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Ética, Política e Sociedade Prof.ª. Ma. Maria Luzia Mariano TA 3 A política e a evolução das concepções de mundo Resumo :Unidade de Ensino 3 Competência da :Unidade de Ensino Reconhecer as relações entre a filosofia, a ética e a política. :Resumo Origem e a finalidade da vida política. Regimes políticos e a visão dos sofistas sobre a política. O “homem político” em Platão e Aristóteles. Direito divino versus realismo político de Maquiavel. O Iluminismo e a política no século XIX. Hobbes e o Estado Soberano; Rousseau e o contrato social; Locke e o liberalismo. Palavras- :chave Política; democracia; poder; força; estado; contrato social Título da teleaula: A política e a evolução das concepções de mundo Teleaula nº: 3 Convite ao Estudo Fonte: https://goo.gl/piolT3. Acessado em 13/7/16. Qual a melhor forma de governo? Vivemos uma verdadeira democracia em nosso país? Somos realmente livres para tomar decisões e participar do poder? Quais os pontos fortes e fracos da democracia? VA Caminho de Aprendizagem Conhecimentos prévios Conhecimento prévios CONCEITO DEFINIÇÃO POLÍTICA A arte de gerir o destino da cidade. Ciência da governança de um Estado ou Nação. A arte de negociação para compatibilizar interesses. PODER Possibilidade de produzir efeitos desejados sobre indivíduos ou grupos. DEMOCRACIA Forma de governo em que a soberania é exercida pelo povo. Todos os cidadãos elegíveis participam igualmente - diretamente ou através de representantes eleitos. ESTADO Conjunto das instituições que controlam e administram uma nação; “país soberano, com estrutura própria e politicamente organizado” (Dicionário Houaiss). Pensando a aula: situação geradora de aprendizagem “Pior forma de governo, exceto todas as outras”, a democracia entrou na mira da frustração causada pela crise econômica mundial. Muitos países discutem modelos diferentes, com alguns flertando com o extremismo. Até o Brasil vive um reflexo disso, enfiado num vácuo de representatividade que separa a classe política dos cidadãos. O problema crucial no Brasil passa também pelo desencantamento e falta de identificação entre cidadãos e políticos. Mesmo que não haja uma situação extrema, a insatisfação está ligada ao malfadado modelo com o qual o país convive: uma intrincada rede de partidos políticos que confundem os cidadãos e geram paralisia do sistema. Pensando a aula: situação geradora de aprendizagem Enquanto os brasileiros brigam e se rotulam de "coxinhas" e "petralhas", há uma perda de foco dos verdadeiros problemas políticos do país. É assim que a democracia começa a ser colocada em xeque. É dessa maneira que o povo perde sua força. A democracia seria realmente uma boa forma de governo? Por que há uma tendência mundial de se repensar a democracia? Como estreitar os laços entre os cidadãos e seus representantes? De que maneiras podemos atuar efetivamente numa democracia? Cápsula 1 “Iniciando o estudo” Situação-Problema 1 O ministro da Educação, Renato Janine, aparece caracterizado como Mr. Burns, o personagem vilão do desenho animado Os Simpsons, em um outdoor fixado no campus da Praia Vermelha (zona sul) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Assinada pela Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), a peça faz parte da campanha #dialogaJanine, que reivindica mais diálogo entre o ministro e o movimento grevista das Instituições Federais de Ensino (IFES), iniciado no dia 28 de maio. Os professores afirmam que todos os contatos até o momento foram com secretários doministério. Segundo a Adufrj, Janine só se posiciona por redes sociais e nunca diretamente com professores, técnicos e estudantes. Situação-Problema 1 Por que esta atitude dos professores pode ser definida como política? Como explicar esta distância entre os cidadãos e seus representantes numa democracia? Princípios de legitimidade do poder Problematizando a Situação-Problema 1 A distinção entre regimes políticos e não políticos; A causa da variação de regimes políticos; A transformação de um regime político em outro. Sofistas: a política é uma construção circunstancial. Platão: identifica a justiça no indivíduo com a justiça na polis. Aristóteles: o homem é, por natureza, um ser político; não consegue viver sozinho; sua felicidade está na polis. Problematizando a situação-problema 1 Resolvendo a Situação-Problema 1 Fonte: https://goo.gl/0UyvrW. Acessado em 20/7/16. A difícil relaçã :o entre os professores e o ministro ilustra As deficiências dos regimes democráticos contemporâneos; A necessidade de repensarmos a política e nossa atuação enquanto cidadãos; A maneira como as questões políticas influenciam em nosso cotidiano. Cápsula 2 “Participando da aula” Situação-Problema 2 Com dezenas de multas de trânsito no currículo, 14 delas por embriaguez ao volante, o empresário Ivo Nascimento de Campos Pitanguy atropelou e matou na quinta-feira o operário José Fernando Ferreira da Silva. Testemunhas asseguram que Pitanguy estava bêbado. Ele passou alguns dias em cana, mas não demorou. A justiça mandou soltá-lo, com base na apreciação do Ministério Público, que divergiu da Polícia Civil no fundamental. A polícia indiciou o atropelador por homicídio doloso – ao dirigir alcoolizado, assumiu o risco de matar. Mas a denúncia da Promotoria classificou o homicídio como culposo, aquele sem intenção. Em suma, adeus, cadeia pública. Um taxista contou que em seguida ao acidente (crime?), em vez de socorrer o atropelado, o motorista tentou ligar seu carro (para fugir?). Situação-Problema 2 Só se aproximou do operário agonizante quando bombeiros e PMs chegaram. Quando o taxista lhe pediu para desligar o motor, Pitanguy reagiu assim, informou o repórter Sérgio Ramalho: “Tu sabe quem eu sou?'' Insistiu: “Tu sabe quem eu sou?” Somos realmente “todos iguais perante a lei”? Por que podemos afirmar que uma grande forma de injustiça social se revelando uso da pergunta ‘sabe com quem você está falando?’ Fonte: https://goo.gl/4ylqCC. Acessado em 17/12/17. Problematizando a situação-problema 2 Platão: a construção idealista da República (cidade justa) Fonte: https://goo.gl/Gvm8GM. Acessado em 10/7/16. Aristóteles: o homem como animal político. Bens partilháveis e bens participáveis Justiça distributiva e justiça participativa Problematizando a situação-problema 2 Fonte: https://goo.gl/rrb39i. Acessado em 20/7/16. Resolvendo a situação-problema 2 Para alcançar a justiça política é preciso respeitar o modo pelo qual a comunidade estabeleceu a participação no poder (levar em conta aquilo que a cidade mais valoriza). A justiça distributiva permite igualar os desiguais através da distribuição desigual dos bens, para dar a todos o que lhes é devido. Cápsula 3 “Participando da aula” Situação-Problema 3 Em 11 de setembro de 2001, dois aviões foram lançados com tripulação, seus passageiros e terroristas suicidas sobre as duas torres do World Trade Center, em Nova York. A organização terrorista Al Qaeda foi responsabilizada pelo ataque aos Estados Unidos que utilizaram os atentados de 11 de setembro como justificativa para implementar uma "cruzada mundial contra o terror" em defesa da "paz mundial" e da sua segurança interna. O terrorismo, os governos que lhe dão apoio e abrigo e os países que desenvolvem armas de destruição em massa e que contestam o poder norte-americano, foram colocados como os principais alvos da nova doutrina de segurança nacional. Passaram a ser classificados em um agrupamento denominado "Eixo do Mal".A expressão foi utilizada pelo presidente dos Estados Unidos, George Bush, para se referir a três países: Coreia do Norte, Irã e Iraque. Situação-Problema 3 Em 2002, o presidente George Bush divulgou o documento "A estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos", que ficou conhecido como "Doutrina Bush". Este documento apresenta as estratégias político-militares que passaram a ser adotadas pelo país em nome da defesa nacional, frente às ameaças a que poderiam estar sujeitos o território e o povo norte-americanos. Como explicar a “Doutrina Bush”, a partir das análises de Maquiavel? “Os fins justificam os meios”. Essa máxima se aplica a esse caso? Em que se baseou o estabelecimento do “Eixo do Mal”? Como explicar o medo que se instaura a partir das concepções de Maquiavel? Agostinho e o direito divino de governar A função política não deve se limitar a resolver problemas de ordem material; Deve também direcionar seus esforços para favorecer aos cidadãos da cidade terrena, condições para alcançarem a cidade celeste. Maquiavel e o realismo político “É necessário a um príncipe, para se manter [no poder], que aprenda a ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade”(O Príncipe); Virtú e fortuna. Problematizando a Situação-Problema 3 Agostinho apresenta o sentido social e teológico da política quando descreve a função que precisa ser exercida visando o presente e, também, a eternidade. Já Maquiavel, mostrou que a virtude do governante aparecerá na qualidade das instituições que souber criar e manter, e na capacidade que tiver (fortuna) para enfrentar as ocasiões adversas. Para Maquiavel, não há qualquer fundamento anterior e exterior à política: nem razão, nem Deus ou natureza. Resolvendo a Situação-Problema 3 Cápsula 4 “Participando da aula” Situação-Problema 4 Um país essencialmente agrário enfrentava um período de imensas injustiças sociais. A sociedade era regida pelo absolutismo e se dividia em três classes: a primeira classe era o Clero, formada por 2% da população, esses estavam isentos de pagar impostos; a segunda classe era a Nobreza: apenas 2,5% da população era nobre. Também esses não pagavam impostos e tinham acesso a cargos públicos e a terceira classe concentrava o restante da população, com pouco mais de 95%. Essa era a classe responsável por sustentar todo o reino. Formada por burgueses, camponeses, artesãos e pelo proletariado. A população da terceira classe vivia em condições extremamente precárias. O Rei Sol assume o país totalmente imerso em dívidas de antigos reinados. Esse rei, assim como seus antecessores, detinha o poder absoluto, controlava todas as áreas: economia, justiça, política e atémesmo a religião. Situação-Problema 4 O povo não tinha voz, não podia votar, nem sequer emitir qualquer opinião sobre o governo. A economia passava por grande crise, e na tentativa de contornar a crise, o Rei Sol resolveu cobrar mais tributos do povo. É quando o povo se revolta, sai dessa organização de classes, reúne-se e forma uma Assembleia Nacional Constituinte. O Rei Sol ainda tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O slogan dos revolucionários era: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Essa história exemplifica a visão de Hobbes e Locke sobre o estado de natureza? Por que precisamos de um contrato social? Quais são as marcas de um Estado Liberal? Thomas Hobbes (1588-1679) No estado de natureza prevalecem interesses egoístas. Há insegurança e medo; Instaura-se a sociedade civil. John Locke (1632-1704) No estado de natureza • Cada um é juiz em causa própria; • Risco das paixões e parcialidade; • Necessidade de um Contrato Social; • Direitos naturais não desaparecem. Subsistem para limitar o poder do Estado. Problematizando a Situação-Problema 4 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) No estado de natureza o homem vive em paz e em harmonia; Os homens são pessoas morais, que, através do pacto, criam a vontade do grupo como corpo moral coletivo ou Estado; Os contratos sociais geram todas as formas de corrupção. Problematizando a Situação-Problema 4 A organização das leis e do Estado deve ser feita com o objetivo de assegurar o respeito aos direitos naturais: a proteção da vida e da liberdade de todos. Essa é a única razão de ser de um governo. Resolvendo a Situação-Problema 4 Cápsula 5 “Participando da aula” Em geral dizemos que a democracia se caracteriza pela abertura, pelo conflito e pela rotatividade. Isso não daria margens ao avesso da democracia, ou seja, aos regimes totalitários? O que você pensa disso? Provocando novas situações Uma das conquistas da democracia foi a Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Quais são os direitos humanos? O que realmente mudou com esta declaração? Por que ainda hoje assistimos a tantos casos de violação de direitos humanos? Provocando novas situações VE Caminho de Aprendizagem