Buscar

TCC original

Prévia do material em texto

51
Educação Física
Maria Rosilene felismino 
 
Jogos Lúdicos:
A integração com o Ensino Infantil
Rio Tinto
2018
 alan friedmam richard
 Ana Beatriz cerisara
Claudia terra do nascimento
gisela wajtkop
lev semyonarich vygotsky
janice vidal bertoldo
jean piaget
joyce iavoski
rafael frança santana
vera barros de oliveira
Jogos Lúdicos:
A integração com o Ensino Infantil
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Centro Oeste do Paraná - FACEOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física.
Orientador: Prof.ª 
Isabela Mariana Ferreira dos Prazeres
.
 
Rio Tinto
2018
 MARIA ROSILENE FELISMINO
 
 
 JOGOS LÚDICOS: A INTEGRAÇÃO COM O ENSINO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Centro Oeste do Paraná- FACEOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física.
Orientador: Prof.ª Isabela Mariana Ferreira dos Prazeres.
Aprovado em -----/----/-----
 BANCA EXAMINADORA
 PROFESSOR 1
 PROFESSOR 2
Dedico este trabalho aos meus Pais que foram meu porto seguro perante as dificuldades neste percurso.
agradecimentos
Á Deus por ter me dado saúde e forças para superar as dificuldades, Pois essa vitória é dele.
Á orientadora Isabela Mariana Ferreira dos Prazeres pelo suporte no pouco que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.
Á minha amiga Josivânea Sales pelo exemplo dado para não desistirmos de nossos sonhos. 
Aos meus Pais Severina Maria e Antônio Sebastião, agricultores do qual muito me orgulha, pelo amor e pelo incentivo incondicional.
As minhas irmãs, pela torcida em me ver realizar esse sonho.
Ao meu noivo Pedro Marques por ter me apoiado em todas as minhas decisões. 
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação.
O meu muito Obrigado.
.
A atividade Lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável á pratica educativa.
 Jean Piaget
FELISMINO, Maria Rosilene. Jogos Lúdicos, A integração com o ensino infantil. 2018. 51 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Educação Física.) –, Faculdade Alto Iguaçu, Rio Tinto, 2018.
FELISMINO, Maria Rosilene. Play games, Integration with children's education. 2018. 51 sheets. Course Completion Work (Physical Education.) -, Alto Tijuca University, Rio Tinto, 2018.
RESUMO
O Presente estudo tem por objetivo identificar como a utilização da ação lúdica influencia no aprendizado, e como os educadores estabelecem e conduzem tal metodologia com seus alunos, como ferramenta de ensino e aprimoramento da aprendizagem da aprendizagem. O estudo de como jogos e brincadeiras se manifestam como uma estratégia presente nas ações educacionais das turmas de educação infantil de uma escola da cidade de Alagoa Grande no estado da Paraíba. A brincadeira é uma ação intrínseca a vida infantil, por isso pode ser um instrumento eficiente para ser utilizado no processo educacional de criança. O processo de aprendizagem faz parte do ser humano, e a criatividade faz com que aquele processo e desenvolva a partir de novos experimentos. Tem- se, então, no lúdico, uma forma de estimular e transformar a assimilação do conhecimento em um processo prazeroso e divertido. Através de uma pesquisa alicerçada e seguindo a realidade escolar estudada busca- se identificar que a utilização do lúdico aliado a atividades pedagógicas pode transformar e aprender numa ação prazerosa que produz resultados positivos. Os resultados da pesquisa apontam uma favorável aceitação da metodologia lúdica na educação infantil, devido ao consenso que foi apresentado- brincar é algo próprio do ser humano e através de tal ação, a acriança não apenas se diverte, mas também se desenvolve como sujeito.
Palavras-chave: Educação infantil, Jogos lúdicos, brincadeiras.
ABSTRACT
The present study aims to identify how the use of play activity influences learning, and how educators establish and conduct such methodology with their students, as a teaching tool and improvement of learning learning. The study of how games and games are manifested as a strategy present in the educational actions of the classes of early childhood education of a school in the city of Alagoa Grande in the state of Paraíba. Play is intrinsic to child life, so it can be an effective tool to be used in the child's educational process. The process of learning is part of the human being, and creativity makes that process and develops from new experiments. It is then in the playful, a way to stimulate and transform the assimilation of knowledge into a fun and enjoyable process. Through a research founded and following the studied school reality, it is sought to identify that the use of the playful allied to pedagogic activities can transform and learn in a pleasurable action that produces positive results. The results of the research point to a favorable acceptance of the playful methodology in early childhood education, due to the consensus that was presented - playing is something proper to the human being and through such action, the child not only amuses himself, but also develops as a subject.
	
Key-words: Children's education, Play games, play.
 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
§ - Parágrafo
Art. – Artigo
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
E.M.E.I.F.F.S.SILVA- Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Firmo Santino da Silva
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais
RCNs - Referenciais Curriculares Nacionais
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	13
2 DESENVOLVIMENTO	15
2.1 O Lúdico .............................................................................................................17
2.2 As Crianças ........................................................................................................23
2.3 A Educação Infantil e o Lúdico ........................................................................29
2.4 Os Jogos Lúdicos e a Formação do Professo................................................33
2.5 A Importância do Lúdico na Educação Física.................................................35
2.6 A Família, o Professor e a Escola Juntos com o Lúdico...............................36
Dados da Pesquisa de Campo................................................................................40
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA E.M.E.I.F.F.S.SILVA ................................................. 41
Rotina da Escola E.M.E.I.F.F.S.Silva ......................................................................42
4 OBJETIVOS ......................................................................................................... 42
4.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 42
4.2 Objetivos Específicos .......................................................................................42
5 METODOLOGIA ................................................................................................. 43
5.1 Entrevista com Professores Sobre o Lúdico............................................43
5.2 Resultados das Analises dos Dados ..............................................................47 
6 Conclusão ............................................................................................................49
Referencias................................................................................................................51
INTRODUÇÃO
A escolha do tema justifica- se pelo fato da experiência de estagio da pesquisadora (observando) na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Firmo Santino da Silva (EMEIFFSS) onde se deu a pratica do estagio curricular obrigatório da licenciatura em educação física.
Sendo assim, iniciou- se este trabalho realizando uma pesquisa bibliográfica buscando autores que desse um suporte teórico necessário para abordagem do tema proposto. Autores como Adriana Friedman, Piaget, Tizuco Kishimoto e Vygotsky, foram escolhidos para contribuir com a discussão do assunto abordado. Também fizeram parte da pesquisa às leis de diretrizes curriculares e Bases da Educação nacional e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 
A pesquisa de campo se concentrou na observação da rotina da escola estudada, através dela se buscou adquirir informações quanto à presença do lúdico neste cotidiano e perceber de que forma essas atividades acontecem, no contato com as educadores das classes observada foi possível obter através de entrevista dados relacionados a estruturação do planejamento de cada uma delas, a compreensão do lúdico que elas dispõem e de como as ligações entre o brincar e o aprender é realizado.
Mesmo com todos os estudos que tratam da eficácia do uso de jogos nos ambientes escolares, ainda existe resistência por parte de alguns educadores descrente na possibilidade de unir o brincar ao pedagógico, após presenciar inúmeras situações escolares em que existe a verdadeira separação, entre o aprender e o brincar, foi possível entrar em contato com uma realidade em que as crianças eram estimuladas e educadas através da atividade lúdicas. Surgiu, então, o interesse de estudar essa realidade que trazia o lúdico como um elemento presente em sua proposta pedagógica..
A motivação lúdica mostra-se investigativa, e é algo muito importante para a aprendizagem das habilidades necessárias na vida adulta. Esta ocorre em um período relativamente longo de desenvolvimento e na ausência de riscos para o individuo, devido à proteção oferecida pelo adulto. Contudo, tal motivação não deve terminar na vida adulta- momento em que a proteção vinda do outro se extingue- mas deve perdurar, já que homem é um sujeito essencialmente lúdico, criativo, preparado para (re) descobrir e ou (re) inventar resposta às dificuldades encontradas ao longo da vida.
2 Desenvolvimento
 Toda criança aprende a brincar desde os primeiros anos de vida, precisando de alguém disponível pra brincar em conjuntos. Além de ensiná-la a brincar. Neste um meio sentido, tem-se uma relação estreita entre o brincar e o aprender, ou seja, se o brincar pode fazer parte da aprendizagem não sendo somente lazer, entendem- se que o brincar, no contexto educacional, proporciona não somente um meio de aprendizagem como também permite que os educadores possam aprender sobre as crianças e suas necessidades. Criar condições para a brincadeira é uma ação que está cada vez mais presente no núcleo escolar e não somente sem espaços restritos fora da escola.
 Tais atividades devem ser levadas a serio pelos profissionais que atuam principalmente na educação infantil, pois faz- se importante conhecer a função do lúdico no desenvolvimento infantil, uma vez que não se tem ai somente mero brincadeiras que educam e formam o sujeito. Acompanhando a evolução física e mental deste e contribuindo para seu amadurecimento, mas sim, a utilização, de maneira mais adequada, de tudo aquilo que torna o lúdico, segundo Santos (2010), em algo prazeroso e complexo, e que não pode ser definido como simplesmente como o ato de “Brincar”.
De acordo com Kishimoto (2009) a utilização de atividades lúdicas no ambiente escolar representa um fator importante para que se destaque uma melhor aprendizagem. Através das brincadeiras e dos jogos, as crianças desenvolvem sua afetividade, manipulam objetos, praticam ações sensório- motoras e vivem ativamente o contexto da participação e interação social, fatores que contribuem para seu desenvolvimento e para a aprendizagem. O jogo pode ser usado com dimensão educativa com o proposito de contribuir para o aprendizado, dede que haja um planejamento por parte do educador. No momento em que brinca a criança, trabalha diversas dimensões de aprendizagem, envolvidas pelo mundo de faz de conta que a brincadeira lhe oferece.
O trabalho de pesquisa tem o objetivo de identificar como a utilização de atividades lúdicas no contexto da educação infantil pode colaborar com o desenvolvimento da criança. Partindo do pressuposto de que a brincadeira é uma ação intrínseca à vida infantil e que suas realizações promove satisfação e prazer pra quem pratica, é possível crer que, utilizar estas atividades com a finalidade pedagógicas pode gerar um maior aprendizado do que quando feita apenas pela utilização ditas tradicionais, como trabalhar como o quadro por exemplo.
Após observar a situação escolar apresentada na instituição EMEIFFSS, a questão que despertou o desejo para a investigação, é de que forma o lúdico utilizado no contexto da educação infantil, pode colaborar no processo de aprender da criança e como possibilita o resgate do prazer de brincar característicos da infância. A brincadeira é um universo que envolve a criança, apresenta novos elementos partindo do olhar que ela tem do mundo que a cerca, do mundo que pode ser criado através do faz de conta, oportuniza-se um maior interesse por estas novas informações e por consequência possibilitar um maior aprendizado.
Através da contextualização entre o conteúdo e o que se pretende trabalhar em uma atividade lúdica, é possível acreditar no trabalho em educação sem haver a dissociação entre o brincar e o aprender. A contextualização do conteúdo trabalhado em jogos e brincadeiras pode ser uma estratégia para a construção de uma prática pedagógica através do ato de brincar sem que o professor separe a hora de “ensinar” e a hora de “brincar”. 
Diversos pontos da rotina da classe que foi tomada como ambiente de observação foi acompanhado o período de presença na escola: a chegada das crianças, o primeiro momento de contado entre elas na sala de aula, atividade de pintura e leitura, recreio refeições e a espera dos responsáveis para a volta pra casa. Durante a observação foi possível perceber como a brincadeira faz parte deste ambiente escolar, pela presença dos diversos espaços destinados ao brincar dentro e fora da escola. No momento em que se adentra no espaço da escola logo se avista, uma área de campo livre e uma quadra poliesportiva coberta e mais um pátio de tamanho médio dentro da escola. Cada sala dispõe de um espaço denominado de cantinho do brinquedo que contem brinquedos educativos e brinquedos construídos com materiais recicláveis, outro espaço lúdico é a brinquedoteca, que Friedman assim define: são espaços públicos e/ou privados que funcionam como bibliotecas de brinquedos, organizados de forma para que as crianças possam desenvolver criativamente suas atividades lúdicas, em creches, escolas e universidades há brinquedotecas com fins especificadamente educacionais (1996, p.16) utilizadas por todas as turmas em horários e dias pré-determinados. 
O ambiente da sala de aula pode ser transformado em um espaço de brincar variando de acordo com o planejamento do professor, utilizado (cadeiras e mesas), fora das salas existem os parques e pátios onde predominam a brincadeiras de grande atividade físicas.
Pela existência destes diversos espaços lúdicos, e de como estes são utilizados, torna-se importante observar as formas de brincar que podem ser sugeridas e criadas no momento do uso destes espaços. Diversas são as possibilidades de brincar e de utilizar o lúdico como fator motivador para as atividades pedagógicas, entretanto a escolha de atividades que correspondam ao nível de desenvolvimento e a faixa etária que cada grupo se encontra,é um dos elementos fundamentais para que haja um retorno satisfatório das crianças com relação ás atividades planejadas e para que o objetivo que foi traçado para ela seja alcançado. 
Diante da observação da constante presença do elemento lúdico no cotidiano das atividades livres e escolares da referida escola, o fato das professoras utilizarem a ludicidade como um suporte para as atividades diárias, trazendo para a pesquisa a necessidade de verificar junto com os educadores de que forma é feita a seleção das atividades e se há uma preocupação da adequação destas para cada faixa etária e para cada fase do desenvolvimento em que o grupo de trabalho se encontra.
	
2.1 O LÚDICO
A palavra ludicidade origina-se do latim “Ludus”, cujo significado é jogo. Assim, o jogo é caracterizado como movimento espontâneo, realizado através da ação de brincar, o estudo da psicomotricidade trouxe o lúdico como traço essencial do comportamento humano, sendo o jogo uma necessidade básica da personalidade, da mente e do corpo.
O ato de jogar é uma atividade natural no ser humano. Inicialmente a atividade lúdica surge como uma série de exercícios motores simples, sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento, estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, e etc. Embora estes gestos comecem na fase maternal e durem predominantemente ate dois anos, eles se mantem durante toda infância ate a fase adulta, por exemplo, andar de bicicleta, moto ou carro.
Para alguns autores, a brincadeira e suas implicações ultrapassam o universo do brincar espontâneo, possuindo também interferências nos âmbitos pedagógicos e sociais. O lúdico esteve presente em diversos períodos históricos, desde a Grécia clássica, Roma antiga, passando pela idade média e pelo renascimento, possuindo em cada período características e interpretações distintas sobre sua função. É importante citar a presença do lúdico nesse período, entretanto a pesquisa terá inicio no século XIX com o fim da revolução francesa e o surgimento de novos olhares pedagógicos, as escolas começam a trabalhar em seu dia a dia alguns princípios práticos de Froebel e Pestalozzi. Entretanto, Froebel que inicia os estudos para a evolução da criança através do lúdico.
 É com ele que o jogo - compreendido como a ação de brincar – passa a fazer parte da educação infantil, partindo do pressuposto de que crianças ao manipular materiais como bolas, cubos, brincando de montar e desmontar aprenderiam as noções matemáticas como forma, tamanho e encaixe.
 
 
Froebel contribuiu para a importância das brincadeiras livres e trouxe o jogo como parte essencial do trabalho pedagógico Segundo Kishimoto (2001, p.14), “Froebel concebeu o brincar como atividade livre e espontânea da criança, e ao mesmo tempo referendou a necessidade de supervisão do professor para os jogos dirigidos apontando questões sempre no contexto atual”. 
A aprendizagem presente no jogo relacionada a questões sociais e da vida, também estão presentes nesses estudos em que ele compreende o jogo e a brincadeira como ações que estão intimamente ligadas á aprendizagem, não fazendo referência apenas a educação formal, que trata de conteúdos, mas também a questão social, já que nela a criança acaba por reproduzir situações já vivenciadas e observadas em situações anteriores. Representando ainda o campo filosófico Dewey, também traz suas considerações sobre o lúdico e apresenta o jogo como forma de expressar a atividade espontânea da criança, além de ter a capacidade de unir as necessidades lúdicas da infância com aquelas que serviram para a vida em sociedade (sociedade democrática), ele acredita que a vida social constitui a base do desenvolvimento infantil e que cabe a escola proporcionar a criança esta aprendizagem da vida em sociedade. 
Para Dewey a educação deve se empenhar para estabelecer a comunicação entre a criança e o seu meio, segundo o mesmo, o processo de comunicação entre a criança e o seu meio se dá de forma satisfatória através do jogo, quando a criança começa a se habituar as regras existentes no mesmo e, consequentemente, com as que irá encontrar no decorrer da sua vida na sociedade. Dewey vê a criança como ser social e a aprendizagem acontecerão espontaneamente com atuação da mesma no jogo sem que seja necessário induzi-las para tal. Dessa forma em seus estudos referentes à Dewey, Amaral afirma:
 		
	 Aprender é uma necessidade orgânica, e social para a criança, por 
 que tanto seus poderes devem ser traduzidos em seus equivalentes 
 sociais, como o objetivo deve permitir através de sua conotação
 fortemente socializadora, a manifestação orgânica potencial da 
 criança. (AMARAL, 2008,P.13).
Para Dewey o valor das brincadeiras se torna notório a partir do momento em que ensinam a criança a respeitar o mundo em que vive e suas regras. No século XX abre-se espaço para o crescimento da psicologia infantil, com a produção de pesquisas que estudam e discutem o ato de brincar e sua importância pra a construção de representações na vida da criança. Pesquisas essas realizadas por Piaget e Vygotsky trouxeram novos pressupostos para representações sobre o lúdico e aprendizagem infantil. Para Piaget a criança participa ativamente do seu desenvolvimento, é depois do desenvolvimento que surge a aprendizagem.
Inicialmente, se faz necessário que a criança amadureça para que, posteriormente, a aprendizagem venha acontecer. A maturação surge no individuo para que depois ele possa aprender através do contado com o meio social, como toda aprendizagem inicia-se a partir do desenvolvimento mental, Piaget criou uma classificação de acordo com a evolução das estruturas mentais humanas e de como o lúdico se manifesta em cada estágio do desenvolvimento.
Os primeiros símbolos lúdicos surgem a partir do período sensório-motor (de 0 a 1/2 anos), e constituem jogos simples. A partir do desenvolvimento dos níveis do pensamento verbal e intuitivo (dos 2 ao 6/7 anos), os jogos também vão adquirindo características mas complexas. De acordo com a evolução dos estágios do desenvolvimento, apresenta as características das estruturas dos jogos infantis classificando-os em jogos de exercício, simbólicos e de regra. No período em que a criança apresenta a idade entre 0 a 2 anos ( período sensório- motor) faz parte de seu contexto lúdico os jogos de exercício, que são característicos da fase pré- verbal.
Tais jogos têm como objetivo o divertimento, caracteriza- se pela reprodução de movimentos realizados pelo corpo, baseado na formação espontânea. Este tipo de jogo não possui relevância para aprendizagem, pois a criança ainda encontra- se numa fase de preparação pra a eclosão cognitiva.
Após o aparecimento da linguagem a criança inicia os jogos simbólicos entre os 2 anos 6/7 anos ( pré- operatório ). Nesse período a criança pode atuar com jogos de imitação ou até mesmo de ficção. A partir dessa brincadeira a criança se aproxima de sua realidade e acaba por assimilar situações nele presentes como afirmar Friedman (1996, p.29): “(...) No jogo simbólico a criança se interessa pelas realidades simbolizadas, e o símbolo serve somente para evoca- lá”.
O jogo simbólico é a transformação de objetos em símbolos a partir da vontade da criança. Dentre as suas funções, as que se destacam são: a realização de desejos, liquidação de conflitos e a compensação. Este tipo de jogo é a principal característica do período pré- operatório. Neste estagio a criança utiliza a representação de um objeto através de outro, o conteúdo desse jogo são objetos e a situação da vida da criança e são possíveis de seres pensados graças ao símbolo. De acordo com Friedman (1996)o símbolo pode ser considerado como a representação de um objeto ausente- uma comparação entre o objeto dado e um imaginário- é uma representação do imaginário que possui características reais. Ainda no período de 6/7 anos inicia- se a fase do jogo de regras, onde se desenvolve plenamente até os 10/12 anos de vida, período que vai do estagio pré- operatório e operatório formal. Neste tipo de jogo podem está presentes os jogos citados anteriormente, como os jogos simbólicos ou até mesmo os jogos de exercício, mas neste momento o jogo acontecerá de maneira coletiva e a regra será o elemento que proporcionará a organização e o andamento da brincadeira coletiva.
O jogo de regras acaba por causar uma aprendizagem de socialização num respeito às regras e adaptação a elas, fato que serão importantes no decorrer de suas vidas. Segundo Miranda (2001, p.34) “Piaget foi um dos pesquisadores que mais destacou o jogo como elemento coadjuvante no processo evolutivo da criança e a capacidade socializadora que este possui”. Para Piaget ao brincar externar traços de sua aprendizagem através da interação com atividades que está sendo desenvolvida. Diante destes estudos feitos por ele, percebe- se que o jogo é intrínseco a natureza infantil e que o desenvolvimento e a complexidade do jogo em que a criança participa tem ligação direta com o seu desenvolvimento psíquico e motor, assim apresentando novas vivencias e a medida que avança nos seus estágios do desenvolvimentos.
A criança tem o jogo como uma atividade fundamental para o aprendizado não só escolar, mas, também para o conhecimento do mundo. Vygotsky também desenvolveu estudos relacionando ao lúdico e sua relação com o aprender humano. Para ele, o homem é um ser social, em sua essência e toda a sua aprendizagem vem de uma atividade Inter psicológica (externa) para que posteriormente se transformar em intrapsicologica (individual e interna), ou seja, o aprendizado se dar inicialmente do meio social para depois atingir a esfera do individuou. O desenvolvimento da criança acontece, inicialmente, com a interação entre ela e os mais próximos. O centro dos estudos de Vygotsky sobre o desenvolvimento e aprendizagem infantil esteve na zona de desenvolvimento proximal- ZDP, que ele define como: [...] a distancia entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sobre a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (Vygotsky, 1998. p.112) pra ele, o nível de desenvolvimento denominado de real representa tudo aquilo que a criança já consegue realizar sozinho, ações que estão consolidadas pelo seu desenvolvimento.
A ZTD é caracterizada por alguns processos que estão em construção que ainda não atingiram a maturação, mas que após serem realizadas com o auxílio de alguns mais experientes poderá ser realizada de fora independente. Por favorecer a criação desta zona, o lúdico pode ser considerado um recurso para ser utilizado em meio às propostas pedagógicas, já que faz parte da natureza humana podendo contribuir para o amadurecimento dos processos que estão em formação. É no momento em que a criança brinca e entra no mundo do faz de conta que essas aprendizagens se dão de maneiras mais intensas. Quando as crianças brincam com situações imaginarias existe também algumas representações de situações reais, como a sujeição de regras e comportamentos que fazem parte da cultura do dia a dia da criança que acabam sendo trazidas para o jogo ainda que inconscientemente. Para Vygotsky todas as situações vivenciadas pela criança servem de elementos para sua imaginação, a criança observa, vive depois combina, cria e recria as situações de sua brincadeira, fato que faz com que ela aprenda de acordo com o que conhece em seu meio. Tanto Piaget como Vygotsky veem a criança como um ser que recria realidades e podem modificar algumas situações vividas, embora para Piaget o desenvolvimento se inicie com a maturação biológica e para Vygotsky este é proporcionado pela interação com o meio social.
O lúdico também pode ser visto como uma expressão de comunicação, para os seres humanos que já possuem suas estruturas cognitivas completamente formadas, o meio mais comum de comunicação é linguagem verbal, estando às crianças em um nível de desenvolvimento cognitivos em que elas ainda não dispõem da linguagem para se comunicar é através das brincadeiras e dos jogos que elas acabam por si comunicar, manifesta seus pensamentos e sentimentos. Assim se torna possível perceber que o brincar não é algo nova na vida do ser humano e que suas interferências positivas tanto no desenvolvimento e na aprendizagem já vinham sendo estudadas há algum tempo inclusive por os autores acima citados que trazem em seus estudos a brincadeira como elementos intrínsecos a vida infantil.
2.2 As Crianças.
A palavra Infância vem do latim “In”, que significa não e “Fancia” que significa capacidade de fala. Dessa forma, a infância é caracterizada pela ausência da fala e a presença de comportamentos irracionais. A infância se contra põem a vida adulta, pois estes comportamentos irracionais se desenvolvem no individuo adulto, providos de razão (LIMA, 2009) segundo o dicionário, Infância é “o período da vida, no ser humano, que vai desde o nascimento até o inicio da adolescência; as crianças em geral”. 
O estatuto da Criança e Adolescente (ECA), em seu Art.2, afirma que a criança, para efeitos legais, é “a pessoa até doze anos de idade incompletos” “e adolescentes aquele entre doze e dezoito anos de idade”.
Nos dias atuais é perceptível a diferença entre a criança e as demais pessoas, pois com o desenvolvimento do sistema de ensino houve a separação por faixa etária. Através de determinações naturais, as pessoas colocam significados em cada etapa da vida, determinando seus papeis sociais. (NASCIMENTO; BRANCHER; OLIVEIRA, 2011) complementam: 
 Crianças são sujeitos sociais e históricos marcadas, por tanto, 
 fortemente socializadora, a manifestação orgânica potencial da 
 criança a ser alguém que não é, mas que se tornará( adulto, no dia em que deixar de ser criança) Reconhecemos o que é especifico da
 infância: seu poder de imaginação a fantasia, a criação, a brincadeira 
 entendida como experiência de cultura ( KRAMER, 2007 apud 
 RODRIGUES, 2009).
A infância é o período em que a criança brinca, satisfazendo suas necessidades e interesses através da imaginação. A ludicidade das brincadeiras proporciona a elas uma reflexão e reordenamento de seu mundo particular. A brincadeira é uma forma de trabalhar da criança e de investigar o ambiente que a cerca. A ideia de infância na atualidade não pode ser desvinculada da historia das diferentes visões em torno da criança que contribuíram para sua condição atual, ou seja, o conceito e o de infância têm sido construídos historicamente e reflete os valores presentes na sociedade em diferentes períodos, estando ligado ao contexto histórico e ao olha que o adulto possui perante a criança, sendo assim cada período que a criança está inserida na comunidade coloca- a em destaque sua condição social, e não apenas sua condição de ser vivente e biológico.
	
A conceituação da criança e da infância é algo construído pelo adulto, essa construção faz parte de um processo duplo que num primeiro momento tem toda uma associação com contexto, regras e valores colocados pela sociedade e outro que traz as percepções do adulto com relação a sua memoria, ou seja, a concepção de infância acaba por ter em seu conteúdo uma visão idealizada do passado do adultosomada com a visão trazida pela sociedade. A criança não é, e não pode ser vista como um adulto em miniatura, e sim onde precisa passar por diversas fases da vida, o desenvolvimento motor, físico cognitivo, e social para chegar a fase adulta, e o brincar é um dos elementos necessários a seu desenvolvimento. Qualquer ação pode ser considerada brincadeira, não há nenhum traço específico para determinar quais formas de agir podem ser consideradas e interpretadas como tal. Para que se identifique e se a ação realizada é uma brincadeira, basta que os sujeitos envolvidos nela a determine dessa forma.
Todo jogo e toda brincadeira pressupõe uma cultura específica que pode ser denominada cultura lúdica, um conjunto de procedimentos que torna a ação do jogo e a atuação dos que brinca possível. Kishimoto (2008 p.24) afirma que “dispor de uma cultura lúdica é dispor de um número de referencias que permitem interpretar como o jogo atividades que poderiam não ser vistas como tal para outras pessoas”. O jogo pressupõe um ponto de partida que chamamos de cultura lúdica, é ela que determina o andamento e o desencadear da brincadeira, a cultura lúdica é fruto de uma interação social e esta ligada a cultura geral de onde e de quem se brinca.
No momento em que a criança domina essa cultura lúdica e brinca envolve-se em diversos estilos e formas de brincar, sobretudo as brincadeiras de faz de conta quando se cria uma situação imaginaria que é vivenciada e trazida para sua realidade, quando a criança inicia a construção da brincadeira ela passa a utilizar e definir para os objetos outras funções além daquela que se percebe, um exemplo é quando ela brinca com o cabo de vassoura ser um lindo cavalo, esse processo de imaginação traz para a criança consequências positivo para o seu desenvolvimento, pois ao entrar no mundo do faz de conta ela faz uma separação dos campos de percepção e da motivação, já que a muitas vesses a simulação de ações em que matérias são utilizadas para outros fins. Durante as brincadeiras a criança acaba por utilizar elementos presentes em sua vivencia cotidiana, ela utiliza como matéria prima de sua imaginação o que foi observado vivenciado durante diversos momentos de sua vida.
Cerisara afirma: quando a criança brinca, ela cria uma situação imaginaria, sendo esta uma característica definidora de brinquedo em geral. Nesta situação imaginaria, aqui assume um papel, a criança inicialmente imita o comportamento do adulto tal como ela observa em seu contexto (CERISARA, 2008 p. 130). Essa adesão do real com o imaginário promove a recombinação criativa das experiências vividas como suas ideias virtuais e também das matérias como que se brinca; estes podem receber a denominação de brinquedo.
No momento em que se vive a infância e que se brinca, existem no brinquedo e na brincadeira um pouco do mundo real, os valores da sociedade, mas existem também elementos do imaginário. Outra modalidade de brincadeira presente na vida da criança é o jogo de regras que começa a tornar-se participante do cotidiano da mesma em torno dos 06 anos de idade, em que se estabelecem parâmetros iniciais as regras geral da sociedade. De acordo com Friedman (1996) as regras podem ser de dois tipos, as transmitidas, aquelas que se tornam “institucionais”, em que ação dos mais velhos acaba determinando ação dos outros mais jovens e dessa forma vão sendo passadas e legitimadas, são os mais velhos que trazem as regras para as brincadeiras; e as regras espontâneas que possuem natureza momentânea, que são criadas de acordo com a necessidade dos seres brincantes. Existem também alguns estágios quanto a forma de jogo e a prática das regras, o primeiro definido como motor e individual, em que fazem parte as crianças de 0 a 02 anos em que as regras não estão presente, o segundo estagio que compreendem as crianças de 02 a 05 anos chamados de estagio egocêntrico em que a criança brinca sozinha e quando brinca juntamente com outras não existe a preocupação pra estabelecer nem para obedecer regras; terceiro estagio denominado de cooperação em que estão presentes crianças de 07 a 10 anos em que há a necessidade de vencer o seu parceiro, assim surge uma necessidade de controle das ações dentro das brincadeiras do que deve e o que não deve ser feito e o quarto estágio que é o de codificação das regras que compreendem crianças entre 11 a 12 anos, nesta fase as brincadeiras são todas regulamentadas e as regras são seguidas e levadas a sério. O momento em que a criança brinca, pode-se considerar que ali existe o lúdico em ação, estudando os lúdicos e suas implicações, se torna possível perceber algumas definições distintas para as diversas formas de brincar e consequentemente os elementos que o compõem.
Segundo Kishimoto (1996) atividade lúdica pode apresentar-se de três formas o jogo, brinquedos e brincadeiras, cada atividade desta possui características distintas, entretanto se assemelham quanto ao desenvolvimento cognitivo e ao prazer proporcionado por eles, assim, para uma melhor compreensão torna-se importante distingui-las e identifica-las de forma mais detalhadas. A criança é um ser complexo, com suas próprias características, com uma forma específica de observar o mundo de forma singular, que fornece perspectiva para transformar o mundo – perspectivas que devem ser intendidas dentro do seu estágio de vida. Neste sentido, a escola não complementa ou molda a criança, mas sim proporciona condições para que se desenvolva plenamente.
O conceito de infância no presente estudo é entendido com o período etário compreendido entre o nascimento e a puberdade, segundo Ariés (1978), em suas abordagens, destaca um estudo cronológico deste período da vida, onde conceito de infância se deu nas construções sociais em determinado períodos históricos, segundo o mesmo, na antiguidade, a criança era considerado um adulto em miniatura por não haver distinção entre o mundo adulto e o mundo infantil, ou seja, a criança “ingressava na sociedade dos adultos”. Nos primeiros anos de vida, os meninos eram entregues aos homens para serem educados, tendo em suas atividades cotidianas: aprender a montar cavalos, caçar, montar táticas de guerras, entre outras e a instrução das meninas ficava a cargo das mães, como resultado dessa forma de educação não houve instituições responsáveis exclusivamente pela criança ou uma consideração diferenciado de suas necessidades, como eram vistas como miniaturas de um adulto, as crianças realizavam as mesmas atividades das pessoas mais velhas e uma vez considerada capazes de sobreviver sem o suporte da mãe, já ingressavam na vida adulta e passavam a conviver com os adultos em todos os contextos. A infância era tida apenas como uma fase de transição para a vida adulta foi na idade média que as idades da vida começaram a ter importância, durante essa época existiam seis etapas de vida. As três primeiras, que correspondem á 1ª idade – compreendendo do nascimento aos sete anos; á 2ª idade – tendo início aos sete anos até os quatorzes anos; e á 3ª idade – entre o quatorze aos vinte e um anos, eram etapas não valorizadas pela sociedade, uma vez que somente a partir da 4ª idade – dos vinte e um anos até os quarenta e cinco anos, a juventude, os indivíduos eram reconhecidos socialmente, ainda existiam a 5ª idade – a senectude, considerando a pessoa que não era velha, mas que tinham passado da juventude e a 6ª idade – a velhice, a partir dos sessenta anos até o fim da vida.
Antes da escolarização das crianças, estas e o adulto compartilhavam os mesmos lugares e situações, fosse ele doméstico trabalho ou de festa. A vida era relativamente igual para todas as idades, não havia uma ideia de estágios da vida. Por exemplo, as crianças tinham muito menos influencia do que atualmente tem em relação aos adultos, provavelmente ficavam mais expostas às violências dos mais velhos. No século XIII, ocorreu uma mudança na perspectiva do conceito “criança”- a sociedade passava a prezar pela inocência da mesma, tendo como a primeira a referencia sobre acriança a representação em forma de anjinhos, através de esculturas e pinturas de cenas do gênero infantil que, muitas vezes, não se consagrava á descrição exclusiva da infância, mas tinham nas crianças e adultos se misturavam em reuniões de trabalhos, passeios, e as crianças participavam dos mesmos jogos e brincadeiras dos adultos e retratava- se a criança pela sua graça e beleza- a crença na pureza infantil. Neste período, as crianças, desde cedo, aprendiam as profissões com suas famílias e trabalhavam desde cedo, não se tinha noção de família, de organização social e familiar, sendo estas construídas gradativamente através de regas estabelecidas até chegar á organização monogâmica.
 A família nuclear aparece com ascensão da burguesia, para educar os filhos ali gerados, em muitas ocasiões estes eram separados da vida dos adultos e enclausurados escolares sob a vigilância dos preceptores, já a partir do sec. XVII, a infância era vista como uma fase sem importância; os adultos não se apegavam ás crianças por considera-las uma perda eventual, pois elas morriam com muita facilidade devido à situação de descuido em que vivam. A descoberta da infância correu no século seguinte, e tal evolução pode ser acompanhados por meio de pesquisa, pinturas, objetos e brinquedos da época. A infância que antes não passava de uma grande roleta de apostas entre a vida e a morte graças aos avanços das ciências e das mudanças econômicas, vivenciou a redução em seus índices de mortalidade.
 A criança passa a ser amparado no seio familiar, devendo ser educado e protegido desde o nascimento, em relação á consolidação do conceito de infância, Ariés (1978) destaca que, a criança começa a ocupar o lugar central da família devido á ligação da mesma com a figura dos anjos- tidos como seres puro e divino o ideal suscitado pela imagem da criança associada ao menino Jesus, a” criança anjo”, (OLIVEIRA 1999) ao poucos foi modificados assim como as relações familiares. A mudança cultural influenciada pelas mais variadas transformações sociais, politicas e econômicas que a sociedade vem sofrendo no decorrer dos séculos apontam para modificações no seio familiar e nas relações estabelecidas entre pais e filhos. Tais mudanças associaram em diversos medidas para proteger as crianças: as condições de higienes foram melhoradas e a preocupação com a saúde das crianças fez com que os pais não aceitassem perde-las com naturalidade. Neste momento a criança tem sua educação devolvida a família, que passar a ser responsável pela instrução da mesma, despertando- se, então, um novo sentimento em relação a criança. Aries (1978) caracteriza tal momento como surgimento do sentimento de infância. Estudos sociológicos sobre a infância mudaram a forma de se olhar e se relacionar com a criança, onde a adolescência se confundia com a infância e estava ligada a ideia de dependência. O sujeito só alcança total independência ao sair da tutela dos pais, meninos e meninas usavam os mesmo trajes. 
Tal habito, permaneceu até o final do séc. .XVIII, no países da Europa, e no Brasil prevaleceu até os anos 1930. A infância tomou seu lugar na historia alcançado pelo avanço dos conhecimentos, na valorização dos seus direitos na vida familiar e social e nas instituições de modo geral.
2.3. A Educação Infantil e Lúdico.
O processo de educação infantil no Brasil, correspondente a creche e pré-escola passaram a integrar Na educação básica brasileira a partir d 1996, quando a lei de n°9393/96 lei de Diretrizes e Base da Educação- LDB, entra em vigor. Após dez anos, em fevereiro de 2006, a lei 11274 é implementada trazendo algumas alterações a serem feitas na LDB, no que diz respeito à educação básica a e ao seu s níveis de ensino. De acordo com a nova lei que regulamenta o ensino fundamental de nove anos não caberia mais a educação infantil atende as crianças com seis anos de idade, estas devem ser inseridas no primeiro ano do ensino fundamental. Dessa forma a educação infantil seria composta pelas creches, responsáveis pelas crianças de até 3 anos e pela pré- escola que atuaria com as crianças de 4/ 5 anos. Como próprio nome da modalidade diz claramente, a educação infantil tem como centro do seu trabalho as crianças. 
Relembrando que brincar faz parte da natureza humana e que é um direito da criança como consta no art. 16 da ECA, que define o brincar como um dos diretos de liberdade da criança, levando em consideração que uma parte do seu dia a criança está na escola, pra que esse direito seja garantido a escola é um os ambientes onde a brincadeiras acontece.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil trás em seu texto diversos fatores que devem ser comtemplados por uma escola de educação infantil e o brincar está entre eles, assim, considerando- se as especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças de 0 a 6 anos, a qualidade das expectativas oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania deve ser embasada nos seguintes princípios: o respeito á dignidade e os direitos da criança, considerada nas suas diferenças individuais sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas e etc.; o direito de crianças a brincar como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil; o acesso das crianças aos bens socioculturais disponível, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas á expressão, á comunicação, á interação social, ao pensamento, á ética e á estética; á socialização das crianças por meio de sua participação e inserção ns mais diversificadas práticas sociais, sem descriminação de espécie alguma; o atendimento aos cuidados essenciais associados á sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade (BRASIL, 1998, p.130) as escolas de educação infantil podem ser vistas como um local que favorecem o desenvolvimento infantil em seus diversos sentidos e o referencial da Educação Infantil ao contemplar a brincadeira como uma das questões presentes durante a vivencia para as crianças que fazem parte deste universo, já apontam a importância dessa ação para o desenvolvimento e para o aprendizado da criança. Essas brincadeiras dentro da escola através da inclusão do lúdico nas propostas pedagógicas possibilitam o desenvolvimento infantil, sobe tudo, quando se trata da questão do imaginário, da aquisição dos símbolos quando a criança faz a associações e recria um momento em que brinca proporcionando novas vivencias e por consequências desenvolvimentos.
Ao observamos uma criança numa idade que compreende ao período escolar infantil realizando algum tipo de atividade, é perceptível que o brincar é ação constantes em sua atitude. A utilização do brinquedo com finalidade pedagógica importante para pensar na relevância resistente na utilização desses materiais na evolução da criança quanto a sua aprendizagem. Quando se trata de crianças no nível pré- escolar, o fato de que elas aprendem de modo intuitivo durante os processos de interação com as ações que acontecem ao seu redor onde podem interferir de forma positiva no momento dessa aprendizagem. Como afirma Kishimoto: ao permiti a ação intencional (afetividade), a construção de representações mentais (cognição), a manipulação de objetos e o desempenho de ações sensoriomotoras (físico) e as trocas e interações, o jogo contempla varias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo o desenvolvimento.
A partir da criação de momentos de ludicidade/brincadeira por um adulto com a intenção de criar um estimulo ou colaborar para algum tipo aprendizagem direcionada, apresenta- se a dimensão chamada de dimensão educativa, nesse momento o educador cria e mantem as condições do jogo e a possibilidade de brincar com ele, mas no entremeio da brincadeira ele encontra formas para potencializar a aprendizagem ao mesmo momento em que a criança está brincando. Ao adquirir o papel da atividade lúdica o brinquedo educativo precisa ter algumas características: a função lúdica quando ele proporciona adiversão e a função educativa, quando ele tem em seus objetivos ensinar qualquer coisa que agregue a criança conhecimento e sobre tudo, novas experiência para a assimilação do mundo e por consequência um desenvolvimento.
 É importante perceber que além da brincadeira educativa diferenciada, o aprendizado também existe quando acontece a brincadeira livre aquela em que a criança decide o inicio, o andamento, as regras e o final dela, esse tipo de brincadeira pode acontecer fora ou dentro da sala de aula.
No momento em que em que se utiliza um brinquedo numa classe de educação infantil ele pode possibilitar inúmeras aprendizagens, inclusive outras muitas além da qual ele foi direcionado e isso varia de criança pra criança. O fato é que apesar de proporcionar uma riqueza de situações de aprendizado, não é possível ter a certeza de que a construção do conhecimento projetada pelo professor, no momento em que decidiu fazer a utilização deste jogo, será realizada pela criança, fazer o uso de jogos, por contar com uma motivação interna da criança acaba por potencializar o trabalho pedagógico que se deseja fazer e também estimula o desenvolvimento da criança contribuindo pra que ocorra uma aprendizagem prazerosa.
Como este trabalho de pesquisa tem o direcionamento pra turma do fundamental I, seus estudos concentram- se nas questões da cultura lúdica e do faz de conta, que são processo importante para o desenvolvimento na transição dos jogos de exercício pra o jogos de regras, são fatos que podemos ser observados em estudos de campo. De acordo com Pires (2001) o lúdico faz parte do mundo infantil, através de brincadeiras a criança se apropria do mundo de forma simples e elétrica.
 A ludicidade é vista como ação educativa integrada e fundamentada na comunicação na linguagem, e nos movimentos naturais da criança tendo como finalidade normatizar e aperfeiçoar a conduta global do ser humano, através das experiências sensoriomotoras, emocionais, afetivas, cognitivas e sociais como todo.
 Ao praticar atividades lúdicas as crianças desenvolvem suas habilidades e potencialidades motoras em beneficio do seu crescimento e desenvolvimento. Neste contexto o desenvolvimento das vivencias lúdicas na educação infantil proporciona um aprendizado de forma divertida e educativa, sendo assim, um fator positivo na vida de uma criança permitindo-lhe aprender, viver e sonhar a cada momento. 
O lúdico contribui de modo significativo para a pratica do movimento corporal, incluindo nesse meio os aspectos afetivos e social, físico e cognitivo a serem desenvolvidos nas intervenções pedagógicas, logo o lúdico está intimamente relacionado com as praticas da Educação Física, pois quando brincam as crianças expressam seus sentimentos, suas emoções, suas interações, aprimoram sua capacidade de memoria e raciocínio, de forma alegre e prazerosa, possibilitando ao professor um analise global do educando, visando o desenvolvimento da criança nesta fase. 
As situações lúdicas, competitivas ou não são contextos favoráveis à aprendizagem, pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimentos que solicitam a atenção do aluno n tentativa de executa- los de forma satisfatória e adequada, elas incluem simultaneamente a possibilidade de repetição para a manutenção e por prazer funcional e a oportunidade de ter diferentes problemas a resolver. Além disso, pelo fato de o jogo constitui um momento de interação social bastante significativa, as questões de sociabilidade constituem motivação suficiente para que o interesse pela atividade seja mantido (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAL, 1997).
2.4. Os Jogos Lúdicos e a Formação do Professor.
	
A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar e ou fazer novos amigos, um guia, um animador, um líder- alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que faça pensar, tomar consciência de si e do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma nova historia e uma sociedade melhor e a (ALMEIDA, 1987, p. 195). A formação do educador depende da concepção que cada profissional (professor) pensa sobre a criança, o adulto, a sociedade, a educação, a escola, o conteúdo e o curriculum, e a pratica de uma educação permanente e continuada é a peça fundamental de qualquer sistema educativo, se desejar formar seres criativos, críticos e aptos para tomar decisões, um dos requisitos é o enriquecimento do cotidiano infantil com a inserção de contos, lendas, brinquedos e brincadeiras. 
A prática na aula deve ser esclarecida pelos princípios teóricos e melhorada pelos resultados da investigação, na teoria pedagogia só põe ergue- se a partir d uma pratica conhecida e refletida. A formação dos educadores pode proporcionar a pratica de diferentes métodos que permitam estabelecer a comunicação educativa, aperfeiçoando tal comunicação. A questão direciona- se a problemática da formação dos professores e resulta em dificuldades no campo da pratica pedagógica. Tem- se, assim, “a necessidade curriculum consistente e em permanente ampliação, aperfeiçoamento nos modelos de desenvolvimento profissional e pessoal evolutivo e continuo indagação reflexiva da conduta docente, interagindo com os limites didáticos”. (MIACARET, 1991, p. 13), segundo Schulman (1986, aput TARDIF, 1990), o conhecimento do conteúdo pedagógico compreende as formas mais uteis de representação das ideias, as analogias mais importantes, as ilustrações, exemplos, explicações, a forma de representar a matéria para torna- lá compreensiva. Em tal contexto, tem se na reflexão um objetivo para a formação dos professores.
 
A formação profissional necessita e harmonia entre os conhecimentos pedagógicos e os conteúdos que levem á apreensão dos conhecimentos do mundo. Porém, o que se percebe é a existência de cursos de formação teórico com ausência da pratica reflexiva e de um perfil profissional que não considera como pesquisado da pratica pedagógica.
Os Referenciais Curriculares Nacionais (RCN) para a Educação Infantil e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) são documentos que tem como objetivos subsidiar os docentes no desenvolvimento de seu trabalho, de acordo com RCN, vol.03(1998) é muito importante a percepção do educador no desenvolvimento das atividades cabendo a este possibilitar a ludicidade para s crianças. O brincar está relacionado com acultura e a vivencia social de cada criança em seu cotidiano; os jogos, as danças, as brincadeiras desenvolvem a capacidade motora da criança como um todo. Os PCN’s (1997) afirma que o docente deve trabalhar de forma que as crianças dominem os conhecimentos, que s façam se reconhecerem como sujeitos sociais sendo participativos, reflexivo, autônomos e conhecedores de seus direitos e deveres.
 O professor deve garantir condições de aprendizagem a todos os alunos, utilizando meios e medidas que atendam as necessidades e atraiam cada aluno, segundo CERISARA (2002) o lúdico produz flexibilidade, formando conceitos intuitivos e ajudando na transformação e na formação de ideais, neste sentido, as atividades lúdicas propõem às crianças a aquisição de valores para a compreensão de conceitos, ajudando- os a se descobrirem, relacionarem- se, possibilitando- os a facilidade ou agilidade na solução de problemas, contribuindo para o entendimento da linguagem. 
2.5 A Importância do Lúdico na Educação Física.
O brinquedo é a essência da infância, que possibilita um vasto trabalho pedagógico, o brincar e o jogar promove a saúde física, emocional e mental, estando intrínseco ao homem desde os tempos mais remotos (MAURICIO, 2008).
Brincar “é uma atividade humana criadora, na qual a imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças” Vygotsky (2007). RODRIGUES (2009), - o jogo não deve ser visto apenas como um passatempo, mas sim como um processo de desenvolvimento da criança dentro do contexto escolar, dessa forma, a criança manifesta sua criatividade, construindo seu próprio erro.(MAURICIO, 2008), - no jogo a criança tem a oportunidade de estruturar o seu esquema corporal a sua relação com o espaço, ampliar a utilização do movimento e estimular sua afetividade, além disso, o jogo e a brincadeira possuem o beneficio adicional de trabalhar suas frustações na medida em que perde ou ganha, a criança precisa compartilhar momentos coletivos para satisfazer a vontade de jogar e aprender a conviver em grupo.( CANTO;BARBOSA, 2010) – A Educação Física é uma disciplina bastante aceita pelos alunos principalmente. 
Modéstio e Rubio (2014)- afirma que o aspecto lúdico é um instrumento importante na mediação do processo de aprendizagem, o método é ainda mais eficaz em criança visto que os sonhos infantis não se mistura com a realidade, ato que facilita a utilização do pensamento, concentração, desenvolvimento social, pessoa e cultural, facilitando o processo de construção de pensamento. – de uma forma geral o lúdico desenvolve os aspectos cognitivos, afetivo, sociomotor.
A criança ao brincar com jogos que envolvem disputas de equipes descobre- se participantes de um meio social (CEBALOS et al., 2011), ( MODESTO; RUBIO, 2014) Ao deixar de pensar de forma individual, os menores criam laços afetivos aproximando- se daqueles com os quais se identifica, criando elos que muita vezes serão para a vida todas. – além dessas áreas os exercícios lúdicos são atuantes diretos no desenvolvimento cognitivo e motor, a criança se movimenta, gira, imita, pula, salta, engatinha... Utiliza de uma forma completa todo o seu corpo e também, durante a resolução dos impasses propostos pelos exercícios os pequenos forçam sua expansão mental. Desenvolvendo sua cognitividade. “É por todos esses motivos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão, mas como aprendizado” (IAVORSKI; VENDITTI JUNIOR, 2008). 
2.6 A família, o Professor e a Escola juntos com o Lúdico.
Através do brincar, a escola os pais e educadores poderão ajudar as crianças a desenvolver suas capacidades e potencialidade, envolvendo as dimensões afetivas, sociais, cognitivas e motoras das crianças.
A ludicidade, como exposto, proporciona momentos de diversão, mas de modo preciso está relacionada á saúde, tanto física quanto psicológica. Dentro do âmbito escolar, na disciplina de educação física deve haver propostas lúdicas que desenvolvam o corpo como um todo, todas as crianças sabem pelo menos uma brincadeira ou um jogo que envolva movimentos, esse repertorio de manifestação culturais pode vir de fontes como família, amigos, televisões, entre outros, e é algo que pode ser compartilhado na escola.
 É fundamental que o aluno se sinta valorizando e acolhido em todos os momentos de sua escolaridade, e no ciclo inicial, em que seus vínculos com essa instituição estão se estabelecendo, o fato pode trazer algo de seu cotidiano, de suas experiências pessoais, favorecer sua adaptação á nova situação (PCN, 1997)- o professor atua como mediador. A atividade lúdica e o aluno devem se conectar- se o discente quando compreender de maneira integral o intuito da brincadeira, do jogo e da utilização do brinquedo, os aproveita mais, obtendo resultados impactantes. De acordo com os PNC, o professor deve ter um caráter polivalente, trabalhando conteúdos de natureza diversa, sempre dialogando com as famílias e a comunidade para desenvolver um bom trabalho, a prática direto com a criança exige observação registro, planejamento e avaliação (REFERENCIAL CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL). 
A instituição de ensino, no momento em que a motricidade torna- se uma atividade da criança deve estar atenta ao espaço dado ao movimento cotidiano, incorporando diversos significados. Os alunos disciplinados não são aqueles que se mantem calados e quietos, mas sim os que são mobilizados a participar das atividades propostas. O caráter lúdico expressivo deve ser compreendido como uma manifestação natural da criança. (RCNEI, v. 3,1998), o professor de educação Física pode valer- se da interdisciplinaridade no aprendizado da criança, compreendendo o que está sendo ministrado em sala de aula e levando esta temática para a quadra, através de danças culturais, esportes históricos e ações dinâmicas. 
Os alunos progridem na busca pelo conhecimento quando participam ativamente do processo pedagógico. (IAVORSKI; VENDITTI JUNIOR, 2008) – As atividades lúdicas são de suma importância para iniciar mudanças dos valores sociais predominantes. Na perspectiva do lúdico, rico para o desenvolvimento pessoal e para a convivência pode ser apropriado por todos os professores que desejam intervir na realidade de seus educandos, tornando- os sujeitos capazes de adotar cooperação como uma pratica necessária para a interação humana. (MORAES; MOLINA, 2008 apud SANTANA, 2014).
No ambiente educacional, é necessário que os agentes educadores e as famílias ajam de modo conjunto, respeitando as diferencias, evitando conflitos e complementando ideias na busca por solução positivas. Dentro da educação infantil encontram- se crianças muitos pequenas, sendo que é essencial ter um forte componente afetivo. O desenvolvimento das crianças está atrelado a um ambiente institucional de segurança, alegria e tranquilidade, a lei brasileira garante e impulsiona a participação da família acolher a criança dentro de um ambiente saudável e afetivo, (LEITE; GOMES, 2008)- o aspecto lúdico na grande escolar ainda é frágil e necessita de intenso aprimoramento. A pesquisa e a continua formação do corpo docente acrescentam para que a ludicidade seja vista como colaboradora dos atuais métodos de ensino.
O presente trabalho tem como temática a importância do lúdico na Educação Infantil, ressaltando a realidade pedagógica de uma escola da rede municipal de ensino da cidade, na prática pedagógica atualmente a escola sugere que seja realizadas atividades lúdicas como forma de facilitar a motivação do aluno, além de sua adaptação e socialização do mesmo no seio escolar, visto que através do lúdico, a criança estando motivado se adaptar no ambiente no qual está inserido.
É possível dizer que o lúdico é uma ferramenta pedagógica que os professores podem utilizar em sala de aula como técnica na aprendizagem, visto que através da ludicidade os alunos poderão aprender de forma mais prazerosa, concreta e consequentemente mais significativa, culminando em educação de qualidade, - entretanto, o problema que gerou esse estudo foi justamente a não utilização do lúdico na sala de aula, pela maioria dos professores, desenvolvendo situações e praticas pedagógicas tradicionais e sem dinamismo.
Este trabalho tem como objetivo geral analisar o uso de técnicas lúdicas no processo de ensino- aprendizagem na educação infantil na pratica pedagógica do professor. De forma mais especifica espera se verificar se os docentes utilizam técnicas lúdicas no decorrer de sua atuação; identificar as mesmas e descobrir a importância que os professores, dão o lúdico como uma ferramenta pedagógica, sendo assim um dos motivos para a temática do trabalho foi uma experiência vivenciada no decorrer da realização do estagio supervisionado em educação Infantil na E.M.E.I.F.F.S.S., onde pude constatar que o lúdico trabalhado através de jogos e brincadeiras era inserido no processo de aprendizagem de maneira satisfatória.
 Por isso estudar e investigar sobre este tema é importante para mostrar que o lúdico é um método que contribuiu para que a criança se desenvolva, pois através das brincadeiras ela inventa, ensina regras, experimenta, relaxa e desenvolve habilidades.
Pode se afirmar que o lúdico é qualquer atividade que executamos e que pode dar prazer, que tenhamos espontaneidade em executa lá. Nesse sentido, na visão de Bertoldo (2011), quando fazemos porque queremos, por interesse pessoal, isto se refere tanto a criança quanto para o adulto, é ai que começamos a perceber a possibilidade, a facilidade de se aprender, quando estamos brincando, pois na atividade lúdica como na vida, há umgrande número de fins definidos e parciais, que são importantes e sérios, porque consegui los é necessário ao sucesso e consequentemente essencial a satisfação que o ser humano procura, a satisfação oculta, neste caso seria o de aprender, assim o lúdico vem ganhando atenção no meio acadêmico pela crescente quantidade de contribuição para a conceituação e reflexão, mas poucos têm constatado sua aplicação e sistematização enquanto ferramenta pedagógica, visto que através das atividades lúdicas as crianças adquirem marcos de referenciais significativos que lhes permitem conhecer a si mesmas, descobrir o mundo dos objetos e o mundo dos outros, experimentando também, situações de aventura, ação e exploração, como características impostergáveis da infância. Marcellino (1997, p.44) destaca que ao “tratar do lúdico foca a abordagem que se busca, o lúdico não como algo isolado ou associado a uma determinada atividade”, mas como um componente cultural historicamente situado que pode transcender aos momentos de laser, como seu uso na educação: “porque não atuar com os componentes lúdicos da cultura, em outras esferas de obrigação, notadamente... na escola?” As instituições de Educação Infantil têm restringido as atividades das crianças aos exercícios repetitivos, motora e ao mesmo tempo em que bloqueiam a organização independente das crianças para as brincadeiras, essas praticas não estimula a criatividade dos alunos como se suas ações simbólicas servissem apenas para explorar e facilitar ao educador a transmissão de determinada visão do mundo defendida, a principio, pela instituição infantil.
DADOS DA PESQUISA DE CAMPO
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO E.M.E.I.F.F.S.S 
	
 Localizado no sítio Caiana dos Crioulos na cidade de Alagoa Grande o bem estar das crianças é uma questão primordial na ação da escola, já que o momento de convivência da escola é uma oportunidade para participar de experiências sociais diferenciadas daquele ás qual a criança esta habituada em virtude de sua situação social. A vivência das crianças na escola municipal proporciona a elas uma educação de qualidade, e de uma estrutura física e psicossocial permite as crianças desfrutarem dessa fase mágica da vida tanto nas situações características da vida infantil, como também no que diz respeito ao aprendizado.
	 A relação entre a escola e as famílias é constante, já que diversos são os momentos em que os pais estão presentes na rotina da escola. No convívio entre pais e professores tenda-se manter uma relação ou mais estrita possível para que as regras e os acordos sejam compridos numa relação de colaboração e responsabilidade. Para que exista o enlace entre a educação e o brincar, a instituição traz a ludicidade como um dos elementos de sua proposta pedagógica. As professoras utilizam constantemente atividades lúdicas de diversas categorias, como jogos, brincadeiras direcionadas com objetivos pedagógicos e, também, brincadeiras livres.
	A presença da ludicidade na educação infantil é algo que vem sendo trazido aos poucos para a realidade escolar, ainda com um pouco de resistência, tanto por parte de alguns profissionais quanto pelos familiares que acreditam na ideia de que a escola e a brincadeira são instâncias opostas sendo também incentivada pela presença forte da cultura afrodescendente... Assim também colocadas em praticas na escola.
	A escola estuda e observada como já foi apresentada anteriormente é a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Firmo Santino da Silva, ela atende a 65 crianças do ensino Infantil no turno da manhã e no turno da tarde com 105 alunos no ensino fundamental distribuídas em 5 salas de aulas, o ambiente escolhido para observação foram as turmas de grupo Infantil. As turmas possuem características próprias quanto á quantidade de alunos, devido à estrutura física de cada sala.
	
ROTINA DA E.M.E.I.F.F.S.S.
	
	 HORÁRIO
	 ATIVIDADE
	 07h00min ás 07h15min
	Acolhida 
	 07hmin15 ás 08h00min 
	Aula didática
	 08h00min ás 09h00min
	Aula de campo
	 09h00min ás 09h15min
	Lanche 
	 09h15min ás 09h30min
	Recreio/Parque/Ginásio
	 09h30min ás 10h45min
	Aula didática
	 10h45min ás 11h00min
	Almoço 
	11h15min
	
 Saída
4 OBJETIVOS
 4.1. OBJETIVO GERAL
A pesquisa pretende observar e analisa se a educação infantil encontra-se preparada para desenvolver o aspecto lúdico, analisar como a utilização lúdica influência na relação que o professor com os alunos da educação infantil no processo educativo.
 4.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS	
 Analisar como os estudantes da Escola E.M.E.I.F.F.S.Silva, da cidade de Alagoa Grande interage com lúdicos;
 Investigar as experiências com a prática do ensino lúdico;
 Constatar se os estudantes da referida escola compreendem o lúdico como agente facilitador do desenvolvimento e a aprendizagem. 
5 METODOLOGIA
	Para conhecer e estudar o cotidiano das classes de educação infantil e como lúdico se apresenta nesta rotina, será utilizada a abordagem quantitativa e de referencias bibliográfica. Abordagem que de acordo com Bogdan e Bikem (1982), citados por André e Ludke (1986) possui como características principais a utilização do ambiente natural como fonte direta dos dados, o pesquisador como principal instrumento da pesquisa, a obtenção de dados predominantemente descritivos a partir do contato do pesquisador (observador), a observação vai acontecer em diversos aspectos do contexto escolar e assim presenciar os momentos de brincadeira direcionada e livres. Também vai ser possível observar e perceber as ações dos professores ao aplicar as atividades, como o lúdico esteve presente nesses momentos e a resposta dos alunos com relação a elas em diversos momentos do cotidiano das crianças dentro e fora da sala de aula.
	Com a intenção de obter informações que não poderá ser adquiridas apenas com observação, será utilizado como instrumento de pesquisa entrevistas semiestruturada e previamente elaboradas e aplicadas a dois docentes que atuam na escola. A realização de entrevistas, juntamente com a observação é um instrumento importante para a coleta de dados, ela possibilita a interação entre entrevistado e entrevistador. Da natureza humana a busca do conhecimento, e tal ação encontra-se presente em todas as faces da vida do ser humano.
	O homem vive na constante busca pelo saber, pelo aprender, e, de certo modo, parece que tal jornada é prazerosa, configurando-se como uma grande fonte de prazer e importante forma de comunicação, em especial em qualquer fase da infância.
 Assim veremos a seguir o resultado do questionário respondido por professores da E.M.E.I.F.F.S.Silva, para sabemos um pouco mais acerca do Lúdico na escola.
5.1 Entrevistas com Professores sobre o Lúdico.
 Neste sentido, a análise dos dados coletados aqui empreendida tem por objetivo identificar como a utilização da metodologia lúdica influencia na relação que o professor estabelece com seus alunos, no processo de ensino aprendizagem dos alunos de educação infantil, além de tratar da abordagem do lúdico na formação acadêmica e de como foram suas experiências com a abordagem de ensino lúdico.
 Sendo definidos os dois professores PA e PB.
Entrevista
1-O que Você entende do Ludicidade?
P. A= é uma maneira divertida de ensinar aos alunos e assim chegar a uma melhor compreensão do assunto.
P.B= é uma forma dinâmica de ensinar as crianças os conteúdos, mostrando a didática na pratica divertida.
2-Quais as atividades lúdicas que você utiliza com seus alunos?
P. A= Utilizo muito jogos e brincadeiras mas também deixo a disposição deles algumas variedades pra escolher fora do meu planejamento.
P. B= músicas, jogos, brincadeiras, elaboração de cartazes do coletivo, experiências e outras.3- A presença dos jogos lúdicos no seu planejamento é exigência da Instituição?
P.A= Não, mas acho que deveria ser, pois ajuda muito no aprendizado dos alunos.
P.B= Não, é algo que acho necessário ter em meu planejamento, para assim colocar em pratica na minha turma diária.
4-Como é feita a seleção das atividades lúdicas utilizadas em sua turma?
P.A= é feita de acordo com o assunto aplicado na sala de aula e também de acordo com a realidade da escola.
P.B=é feita encima do conteúdo que tem que se dado e também com a necessidade de cada aluno. 
5-Para você, Qual a importância do lúdico no desenvolvimento da aprendizagem das crianças?
P.A= é de suma importância que os alunos tenham contato com esse tipo de aprendizagem, pois com o lúdico fará com que aprendam mais facilmente e de uma forma mais prazerosa.
P.B= é importante porque com o lúdico a criança consegue absorver com mais facilidade o conteúdo do que ficar apenas na teoria.
6-Você percebe diferença na aprendizagem quando há jogos lúdicos nas atividades diárias?
P.A= sem duvidas, os alunos aprendendo rapidamente e assim dominam o assunto facilmente.
P.B=com certeza as crianças interagem mais uma com as outras e aprendem sem ao menos perceber que estão “estudando”.
 Segundo o professor Almeida (1987), a educação lúdica pode ter duas consequências, dependendo de bem ou mal utilizada:
A educação Lúdica pode ser uma arma na mão de professores despreparados capaz de mutilar não só o verdadeiro sentindo da proposta, mas de servi de negação do próprio ato de 
Educação lúdica pode ser para o professor competente um instrumento de unificação, libertação e transformação das reais condições em que se encontra o educando. É uma pratica desafiadora, inovadora, possível de ser aplicada. 
5.2 Resultados da Analises dos Dados
As duas professoras apresentam um entendimento similar a respeito da atividade lúdica. Percebe-se que as mesmas não restringem o lúdico a atividades de descontração e brincadeiras, para elas o lúdico pode ser visto como parte integrante de uma proposta metodológica, por proporcionar desenvolvimento e diversas aprendizagens. Dessa forma percebe-se que a compreensão do lúdico para Professora A e Professora B pode ser considerada semelhante
Os questionários foram entregues pela aluna (pesquisadora) no mês de fevereiro de 2018, diretamente para os professores, Em nenhum momento a pesquisadora participou do preenchimento de algum questionário e não houve, por parte dos participantes, dúvidas em relação às perguntas e ao preenchimento destes
Normalmente as brincadeiras livres são bem movimentadas como correr, pular corda, pega-pega, um jogo de bola. Nota-se que no ambiente observado esse tipo de brincadeira ocorre com maior frequência nos espaços abertos e no horário reservado para o recreio. De acordo com a resposta das professoras nota-se que elas compartilham de uma mesma opinião com relação a possibilidade de aprendizado a partir das brincadeiras livres. Da mesma forma afirma Kishimoto (1993, p.102) “Quando desenvolvido livremente pela criança, a brincadeira tem efeitos positivos na esfera cognitiva, social e moral”. O brincar livre permite que a criança explore o espaço a sua volta e permite a ela tomar decisões, dialogar com os parceiros e também e agir com autonomia, promovendo assim desenvolvimento e aprendizagem me diversos âmbitos. Embora permita estas ações este tipo de atividade lúdica deve ser utilizado na escola em paralelo com as brincadeiras orientadas para que a aprendizagem ocorra também na relação
As duas professoras apresentam respostas semelhantes ao considerarem que a presença de atividades lúdicas no planejamento colabora para o desenvolvimento das crianças. Elas relatam sobre a possibilidade do desenvolvimento nos aspectos motor, cognitivo e afetivo, apesar de PA não ter deixado claro em sua fala quais seriam as diversas habilidades que o lúdico proporcionaria serem desenvolvidas.
Diante das respostas das professoras e pelo que foi observado, são diversos tipos de atividades lúdicas propostas por elas do dia-a-dia da turma. Diversas são atividades lúdicas que podem ser utilizadas em sala de aula, como as professoras mesmo já citam, jogos de regras, brincadeiras cantadas e livres, trabalham com figuras e pintura, jogos de encaixe. Foi possível perceber a presença de inúmeras atividades lúdicas em meio a realização de atividades pedagógicas como as músicas no momento de roda, os jogos, as figuras e os matérias criados no momento. Como a presença do lúdico neste cotidiano já era algo comprovado perguntou-se as professoras diversos aspectos quanto a presença dessas atividades em suas ações pedagógicas.
CONCLUSÃO
Na educação infantil se busca muito mais do que apenas aplicação de conteúdos, já que as crianças precisam se preparar para inúmeras situações da vida e a escola é um ambiente que deve proporcionar a entrada desses pequenos seres na jornada da vida como afirma o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil a brincadeira deve ser elemento constante na rotina da escola que atuam com a educação de crianças, entretanto a brincadeira precisa ser encarada como instrumento que colabora com aprendizagem, deixando de ser utilizada apenas nos intervalos das ações pedagógicas ou como forma de preencher o planejamento diário e completar a carga horaria.
A brincadeira é uma ação natural da vida infantil, no momento em que brinca trabalha com diversos aspectos como o físico, motor, emocional, social e cognitivo assim construindo um importante elemento de aprendizagem, apresentar novas situações as crianças a partir de uma nova visão do mundo a que elas estão habituadas, aproximando assim o conteúdo a sua realidade e tornando a aprendizagem prazerosa.
Diante de todas as informações contidas neste estudo pode se concluir que é importante mencionar que os jogos lúdicos em sala de aula, podem ser considerados como atividades sociais privilegiadas de interação específica e fundamental que garante a interação e construção do conhecimento da realidade vivenciada pelas crianças e de constituição do sujeito, criança como sujeito produtor da historia. Entretanto, cabe mencionar que os professores apresentam contradições entre o pensamento (teoria) e as ações vivenciadas no decorrer de sua pratica pedagógica, deixando os jogos e as brincadeiras (lúdico) de fora do processo de ensino aprendizagem, usando apenas em alguns momentos de maneira limitada fazendo uma separação rígida entre prazer e conhecimento para que haja o processo de aprendizagem.
Vale considerar que a inclusão da ludicidade no planejamento escolar e nas atividades desenvolvidas na sala de aula, acarreta a propagação de uma educação flexível direcionada para a qualidade e a significação de todo processo educativo, norteando aspectos e características que serão um achado principal para o aprendizado do educando e sua inserção no meio social do qual faz parte, esta inclusão visa, portanto, a flexibilização e dinamização das atividades realizadas ao longo de toda pratica docente, oportunizando a eficácia e significação da aprendizagem.
A escola como sendo um ambiente social, deverá ser para todos os envolvidos no processo educativo, um local promissor de troca e vivencia e experiências, contribuindo de maneira positiva na efetivação de uma aprendizagem significativa e flexível. Com isso, os educadores enquanto mediadores do conhecimento devem oportunizar o conhecimento da criança de acordo com seu nível de desenvolvimento, oferecendo uma ambiente de qualidade que estimule as interações sociais, um ambiente enriquecendo de imaginação onde a criança possa atuar de forma autônoma e ativa, fazendo com quer venha a construir seu próprio processo de aprendizagem. 
Além disso, as brincadeiras e os jogos são indispensáveis para que haja uma aprendizagem com divertimento, que proporcione prazer no ato de aprender e que facilite as praticas pedagógicas em sala de aula. 
E assim os professores que participaram

Continue navegando

Outros materiais