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A Relação do filme "Um dia de Fúria" com os textos "Burnout: O Processo de adoecer pelo trabalho" e "O Modelo Psiconeutoendócrinológico de Stress"

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Marina Koppe Malanski	 					 Direito 1C
Psicologia Aplicada ao Direito 					05/04/2017
1. A relação do personagem do filme “Um dia de Fúria” com a leitura dos textos “Burnout: O Processo de Adoecer pelo Trabalho” e “O Modelo Psiconeuroendocrinológico de Stress”:
William é o típico exemplo de cidadão atual, pois sua situação aborda a paranoia urbana, um tema que assola a grande maioria das pessoas que vivem nas principais cidades do planeta, refletindo os enormes problemas que a vivência de ritmo acelerado traz e os momentos desgastantes que causam a má qualidade de vida, sendo responsável pela proliferação do “stress e a sua reação”, que faz com que as pessoas diante de tantas situações irritantes, acabem explodindo de uma maneira ou outra, por coisas mínimas e insignificantes.
Dentro desta ideia, é possível relacionar mais afundo o enredo do filme com o texto “Burnout: o processo de adoecer pelo trabalho” de Ana Maria Benevides Pereira, onde será retratado a situação de pacientes que chegaram ao limite de stress, levando à decadência na área do trabalho causada pelo fenômeno chamado de Burnout. De início, é importante explicar o que é esse fenômeno, para depois ser relacionado com cenas específicas do filme.
Resumidamente, seria “[...] uma experiência individual específica do trabalho” (Burnout: O Processo de Adoecer pelo Trabalho pg.33). Na concepção clínica, a síndrome é um conjunto de sintomas: fadiga física e mental, falta de entusiasmo pelo trabalho e pela vida, sentimento de impotência, baixa autoestima. É explicado pela ideia de que “[...] o estado de exaustão é resultado do trabalho intenso, sem preocupação em atender às necessidades do indivíduo.” (pg.34). Outros fatores importantes relacionados ao tema, são a “Exaustão Emocional” – esgotamento físico e mental – e a “Despersonalização” – atitude de ironia e cinismo em relação às pessoas (pg.35). Logo, levando essas ideias em consideração, é possível fazer a analogia com o filme e perceber quais aspectos são manifestados no personagem principal.
Portanto, o filme retrata a vida cotidiana do divorciado e recém desempregado, William Foster e seu objetivo inicial que é chegar à casa de sua ex-mulher a tempo do aniversário de sua filha, apesar de estar impedido legalmente de fazer isto –podendo despertar os sentimentos de “Alienação e Solidão” (Burnout: O Processo de Adoecer pelo Trabalho pg.40). Porém, ao longo do caminho ele se depara com vários empecilhos e problemáticas que todos enfrentam diariamente, como o trânsito, poluição, propagandas enganosas, conflitos ideológicos e territoriais, tratamento de minorias, preconceitos, entre outros, reagindo com insatisfação e violência à todos esses aspectos. A grande ênfase do filme é a pobreza, a economia e o capitalismo, e como os mesmos afetam a vida das pessoas, fazendo uma análise e uma retratação hiperbolizada de todos esses quesitos.
No início da trama já é possível perceber muito sobre a personalidade do personagem principal, o qual apresenta sentimentos visíveis de angústia e “agressividade”, típico sintoma psíquico manifestado pelo Burnout de “Labilidade Emocional”, que é a mudança brusca de humor (pg.40). Seu comportamento exagerado começa com a “Irritabilidade” – manifestação comportamental de Burnout - e a “Impaciência” - também manifestação psíquica causada pelo Burnout - no trânsito, usando terno sob o sol escaldante e em meio à diversas pessoas também irritadas. Logo, após ele descer do carro e desistir de enfrentar o congestionamento, a outras situações desagradáveis começam à surgir. Ele entra numa loja afim de comprar uma ficha telefônica, mas é obrigado à consumir algum produto, excessivamente caro, então reage violentamente demonstrando sua insatisfação com o ocorrido, manifestando o sintoma comportamental de “Incremento de Agressividade” (Burnout: O Processo de Adoecer pelo Trabalho pg.40). A partir desse momento, é relatado um festival de situações que parecem corriqueiras, que quase não são suficientes para tirar alguém do sério, porém que no caso de William, era algo mais fácil de acontecer, dadas as circunstâncias já vividas por ele anteriormente, “de esgotamento e vazio interno” (pg.38).
Porém, levando em consideração as informações do texto “O Modelo Psiconeuroendocrinológico de Stress” de Dr. Esdras Guerreiro Vasconcellos, uma análise mais precisa relacionada ao stress e ao Burnout pode ser feita, sendo uma explicação do comportamento anormal do personagem. De ínicio, é preciso diferenciar os dois fenômenos, sendo o “stress” um desequilíbrio com o corpo, a natureza e do estilo de vida (O Modelo Psiconeuroendocrinológico de Stress pg.25), uma falta de equilíbrio com a homeostase, causando a extrapolação de parâmetros (pg.28) e levando à momentos de completa exaustão por ultrapassar os limites de resistência do ser humano (pg.27). Sua manifestação se dá em três etapas, Reação de Alarme, Etapa de Resistência e Etapa de Esgotamento que é quando o indivíduo já não reage ao agente estressor, aumentando o nível de stress de forma negativa (Distress) – conciente ou inconscientemente - e levando a comportamentos de fuga ou negação (pg.32) que é o caso do personagem retratado no filme.
Já o Burnout é um estado prolongado de stress, quando o enfrentamento é falho, trazendo sempre um caráter negativo para o âmbito do trabalho e comportando dimensões sociais e inter-relacionais (Burnout: O Processo de Adoecer pelo Trabalho pg.45) que também é o caso do personagem retratado, onde as suas emoções foram expressas inadequadamente por conta de diversos fatores que agregaram à esta síndrome. Dentro dos fatores, fazendo uma análise psicossomática, é provável deduzir que o divórcio com a esposa trouxe grande significância para o desencadeamento da síndrome, por conta do afastamento, isolamento e perda do apoio familiar que é essencial para alguém que já sofria por outros aspectos (pg.68). Outro fator também, é a forma que a cultura e a sociedade agem tanto para a formação do ser humano, tanto para a futura forma de vida ou insatisfação com a mesma, já que seus valores e normas influenciam a coletividade e podem minimizar ou maximizar os reagentes aos estressores.
Por isso, William poderia ter sido um excelente trabalhador, porém diversos fatores o fizeram atingir a exaustão, a insatisfação e o esgotamento, o levando a agir com uma violência desnecessária, sem ligar para as consequências de seus atos e justificando suas atitudes pelos momentos que foi sujeitado, que julgava injustos e tendo um fim trágico.
2. Considerações Pessoais:
Acredito que o tema stress e Burnout sejam de grande importância para todos os profissionais, sejam os que estão iniciando a carreira ou com uma carreira mais desenvolvida. William Foster é um exemplo disso, pois se tivesse conhecimento de todas essas informações saberia trabalhar melhor com sua insatisfação e esgotamento, podendo ser bem sucedido em outro trabalho, na relação com a filha, no entendimento e aceitação do fim da relação com a esposa.
Ao tentar entender melhor como o stress se manifesta, assim como o que causa a síndrome de Burnout e quais as consequências, o profissional será hábil para ter o discernimento entre o certo ou errado, o prudente e o imprudente, tanto na área profissional quanto no seu psicológico, afim de ter a disposição para mudar de pensamento e comportamento. Dessa forma, pode aumentar sua produtividade, melhorar a qualidade do seu trabalho, investir tempo e energia sem o desgaste, oferecer mais do que o necessário, ter uma relação amigável no ambiente de trabalho e por fim, a autorrealização.

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