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Aula_04_-_Anexos_do_embriao_feto

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Professor Luiz Figueira Pinto- UFRRJ Página 1 
 
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 
Instituto de Veterinária - Departamento de Medicina e Cirurgia 
Disciplina de Obstetrícia (IV-332) 
Professor Luiz Figueira Pinto 
Anexos do embrião e do feto 
 
1. Definição 
 
 Os anexos do embrião e do feto são estruturas formadas pelos folhetos 
embrionários e que servem para a proteção, a alimentação e o desenvolvimento do 
embrião e do feto. Comumente, são denominados erroneamente de placentas. 
 
2. Tipos 
 
 Em relação ao tempo de permanência dos anexos embrionários ou fetais durante 
o período gestacional pode-se classificá-los em duas categoriais, uma transitória e a 
outra permanente. O único anexo transitório é a vesícula vitelina, que desaparece com a 
evolução da gestação para a fase fetal; e os anexos permanentes que persistem durante 
toda a gestação são o córion, o alantóide, e o âmnio. Considera-se também o cordão 
umbilical como um anexo fetal permanente. 
 
 
3. Características 
 
a) Vesícula vitelina 
 
 Desenvolve-se assim que se inicia a fase embrionária da gestação, a partir do 
folheto embrionário denominado endoderma, sendo o primeiro anexo que se forma e 
desaparece tão logo que se inicia a fase fetal do desenvolvimento gestacional. É um 
órgão que armazena nutrientes e participa ativamente da nutrição do produto. Nas aves 
consiste na gema do ovo. A partir de suas células se estrutura a primeira circulação 
sangüínea, que se denomina de circulação onfalomesentérica, constituída por duas 
artérias e duas veias, encarregada da transferência de nutrientes da vesícula vitelina para 
o embrião, enquanto a circulação útero-placentária esta sendo estabelecida. Além da 
função de armazenamento de nutrientes e de nutrição do embrião, a vesícula vitelina 
exerce a função hematopoiética até que o fígado fetal a exerça, o que ocorre a partir da 
6ª semana de vida intra-uterina. 
 A vesícula vitelina inicia a sua involução tão logo surge o anexo alantóide. No 
ser humano a vesícula vitelina separa-se do intestino por volta da 15ª semana de vida 
intra-uterina, sendo que em cerca de 2% da população ocorre a sua persistência, se 
mantendo como um divertículo aderido à porção ileal do intestino, o que se denomina 
de divertículo de Meckel. 
 
 b) Córion 
 
 O córion é o anexo mais externo, pois se origina a partir do trofoblasto, e deste 
modo envolve todo o corpo do embrião, como uma bolsa. O trofoblasto forma uma capa 
espessa que se adere à capa externa do alantóide, que apresenta os vasos sangüíneos 
placentários, constituindo uma capa dupla, sendo denominada de capa alanto-córion ou 
córion-alantóide. Esta capa constitui a porção fetal da placenta, que é também 
Professor Luiz Figueira Pinto- UFRRJ Página 2 
 
denominada de placenta fetal, pois se relaciona diretamente com o endométrio materno, 
permitindo a troca metabólica entre a circulação sangüínea materna e a embrionária em 
sua superfície. 
 A capa córion-alantóide no inicio do seu desenvolvimento é vascularizada em 
toda a sua superfície, e denomina-se de córion viloso. Em algumas espécies animais, à 
medida que a gestação progride a superfície externa da capa córion-alantóide se 
modifica e passa a apresentar áreas desprovidas de vascularização, denominadas de 
córion liso, que modifica a arquitetura externa e forma diferentes tipos de placentas 
fetais. 
 
 
c) Alantóide 
 
 O alantóide surge durante a 2ª ou 3ª semana de gestação nos embriões bovinos 
como um divertículo da parte posterior do intestino e se desenvolve como uma 
continuidade da vesícula urinária, atravessa o cordão umbilical e envolve o âmnio, para 
formar uma bolsa, com sua expansão limitada pelo córion. A porção do alantóide 
presente no cordão umbilical e em comunicação com a bexiga se denomina de úraco. 
 A capa externa do alantóide é vascular e se fusiona com o trofoblasto para 
constituir a capa córion-alantóide, enquanto que a capa interna é avascular e se funde 
com o âmnio formando a capa âmnio-alantóide. A bolsa alantoidiana é preenchida pelo 
liquido alantoidiano, resíduo do catabolismo fetal, que é proveniente da bexiga. E, à 
medida que a gestação evolui aumenta o volume do líquido alantoidiano, que pode 
chegar a uma média de 12 litros na vaca, 15 litros na égua, 1 litro nos pequenos 
ruminantes e em torno de 0,5 litro nas cadelas. 
 O liquido alantoidiano apresenta comumente massas ou corpos amorfos semi-
sólidos, de coloração âmbar, e de consistência mole e pegajosa, que são denominados de 
“boomanes” nos bovinos, e “hipoomanes” nos eqüinos. Alguns autores denominam 
estes corpos de cálculos alantoidianos devido ao fato destes apresentarem um núcleo 
central de fragmento de células descamadas sobre as quais se dispõem camadas 
concêntricas de um complexo mucoproteico desnaturalizado e minerais, sobretudo o 
fosfato de cálcio. 
 A fase de expulsão do parto inicia-se com o rompimento da bolsa alantoidiana. 
Nos bovinos pode ocorrer primeiramente o rompimento da bolsa amniótica antes da 
bolsa alantoidiana sem que isto comprometa a evolução da parição. Este fato se deve à 
disposição da bolsa alantoidiana que não envolve completamente a bolsa amniótica em 
sua porção dorsal. 
 
 
d) Âmnio 
 
 O âmnio consiste no anexo mais externo do embrião/feto e surge a partir do 
ectoderma entre o 13º e o 16º dia na vaca, égua e ovelha. Anatomicamente, consiste em 
uma membrana que envolve todo o cordão umbilical e se reflete sobre o embrião/feto, 
para formar uma bolsa protetora que se preenche de líquido. Este líquido, denominado 
de liquido amniótico, é claro, incolor e de natureza mucóide, rico em proteínas, 
enzimas, lipídios, frutose, e sais minerais. Ele é produzido pelo epitélio amniótico e pela 
rinofaringe e glândulas salivares do embrião/feto. O componente mucóide do liquido 
amniótico é de origem faringeal e salivar e contribui para a lubrificação do feto e das 
partes moles do canal do nascimento na hora do parto. 
Professor Luiz Figueira Pinto- UFRRJ Página 3 
 
 No inicio da gestação o liquido amniótico aumenta de volume e à medida que o 
feto alcança dimensões elevadas ele se concentra e tende a diminuir de volume. Este 
líquido circula livremente na cavidade oral e no tubo digestivo do embrião/feto, o que 
favorece o desenvolvimento e a funcionalidade deste sistema. Porém, ele nunca é 
inalado. A presença de mecônio no liquido amniótico no momento do parto indica 
sofrimento fetal (hipoxia) e risco de vida do neonato. 
 Na superfície interna da membrana amniótica há pequenas projeções, exceto nos 
suínos e carnívoros, de forma irregular e coloração branca, que são denominados de 
placas amnióticas ou formações papilares. Estas regiões são grandes secretoras de 
liquido amniótico. 
 
 
e) Funções dos líquidos amnióticos e alantoidianos 
 
a) Proteção fetal contra traumas e desidratações 
b) Evita aderências do feto com os anexos 
c) Permite o desenvolvimento fetal simétrico 
d) Permite a movimentação fetal 
e) Receptáculo de nutrientes para o feto 
f) Auxilia na dilatação para o parto 
g) Promove lubrificação do canal do nascimento 
h) Função bactericida no canal do nascimento 
i) Função laxativa para o recém-nato 
 
 
f) Cordão umbilical 
 
 O cordão umbilical é formado pelos anexos fetais, com exceção do córion. A 
sua superfície externa é constituída pelo âmnio, e em seu conteúdo encontra-se o úraco, 
que representa o alantóide, e vestígios da vesícula vitelina. Encontra-se ainda uma 
artéria e duas veias umbilicais. Estas estruturas são circundadas por uma secreção 
mucóide denominada de gelatina de Wharton. Esta secreção pode-se constituirem um 
excelente meio de cultura para germes anaeróbicos no pós-parto, o que contra-indica a 
ligadura do cordão umbilical ao nascimento. 
 O cordão umbilical se apresenta de modo contorcido devido a disposição dos 
vasos umbilicais. A artéria umbilical é mais curta que as veias umbilicais, o que permite 
ao cordão sofrer dobras e distensões sem alterações estruturais e funcionais. 
 A cicatrização do cordão umbilical se processa por mumificação das suas 
estruturas, o que é favorecido pela ação desidratante do álcool, que deve ser empregado 
no controle antisséptico.

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