradições da 
sociedade carioca.
A Moreninha 
Manuel Antônio de Almeida 
(1831-1861)
Escreveu um único romance, Memórias de um sargento de 
milícias. Sem preocupação com o estilo vigente de sua época, 
é considerado a exceção entre os românticos, pois sua obra 
apresenta características de um romance satírico de costumes, 
no qual apresenta a figura de Leonardinho (anti-herói, malandro 
com vícios e virtudes).
Memórias de um sargento de 
milícias 
Bernardo Guimarães 
(1825-1884)
Considerado pela crítica como consolidador do romance 
regionalista, o autor descreveu em seus romances as paisagens 
e os costumes das regiões de Minas Gerais e Goiás.
A escrava Isaura (final feliz), e 
O seminarista (final trágico).
Visconde de Taunay 
(1843-1899)
Autor que explorou ainda mais o romance regionalista.
Inocência (trágico triângulo 
amoroso entre Inocência, 
Manecão e Cirino) e A retirada 
da Laguna – que conta o 
fracasso brasileiro na Guerra 
do Paraguai.
Franklin Távora 
(1842-1888)
Escritor regionalista nordestino, defensor da “literatura do 
Norte”.
O Cabeleira
Atividades
1. (UEL – PR) O romance é um gênero literário que veio a se desenvolver no século ________, retratando sobretudo 
________; era muito comum publicar-se em partes, nos jornais, na forma de ____________ .
 Preenchem corretamente as lacunas do texto acima, pela ordem:
a) XVII – a alta aristocracia – conto.
b) XVIII – o mundo burguês – folhetim.
c) XVIII – o mundo burguês – crônica.
X d) XIX – o mundo burguês – folhetim.
e) XIX – a alta aristocracia – crônica.
Teatro romântico
A primeira peça romântica foi Antônio José, de Gonçalves Magalhães, encenada em 1837. Outra peça representativa foi Leonor de Mendonça, 
de Gonçalves Dias, esta última não foi encenada. 
Autor Características Principais obras
Martins Pena 
(1815 – 1848)
Grande nome do teatro romântico, 
ganhou destaque por escrever 
comédias de costumes (satirizava os 
costumes da sociedade de classe 
média brasileira do século XIX). 
O juiz de paz na roça, O noviço, Judas em sábado de aleluia, 
Os três médicos, Quem casa quer casa, O inglês maquinista. 
Por serem peças com temas ainda vigentes em nossa sociedade, 
muitas delas ainda são encenadas.
14 Volume 6
2. Qual foi o primeiro romance romântico publicado no Brasil?
a) Senhora, de José de Alencar.
x b) O filho do pescador, de Teixeira Souza.
c) A moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo.
d) Memória de um sargento de milícias, de Manoel Antônio de Almeida.
e) Inocência, de Visconde de Taunay.
3. (ENEM)
FABIANA, arrepelando-se de raiva – Hum! Ora, eis aí está para que se casou meu filho, e trouxe a mulher 
para minha casa. É isto constantemente. Não sabe o senhor meu filho que quem casa quer casa... Já não 
posso, não posso, não posso! (Batendo com o pé). Um dia arrebento, e então veremos!
Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. 
A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária 
destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é com-
plementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 
1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação 
dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens 
encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, 
clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espiri-
tuais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua 
interpretação real por meio da representação.
COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. (Adaptado.)
 Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que:
a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual,pois não é possível sua 
concepção de forma coletiva.
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e indepen-
dente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores.
x c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, 
crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão 
verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo 
teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
4. (ENEM)
 PENA, M. Quem casa quer casa. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 dez. 2012.
Literatura 15
História Viva, n.99,2011.
 Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática 
atemporal.
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do 
Brasil imperial.
x d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da 
identidade nacional.
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.
6. Ao que diz respeito ao Romantismo brasileiro, é possível afirmar que:
a) Gonçalves de Magalhães foi o principal poeta do Romantismo brasileiro, responsável por inaugurar a Escola 
Romântica no Brasil, com a publicação de A confederação dos tamoios.
x b) Sobre o teatro romântico brasileiro, pode-se destacar pelo menos um grande nome, Martins Pena, que se especia-
lizou em comédias e escreveu O noviço.
c) Os romances de José de Alencar podem ser classificados como: urbanos, rurais, históricos, regionalistas, natura-
listas e indianistas.
d) Sobre os romances indianistas de José de Alencar é possível afirmar que eles são representativos da cultura brasi-
leira, uma vez que os casais protagonistas são sempre constituídos por uma mulher branca e um homem indígena, 
como Ceci e Peri.
e) Castro Alves é também conhecido como o “poeta dos escravos”. Em Espumas flutuantes, os poemas ali presentes 
tornaram-se imediatamente um libelo em defesa do fim do tráfico negreiro.
 As rubricas em itálico, como as trazidas no trecho de Martins Pena, em uma atuação teatral, constituem
a) necessidades, porque as encenações precisam ser fiéis às diretrizes do autor.
x b) possibilidade, porque o texto pode ser mudado, assim como outros elementos.
c) preciosismo, porque são irrelevantes para o texto ou para a encenação.
d) exigência, porque elas determinam as características do texto teatral.
e) imposição, porque elas anulam a autonomia do diretor.
5. (ENEM)
“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que cole-
cionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José Alencar (1829-
-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar 
clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, 
diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para 
ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito 
será digitalizada.
16 Volume 6
rubricas: apontamento; pequeno 
comentário; nota sucinta.
7. (UEM – PR) Assinale a alternativa incorreta.
x a) O Romantismo valorizou o gênero romance em detrimento da epopeia tradicional, como se pode constatar na prosa 
de Gonçalves Dias. Também as regras clássicas para a tragédia passaram a ser desconsideradas, como verifica-
mos nas peças de Martins Pena, nosso primeiro grande autor de tragédias.
b) No Romantismo brasileiro, constatamos, entre outras características, o culto do individualismo e da natureza como 
refúgio acolhedor, o nacionalismo indianista e a preocupação com reformas sociais, como o abolicionismo. 
c) Pertencem à chamada geração ultrarromântica Álvares de Azevedo, autor de Noite na taverna, e Casimiro de Abreu, 
autor do poema “Meus oito anos”. 
d) Gonçalves de Magalhães abriu o Romantismo brasileiro, em 1836, com Suspiros poéticos e saudades. Machado 
de Assis inaugurou o Realismo, em 1881, com Memórias póstumas de Brás Cubas. 
e) A prosa romântica brasileira tem, entre seus representantes, José de Alencar, Machado de Assis, Bernardo 
Guimarães. Machado de Assis foi, também, escritor realista.
8. Assinale a alternativa incorreta.
a) Foi uma das características de José de Alencar: a criação de um estilo brasileiro – um modo de escrever que re-
fletisse o espírito do povo, com as particularidades sintáticas e vocabulário brasileiros, além de inserções do tupi.
b) Autor de um único livro, Manuel Antônio de Almeida deslocou-se do movimento romântico vigente e escreveu uma 
obra humorística, focalizando a classe pobre e colocando como centro das atenções um protagonista aventureiro 
e vadio. 
c) Bernardo Guimarães é considerado o primeiro regionalista romântico. O autor descreveu em seus romances as 
paisagens, os tipos e os costumes de Minas Gerais e Goiás.
d) Franklin Távora é considerado o mais modesto dos romancistas. Lutou para a criação da Literatura do Norte. Entre 
seus romances de maior prestígio está O Cabeleira.
x e) Visconde de Taunay, autor que apresenta um estilo despretensioso e ligeiro, mostrou-se muito preso ao esque-
ma romântico. Praticamente todos os seus romances apresentam elementos bastante previsíveis: namoro difícil, 
mistério sobre o passado de um de seus personagens, conflito entre dever e o amor, final feliz, triunfo do Bem.
9. Sobre a prosa romântica brasileira, assinale a alternativa correta.
a) Apresenta traços objetivos, os narradores são considerados observadores e há a busca pela verossimilhança.
b) O indígena, figura principal de muitos romances, é o herói pagão movido pelas forças da natureza, uma mescla de 
ingenuidade e violência. Suas histórias são baseadas em personagens e ações reais. 
c) O folclore e a cultura popular são deixados em segundo plano; o que interessa é retratar as transformações eco-
nômicas, científicas e ideológicas do período.
x d) Os principais objetivos do Romantismo foram: valorizar a liberdade, enfatizar a subjetividade e expressar os valores 
burgueses. No Brasil, o Romantismo se revestiu, ainda, de traços nacionalistas.
e) Por meio de anúncios, a imprensa ajudou a divulgar o mundo da literatura, fazendo com que a circulação de livros crescesse.
10. Qual é o papel da imprensa no desenvolvimento da ficção brasileira no Romantismo?
A imprensa teve um papel fundamental no desenvolvimento da ficção brasileira do século XIX, pois era mais 
barato divulgar a obra em capítulos nos jornais (folhetim) do que na forma impressa (livro) e a leitura era acessível a uma maior parcela 
da população (foi por meio dos folhetins que muitos leitores ingressaram no mundo da literatura).
Literatura 17
Guimarães, Bernardo. A escrava Isaura. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/bv000057.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2015.
a) Qual é a característica romântica predominante no primeiro fragmento?
A idealização da mulher. O narrador exalta a ternura, bondade e espírito de religião da mulher.
b) Qual a característica romântica predominante no segundo fragmento?
Descrição de costumes e tradições. No trecho, em particular, os costumes dos indígenasguerreiros, que traziam as cores de 
sua nação pintadas em seus corpos. 
c) Qual a característica romântica predominante no terceiro fragmento?
O tão esperado final feliz, onde há o triunfo do Bem sobre o Mal, e o conflito amoroso finalmente se resolve.
11. No século XIX, qual é a aproximação entre literatura e jornalismo?
Dois aspectos nos permitem entender essa relação: primeiro, muitos dos escritores brasileiros tinham como ocupação profissional o 
jornalismo, o que, muitas vezes, possibilitava a eles patrocinar a sua própria carreira literária; aegundo, a forma de publicação
 folhetinesca, que permitia a publicação de obras, capítulo por capítulo, nos folhetins jornalísticos, fazia com que estas se
 popularizassem, divulgando o trabalho do autor e, mais tarde, fossem impressas em formato de livros, aumentando a circulação 
da obra.
12. Leia os trechos a seguir, retirados dos romances O Cabeleira, de Franklin Távora, Iracema, de José de Alencar e 
A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, e responda ao que se pede.
No caminho da vida veio encontrar o Cabeleira a seu lado Joana, exemplo vivo e edificante pela ternura, 
pela bondade, pelo espírito de religião que a caracterizava. 
TÁVORA, Franklin. O Cabeleira. Fundação Biblioteca Nacional Departamento Nacional do Livro. Disponível em: <http://www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000061.pdf.> Acesso em: 5 ago. 2015.
Traçavam em princípio negras riscas sobre o corpo, à semelhança do pelo do quati de onde procedeu o 
nome dessa arte da pintura guerreira. Depois variaram as cores, e muitos guerreiros costumaram escrever 
os emblemas de seus feitos.
– Levanta-te, mulher generosa e sublime! – disse Álvaro estendo-lhe as mãos para levantar-se. – Le-
vanta-te, Isaura; não é a meus pés, mas sim em meus braços, aqui bem perto do meu coração, que te 
deves lançar, pois a despeito de todos os preconceitos do mundo, eu me julgo o mais feliz dos mortais 
em poder oferecer-te a mão de esposo!...
ALENCAR, José de. Iracema. 24. ed. São Paulo: Ática, 1991. (Bom Livro). Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/
texto/bv000136.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2015.
18 Volume 6
(José de Alencar, Til, em Obra completa, vol. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958, p. 825.)
 O trecho do romance Til transcrito acima evidencia a ambivalência que caracteriza a personagem Jão Fera ao longo 
de toda a narrativa. 
 Explicite quais são as duas faces dessa ambivalência.
A ambivalência está no fato de Jão Fera não poder ser classificado em sua totalidade como vilão ou mesmo como herói. 
O personagem tornou-se um assassino cruel por todas as coisas ruins que aconteceram em sua vida, mas, em lembrança 
do amor que sente por Besita (que fora assassinada pelo marido), mantém-se fiel à filha de sua amada, protegendo-a de todos os 
perigos. No trecho, a ambivalência pode ser encontrada em: “– Mas eu tenho-o encontrado tantas vezes, aqui perto, quando vou à 
casa de Zana, e não apareceu nenhuma desgraça”.
14. (UNICAMP – SP) O excerto a seguir é o trecho final de Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antonio de Almeida.
O segredo que a Maria-Regalada dissera ao ouvido do major no dia em que fora, acompanhada por D. 
Maria e a comadre, pedir pelo Leonardo, foi a promessa de que, se fosse servida, cumpriria o gosto do 
major. 
Está pois explicada a benevolência deste para com o Leonardo, que fora ao ponto de não só disfarçar e 
obter perdão de todas as suas faltas, como de alcançar-lhe aquele rápido acesso de posto. 
Fica também explicada a presença do major em casa da Maria-Regalada. 
Depois disto entraram todos em conferência. O major desta vez achou o pedido muito justo, em conse-
quência do fim que se tinha em vista. Com a sua influência tudo alcançou; e em uma semana entregou 
ao Leonardo dois papéis: — um era a sua baixa de tropa de linha; outro, sua nomeação de Sargento de 
Milícias. 
Além disto recebeu o Leonardo ao mesmo tempo carta de seu pai, na qual o chamava para fazer-lhe 
entrega do que lhe deixara seu padrinho, que se achava religiosamente intacto.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
Passado o tempo indispensável do luto, o Leonardo, em uniforme de Sargento de Milícias, recebeu-se na 
Sé com Luizinha, assistindo à cerimônia a família em peso. 
(Manuel Antonio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. Cotia: Ateliê Ed., 2000)
(...) Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal: vem ao faro do sangue como a onça. Não foi debalde que 
lhe deram o nome que tem. E faz garbo disso! 
– Então você cuida que ele anda atrás de alguém? 
– Sou capaz de apostar. É uma coisa que toda a gente sabe. Onde se encontra Jão Fera, ou houve morte 
ou não tarda. 
Estremeceu Inhá com um ligeiro arrepio, e volvendo em torno a vista inquieta, aproximou-se do compa-
nheiro para falar-lhe em voz submissa: 
– Mas eu tenho-o encontrado tantas vezes, aqui perto, quando vou à casa de Zana, e não apareceu ne-
nhuma desgraça.
– É que anda farejando, ou senão deram-lhe no rasto e estão-lhe na cola.
– Coitado! Se o prendem! 
– Ora qual. Dançará um bocadinho na corda! 
– Você não tem pena? 
– De um malvado, Inhá! – Pois eu tenho! 
13. (UNICAMP – SP)
Literatura 19
a) Que diferença significativa pode ser estabelecida entre a condição inicial do herói do romance e sua condição final, 
reproduzida no trecho acima? 
No começo do romance, Leonardo está em uma situação conflituosa com as normas sociais (descrito como “vadio”). 
Ao final do romance, Leonardo "entra nos eixos" ao se casar com uma moça de extrato social privilegiado e ao arrumar uma
ocupação profissional que cuida da manutenção da ordem: “Passado o tempo indispensável do luto, o Leonardo, em uniforme de 
Sargento de Milícias, recebeu-se na Sé com Luizinha, assistindo à cerimônia a família em peso”. 
b) Essa condição foi alcançada por mérito de Leonardo? Justifique.
Sugestão de resposta: não foi por mérito próprio, mas pelos esforços da madrinha e de Maria-Regalada, como explicitado no 
primeiro parágrafo do trecho. Isso exemplifica o mecanismo da sociedade da época, que é descrito pelo romance, ou seja, a 
ascensão social não acontece por esforço pessoal, e, sim, por ajuda de outros indivíduos que ocupem posições privilegiadas na 
sociedade.
15. (Mackenzie – SP) Leia o trecho seguinte para resolver a questão:
- Um instante! disse Aurélia.
- Chamou-me?
- O passado está extinto. (…) agora ajoelho-me eu a teus pés, Fernando, e suplico-te que aceites meu 
amor, este amor que nunca deixou de ser teu, ainda quando mais cruelmente ofendia-te. Aquela que te 
humilhou, aqui a tens abatida, no mesmo lugar onde ultrajou-te. Aqui a tens implorando teu perdão e 
feliz porque te adora, como o senhor de sua alma.
As cortinas cerraram-se, e as auras da noite, acariciando o seio das flores, cantavam o hino misterioso 
do santo amor conjugal. 
José de Alencar, Senhora
 O fragmento acima, extraído do final do romance Senhora, que focaliza a corrupção do homem por dinheiro, é exem-
plar do comportamento do escritor romântico porque:
a) critica valores que regem a vida burguesa, principalmente o apego às leis do coração.
b) apresenta a personagem como fruto do condicionamento genético.
X c) expressa seu idealismo ao permitir a redenção da personagem que errou.
d) concebe o herói como representante de uma raça heroica e vigorosa.
e) manifesta traços da doutrina do “bom selvagem” de Rousseau.
20 Volume 6

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