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TCC FINAL- cederj A importância do lúdico na educação infantil

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FUNDAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO 
SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE 
DARCY RIBEIRO 
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
DEBORA MOTA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
Campos dos Goytacazes, RJ. 
2021 
 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
DEBORA MOTA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa elaborado como 
requisito para a conclusão da disciplina 
de Trabalho de Conclusão de Curso – 
TCC 1, do Curso de Licenciatura em 
Pedagogia da Universidade Estadual 
do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – 
UENF. 
 
Orientador: Prof. Dr. JULIO CESAR 
MENDONCA GRALHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ 
2021 
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
DEBORA MOTA DE OLIVEIRA 
 
 
Monografia apresentada à banca 
examinadora da Universidade Estadual 
do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – 
Campos dos Goytacazes, como 
requisito parcial para a obtenção do 
título de Licenciatura em Pedagogia. 
 
 Orientador: Julio C. M. Gralha 
 
APROVADA EM: 16/12/2021. 
 
Comissão examinadora: 
 
 
Professor Doutor Júlio César Mendonça Gralha – Universidade Fluminense 
(UFF) - Orientador 
 
 
 
Professor Doutor Francisco Estácio Neto (Doutor em Educação Escolar – 
UNESP/Araraquara) Universidade Fluminense (UFF) - Orientador 
 
 
 
Professora Doutora Gisele de Araújo Gouvêa Estácio (Doutora em Educação 
Escolar –UNESP/Araraquara) Universidade Fluminense (UFF) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
A minha família que acreditou no meu sucesso e que continuou 
me incentivando cada vez que eu pensava em desistir. Aos 
meus amigos do curso, pela perseverança e força de vontade. 
AGRADECIMENTOS 
A Deus acima de tudo, pois, sem Ele não teria trilhado essa longa 
jornada. 
Aos meus familiares que me apoiaram durante toda a minha vida de 
estudante. 
Aos meus colegas de Faculdade que durante esses anos de convivência 
deram grande contribuição no que diz respeito a aprendizagem. 
A Professora Orientadora, Virgínia Rabello Cabral pela orientação e 
apoio. 
Aos colegas fiéis pelo companheirismo, carinho e amizade ofertados 
durante toda essa caminhada. 
Aos demais Professores, pelo ensinamento ministrado, colaboração e apoio. 
À coordenadora do curso Aurora da Silva Oliveira. 
E a todos que contribuíram de alguma forma para que este trabalho 
fosse realizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em todos os tempos, para todos os povos, 
os brinquedos evocam as mais sublimes 
lembranças. São objetos mágicos, que vão 
passando de geração a geração, com um 
incrível poder de encantar crianças e 
adultos. 
(VELASCO, 2002). 
RESUMO 
Esta pesquisa tem por finalidade resgatar o lúdico como processo educativo, 
procurando visar que ao se trabalhar com o lúdico em sala de aula não está 
deixando de lado a seriedade e a importância dos conteúdos programados os 
quais devem ser apresentados à criança na escola, pelo contrário esta é 
apenas uma forma de se buscar o conhecimento de maneira mais divertida, 
porém sem descaracterizar a procura pelo conhecimento. O mundo infantil é 
norteado por jogos, brinquedos e brincadeiras, pois estes estão presentes na 
vida do ser humano desde muito cedo. Por esse motivo, as atividades lúdicas 
são necessárias e importantes para o desenvolvimento e absorção dos 
conhecimentos, pois tais atividades permitem que a criança desenvolva a 
percepção, a imaginação, a fantasia e os sentimentos. O lúdico proporciona a 
criança momentos de encontro consigo mesmo, e com o outro, momentos de 
fantasia e de realidade, de ressignificação e percepção, momentos de 
autoconhecimento e conhecimento do outro, constituindo, assim, relações 
sociais e de interação, em suma, momentos de vida. Este trabalho fundamenta-
se a partir de uma pesquisa e os dados coletados revelam o lúdico como uma 
atividade a ser trabalhada na educação infantil, sendo, portanto, relevante para 
a formação do sujeito, pois o aluno não apenas se diverte, mas se diverte e 
aprende ao mesmo tempo. 
 
Palavras-chave: Lúdico. Aprendizagem. Criança. Professores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO..............................................................................................................10 
III. METODOLOGIA ...................................................................................................................................... 12 
1. EDUCAÇÃO INFANTIL: HISTÓRICO E CONCEITO.....................................................15 
1.1 Breve histórico da Educação Infantil.......................................................................15 
1.2 O brincar e a escola...................................................................................................................................17 
1.3 O brincar e sua importância na aprendizagem............................................................................19 
2. O LÚDICO E SUA FUNÇÃO........................................................................................................20 
2.1 Importância do ato de brincar..................................................................................20 
2.2 O que é lúdico? ......................................................................................................23 
2.3 O lúdico e a aprendizagem das crianças................................................................25 
3. O LÚDICO NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO .....................................................27 
3.1 O lúdico no ambiente escolar..................................................................................27 
3.2 Tecnologia: aliada ou inimiga da educação Infantil?...............................................31 
3.3 O papel do professor...............................................................................................32 
Conclusão......................................................................................................................34 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
Este tema foi definido para demonstrar que a ludicidade presente na 
prática pedagógica facilita a aprendizagem da criança. Os anos iniciais da 
criança, são decisivos na formação e construção da sua identidade, tanto 
física, efetiva e intelectual. Nesta fase estratégias são muito utilizadas e as que 
mais se destacam são as atividades lúdicas, capazes de intervir de forma 
positiva no seu desenvolvimento e suas competências. 
As crianças pertencentes às instituições de educação infantil carecem de 
ações sistemáticas que visam fornecer informações de forma continuada, 
através de atividades lúdicas, realizar vivências e aprimorar seus 
conhecimentos. Através das brincadeiras a criança desenvolve diversas 
linguagens (MACEDO, 2008). Para subsidiar teoricamente esse trabalho 
utilizaremos autores como ROSAMILHA (1979), que defende que criança é um 
ser feito para brincar, CHATEAU (1987) que afirma que uma criança que não 
brica, não saberá pensar. Também serão utilizados leituras e dados 
apresentados por NEGRINE (1994) que sustenta que as atividades lúdicas 
contribuem poderosamente em todas as dimensões da criança. Assim sedo, 
uma questão poderia surgir: Quais os benefícios adquiridos pelas crianças 
através das brincadeiras lúdicas realizadas na Educação Infantil? 
O lúdico inserido no aprendizado em uma pedagogia própria para esta 
faixa etária é fator de múltiplas oportunidades de aprendizagem. Desta forma, 
os professores proporcionam experiências interdisciplinaresque irão trazer um 
diferencial para a prática docente, pois o professor promove uma 
aprendizagem articulada das disciplinas fugindo do modelo tradicional. 
É necessário levar em conta o que a criança já possui. Ou seja, sua 
bagagem de conhecimento que traz de casa quando é inserida em um âmbito 
escolar. O papel da escola é ampliar ainda mais os conhecimentos e suas 
experiencias cotidianas, considerando seu desenvolvimento e aprendizagem. 
 
 
 
10 
 
I. METODOLOGIA 
Este artigo tem como base a pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfica, 
utilizando livros e autores que abordam o tema de forma geral, e também 
utilizar de recursos virtuais, pode-se dizer que o mesmo está embasado em 
argumentos pré-existente, os quais foram, inúmeras vezes, relacionados ao dia 
a dia dos alunos da Educação Infantil, de caráter empírico, ou seja, baseado na 
observação e na experiência da realidade lúdica desses alunos. Isto se deu a 
partir de uma pesquisa de campo, vivenciada e observada além de registrada e 
analisada por outros autores. O artigo visa uma compreensão mais consistente 
com relação ao emprego do lúdico pelo professor na educação infantil em sala 
de aula, como instrumento pedagógico. A pesquisa descritiva, segundo Pereira 
(2005 p.19-20): 
As atividades lúdicas são muito mais que momentos divertidos ou 
simples passatempos e, sim, momentos de descoberta, construção e 
compreensão de si; Possibilitam, ainda, que educadores e educandos 
se descubram, se integrem e encontrem novas formas de viver a 
educação. 
 
 Pereira (2005) considera as atividades lúdicas age como uma 
possibilidade de entrega que é transcorrida pelos diversos sentimentos, 
símbolos, sonhos, desejos, necessidades, alegria e dores; uma integração 
conosco e com o outro, em uma troca implícita e expressiva. 
 Em outras palavras, o que observa é que a criança/aluno que tem o 
contato com a atividade lúdica percorre de forma natural para o apender. 
 O trabalho será dividido em: Introdução contendo a justificativa, a 
problemática, os objetivos e a metodologia; a Fundamentação teórica abordará 
cada um dos tópicos previstos nos objetivos específicos; e as Considerações 
finais que trará a ideia final sobre o que foi debatido. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. EDUCAÇÃO INFANTIL: HISTÓRICO E CONCEITO. 
1.1BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
No ponto de vista histórico, a criança sempre foi vista como um adulto 
em miniatura, a infância foi marcada por uma grande ignorância social, 
felizmente esta história é marcada por diversos progressos e descobertas. 
Segundo Kishimoto (2003, p.225) “a criança de zero a seis anos foi 
objeto de atenção nesses quinhentos anos, sobretudo por inspiração da igreja, 
no início do processo de colonização [...] predominou à assistência social a 
infância”. 
No Brasil, a Educação Infantil tem início no ano de 1875, com a 
fundação de jardins de infância, asilos infantis e também orfanatos, daí em 
diante foram observados vários métodos e pesquisas junto à area da 
educação. Pessoas renomadas como Froelbel, Piaget e Vygotsky que visou 
uma aprendizagem de mais qualidade. Agora, a criança interage com o meio 
em que vive e com o objeto, a parti daí a aprendizagem começam acontecer e 
com eles, o ensino melhora e a qualidade também. 
No século XIX começa a surgir creches, casas de infâncias, maternais, 
escolas e jardim de infância. No início do século XX a educação infantil para a 
integrar a criança e também seu desenvolvimento infantil, as Instituições de 
Educação Infantil foram modificando-se com o passar dos anos. Vale ressaltar 
que as primeiras instituições instaladas formam de caráter assistencialistas, 
fruto de uma crescente globalização, mercado de trabalho, mudança da vida na 
área urbana na sociedade da época. Segundo Didonet (1991): 
 A urbanização a crescente participação da mulher no mercado de 
trabalho extradomiciliar e as alterações na estrutura familiar são ainda 
hoje fatores determinantes da demanda social de creches e pré-
escola. [...] Quando surge uma creche ou pré-escola, nova 
perspectiva abre-se para a mulher e para a criança, o melhor, para 
toda a família [...]. Mas a educação infantil não parou por ai. Várias 
ciências debruçaram-se sobre a criança, nos últimos cinquenta anos, 
entre elas a psicologia, a sociologia, a biologia e a psicanálise infantil. 
(1991, p. 92) 
A partir das mudanças ocorridas as escolas infantis se tornam espaços 
de grande importância para à aprendizagem e o desenvolvimento. As que 
12 
 
estão inseridas na Constituição de 1988 e que contempla o caráter educacional 
das instituições, elevando a Educação Infantil ser um direito da criança e dever 
do Estado, cabendo a ele manter e dar a educação infantil e uma constante 
integração e valorização com o cuidar, educar e brincar que são elementos 
importantes no processo de Ensino e aprendizagem infantil. 
As leis educacionais vigentes vieram para consolidar as características 
educacionais, por exemplo, coube a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional – LDB Nº. 9.394/96 fixar a Educação Infantil enquanto etapa que 
precede a educação escolar formal (Ensino Fundamental e Médio). Isto 
constitui um fator principal para essas primeiras transformações educacionais, 
que passa de assistencial para um caráter totalmente educacional, onde se 
começa a ampliar a importância da educação infantil no processo de 
desenvolvimento, integração, socialização e aprendizagem. A LDB Nº 9.394/96 
veio ainda exigir uma maior formação do profissional que atua na área como 
formação especifica e uma formação continuada. Sendo assim, não só os 
recursos físicos, mas os espaços que deve se adequar as novas normas, mas 
toda a ação direta com a criança, sendo esta obrigação dos órgãos 
mantenedores, municipais e filantrópicos, as regularizações, o que requer 
maior incentivo e aplicações para o melhoramento da educação nesta faixa 
etária. Didonet (1991) destaca: 
A criança é um todo orgânico, físico e psicológico. A educação infantil 
coloca como seu objetivo-síntese o desenvolvimento integral da 
criança compreendendo com isso, os aspectos físicos, cognitivos e 
afetivos de sua personalidade. (1991, p. 93). 
A criança começa ser vista e caracterizada pela infância que exige maior 
investimento e compreensão quanto aos aspectos que ela desenvolve, ser de 
uma individualidade única e importante diante da sociedade, ela agora é vista 
como sujeito histórico e participante das transformações futuras, ou seja, a 
consolidação da educação brasileira. 
Sendo assim, cabem as instituições de educação infantil atender todas 
as especificidades do desenvolvimento das crianças, pois é nestas instituições 
que iniciaram os primeiros indícios de que vale a pena investir em uma 
educação de qualidade, é o processo educativo, o trabalho e o 
13 
 
desenvolvimento da pessoa e é a formação para a cidadania suas 
transformações. 
Um dos assuntos mais relevantes das primeiras pesquisas sobre o livro 
“Atividades Lúdicas para a Educação Infantil “da autora Ângela Cristina 
Munhoz Maluf é a importância da brincadeira na faixa etária de 0 a 6 anos nas 
Instituições de Ensino para facilitar a aprendizagem e a construção do 
conhecimento das crianças. A autora defende que as atividades devem ser 
voltadas ao método de ensino lúdico, ou seja, brincadeiras devem estar 
presentes nesta metodologia de ensino. Os educadores devem entender a 
necessidade dos seus alunos em relação a brincadeira, ampliando cada vez 
suas ações, entendendo seus benefícios e resultados. A metodologia utilizada 
pelos profissionais não é uma ação neutra e sem intenção de ensino, esta 
metodologia consiste em uma elaboração que traz um trabalho teórico, 
filosófico e político. 
As atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento motor, emocional, 
físico, cognitivo e social. Na Educação Infantil as atividades lúdicas se figuram 
em um cenário aconchegante,desafiador e cheio de oportunidades para um 
crescimento saudável das crianças. Através das brincadeiras o profissional 
deve estimular a autonomia progressiva das crianças, autoconfiança, 
curiosidade, criatividade e senso crítico. Como também ser criativo e ativo com 
as crianças e ajuda-las a crescerem felizes, pois a atividade lúdica ligada a boa 
pretensão dos profissionais além do desenvolvimento, garante uma estadia 
agradável na escola ou creche; Além de contribuir o maior alcance dos 
objetivos no plano educativo. 
1.2 O BRINCAR E A ESCOLA 
O brincar está associado à criança há muitos anos. Mas foi através de 
uma ruptura de pensamento que a brincadeira passou a ser percebida e 
também valorizada no espaço educacional das crianças menores. No passado, 
o brincar era apenas como forma de fuga ou distração, não lhe era conferido o 
caráter educativo. 
14 
 
O brincar tem função socializadora e integradora. A sociedade moderna 
tem sofrido transformações em relação ao brincar e ao espaço que se tem para 
brincar, os pais e os filhos têm pouco tempo para ficarem juntos e brincar. A 
escola acaba sendo a fonte transmissora de cultura, onde existem espaços 
para as crianças brincarem, tendo os profissionais de educação à incumbência 
de ensinar e resgatar as brincadeiras populares, como também o jogo deve 
fazer parte do cotidiano das crianças, usado como forma de transmitir 
conhecimento, pois a atividade lúdica é benéfica ao aprendizado. 
De acordo com Almeida (2005): 
A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização 
de regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva 
quanto individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a 
ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, 
incluir novos membros, modificar as próprias regras, enfim existe 
maior liberdade de ação para as crianças. (2005, p. 5) 
A brincadeira praticada na escola promove aspectos diversos na criança 
que serão de suma importância para o seu desenvolvimento biopsicossocial, 
sendo imprescindível para uma formação sólida e completa. 
Segundo Wajskop (2007): 
A criança desenvolve-se pela experiência social nas interações que 
estabelece, desde cedo, com a experiência sócio-histórica dos 
adultos e do mundo por eles criado. Dessa forma, a brincadeira é 
uma atividade humana na qual as crianças são introduzidas 
constituindo-se um modo de assimilar e recriar a experiência 
sóciocultural dos alunos. (2007, p. 25) 
 O brincar vai desde uma atividade dirigida com regras e normas até a 
sua prática livre. Os jogos são facilitadores para desenvolver o raciocínio 
lógico, e também para o desenvolvimento físico, social, motor e cognitivo. 
Atualmente, a aplicação desta maneira de transmissão de conhecimento é 
facilitadora diante dos recursos e metodologias disponíveis para o professor. 
Apesar da visão renovada da utilização dos jogos na escola, o jogo ainda está 
muito distante de ser integrado realmente como recurso e metodologia. Em 
geral, o uso dos jogos no cotidiano escolar se restringe a atividades 
extremamente dirigidas, que contribuem muito pouco para o desenvolvimento 
da autonomia, da criatividade e da produção de cultura. 
Segundo Carneiro e Dodge (2007): 
15 
 
Para que a prática da brincadeira se torne uma realidade na escola, é 
preciso mudar a visão dos estabelecimentos a respeito dessa ação e 
a maneira como entendem o currículo. Isso demanda uma 
transformação que necessita de um corpo docente capacitado e 
adequadamente instruído para refletir e alterar suas práticas. 
Envolve, para tanto, uma mudança de postura e disposição para 
muito trabalho. (2007, p. 91) 
Atualmente, só é aberto o espaço para brincar na Educação Infantil, e 
nem sempre é aceito de uma forma natural. As crianças precisam brincar, 
porque, brincando aprende a participar das atividades pelo prazer de brincar, 
sem mirar alguma recompensa ou temer castigo, mas adquirindo o hábito de 
estar ocupada, fazendo algo inteligente e criativo, experimentando o mundo ao 
seu redor, buscando sentido para sua vida. Mas, mesmo proporcionando todos 
estes benefícios, o brincar, a atividade lúdica, nas escolas de educação infantil 
quase sempre são muito dirigidos, se tornando menos espontâneo, criativo e 
prazeroso. 
 Além disso, existe a cobrança dos pais no sentido de obter um trabalho 
baseado no conteúdo, e na fase da educação infantil, a criança deve ser 
menos cobrada, havendo uma menor pressão dos pais em relação à obtenção 
de um trabalho com conteúdo mais estruturados. Muitas vezes a escola não 
oferece oportunidades, espaços para a prática da brincadeira livre, e quase 
sempre, impede que aconteça. Seria valoroso se a escola apropriasse da 
brincadeira, porque traria resultados mais relevantes e adequados às 
necessidades do mundo de hoje. Apesar da importância, a prática da 
brincadeira na pré-escola ainda tem o estigma de ser apenas preparatória para 
a escola, sem valor pedagógico ou como um passatempo. 
 Então, podemos perceber que isso é tarefa difícil a ser resolvida, porque 
nem sempre a instituição de ensino atribui o devido valor do brincar, o que 
acontece é integrar a brincadeira fazendo uma atividade dirigida, e também 
depende de o profissional de educação estar preparado para mudanças e usar 
isso no seu cotidiano. 
O lúdico na Educação Infantil é de importância para a inteligência e a 
afetividade. Os benefícios das brincadeiras vão além do corpo da criança, 
alcançando a mente e a emoção. Negrine (1994, p.19) sustenta que as 
contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que 
16 
 
elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que 
todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência a 
afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a 
afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, 
moral, intelectual e motriz da criança. O autor defende que a afetividade produz 
energia suficiente para um crescimento psíquico da criança e que tudo isso 
produz influencia para a parte intelectual desta. 
1.3 O BRINCAR E SUA IMPORTÂNCIA NA APRENDIZAGEM 
 As razões para brincar, quando consideramos uma característica da 
infância, compreendemos que o lúdico é extremamente importante para o 
desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança. É brincando que 
a criança expressa vontades e desejos construídos ao longo de sua vida, e 
quanto mais oportunidades a criança tiver de brincar mais fácil será o seu 
desenvolvimento. 
Atualmente as crianças estão envolvidas em brincadeira os jogos 
eletrônicos, fazendo com que as mesmas não se movimentem e as deixando 
sedentárias e obesas. As brincadeiras tradicionais, como, por exemplo, pular 
corda, pique alto, pega-pega etc, fazem com que as crianças se movimentem a 
todo tempo, gastando energia e dando liberdade para criar proporcionando 
alegria e prazer. As razões para brincar são diversas, visto que a brincadeira só 
faz bem, infelizmente, isso incomoda algumas pessoas, pais, professores, uma 
vez que o brincar é um direito da criança, conforme preconiza a Lei 8.069, de 
13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, que no seu 
Capítulo II, Art. 16°, Inciso IV, fixa que toda criança tem o direito de brincar, 
praticar esportes e divertir-se. 
Contudo, a criança tem o direito de brincar, pois está amparada por lei, 
e esta é mais uma razão para brincar, além das inúmeras que citamos, porque 
o brincar favorece a descoberta, a curiosidade, uma vez que auxilia na 
concentração, na observação, na percepção, e, além disso, as crianças se 
desenvolvem fisicamente, desenvolvem os músculos, absorvem oxigênio, 
crescem, movimentam-se no espaço, descobrindo o seu próprio corpo. O 
brincar tem um papel fundamental neste processo, nas etapas de 
17 
 
desenvolvimento da criança. Na brincadeira,a criança representa o mundo em 
que está inserida, transformando-o de acordo com as suas fantasias e 
vontades e com isso solucionando problemas. 
Para Cunha (2000), o brincar é uma característica primordial na vida 
das crianças, porque é bom, é gostoso e dá felicidade. Além disso, ser feliz e 
estar mais predisposto a ser bondoso, a amar o próximo e a partilhar 
fraternalmente, são outros pontos positivos dessa prática. 
Na teoria piagetiana, a brincadeira não recebe uma conceituação 
específica. Na análise de Piaget (1971), a brincadeira é entendida como ação 
assimiladora, e surge como forma de expressão da conduta, dotada de 
características espontânea e prazerosa, onde a criança constrói 
conhecimentos. 
 Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua 
maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objetivo 
não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui. 
A criança se sente segura em relação às outras e a ela mesma, capaz 
de lançar hipóteses e curiosidades sobre o meio. O jogo e a brincadeira 
permitem o relacionamento da criança com o objeto num processo 
interacionista, onde a assimilação remite a adaptação das ações dos mesmos, 
provocando e encarando uma acomodação com o objeto. 
Criança tem o direito de brincar e não pode ser desprovida deste direito. 
Rosamilha (1979, p.77) A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O 
jogo, eis aí um artifício que a natureza encontrou para levar a criança a 
empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental. Usemos 
um pouco mais esse artifício, coloquemos o ensino mais ao nível da criança, 
fazendo de seus instintos naturais, aliados e não inimigos. A autora cita que a 
própria natureza encontrou um meio de fazer com que a criança se desenvolva 
física e mentalmente, apenas precisa adaptar os métodos de ensino, utilizando 
o lúdico e o desenvolvimento acontece. 
 Por meio das brincadeiras as crianças aprendem a resolver conflitos, 
desafios e problemas específicos, além de criar um mundo somente delas em 
18 
 
sua imaginação. Pois não são como adultos em miniatura e sim autores de 
suas próprias histórias. As crianças são seres únicos e precisa brincar e utilizar 
as atividades lúdicas. Destaca Chateau (1987, p.14) que “Uma criança que não 
sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar.” 
O autor destaca que a criança que não brinca, amanhã será um adulto que não 
sabe pensar, esta afirmação é baseada na informação que quando não há 
contato com o lúdico, a criança não enfrenta conflitos que precisa pensar, 
questionar e criar para resolver, diante disso não saberá argumentar e nem 
utilizar a parte crítica para a resolução de alguma situação. 
Todos os autores e citações realizadas em relação à pesquisa forma 
embasados em fatos e observações que posteriormente alcançaram resultados 
notórios para tal embasamentos. Diante disso é perceptível o quanto o lúdico é 
importante na vida da criança e o quanto são inúmeros os seus benefícios. 
 
19 
 
2. O LÚDICO E SUA FUNÇÃO 
2.1 IMPORTÂNCIA DO ATO DE BRINCAR 
As novas formas de organização urbana devido o acelerado progresso 
nas Grandes Metrópoles, favorecem o enfraquecimento de contatos entre as 
crianças de diferentes idades, bem como com adultos. Sobre este aspecto, 
refere-se Weirs (1993, p. 19): 
“O ambiente físico urbano é hóstil à criança: não há muitos lugares 
para ela e, dessa maneira, uma série de jogos coletivos tendem a 
desaparecer sendo substituídos por outros passivos e solitários”. 
 Esta realidade infelizmente acontece em todo o planeta, as crianças 
estão perdendo a essência da brincadeira real pela virtual, o contato físico com 
o brinquedo. 
Quanto à importância do brinquedo e seu significado para a 
aprendizagem infantil, refere-se Cunha (2000, p.51): 
 “O brinquedo estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. 
Proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do 
pensamento e da concentração da atenção”. 
 Neste âmbito, se reconhece a importância e a necessidade de 
recuperação dos jogos e brinquedos, considerados alternativa eficaz para o 
fortalecimento dos processos interativos e enriquecimento da cultura infantil. 
Estudos de natureza etnográfica procuram explicitar o brinquedo infantil dentro 
de cada cultura investigando o cotidiano da criança. Na área da educação, os 
teóricos confirmaram a importância do brinquedo infantil como recurso para 
educar e desenvolver a criança, desde que respeitadas as características da 
atividade lúdica. Assim, o brinquedo representa parte indispensável no 
desenvolvimento infantil, por manifestar o interior da criança e demonstrar as 
possibilidades de evolução nos aspectos emocional, afetivo, psicomotor, 
cognitivo e social. Brincar é a maior e mais importante ocupação da criança e, 
de sobremaneira, esquecida pelo adulto. A atividade lúdica, neste sentido, 
confunde-se com a própria infância. 
20 
 
É possível através do brincar, perceber como a criança está se sentindo e 
conhecer ainda que superficialmente, seu caráter e personalidade. Segundo 
Barros (1991): 
Brincando com bonecas que representam pessoas de sua casa - 
papai, mamãe, etc. - crianças demonstram o que sentem em relação 
a cada uma delas. Além disso, dão vazão a certos impulsos que são 
forçados a recalcar na vida real: agressividade para com os pais e 
para com o irmãozinho, ou uma grande afeição para com uma pessoa 
da família. (1991, p. 42) 
 Quando uma criança brinca, ela experimenta várias possibilidades de 
ação dentro de uma realidade que, inclusive, podem ser transformadas 
conforme suas necessidades e vontades. 
Segundo Oliveira (2005, p. 31): “Todas as vezes que a realidade se 
torna aos olhos da criança difícil de ser reproduzida ela a cria, combinando-a 
de modo a compensar seus aspectos menos assimiláveis”. 
Brincando a criança aprende a ter opinião própria, decidir, descobre seu 
papel e seus limites. Através do brinquedo ela descobre o prazer e satisfação 
de criar,explorar o mundo, a partir do domínio das habilidades de comunicação, 
nas mais variadas formas, facilitando a auto-expressão, além de colaborar no 
desenvolvimento intelectual por meio da atenção, e também pelo uso 
progressivo de processos mentais mais complexos, como comparação e 
discriminação; e pelo estímulo à imaginação. 
Segundo Vygotsky (1991, p. 72): 
 “A criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e 
imaginário onde os desejos não realizáveis, podem ser realizados e 
esse mundo é que chamamos de brinquedo”. 
Ajudam a descoberta do “eu” e do “outro” (social e cultural), contribuindo 
para a difícil construção da identidade cultural. 
Segundo Rizzi e Haydt (1987, p.34): 
“Jogo supõe relação social, interação. Por isso, a participação em 
jogos e brincadeiras, contribui para a formação de atitudes sociais; 
respeito mútuo, solidariedade, iniciativa pessoal e grupal. É jogando e 
brincando que a criança aprende o valor do grupo como força 
integradora e o sentido da competição e da colaboração consciente e 
espontânea”. 
21 
 
 Segundo Kishimoto (1997): 
O prazer, o caráter não sérios, a liberdade, a separação dos 
fenômenos cotidianos, as brincadeiras tradicionais trás em seu ato 
imaginário fazem uma reflexão sobre o ato cômico do brincar, de livre 
escolha em sua limitação no tempo e no espaço. (1997, p.23) 
O brincar permite, dentre inúmeros atributos, aprender a lidar com as 
emoções. Pelo brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu 
mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal, sua 
identidade e sua personalidade. Piaget (1971) nos esclarece ainda que o 
brincar implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, 
apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas 
de brincar. O professor que atua na Educação Infantil deveconsiderar o jogo 
ou a brincadeira como importante, através dele faz com que desenvolva na 
criança a criatividade e o raciocínio, levando as crianças a formularem os seus 
conceitos e hipóteses 
Assim, o professor mediador, centra-se na análise das hipóteses 
levantadas pelos educandos e na exploração das estratégias pessoais, ou seja, 
cada uma de maneira particular, que desenvolvem para resolver as situações 
presentes, podendo dar alguns passos no sentido de valorizar e estimular suas 
hipóteses e estratégias pessoais. O papel do professor é de mediador, de 
incentivador, de estimulador, é alguém que auxilia as crianças a criar um 
espaço no qual professores e alunos trazem suas experiências, tem a 
oportunidade de reaproveitá-las, trocá-las e expandi-las e tornar o aprendizado 
mais significativo. 
Por fim, observamos o quão importante é o brincar na fase infantil e o 
quanto esta questão está cada vez mais defasada devido a era tecnológica. 
Cabe a nós como futuros pedagogos, resgatar e valorizar este ato na vida das 
crianças, para se tornarem indivíduos críticos agindo de modo ativo na 
sociedade. 
2.2 O QUE É LÚDICO? 
 Exibir uma definição sobre o lúdico hoje, principalmente no que se refere 
à educação infantil, não é tarefa fácil, tendo em vista que várias são as 
enfoques e estudos sobre o tema. 
22 
 
Para Winnicott (1995 apud PINTO; TAVARES, 2010, p.230),“o lúdico é 
considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de 
forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo”. 
Segundo Almeida (2009, p.01) “O lúdico tem sua origem na palavra 
latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se a palavra for analisada levando em 
consideração apenas a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas 
ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo”. 
Segundo Piaget e Winnicott (1975 apud DALLABONA: MENDES, 2010, 
p.03), “conceitos como jogo, brinquedo e brincadeira são formados ao longo de 
nossa vivência. É a forma que cada um utiliza para nomear a sua forma de 
brincar. No entanto, tanto a palavra jogo quanto a palavra brincadeira podem 
ser sinônimas de divertimento”. 
Conforme Velasco (1996 apud FERNANDES 2012, p.13) e Kishimoto 
(1994 apud MAURÍCIO, 2008), “a brincadeira é alguma forma de divertimento 
típico da infância, isto é, uma atividade natural da criança, que não implica em 
compromissos, planejamento e seriedade, e que ajuda no desenvolvimento e 
na socialização”. 
Entretanto, para Gaspar (2011, p.12) “uma forma corriqueira de se 
definir ludicidade, é dizer que lúdico é aquilo que dá prazer e que traz alegria”. 
Entende-se, no entanto, que nessa perspectiva a ludicidade seria um 
propiciador da alegria que se estabelece entre as pessoas em determinadas 
situações. Situações essas do tipo, entre um animal e uma pessoa, uma 
criança e um brinquedo, ou seja, o lúdico está atrelado a todas, pelo menos é o 
que se espera as situações agradáveis que nos proporcionam bem estar. É 
difícil dizer o que é lúdico em uma definição apenas, pode-se dizer que a 
atividade lúdica é uma atividade criadora, que de forma natural estimula o 
pensamento e a busca pelo conhecimento de forma prazerosa e natural. 
Para tanto se sabe que o descobrir e o aprender faz parte da vida de 
todo ser humano, o contato, bem como o convívio com seus semelhantes 
beneficia essa relação com o novo, o despertar para aquilo que não se sabe, 
mas que se quer descobrir. O ser humano está intrinsecamente ligado à 
23 
 
aprendizagem, a procura, a descoberta, a curiosidade, logo a apropriação dos 
conhecimentos por ele buscados, e é essa busca que lhe garante a integração 
no meio em que vive como um ser participativo, crítico e criativo. E sendo tudo 
isso atrelado à atividade lúdica, tal busca flui em seu dia a dia sem mesmo o 
notar. 
 Afirma Negrine (2000 apud SÁ, 2004, p. 02) que “a capacidade lúdica 
está diretamente relacionada à pré-história de vida do ser humano. Acredita 
ser, antes de tudo, um estado de espírito e um saber que progressivamente vai 
se instalando na conduta do ser devido ao seu modo de vida”. 
Pode-se notar que o lúdico tem a capacidade de permitir um 
desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real. Por meio das 
descobertas e da capacidade criadora, a criança pode se expressar, analisar, 
criticar e transformar aquilo que é real. Se bem inserida e se bem 
compreendida, a educação lúdica terá grande contribuição para a melhoria do 
ensino, quer na qualificação ou na formação crítica do educando, quer para 
redefinir valores. Pois o lúdico tem grande contribuição para o desenvolvimento 
das crianças na sociedade. 
A atividade lúdica, não é apenas o produto da atividade nem o que dela 
resulta que se deve ser valorizado, mas a própria ação, ou seja, o momento 
vivido. Pois, permite a quem a vivencia, momentos de encontro consigo 
mesmo, e com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de 
ressignificação e percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento 
do outro, de cuidar de si e olhar para o outro, em suma, momentos de vida. 
Há reflexões sobre o emprego de materiais e atividades lúdicas no sentido de 
tornar o ensino aprendizagem um processo dinâmico e significativo. Talvez por 
isso o lúdico esteja atualmente tão presente nos debates e discussões acerca 
deste assunto. Até porque ao se olhar para o passado o que se sabe é que “o 
jogo já era visto como importante ferramenta de auxílio ao processo de 
educação das crianças. 
No entanto, hoje, para muitos o lúdico é somente uma forma de 
distração, de fazer passar o tempo, de ocupar a criança. E é a partir deste 
conceito que se faz necessário compreender que atividades lúdicas são 
24 
 
indispensáveis na vida da criança, não apenas como um momento de distração 
e prazer, mas principalmente como um facilitador da aprendizagem. 
2.3 O LÚDICO E A APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS 
Segundo Modesto e Rubio (2014, p.03) “O jogo é essencial para que 
seja manifestada a criatividade e a criança utilize suas potencialidades de 
maneira integral, indo de encontro ao seu próprio eu”. 
 Ao brincar a criança desenvolve a capacidade para determinado tipo de 
conhecimento, sendo assim, depois de aprendida tal capacidade dificilmente 
será esquecida. Pode-se assim dizer que a aprendizagem se dá a partir da 
formação de conceitos que são formados muito mais facilmente no ato do 
brincar. 
A considerar que as atividades lúdicas transpõem o fazer mecânico, o 
fazer por fazer, cabe ressaltar o quão importante é que o professor não utilize 
as atividades lúdicas apenas como um passatempo em sua prática, mas como 
um momento de interagir, de estabelecer trocas e de compartilhar. A atividade 
lúdica quando bem aplicada desencadeia momentos de integração dos 
pensamentos, dos sentimentos e dos movimentos em sua prática pedagógica 
cotidiana. Sendo assim, vê-se que “essas atividades são relevantes para a 
formação da criança, pois contribuem com o desenvolvimento cognitivo, afetivo 
e motor da criança”. (SILVA,2011, p. 27). 
Acredita-se que o lúdico venha a ter um lugar garantido no cotidiano das 
instituições educativas, pois é importante a atuação do educador, e 
principalmente que tal atuação seja nutrida pela vivência lúdica, em que o 
professor se coloque pleno, inteiro no momento, alegre e flexível. 
Brincadeira ou jogo em sala de aula são importantes para o 
desenvolvimento social, pois existem alunos com dificuldade de se relacionar e 
no entendimento de muitas questões levantadas em sala de aula, gerando, 
assim, insegurança ou medo de perguntar e assim sanar suas dúvidas junto ao 
professor. 
25 
 
Mas, o educador que insere as brincadeiras e jogos em suas atividades 
oportuniza a socialização entre os alunos, a cooperação mútua, e a 
participação coletiva na solução de situações-problemas. Com isso, “o 
professor em sua prática acaba por favorecer a trocade experiências entre os 
alunos e, ainda, acarreta nas várias possibilidades para resolvê-los”. 
(MODESTO; RUBIO, 2014, p. 04). 
Portanto, espera-se que o professor não represente o papel do agente 
exclusivo de informação e formação dos alunos, mas que desempenhe no 
contexto escolar uma função de relevância que é a de elemento mediador das 
interações entre as crianças e os objetos de conhecimento. 
Ao se fazer uso do lúdico, a sala de aula torna-se um espaço de 
reelaboração do conhecimento vivencial e constituído, de forma coletiva ou de 
forma individual e a criança passa a ser a protagonista de sua história social, a 
peça chave na construção de sua identidade. Cabe ressaltar, que a criança 
que convive com “as atividades lúdicas percorrem de forma natural o caminho 
pela busca de uma auto-afirmação social, dando a ela continuidade nas suas 
ações e atitudes, possibilitando o despertar para aprender”. (MODESTO; 
RUBIO, 2014, p. 05). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
3. O LÚDICO NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO 
3.1 O LÚDICO NO AMBIENTE ESCOLAR 
O lúdico é uma importante ferramenta para mediação do conhecimento, 
pois enquanto a criança brinca com material concreto, jogos, tudo o que ela 
possa manusear, está sendo estimulada a refletir e reorganizar; por outro lado 
se a brincadeira é de “faz de conta” o estímulo é voltado para o recriar e o 
inventar, e assim se pode dizer, imaginar e fantasiar. 
A partir das ideias acima, verifica-se que atividades quando embrulhadas 
com o lúdico a aprendizagem acontece facilmente e com entusiasmo, pois a 
criança aprende sem perceber, pois está brincando. Segundo Grassi (2008, 
p.70 apud MODESTO; RUBIO, 2014, p.2): 
O termo jogo compreende uma atividade de ordem física ou mental, 
que mobiliza ações motrizes, pensamentos e sentimentos, no alcance 
de um objetivo, com regras previamente determinadas, e pode servir 
como um passatempo, uma atividade de lazer, ter finalidade 
pedagógica ou ser uma atividade profissional. 
Nestes termos o que se vê é que o brincar (jogo) enriquece muito a 
dinâmica das relações sociais em sala de aula e também fora dela, como na 
brinquedoteca fortalecendo a relação entre o ser que ensina e o ser que 
aprende. 
Segundo a visão de Kishimoto, (2002, p. 23) “a brinquedoteca deve ser 
na escola, um lugar integrado a uma proposta pedagógica que incorpora o 
lúdico como eixo do trabalho infantil”. Lendo esta afirmação o que se pode 
dizer é que essa é uma visão viável, muitas vezes algumas crianças só têm a 
escola para interagir com seus colegas através da brincadeira. 
No entanto, para aprender, o aluno precisa de um ambiente confiável, 
respeitoso e a colaboração com os colegas. Acredita-se que o jogo pode se 
firmar como uma estratégia de desenvolvimento da atenção, fator necessário 
para a aprendizagem. Profissionais de educação infantil devem entender que o 
brincar pelo brincar, já é feito em casa, sendo assim, faz-se necessário se ter 
uma prática didática, direcionada, planejada, a fim de ensinar para promover o 
desenvolvimento e a aprendizagem dos envolvidos. Ele deve acreditar nesta 
prática, e vê-la como “uma atividade facilitadora do trabalho pedagógico, 
27 
 
principalmente, um propiciador do aprender do aluno”. (MODESTO; RUBIO, 
2014, p. 12). 
Piaget (1975, p.55) enfatiza que “a criança ao brincar externa traços de 
sua aprendizagem através da interação com atividade lúdica que está sendo 
desenvolvida”. Como se vê é uma grande verdade, pois existem crianças 
consideradas como introvertida na sua vida cotidiana, mas elas conseguem 
expor de maneira sucinta sua capacidade de aprendizagem. 
Vygotsky (1998 apud VAZ, 2013) também expõe seus conhecimentos e 
pesquisas em prol do lúdico como forma de aprender, quando ele diz que por 
favorecer a criação desta zona, visto que “o lúdico poder ser considerado um 
recurso para ser utilizado em meio às propostas pedagógicas, já que faz parte 
da natureza infantil, podendo contribuir para o amadurecimento dos processos 
que estão em formação”. (VYGOTSKY, 1998, p. 112 apud VAZ 2013, p.19). 
Diante disso, percebe-se que é uma grande verdade o pensamento em 
relação ao comportamento infantil diante dos benefícios do lúdico escolar. E 
para que esse processo de aprendizagem através do lúdico aconteças mais 
vezes criança se baseia no adulto. Por isso, a escola em sua atualidade tem 
procurado se instrumentalizar no sentido de garantir essas atividades para 
tranquilizar os pais. Percebe-se que a presença da ludicidade na educação 
infantil é algo que vem sendo trazido gradativamente para a realidade, em vista 
que após essa emancipação dos jogos tecnológicos, algumas escolas ainda 
resistem, e, isso envolve tanto os profissionais da educação quanto a família 
que acredita na ideia de que a escola e a brincadeira são vistas como 
instâncias distintas. 
O brincar consiste em um excelente método que facilita a aprendizagem 
das crianças na educação infantil, o educador através desse método poderá 
proporcionar situações que despertem nas crianças o respeito interpessoal de 
ser e de estar com os outros, priorizando a aceitação, respeito e confiança e o 
acesso aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. 
De acordo com Resende (1999, p. 42-43): 
28 
 
Não queremos uma escola cuja aprendizagem esteja centrada nos 
homens de “talentos”, nem nos gênios, já rotulados. O mundo está 
cheio de talentos fracassados e de gênios incompreendidos, 
abandonados à própria sorte. Precisamos de uma escola que forme 
homens, que possam usar seu conhecimento para o enriquecimento 
pessoal, atendendo os anseios de uma sociedade em busca de 
igualdade de oportunidade para todos. 
O que se vê, atualmente é que muitas escolas estão preparando seus 
alunos para um mundo irreal, isso porque a escola ainda está com a 
preocupação em formar indivíduos úteis, moralmente disciplinados e 
tecnicamente preparados para o trabalho. Entende-se que ações como dar 
aulas necessitarão ser substituída por atividades como orientar a 
aprendizagem do aluno pela busca do seu próprio conhecimento, como 
defende o construtivismo, o sócio-interacionismo, até porque se o aluno e o 
professor não estiverem empenhados no processo, não haverá ensino 
possível. 
Brincadeira na escola, só se tiver uma utilidade clara: domar o 
caráter, aprender e competir, compreender que nem todos vencem, 
desenvolver habilidades e comportamentos auxiliar outras 
aprendizagens escolares, aliviar tensões de aulas chatas e sem 
significado para as crianças (DEBORTOLI, 2006, p. 84). 
Desta forma, percebe-se a presença dos jogos e das brincadeiras livres 
na escola, muitas vezes, são perda de tempo, ou, apenas, as brincadeiras são 
atividades que serviam para ocupar um espaço de tempo livre ao final da aula. 
A busca pelo conhecimento e a aprendizagem são ignoradas, pois ao brincar 
livremente a criança não apenas se diverte, mas também aprende. 
São poucas as atividades que permitem a manifestação do imaginário 
infantil por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente 
pelo professor. Entre professores e pais, há uma presença 
acentuada da ideia de que o jogo infantil é perda de tempo na escola 
e que deve ser utilizado quase exclusivamente em momentos de 
lazer e descanso (SILVA, 2003, p. 16). 
Na escola a ludicidade deve ocorrer nos momentos de brincadeira livre 
como o recreio, e nas atividades fora e dentro de sala de aula. Mas, também é 
possível verificar o ato de ludicidade em forma de atividades direcionadas 
desde a chegada dos alunos na instituição escolar, incluindo a hora da 
alimentação até a chegada dos pais, e todo esse planejamento será 
compreendida como o lúdico e pode ser disponibilizado integralmente 
favorecendo essa ligação entre o brincar e o aprender sendo mediado pelos 
29 
 
professores com a total participação das crianças. Assim, complementa Pereira 
(2005 p.19-20):As atividades lúdicas são muito mais que momentos divertidos 
ou simples passatempos e, sim, momentos de descoberta, 
construção e compreensão de si; Possibilitam, ainda, que 
educadores e educandos se descubram, se integrem e 
encontrem novas formas de viver a educação. 
Pereira (2005) considera as atividades lúdicas como uma possibilidade 
de entrega que é transcorrida pelos símbolos, sonhos, desejos, necessidades, 
dores e alegrias; uma integração conosco e com o outro, em uma troca 
implícita e expressiva. 
Para Modesto e Rubio (2014, p. 03) “A discussão sobre a importância 
dos jogos e brincadeiras na educação vem se consolidando, pois, as crianças 
apresentam nessas atividades grande capacidade de raciocinar e resolver 
situações-problemas”. 
Entretanto, nem todos os educadores conseguem entender e perceber a 
importância da ludicidade no processo de ensino e aprendizagem. Alguns 
profissionais da educação que se veem comprometidos com a qualidade de 
sua pratica pedagógica, reconhecem de imediato a importância do lúdico como 
veículo para desenvolvimento social, intelectual e emocional de seus alunos. 
Para entender o mundo da ludicidade é preciso compreender que ele envolve 
os jogos, os brinquedos e as brincadeiras. 
Sendo assim, vê-se que essas atividades são relevantes para a 
formação da criança, pois contribuem para o desenvolvimento cognitivo, afetivo 
e motor da mesma. 
Como já fora dito o uso do lúdico no ambiente escolar faz da sala de 
aula um espaço de reelaboração do conhecimento vivencial e constituído, tanto 
no coletivo quanto no individual e a criança passa a ser a protagonista de sua 
história social, e na construção de sua identidade. Pois, a criança que convive 
com tais atividades percorre de forma natural o caminho pela busca de uma 
auto-afirmação social, dando a ela continuidade nas suas ações e atitudes, 
possibilitando o despertar para aprender. 
30 
 
3.2 TECNOLOGIA: ALIADA OU INIMIGA DA EDUCAÇÃO INFANTIL? 
As novas tecnologias e seus recursos modernos estão em todas as 
partes: em casa, no lazer, no trabalho e na educação e são concebidos como 
instrumentos voltados para o conhecimento e saber científicos, ferramentas de 
aprendizagem, contudo, quando aplicados na prática transformam a atividade 
humana. Na educação, o uso do computador ajuda no desenvolvimento do 
aluno, de suas habilidades, além de tornar a aprendizagem mais prazerosa, 
pois como afirma Fischer (2000, p 41) “a criança vê o computador como aliado 
no seu processo de construção do conhecimento, porque quando digitam suas 
ideias, ou o que lhes é ditado, não sofrem frente aos erros que cometem”. 
A utilização da tecnologia na educação apresenta vantagens e 
desvantagens para o processo de ensino-aprendizagem. Inserir novas 
tecnologias como ferramenta educacional promove diferentes reações no 
âmbito escolar, desde os que reprovam que a tecnologia produza mudanças e 
aqueles que enxergam tais recursos como solução para grande parte dos 
problemas educacionais. 
Mesmo com tanta evolução e boa aceitação das ferramentas da 
tecnologia na vida do ser humano, ainda existem pessoas que consideram a 
máquina como um elemento que pode desumanizar o ensino. Para Almeida 
(2000, p.20), usar os recursos que a tecnologia oferece é criar a “possibilidade 
de sistematizar, buscar informações e construir produtos, pois o computador 
permite tratar a informação, corrigir erros, além de facilitar o acesso à pesquisa 
e a troca de ideias”. 
segundo Silva (2006, p. 150), “as crianças aprendem a usá-las mais fácil 
e naturalmente e se sentem muito mais confortáveis com as máquinas do que 
os adultos, pais ou professores, pois elas são a geração da informática e da 
era digital”. O uso do computador e suas ferramentas, permite a integração no 
processo de aprendizagem em todos os níveis e modalidades de ensino, 
facilitando ao aluno construir e adquirir conhecimento. 
Há questionamentos em relação a utilização da tecnologia em sala de 
aula e Pinto (1999, p.18), questiona por que há professores resistentes à 
tecnologia e responde que “não é suficiente o docente saber ‘mexer’ no 
31 
 
computador, precisa visualizar as vantagens de utilizar esse recurso na 
organização do pensamento e a sociabilização da criança”. 
O essencial é integrar as possibilidades de ampliar o conhecimento 
através desta ferramenta com a capacidade e potencial do professor e alunos 
em saber usá-las. 
Nessa perspectiva, para Almeida (1999) a formação do professor em 
relação ao uso do computador como instrumento e recurso pedagógico, 
idealizar o conhecimento da prática pedagógica aliada às teorias educacionais 
e as habilidades necessárias para o uso e domínio da máquina, ou seja, o 
computador é apenas um instrumento e não peça central nesse processo. 
E se tratando do lúdico, na sociedade atual, os jogos e brincadeiras, 
devido aos recursos avançados da tecnologia, constituem um tipo de 
brincadeira que afasta a criança, promove o isolamento, ao contrário da 
interação e faz com que o encantamento de reunir um grupo, brincar ou jogar e 
interagir se perca frente a inúmeros comandos em frente ao computador. 
3.3 O PAPEL DO PROFESSOR 
Entende-se da importância do brincar na educação infantil para o 
desenvolvimento da criança, bem como para o processo de aprendizagem 
dela. O brincar livre, já proporcionam diversas possibilidades, mas com um 
mediador, um professor, um responsável, essas possibilidades aumentam 
significativamente e é disso que vamos tratar nesse tópico, do papel do 
professor para mediar o brincar na sala de aula para a efetivação de tal 
desenvolvimento. 
A inclusão de jogos, brinquedos e brincadeiras na prática pedagógica da 
educação infantil, desenvolvem diferentes atividades que contribuem para 
inúmeras aprendizagens e ampliação da rede de significados construtivos para 
as crianças. O educador é peça fundamental nesse processo, porém, não é o 
único responsável pelo sucesso ou fracasso do mesmo. 
32 
 
Além da organização da rotina diária, da inserção das brincadeiras e do 
planejamento. Também é papel do professor diagnosticar, observar e avaliar a 
aprendizagem da criança no decorrer das atividades. 
Nos momentos de brincadeira o educador por meio de atividades lúdicas 
orientadas, enriquece e potencializa a autoestima das crianças reconhecendo-
as como um indivíduo único e especial. Como destaca o RCNEI: 
Cabe ao professor a tarefa de individualizar as situações de 
aprendizagens oferecidas às crianças, considerando suas 
capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas assim como os 
conhecimentos que possuem dos mais diferentes assuntos e suas 
origens socioculturais diversas. Isso significa que o professor deve 
planejar e oferecer uma gama variada de experiências que responda, 
simultaneamente, às demandas do grupo e às individualidades de 
cada criança (Brasil, 1998, p. 32). 
Através das brincadeiras os professores podem observar e constituir 
uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e 
particular, registrando suas capacidades, o uso das linguagens, capacidades 
sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. 
A observação intencional das brincadeiras das crianças, norteia métodos 
e materiais adequados, assim como um espaço físico estruturado para brincar 
permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e 
organizacionais infantis. 
Segundo o RCNEI (1998), a intervenção do professor , mediador, 
faz-se essencial para que, na instituição de educação infantil, as crianças 
possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar suas 
capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das 
diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e 
ideias, da experimentação, da reflexão, da construção de objetos e 
brinquedos dentre outros.Diante disto, fica claro que, a presença e intervenção do professor são 
essenciais, considerada por Vigotsky (2007), um importante elemento mediador 
entre a criança e o conhecimento, onde o desenvolvimento da criança se dá 
num contexto rico em interações resultantes das relações adulto-criança, 
criança-criança, criança-adulto-conhecimento. Sendo assim, o educador deve 
propiciar oportunidades para as crianças brincarem sempre, planejando um 
ambiente de atividades ricas, prazerosas, lúdicas, educativas, no sentido de 
estimular e despertar o interesse das crianças em aprender. 
 
33 
 
CONCLUSÃO 
Este estudo teve como finalidade mostrar a importância das atividades 
lúdicas como recurso pedagógico, de aprendizagem, fazendo observâncias a 
partir de que a criança só aprende aquilo que lhe desperta a curiosidade, de 
alguma forma lhe dá prazer. Visando isso, tornou-se importante aprofundar os 
estudos acerca da relevante contribuição que o lúdico apresenta na busca pelo 
conhecimento. 
 Desta forma, procurando compreender a função do lúdico como 
instrumento pedagógico e aprendizagem, os procedimentos metodológicos que 
deram subsídios para este estudo foi uma pesquisa de caráter empírico 
descritivo. Pode-se dizer que este estudo teve como base uma pesquisa 
descritiva de teor teórico e também empírico, em primeiro momento o mesmo 
esteve embasado em argumentos pré-existentes, os quais foram relacionados 
ao dia a dia dos alunos do Ensino Infantil, de caráter empírico porque se fez 
necessário a observância da realidade lúdica dos alunos, e isto se deu pela 
vivência e observação, registrada e analisada por meio de estágios e 
pesquisas. 
Viu-se, também a que tais atividade acarreta uma melhoria significativa 
quanto ao entendimento e assimilação dos conteúdos aplicados em sala, ou 
seja, o que nos leva a acreditar que a criança que brinca na escola, como em 
casa é muito mais perceptível aos conteúdos programáticos do que aquela que 
não brinca, pois é melhor aprender brincando do que apenas estudar de uma 
forma rígida e sem graça. Observou-se que uma criança ao ser colocada no 
meio lúdico não apenas tem facilidade na hora de aprender, mas também 
socializa mais, interage, participa, enfim a criança tende a ser mais ativa em 
sua vida como aprendiz. 
Sendo assim, entende-se que a atividade lúdica oferece e favorece 
oportunidades de uma aprendizagem facilitadora, o que vem a representar uma 
melhoria significativa na forma de aprender do aluno da educação infantil. Por 
meio de análises detectadas através da pesquisa foi possível verificar que o 
professor deve fazer uso das atividades lúdicas, estas devem ser planejadas e 
direcionadas para aprendizagem; e, ainda, deve proporcionar liberdade para os 
34 
 
alunos, incentivando-os na busca pelo conhecimento; deve estimular no 
desenvolvimento da atenção, memória, concentração, tendo em vista que as 
atividades lúdicas auxiliam na compreensão de regras e papéis sociais. 
 Convém ressaltar ainda que, nesta pesquisa, algumas possibilidades de 
utilização do lúdico em sala de aula, com a finalidade de apontar subsídios que 
venham tornar o jogo uma prática direcionada e intencionada para a facilitação 
do aprendizado do aluno. 
Conforme exposto, o brincar deve ser visto como algo encantador, 
principalmente, relevante na formação do sujeito, é fundamental que o ato de 
brincar seja realizado constantemente, pelo professor, quanto pelo aluno, e, 
que por meio desta prática apresente o valor da atividade lúdica no aprender. 
No entanto, cada atividade deve ser adaptada e modificada de acordo com a 
realidade de cada turma, de cada contexto e de cada realidade. 
 Ao concluir este trabalho espera-se contribuir para reflexão dos 
docentes sobre a relevância do lúdico na sala de aula e de como transformar a 
aprendizagem a partir da utilização de brincadeiras em um ato prazeroso e 
natural na vida dos alunos de Educação Infantil. 
Convém dizer que é de suma importância a participação da família 
nesse processo, que os pais e responsáveis valorizem e incentivem as 
atividades lúdicas como meio de estimular a aprendizagem das crianças, que o 
lúdico seja integrado à prática das atividades diária. E, para que isso ocorra, 
faz-se necessário que tanto em casa quanto na escola possam perceber a 
magia e a fantasia existente nestes momentos. Dessa forma torna-se possível 
contribuir para formação e incentivar a busca pelo conhecimento dos alunos da 
Educação Infantil. 
Segundo Santos (1999 apoud MORAES 2012, p.40): 
 
O lúdico faz parte de todas as esferas da existência do ser humano e, 
muito especialmente, na vida das crianças. Pode-se afirmar, 
realmente, que “brincar é viver”, uma vez que a criança aprende a 
brincar vivenciando a brincadeira e ao brincar acaba aprendendo. 
 
 
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