Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PARTE III- Observância, aplicação e interpretação de tratados (art. 26/38) Pacta sunt servanda – todos os tratados devem ser cumpridos; artigo 26 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados; Direito interno x tratados – artigo 27 Irretroatividade de tratados – artigo 28 Aplicação territorial de tratados – ARTIGO 29 C/C 34/38 Tratados sucessivos sobre o mesmo assunto – artigo 30 Interpretação de tratados – artigo 31;meios suplementares artigo 32 e interpretação em vários idiomas – artigo 33 TRATADOS INTERNACIONAIS Interpretação dos Tratados (artigos 31/33 da CV/69) “Um tratado deve ser interpretado de boa-fé segundo o sentido comum atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade...” TRATADOS INTERNACIONAIS Classificação de tratados: vários doutrinadores são unânimes em pontuar que a classificação de tratados é infinita pois a cada instante um novo tipo de tratado poderá ser firmado, desde que não viole a CV1969.Sendo assim, a classificação apresentada é exemplificativa. Bilaterais – são aqueles que envolvem apenas duas Partes: Multilaterais – também chamados coletivos, participam três ou mais Partes e, geralmente, são abertos à adesão de outros; ex.: Tratado constitutivo da OIT (Decl.Filadélfia 1946) TRATADOS INTERNACIONAIS TRATADOS INTERNACIONAIS Classificação (continuação) Abertos – possuem cláusula de adesão; outros sujeitos de Direito Internacional podem participar; Fechados – não contém cláusula de adesão, limitando a possibilidade de se tornar Parte; Tratados-Lei – ou jus cogens, aquele que expressa normas aceitas pela Comunidade Internacional como um todo; Classificação (continuação) Tratados-Contrato – as vontades dos Estados- partes têm conteúdos diferentes (Tratados comerciais de exportação/importação); Tratados-Constitutivos – são celebrados pelos sujeitos da Sociedade Internacional; visando institucionalizar um processo de criação de uma entidade que possua órgãos e poderes próprios e vontade independente dos membros que a originaram (Carta da ONU; Declaração de Filadélfia; etc..) TRATADOS INTERNACIONAIS Efeitos dos tratados: Irretroatividade - Artigo 28 da CV/1969 - Não têm efeito retroativo, salvo disposição contrária mencionada no tratado; Aplicação territorial - Artigo 29 da CV/1969 – no território das Partes no tratado. Aplicação interpartes - Limitam-se às partes contratantes, não podendo, em regra, haver imposições a terceiros. (artigos 34-38 CV1969); PARTE IV – EMENDA E MODIFICAÇÃO DE TRATADOS (artigos 39/41) Obs.: artigo 39 c/c artigo 9 PARTE V – NULIDADE, EXTINÇÃO E SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DE TRATADOS (artigos 42/72) Extinção de tratados: Vontade das Partes - (artigo 54 da CV/69); Execução integral do tratado; Consentimento mútuo – a qualquer momento; Termo – prazo determinado; Condição resolutória – certo fato que se realiza ou não; Redução do número de partes – inferior ao mínimo necessário à vigência;(artigo 55 da CV/69) Extinção – manifestação unilateral Denúncia – ato unilateral pelo qual um Estado manifesta sua vontade de deixar de ser parte em determinado acordo internacional – exige cláusula a respeito – condicionada nos tratados por tempo indeterminado ao pré-aviso; (artigo 56 da CV/69) Ruptura das relações diplomáticas/consulares – indispensável à aplicação de tratados; (artigos 63 e 74 da CV/69) Guerra – entre os beligerantes - salvo disposições referentes ao caso de guerra; PARTE VI –DISPOSIÇÕES DIVERSAS (artigos 73/75) PARTE VII –DEPOSITÁRIOS, NOTIFICAÇÕES, CORREÇÕES E REGISTRO (artigos 76/80) PARTE VIII –DISPOSIÇÕES FINAIS (artigos 81/85) COLETÂNEA ANTERIOR: Aula 5 – Caso concreto Tendo em vista o interesse comum de Brasil e Paraguai em realizar o aproveitamento hidroelétrico dos recursos hídricos do rio Paraná, pertencentes em condomínio aos dois países desde e inclusive o salto Grande de Sete Quedas ou salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu, foi aprovado o Tratado de Itaipu, em 26 de abril de 1973, criando a entidade binacional Itaipu, considerada um modelo de integração. Contudo, passados mais de trinta anos, os paraguaios começaram a se insurgir contra as disposições desse Tratado, alegando que há uma relação de exploração em favor do Brasil, que se aproveita do seu poder econômico para submeter o Paraguai a uma condição subalterna. A polêmica se acentuou com a eleição de Fernando Lugo à Presidência da República do Paraguai. Com relação a esse Tratado e às polêmicas que gera, é correto que As reivindicações dos paraguaios são pertinentes, uma vez que, segundo o Tratado de Itaipu, ao Brasil cabem 95% da energia produzida pela Itaipu e ao Paraguai os 5% restantes, proporcionais ao aporte financeiro realizado por cada país na construção da usina e Por ser uma entidade binacional, as instalações e obras realizadas em cumprimento ao Tratado de Itaipu conferem ao Brasil e ao Paraguai o direito de propriedade ou de jurisdição sobre o território um do outro. (UFPR adaptada) Aula 6 Caso Concreto 1 O País GAMA celebra com os países BETA e DELTA tratado sobre pesquisa genética em seres humanos, com o objetivo de desenvolver novos medicamentos contra a AIDS. O tratado dispõe que as pesquisas serão realizadas na região da África subsaariana, onde há grande incidência da doença. A comunidade internacional, condenando o tratado celebrado, pugna por sua nulidade, exigindo sua revogação. Com base no conceito de norma internacional e nas teorias que discutem seus fundamentos, explique o fundamento para a nulidade da norma internacional em questão, discorrendo sobre suas características e sua relevância para o Direito Internacional Contemporâneo. Responda fundamentando na doutrina e na Convenção de Viena sobre Tratados. Caso concreto 2 Após os atentados do 11/09 os EUA adotaram uma postura peculiar no tratamento das questões envolvendo o terrorismo mundial, culminando com a prisão de supostos envolvidos, os quais eram detidos em prisões controladas pelos EUA, dentre as quais aquela situada em Guantánamo, em Cuba. Os EUA celebram então com a Inglaterra, sua aliada na luta contra o terrorismo, tratado prevendo a cooperação entre os dois Estados para desenvolvimento de métodos não ortodoxos para obtenção de informações secretas junto aos supostos terroristas presos. Alegam os EUA que o tratado, que prevê medidas de combate ao terrorismo islâmico, seria uma forma de proteger seus cidadãos de violações aos Direitos Humanos. A França, sendo contraria a tais medidas, leva o caso à Corte Internacional de Justiça. Com relação a situação hipotética acima, responda: O tratado internacional é válido nos termos descritos? Explique e fundamente sua resposta. 1ª QUESTÃO OBJETIVA Com relação à chamada norma imperativa de Direito Internacional geral, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma (IV Exame Unificado da OAB/RJ, questão 17) (A) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segundo o direito interno de cada um. (B) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma derrogação é permitida. (C) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados membros, salvo os que apresentarem reserva expressa. (D) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito. Avaliação COLETÂNEA ATUAL CASO CONCRETO AULA 6 Tratados são, por excelência, normas de direito internacional público. No modelo jurídico brasileiro, como nas demais democracias modernas, tratados passam a integrar o direito interno estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, uma vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem compromissos gravosos à União, são automaticamenteincorporados visto que são aprovados por parlamento comunitário. Diga se está correta ou errada a afirmativa e fundamente. (CESPE – adaptada) Próxima aula : 1ª parte: demais fontes do DIP; 2ª parte: Meios representativos dos Estados.1 parte da aula (Costumes; Princípios Gerais de Direito; Jurisprudência e Doutrina). 2 parte da aula (Chefe de Estado/Governo; Ministro das Relações Exteriores e Diplomadas – CF art. 84-VII c/c art. 52-IV e 102-I-c e Convenção de Viena 1961
Compartilhar