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VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 1 VENTILAÇÃO E CONFORTO A ventilação nos espaços arquitetônicos pode ser produzida por: - meios mecânicos (ventiladores, exaustores etc.), também conhecida como ventilação mecânica; - meios naturais, sendo denominada ventilação natural. Essa última pode ser produzida por: - diferença de pressão estática ou dinâmica nas paredes que separam os espaços internos e externos de uma edificação em função de diferenças de densidades (temperatura) também conhecida como ventilação por efeito chaminé. - outro meio natural é aquele onde o movimento do ar ocorre em função das pressões dinâmicas produzidas pelo vento ao atingir as edificações, e é mais conhecida como ventilação natural devido à ação dos ventos. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES A ventilação natural pode ser usada com três finalidades complementares: • Manter a qualidade do ar nos ambientes internos; • Remover a carga térmica adquirida pela edificação, em decorrência dos ganhos de calor externos e internos; • Promover o resfriamento fisiológico dos usuários. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 1.1 Ventilação para manutenção da qualidade do ar nos ambientes A manutenção da qualidade do ar nos ambientes internos é obtida através da adequada renovação do ar de tais espaços, de maneira a remover as impurezas eventualmente existentes e manter os níveis de oxigênio em patamares apropriados. Essa qualidade do ar pode ser obtida com pequenas taxas de renovação do ar das construções, conforme determina a ABNT NBR 15.220-3: 2005. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 1.2 Ventilação para resfriamento das edificações Uma das finalidades da ventilação é resfriar o edifício propriamente dito, retirando a carga térmica absorvida pelas construções em decorrência da exposição do edifício à radiação solar, assim como dos ganhos térmicos produzidos no interior das edificações (devido à presença dos usuários, existência de equipamentos elétricos, de iluminação artificial, etc). Nesses casos, altas taxas de ventilação podem propiciar temperaturas internasmuito próximas das externas, removendo a carga térmica dos ambientes internos. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 1.3 Ventilação para resfriamento dos usuários O resfriamento fisiológico é o terceiro objetivo da ventilação. Tal Resfriamento refere-se ao efeito refrescante provocado pela evaporação do suor da pele e pelas trocas de calor por convecção, que ocorrem quando o fluxo de ar entra em contato com o corpo humano. A intensidade desse resfriamento varia em função da velocidade e da temperatura do ar; mas também depende da turbulência do fluxo de ar e a umidade relativa. O resfriamento fisiológico é particularmente importante em regiões com elevada umidade do ar, pois a pele úmida é, frequentemente, apontada como a principal causa de desconforto. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 1.4 Conforto e vestuário A influência do isolamento térmico, produzido por diversos tipos de roupas e pelas taxas de metabolismo humano (que variam em função da atividade exercida), precisa ser também considerada no conforto térmico dos usuários. Taxas de calor produzidas pelo metabolismo em diferentes atividades (expressas como “met”), e níveis de isolamento térmico produzidos por diferentes tipos de vestimenta (expressos como “clo”) estão apresentadas na figura 1.1. Em climas quentes, o uso de roupas mais leves é particularmente importante, pois permite uma maior intensidade das trocas de calor por convecção entre o vento e o corpo humano. Figura 1.1 Taxas de calor produzidas pelo metabolismo em diferentes atividades e níveis de isolamento térmico produzido por diferentes tipos de vestimenta. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 1.5 Velocidade do ar e conforto Para baixas velocidades do ar o conforto térmico é tão sensível à temperatura radiante quanto à temperatura do ar. A temperatura radiante combina os efeitos de temperatura do ar com aquelas produzidas pelas trocas térmicas por radiação, que ocorrem entre o indivíduo e o entorno onde o mesmo se encontra inserido. No caso de um edifício, esse entorno é representado pelas superfícies que delimitam o espaço arquitetônico (piso, teto, parede, janela, etc.). Porém, para velocidades mais altas, a temperatura do ar determina a percepção do conforto. Por isso, ao se analisar o conforto térmico em construções bem ventiladas, pode-se considerar a temperatura do ar como parâmetro determinante do conforto, ao invés da temperatura radiante, sem que isso produza erros significativos. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES O quadro 1 mostra ainda, que para trabalhos sedentários (sentados), realizados em ambiente não ventilado, a mudança da roupa executiva (paletó) para uma roupa mais leve (camisa de manga curta de algodão e calça comprida, por exemplo), aumenta a tolerância do sujeito em cerca de 3°C. Se, além desse ajuste no vestuário, existirem correntes de ar com velocidade de 1,0 m/s, o indivíduo aceitará um aumento adicional de 2,5°C, devido ao efeito refrescante produzido pelo movimento de ar. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 5 VENTILAÇÃO NOS ESPAÇOS INTERIORES Esta seção examina a influência do tamanho e da tipologia das aberturas das construções na configuração do fluxo de ar no interior dos espaços arquitetônicos. A influência de componentes externos, tais como Coberturas, beirais, marquises e protetores solares, é também considerada. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES A configuração do fluxo de ar no interior de uma construção é determinada por três fatores principais: 1) O tamanho e a localização das aberturas de entrada do ar na parede; 2) O tipo e a configuração das aberturas usadas; 3) A localização de outros componentes arquitetônicos nas proximidades das aberturas, tais como divisórias internas e painéis verticais ou horizontais adjacentes a elas (protetores solares e marquises, por exemplo). VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES A decisão de se produzir uma distribuição uniforme do movimento de ar ou um jato concentrado depende dos requisitos específicos de cada projeto. Quantificar a ventilação é importante para o projeto arquitetônico, a fim de informar aos projetistas o valor médio da velocidade do ar nos interiores das construções em relação ao vento externo disponível. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 5.1 Forma e dimensão das aberturas O tamanho, a forma e a localização das aberturas para ventilação são os principais fatores determinantes da configuração do fluxo de ar no interior das construções. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 5.2 Localização das aberturas O movimento de ar dentro das construções é governado, principalmente, pela direção externa do vento, pela configuração da abertura de entrada do ar e pelas forças de inércia das correntes de ar que resistem a mudanças na direção do fluxo. A distribuição interna do fluxo do ar é também influenciada por campos de pressão gerados pelo vento no entorno da construção e pelas pressões existentes ao redor da abertura. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES Aberturas para ventilação podem também ser localizadas no nível do telhado ou bem acima dele, na forma de exaustores ou captadores de vento. A chamada ‘exaustão de cumeeira’ é baseada no princípio de que a velocidade de ar nas cumeeiras dos telhados é mais alta e, como consequência, a pressão tende a diminuir e provocar uma sucção do ar interior. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 5.3 Tipologias das aberturas A escolha do tipo das esquadrias para uma construçãodepende da função particular de cada espaço. Afora os aspectos ambientais (ventilação, iluminação natural, controle do som, da chuva e do sol) existem outros igualmente importantes, tais como aspectos plásticos e estéticos, custos, vista da paisagem, privacidade e segurança. O uso de painéis de elementos vazados é uma prática comum na região nordeste do Brasil e em muitas regiões do mundo, como solução para aumentar as taxas de ventilação a um baixo custo, figura 5.13. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 6 COMPONENTES ARQUITETÔNICOS E VENTILAÇÃO Além das janelas, outros elementos construtivos podem desempenhar papel relevante no incremento da ventilação no interior dos ambientes. Alguns desses componentes têm sido pouco utilizados nas construções brasileiras, apesar da riqueza plástica que apresentam. Esta seção trata da relação entre os componentes arquitetônicos, a ventilação natural e o potencial plástico da utilização dos mesmos nas edificações. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 6.1 Captadores de vento Os captadores de vento são utilizados há vários séculos em regiões com clima quente e seco, no Oriente Médio (Figura 6.1). Esses elementos arquitetônicos, constituídos por torres verticais com aberturas na sua parte superior e inferior. Tais elementos têm a função de captar os ventos numa altura em que eles se encontram com uma carga menor de poeira, a temperatura é menor e a velocidade é mais acentuada; redirecionando-os para os ambientes interiores a fim de aumentar o movimento de ar nesses locais. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES Outra solução, ao nível do telhado, pode ser obtida por grandes aberturas tipo shed. Tais dispositivos que podem funcionar como captadores ou extratores de ar, dependendo de sua localização em relação à direção dos ventos dominantes. Ao funcionar como entrada de ar, maior eficiência é conseguida quando o shed está localizado na primeira metade do telhado, no sentido da direção do vento, figuras 6.6c, 6.6g e 6.6h. Quando trabalha como exaustor, ele deveria estar situado na metade posterior do telhado apresentando ótimos resultados (figuras 6.6d, 6.6e e 6.6f ). As figuras 6.6c até 6.6h mostram a média da velocidade interna (v) em relação à velocidade do vento livre (V) com aberturas shed em várias situações. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 6.2 Pátios Assim como os captadores de vento, os pátios são largamente utilizados em locais de clima quente e seco. Nessas regiões, os espaços abertos no interior da edificação se constituem em uma importante forma de proteção contra o vento quente e carregado de poeira. Associados às fontes de água, que umidificam o ar, tais ambientes tornam-se bastante agradáveis nesse tipo de clima. No clima quente e úmido, os pátios podem ser utilizados, associados à vegetação, criando ambiências agradáveis. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 6.3 Peitoril ventilado VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 6.4 Pérgulas VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES 6.5 Pilotis Construções sobre pilotis podem ser utilizadas para aumentar a ventilação em edificações. Em arranjos construtivos densos, esse dispositivo pode ser interessante para permitir maior porosidade da malha urbana aos ventos dominantes, na altura dos pedestres. VENTILAÇÃO NATURAL EM EDIFICAÇÕES
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