Aula 3

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Literatura 
Portuguesa
André Alselmi
Aula 3
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Classicismo:
Características;
Luís Vaz de Camões.
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Conteúdo
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Classicismo
Contexto histórico
Século XVI (1527 – 1580);
Renascimento urbano, comercial e cultural;
Triunfo do antropocentrismo e do racionalismo;
Retomada da arte clássica 
 (antiguidade greco-romana).
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Características do Classicismo
Racionalismo: predomínio da razão sobre a emoção; 
Sobriedade, equilíbrio;
Harmonia, simetria, busca pela perfeição;
Universalismo;
Resgate do culto à antiguidade clássica;
Imitação;
Fusão: paganismo e cristianismo.
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Novidades
1527: Sá de Miranda retorna a Portugal trazendo o dolce stil nuovo (doce estilo novo):
Medida nova: versos decassílabos;
Soneto: 14 versos de mesma métrica, todos rimados entre si.
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Obra de Camões
Camões lírico
Rimas
Sonetos
Camões épico
“Os Lusíadas”
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Camões Lírico
Lírica tradicional
Mote – Glosas ou Voltas
Redondilhas 
Lírica clássica
Sonetos
Decassílabos
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Poeta-filósofo
Tenta compreender a realidade, seus mistérios e enigmas;
Muitos de seus temas são ideias, abstrações: o amor, a injustiça, a transitoriedade, etc.;
Neoplatonismo.
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Temas
O desconcerto do Mundo
Mudança, transitoriedade
O amor:
as contradições desse sentimento: a impossibilidade de compreendê-lo;
a impossibilidade de realizá-lo: a frustração que ele causa;
as imposições desse sentimento.
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Prenúncio do Barroco na obra de Camões
Contradições:
dualidade corpo x alma
			 (carne) (espírito)
Conflitos internos:
angústia;
antíteses;
paradoxos;
pessimismo, desencanto.
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Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; e, para mais m'espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim o bem tão mal ordenado, fui mau, mas fui castigado. Assim que, só para mim anda o mundo concertado.
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Amor é um fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
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É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com que nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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Camões épico
Os Lusíadas
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Camões épico – Os Lusíadas
O poema narra:
a descoberta do caminho marítimo para as Índias;
as grandes navegações portuguesas;
a conquista do Oriente;
toda a história de Portugal.
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Paralelamente, desenvolve-se a ação mitológica: a luta que travam os deuses mitológicos contrapondo Vênus e Marte (a favor de Portugal) a Baco e Netuno (contra os portugueses).
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Estrutura da obra
São dez cantos;
O número de estrofes varia de canto para canto;
Composto por 1102 estrofes oitavas (ABABABCC) e 8816 versos decassílabos;
Seguindo a tradição clássica, possui 5 partes:
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1. Proposição 
Apresenta-se o tema da epopeia, aquilo que será contado na narrativa: as conquistas dos navegadores portugueses liderados por Vasco da Gama e a história de Portugal.
2. Invocação 
O poeta pede inspiração às musas do rio Tejo, as Tágides, para que ajudem-no a compor a obra com maestria. 
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3. Dedicatória 
A obra é dedicada ao rei Dom Sebastião, símbolo da esperança de difusão da fé católica e de prosseguimento das conquistas portuguesas mundo afora. 
4. Narração
A viagem de Vasco da Gama e os momentos principais da história de Portugal.
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5. Epílogo 
Lamento do poeta, que prevê um futuro perigoso para a nação portuguesa, caso ela continue a se deixar levar pela ambição. 
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Proposição
As armas e os barões assinalados, 
(arma virumque cano)
Que da ocidental praia Lusitana, 
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados, 
Mais do que prometia a força humana, 
E entre gente remota edificaram 
Novo Reino, que tanto sublimaram;
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E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte
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Narração: episódios
importantes
Episódio de Inês de Castro (III, 118 -135)
Episódio do Velho do Restelo (IV, 94-104)
O Gigante Adamastor (V, 37 – 60)
A Ilha dos Amores (IX, 18 – X, 143)
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Os Lusíadas fundem:
Os ideais renascentistas (expansão) com a ideologia medieval (o conservadorismo do Velho do Restelo);
A mitologia pagã com o ideal cristão;
O tom épico exaltado ao tom lírico delicado;
O ufanismo com o espírito crítico (contra a gente surda e endurecida);
A imitação dos modelos clássicos (Virgílio e Homero) com antecipações do barroco (a visão pessimista e desencantada).
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Referências
AMORA, Antônio Soares. Presença da literatura portuguesa: (vol.2) Era clássica. Difel, 2008.
MOISÉS. Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1983 (19ª ed.).
_____. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2006 (30ª ed.).
SARAIVA, Antônio José & LOPEZ, Oscar. História da literatura portuguesa. Porto Editora, 1996 (17ª ed.)
SILVA, V. M. de A. Teoria da literatura. Coimbra: Livraria Almedina, 1988. 
SPINA, Segismundo. A lírica trovadoresca. São Paulo: Edusp, 1996. 
TRINGALI, Dante. Escolas literárias. São Paulo: Musa Editora, 1994. (Coleção de manuais; v.1)
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Literatura 
Portuguesa
André Alselmi
Atividade 3
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Atividade
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Leia o texto a seguir e tente responder às seguintes questões.
O poema apresenta a medida velha ou a medida nova
2. Que temas camonianos são abordados
3. Que características do Classicismo podem ser apontadas no poema?
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Texto
Busque Amor novas artes, novo engenho, 
para matar-me, e novas esquivanças; (desprezo, desdém)
que não pode tirar-me as esperanças, 
que mal me tirará o que eu não tenho.
 
Olhai de que esperanças me mantenho! 
Vede que perigosas seguranças! 
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho. (barco)
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Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê.
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Resolução
O poema apresenta a medida nova (10 sílabas poéticas)
Bus / que A / mor / no / vas / ar / tes, / no /vo en /ge / nho
 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2. Os temas camonianos abordados são: a impossibilidade de compreender o amor; a frustração que ele causa.
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SLIDE DO PROFESSOR
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Resolução
3. Podemos apontar no texto as seguintes características clássicas:
Racionalismo: tentativa de compreender o amor;
Simetria: preocupaçãocom a forma perfeita do poema;
Valorização da antiguidade clássica: o Amor personificado (Eros/Cupido); aquele que escraviza os homens;
Paganismo: deus da mitologia greco-romana.
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SLIDE DO PROFESSOR