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Aula 2:
Saude e Qualidade de vida e os determinantes sociais da saúde
Qualidade de vida é um termo muito utilizado ultimamente e em alguns momentos não há consenso sobre sua definição.
O conceito genérico  de qualidade de vida que reflete um interesse com a modificação e a aprimoramento dos componentes da vida, ex.: ambiente físico, político, moral e social; a condição geral de uma vida humana.  (Fonte: DeCS – Descritores em Ciências da Saúde).  
A partir deste conceito, vamos abordar algumas questões importantes sobre este tema e vale a pena lembrar que a qualidade de vida tem algo de subjetivo, ou seja, significados diferentes de pessoa para pessoa.
Qualidade de vida
A qualidade de vida está relacionada com a satisfação das necessidades mais elementares da vida do homem. Como por exemplo: educação, saúde, alimentação e  acesso a água potável.
Quando estamos discutindo um tema em que o consenso sobre sua definição ainda não existe, precisamos estar sempre nos reposicionando e perguntando: A qualidade de vida está a venda?  Ela pode ser adquirida de um dia para o outro?
Depois de vários questionamentos, fica claro que em sentido amplo da expressão devemos compreender as suas múltiplas dimensões, não basta apenas se deter em apenas um aspecto da vida de um indivíduo como, por exemplo, a sua vida no trabalho.
Então, quais seriam as outras dimensões que merecem ser compreendidas?
Para uma população que luta arduamente para sobreviver, que geralmente vivem em busca de ter o que comer.
  
Quais são os componentes que não existem para este grupo populacional?  
Quais as características essências que faltam para terem uma boa qualidade de vida?
Ter saúde é fundamental para melhorar a qualidade de vida de uma população.  Por isso, ela é uma das dimensões mais importantes da qualidade de vida.
Quando se discuti a qualidade de vida relacionada com a saúde percebe-se que os procedimentos estão sempre voltados para a mensuração, seja da capacidade funcional do indivíduo, do seu estado psicológico, da sua satisfação e  da forma como está organizado o apoio social.
Como descreve Minayo (2000) ao citar Auquiere et al. (1997) deve-se considerar três correntes que orientam a construção dos instrumentos disponíveis atualmente:
Funcionalismo
Define um estado normal para certa idade e função social e seu desvio, ou morbidade, caracterizado por indicadores individuais de capacidade de execução de atividades.
Teoria do Bem-estar
Explora as reações subjetivas das experiências de vida, buscando a competência do indivíduo para minimizar sofrimentos e aumentar a satisfação pessoal de seu entorno.
Teoria da utilidade
Tem base econômica, que pressupõe a escolha dos indivíduos ao compararem um determinado estado de saúde a outro.
Ter qualidade de vida em saúde está centrado na ideia da capacidade de viver sem doenças ou da superação dos estados e da condição de morbidade. Para isso é preciso promover a saúde.
A promoção da saúde é descrita na Carta de Ottawa como o processo de capacitação da população para que esta possa atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, devendo participar no controle deste processo. 
Ao longo dos últimos anos várias conferências foram realizadas com o intuito de aprofundar os debates sobre esta temática e buscar soluções.
Declarações em relação a saúde
1978 - Declaração de Alma- Ata
1986 - Declaração de Otawa
1988 - Declaração de Adelaide
1991 - Declaração de Sundsval
1997 - Declaração de Jakarta
2000 - Declaração do México
Declaração de Alma-Ata
A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários aconteceu no final da década de 70 quando a OMS realiza I Conferência Internacional de Saúde, em Alma-Ata que tem como meta "Saúde para todos no ano 2000", reforçando a proposta da atenção primária em saúde.
A conferência enfatiza:
1.	A saúde como um direito humano fundamental.
2.	As desigualdades existentes no estado de saúde das populações devem ser alvo de preocupação comum entre todos os países.
3.	O desenvolvimento econômico e social deve ser baseado numa ordem econômica internacional, que a população deve participar no planejamento e execução dos cuidados de saúde, não como uma exceção, mas como um direito e dever.
4.	A responsabilidade dos governos com a saúde da população  através de adoção de medidas sanitárias e sociais.
5.	Que os cuidados primários de saúde representam o primeiro nível de contato dos indivíduos, família e comunidade com o Sistema Nacional de Saúde. Sendo estes essenciais e devendo ser colocados ao  alcance de toda a população.
Educação para a saúde
Pensar em uma educação dirigida para os problemas de saúde prevalentes e os métodos para sua prevenção e controle. Como exemplo: alimentação e nutrição adequada; Abastecimento de água e saneamento básico apropriado; Atenção materno-infantil; planejamento familiar; Imunização; Prevenção e controle de doenças endêmicas e outros.
Carta de Ottawa 
O documento fundador do movimento atual da promoção da saúde é conhecido como Carta de Ottawa (1986).  Este termo está associado a um “conjunto de valores” e a um “conjunto de estratégias”:
Conjunto de estratégias
Ações do Estado (políticas públicas saudáveis); Ações da comunidade (reforço da ação comunitária); Ações dos indivíduos (desenvolvimento de habilidades pessoais); Do sistema de saúde (reorientação do sistema de saúde); Parcerias intersetoriais (trabalhando com a ideia de “responsabilidade múltipla” – seja pelos problemas, seja pelas soluções propostas para os mesmos).
Conjunto de valores 
Paz; Habitação;  Educação;  Alimentação; Renda; ecossistema estável;  recursos sustentáveis;  justiça social; equidade.
“A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver”.
Os 5 campos de ação da Carta de Ottawa:
1.	Políticas públicas saudáveis: inclui legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças em saúde, distribuição mais eqüitativa da renda e políticas sociais.
2.	Ambientes favoráveis à saúde: proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais, acompanhamento do impacto do meio ambiente sobre a saúde. Conquista de ambientes que favoreçam a saúde: trabalho, lazer, lar, escola, cidade.
3.	Reforço da ação comunitária: serão efetivas se for garantida a participação popular na direção dos assuntos da saúde, acesso à informação e aprendizagem nesta área. Empowerment comunitário é a aquisição de poder técnico e consciência política para atuar em prol de sua saúde. 
4.	Desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais: divulgação de informações sobre a educação para a saúde, devendo ocorrer em todos os setores da vida do indivíduo,  no lar, escola, trabalho e em qualquer espaço coletivo.
5.	Reorientação dos serviços de saúde: visão abrangente e intersetorial, ao recomendar a abertura de canais entre o setor saúde e os setores sociais, políticos, econômicos e ambientais. Mudanças também devem ocorrer na formação dos profissionais de saúde.
Declaração de Adelaide
A Declaração de Adelaide (1988) trata sobre as Políticas Públicas Saudáveis e identificou quatro áreas prioritárias: 
·	     Apoio à saúde da mulher; 
·	     Alimentação e nutrição; 
·	     Tabaco e álcool e 
·	     criação de ambientes favoráveis.
Recomenda avaliar o impacto das políticas públicas sobre a saúde e o sistema de saúde, inclusive com o desenvolvimento de sistemas de informação adequados e acessíveis.
Reflita: “As iniquidades no campo da saúde têm raízes nas desigualdades existentes na sociedade”.
Declaração de Sundsval
A Declaração de Sundsval (1991) que trás o tema Criação de Ambientes Favoráveis à Saúde, tem o enfoque na interdependência entre saúde e ambiente, em todos os seus aspectos.
O ambiente não está restrito apenas à dimensão física, mas também às dimensões: social, econômica, política e cultural. 
Refere-se a todos os espaços: moradia, local de trabalho, espaços de lazer.  Discute também quais as oportunidades para ter maior poder de decisão e as estruturas que irão determinar o acesso aos recursospara viver.
Ambientes e saúde são interdependentes e inseparáveis. Um ambiente favorável é de suprema importância para a saúde.
Foram ressaltados quatro aspectos para um ambiente favorável e promotor de saúde:
1.	A dimensão social: Inclui a maneira pela quais normas, costumes e processos sociais afetam a saúde.
2.	A dimensão política: Requer dos governos a garantia da participação democrática nos processos de decisão e a descentralização dos recursos e das responsabilidades; compromisso com os direitos humanos com a paz e a relocação de recursos oriundos da corrida armamentista (destaque na conferência).
3.	A dimensão econômica: Requer o reescalonamento dos recursos para alcançar saúde para todos e o desenvolvimento sustentável, o que inclui a transferência de tecnologia segura e adequada.
4.	A necessidade de reconhecer: Utilizar a capacidade e o conhecimento das mulheres em todos os setores, inclusive os político e econômico.
Princípios básicos pra saúde de todos
Equidade
Aponta o compromisso com a superação da pobreza, o desenvolvimento sustentável, o pagamento do débito humano e ambiental acumulado pelos países em desenvolvimento, prestação de contas (accountability) das políticas, gerenciamento público dos recursos naturais.
Respeito a diversidade
Respeito às peculiaridades dos povos indígenas (contribuição que eles podem dar na questão ambiental, pela singularidade espiritual e cultural que mantêm com o ambiente físico). 
Declaração de Jakarta
A declaração de Jakarta (1997) enfatiza o surgimento de novos determinantes da saúde, dando destaque à integração da economia global, mercados financeiros, assim como a continuação da degradação ambiental, apesar de todos os alertas internacionais.
Definido 5 prioridades para o campo da promoção da saúde:
1. Promover a responsabilidade social;
2. Aumentar investimentos no desenvolvimento da saúde;
3. Consolidar e expandir parcerias para a saúde entre os 
diferentes setores em todos os níveis do governo e da sociedade;
4. Aumentar a capacidade da comunidade e fortalecer os indivíduos;
5. Assegurar infra-estrutura para a promoção da saúde.
A capacitação da comunidade é um dos elementos fundamentais para a promoção da saúde.
Declaração do México
Declaração do México (2000) que discute a promoção da saúde em busca de maior equidade. 
As principais ações estão voltadas para:
1.	Colocar a promoção da saúde como prioridade fundamental das políticas e programas locais, regionais, nacionais e internacionais.
2.	Assumir um papel de liderança para assegurar a participação ativa de todos os  setores e da sociedade civil.
3.	Apoiar a preparação de planos de ação nacionais para promoção da saúde.
4.	Estabelecer ou fortalecer redes nacionais e internacionais que promovam a saúde.
5.	Defender a ideia de que os órgãos da ONU sejam responsáveis pelo impacto em termos de saúde da sua agenda de desenvolvimento.
Determinantes sociais de saúde (DSS)
Indicam que a situação de saúde de uma população depende das condições de trabalho e vida dos indivíduos e/ou grupos. Veja na figura abaixo quais são os determinantes sociais de saúde.
Iniquidades em saúde
As iniquidades em saúde são as desigualdades que além de sistemáticas e relevantes são também evitáveis, injustas e desnecessárias, segundo a definição de Margareth Whitehead.  
Como exemplos, podemos citar: a alta mortalidade infantil; analfabetismo.
Aula 3: Breve história das políticas de saúde no Brasil
Introdução
Nesta aula, serão abordadas algumas passagens históricas importantes sobre as políticas de saúde no Brasil. Iniciaremos a aula no período republicano com a história da Revolta da Vacina e seguiremos abordando a era do saneamento e das origens das Políticas Nacionais de Saúde Pública, passando pela chamada Era Vargas dividida em três momentos conhecidos como Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo e terminando com o Governo Militar e o “milagre brasileiro” marcado pelo desenvolvimento econômico acelerado e desordenado, com restrição da cidadania e repressão com violência a todos os movimentos de oposição.
Políticas de saúde no Brasil 
No início do século XX, o país vivia um momento histórico de grandes mudanças devido a chegada do progresso, mas também ocorriam epidemias. Como a epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro e São Paulo. Outras doenças também assolavam outras cidades do Brasil: a cólera, varíola, malária, peste bubônica, tuberculose e outras.
No início do século a população pobre só dispunha de atendimento filantrópico nos hospitais de caridade mantidos pela Igreja. E os ricos podiam pagar.
Com a falta de saneamento básico e de outras estruturas a cada dia surgiam mais doentes. As epidemias ficando cada vez mais graves.
Nas grandes cidades ocorreu a chegada dos imigrantes para o trabalho. E tínhamos uma grande movimentação de pessoas nos portos, o que facilitou a disseminação de doenças.
Então, percebemos que a falta de saneamento básico, o não acesso das pessoas aos serviços de saúde e a grande movimentação de pessoas de vários lugares nos portos facilitou o aumento da epidemia neste período.
A população pobre era a que mais sofria.
O Instituto Soroterápico de Manguinhos no Rio de Janeiro produz vacinas. O presidente Rodrigues Alvez tem o objetivo de sanear e reubanizar o Rio de Janeiro.
A reforma urbana foi realizada com a retirada da população pobre do centro da cidade e derrubando vários cortiços. A população apelidou o movimento de o "bota-abaixo".
E finalmente, inicia-se uma campanha para acabar com a epidemia que assolava a população neste período. Institui-se a vacinação obrigatória contra a varíola. Em 1904 ocorreu a Revolta da Vacina.
Inicia-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz, o objetivo era eliminar a peste e a febre amarela. Para combater a peste ele criou brigadas sanitárias espalhando raticidas, removendo lixos e comprando ratos. Para combater a febre amarela o alvo foi a eliminação dos mosquitos transmissores da febre amarela.
O objetivo da vacinação era positivo, mas a maneira como ela foi aplicada de forma autoritária e violenta deixou as pessoas muito insatisfeitas. Os agentes sanitários em alguns casos invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força e também a maioria das pessoas tinham medo da vacinação, pois desconheciam seus efeitos. Desta maneira, a revolta popular aumentou a cada dia.
Foi um período de desemprego, alto custo de vida e inflação.
Durante as manifestações populares foram destruídos bondes, prédios públicos e vários tipos de desordem pela cidade. 
Então, é revogada a lei da vacinação obrigatória. O Exército, Marinha e a polícia são acionados para acabar com os tumultos nas ruas.
Porém, muitos estudos sobre as doenças que ocorriam no período continuavam acontecendo. Como em São Paulo Emílio Ribas, mora com os doentes de febre amarela para provar que a doença não pega por contato. Esta época foi marcada também por greves, como as ocorridas em 1917 pelos operários das indústrias têxteis. 
1918: Em 1918, a gripe espanhola matou milhares de pessoas. 
1922: Em 1922, os tenentes se revoltam e tomam o forte de Copacabana.
1923: O deputado Eloy Chaves em 1923 criou a lei que regulamenta as Caixas de Aposentadoria e Pensões, que seriam financiadas pela empresa, seus trabalhadores e união, garantindo aos trabalhadores assistência médica.
A Era Vargas foi dividida em 3 momentos conhecidos como:
·	Governo provisório (1930 a 1934) – marcado pela Lei Orgânica, que estabelecia plenos poderes a Vargas.
·	Governo Constitucional (1934 a 1937) – marcado por crise econômica, desemprego, inflação e carestia. Com a Constituição de 1934 foi criado o Tribunal do Trabalho, legislação trabalhista e liberdade de organização sindical, e as mulheres adquirem o direito ao voto. Getúlio Vargas cria IAP (Instituto de Aposentadoria e Pensões) e pensões dos marítimos. As Caixas de Aposentadoria e Pensões são substituídas porque são poucas e ineficientes.  Com os IAPS, os trabalhadores passaram a ter direito à assistênciamedica e aposentadoria e pensões.
·	O Estado Novo (1937 a 1945) – período da ditadura de Vargas, teve como características a centralização política com os executivos, e o intervencionismo do Estado na economia e na sociedade. Várias ações em saúde pública foram instituídas neste período, como as ações de combate a malária e proteção dos trabalhadores da borracha, ações que ficaram conhecidas como Atividades do Serviço Especial de Saúde Pública (S.E.S.P).  Em 1945, o ditador Getúlio Vargas é deposto.
1950: Em 1950, Getúlio Vargas ganhou as eleições para presidência, pelo voto popular.
O Ministério da Saúde é criado, com objetivo de fortalecer as ações de saúde pública, medicina preventiva. Neste período existiam duas correntes para a assistência em saúde: uma defendia a atenção com programas verticais do tipo de doenças, como exemplos: tuberculose e hanseníase e a outra defendia uma assistência que aproxima a medicina às condições sociais da população. 
Já existem propostas para a criação de um sistema de saúde pública para todos em redes locais e com uma visão municipalista.
Novos IAPS foram criados e temos a proposta de unificá-los.
Surge a medicina de grupo, com a finalidade de prestar serviços médicos aos empregados.
1964: Em 1964, ocorreu o Golpe Militar e é instituído o Governo Militar. 
O governo militar foi marcado pelo desenvolvimento econômico acelerado e desordenado, com restrição da cidadania e repressão com violência a todos os movimentos de oposição.
Os IAPS e outros órgãos foram unificados para o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), concentrando todas as contribuições previdenciárias do país, passando a gerir todas as aposentadorias e pensões e assistência médica dos trabalhadores do país.
Obras gigantescas foram realizadas: como a Abertura da Transamazônica, a construção da Ponte Rio-Niterói e Usina de Itaipu.
 O INPS criou uma linha de crédito ilimitado para que a iniciativa privada construísse hospitais que pudessem atender aos trabalhadores inscritos na previdência social. 
Ocorreu a extensão da previdência aos trabalhadores rurais.
Aula 4 O Movimento da Reforma Sanitária
Introdução
Nesta aula, será feito um estudo sobre o Movimento da Reforma Sanitária, que foi marcado por uma luta de trabalhadores, intelectuais e partidos políticos em busca de uma mudança legal que regulamentasse a proteção à saúde da população, tendo como grande marco histórico desse movimento a VIII Conferência Nacional de Saúde. 
Serão abordadas as mudanças ocorridas nos anos 80 com a política de Ações Integradas de Saúde (AIS) e a criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). 
Também serão estudadas as Conferências Nacionais e Internacionais de Saúde.
Vamos conhecer, a partir de agora, os eventos que resultaram na Reforma Sanitária e na criação do SUS!
SINPAS /  IAPAS
Com a criação do Sistema Nacional de Assistência social (SINPAS) este passou a reunir:
Todos os órgãos de assistência médica no Instituto Nacional Assistência Médica Previdência Social (INAMPS), todos os órgãos de aposentadoria e pensões no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
A administração dos recursos financeiros passou a ser controlada pelo Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS).
Movimento Popular
O movimento da Reforma Sanitária Brasileira é marcado por uma luta de trabalhadores, intelectuais e partidos políticos em busca de uma mudança legal que regulamentasse a proteção à saúde da população.
Este movimento popular lutou em busca de um Sistema de Saúde que atendesse às necessidades da população.Visto que neste momento histórico as ações de promoção e prevenção não estavam ocorrendo em sua totalidade e tendo como consequência a volta de inúmeras doenças que estiveram controladas, os investimentos na área eram pequenos e a falta de saneamento favorecia o adoecimento da população.
Como estava ocorrendo a assistência em saúde, então?
As indústrias de equipamentos e medicamentos cresceram muito no país e a Medicina de grupo também.  Os especialistas defendem a ideia que o hospital era o local de maior segurança e confiabilidade para os tratamentos de saúde, pois incorporaram em suas atividades o uso de equipamentos sofisticados e de alto custo.  
O modelo de assistência em saúde é influenciado por estas práticas e pelo setor privado.
As ações adotadas eram individuais.
Assim, o Sistema de Saúde era:
Excludente: O acesso às ações e aos serviços de saúde só eram garantidos às pessoas ligadas formalmente ao trabalho . As pessoas que não trabalhavam formalmente não estavam cobertas pelas políticas de saúde e não tinham seus direitos reconhecidos.
Socialmente desigual: Somente eram garantidos os direitos dos trabalhadores formais e o restante da população não tinha acesso, mantendo as desigualdades de direito.
De escassos recursos: Os recursos financeiros eram insuficientes. A Reforma Sanitária foi uma luta pelo direito à saúde a toda a população brasileira, independente de contribuição, que a população tivesse acesso às ações preventivas e/ou curativas, que ocorresse a descentralização da gestão administrativa e financeira e o controle social das ações de saúde.
Falência do INPS e IAPAS
Cresce no país a insatisfação e a ditadura começa a declinar.
O processo de redemocratização e a Campanha pelas Diretas Já estão ocorrendo por todo o país.
É anunciada a falência do IAPAS, o Instituto não dispõe mais de verbas para financiar o INPS e INAMPS. 
Início do projeto AIS
Em 1982, acontecem as eleições diretas para governadores e vários participantes do movimento sanitário ocuparam cargos políticos em Secretarias Estaduais de Saúde e puderam iniciar os projetos que contemplassem os princípios da Reforma Sanitária.
O projeto Ações Integradas de Saúde (AIS) visaram à integração das ações curativos-preventivas e educativas. Dando início formal à participação popular e fortaleceu a ideia da municipalização.
Acontecia ao mesmo tempo o descredenciamento de vários hospitais que após terem se capitalizado deixaram de atender aos pacientes que contribuíam para a previdência.
1986 - VIII Conferência Nacional de Saúde
O movimento da Reforma Sanitária teve como grande marco histórico a VIII Conferência Nacional de Saúde – 1986.  Foram discutidos os temas:
·	Reformulação do Sistema Nacional de Saúde 
·	Saúde como Direito
·	Financiamento Setorial
1987 - Criação do SUDS
Com a criação do SUDS (Sistema Único Descentralizado de Saúde), em 1987, através de um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, retomam-se várias propostas para a saúde como a integração, hierarquização, regionalização e busca maior eficiência e eficácia ao sistema de saúde. 
1988 - Criação do SUS 
Em 1988, a nova Constituição Brasileira aprovou os mais importantes princípios da Reforma Sanitária e finalmente criou o Sistema Único de Saúde (SUS).
Será que os problemas de saúde estão resolvidos com a criação do SUS?
As conferências de Saúde são importantes para a continuação das discussões dos problemas de saúde e ajudam nas soluções destes problemas?
Aula 5 : O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Introdução
Nesta aula será abordado o Sistema Único de Saúde (SUS) que foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei Orgânica nº 8.080 e Lei complementar nº 8.142. Serão abordados os princípios doutrinários do SUS que são a equidade, integralidade e universalidade e os princípios organizativos.  Serão estudadas também as Normas Operacionais Básicas e as Normas Operacionais da Atenção à Saúde.Nesta aula será abordado o Sistema Único de Saúde (SUS) que foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei Orgânica nº 8.080 e Lei complementar nº 8.142. Serão abordados os princípios doutrinários do SUS que são a equidade, integralidade e universalidade e os princípios organizativos.  Serão estudadas também as Normas Operacionais Básicas e as Normas Operacionais da Atenção à Saúde.
O que é o Sistema Único de Saúde?
É uma nova formulação políticae organizacional para o reordenamento dos serviços e ações da saúde. O SUS não é o sucessor do SUDS ou do INAMPS.
O SUS foi instituído através da Constituiçao da República Federativa do Brasil em 1988, na seção II - DA SAÚDE.
E de acordo com o artigo 4° da Lei 8.080/1990 é o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). 
Por que Sistema Único ?
Por seguir a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo território nacional. Tendo serviço que interagem com um mesmo propósito. E está organizado nas três esferas governamentais:
FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL
O primeiro artigo da seção II - Da Saúde (artigo 196) descreve que saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo garantida através de políticas sociais e econômicas que busquem a redução do risco de doenças através de ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação e que o acesso seja universal.
O que significa UNIVERSALIDADE para o SUS?
Saúde é direito de todos e é dever do poder público a provisão dos serviços e ações que lhe garanta. A universalização, todavia, não quer dizer somente a garantia imediata de acesso às ações e aos serviços de saúde. A universalização, diferentemente, coloca o desafio da oferta de serviço e de ações de saúde a todos que deles necessitem, todavia, enfatizando a ações preventivas e reduzindo o tratamento de agravos.
Os 3 princípios doutrinários do SUS
·	Universalidade
Vide tópico anterior sobre o que é a Universalidade...
·	Integralidade
A integralidade é um dos princípios mais preciosos em termos de demonstrar que a atenção à saúde deve levar em consideração as necessidades específicas de pessoas ou de grupos de pessoas, ainda que minoritários em relação ao total da população.  Ou seja, a cada qual de acordo com suas necessidades, inclusive no que pertine aos níveis de complexidade aos níveis de complexidade diferenciados.
Significa considerar a pessoa como um todo, devendo as ações de saúde procurar atender a todas as suas necessidades.
·	Equidade
É um princípio de justiça social, diferente de igualdade, que garante a assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie
O princípio da equidade reafirma que essa necessidade deve dar-se por meio das ações e dos serviços de saúde. Por serem ainda grandes as disparidades regionais e sociais no Brasil.
O Art. 198 da CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 descreve que as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
1.	Descentralização, com direção única em cada esfera de governo.
2.	Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.
3.	Participação da comunidade.
Princípios organizativos do SUS 
Regionalização
Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e com definição da população a ser atendida. 
O acesso da população à rede deve se dá através dos serviços de nível primário de atenção que devem ser qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam os serviços de saúde.
Os demais devem ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica.
Hierarquização
A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada, permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade.
Descentralização
Redistribuição das responsabilidades das ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo. 
A regionalização deve orientar a descentralização das ações e serviços de saúde. Neste processo são identificadas e constituídas as regiões de saúde – espaços territoriais nos quais serão desenvolvidas as ações de atenção à saúde objetivando alcançar maior resolutividade e qualidade nos resultados, assim como maior capacidade de cogestão regional.
Resolutividade
É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua complexidade.
Controle Social
É a garantia constitucional de que a população através de suas entidades representativas participará na formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução, em todos os níveis de governo.
Complementaridade do setor privado
Os serviços privados podem atuar de forma complementar por contrato ou convênio, desde que as disponibilidades de serviços ofertados pelo SUS sejam insuficientes para o atendimento à população, mas as entidades filantrópicas e as sem-fins lucrativos têm preferência para participar do SUS.
Muitas mudanças ocorreram com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) através da Constituição Federal de 1988.
Mas como funcionaria o SUS?
Lei Orgânica de Saúde (Lei no 8.080/1990) 
No ano de 1990 foi criada a Lei Orgânica de Saúde (Lei no 8.080/1990) para que fossem descritos os papéis institucionais de cada esfera de governo, as regras de transferência de recursos – fundo de saúde e outras providências. 
Lei Complementar da Saúde (Lei 8.142/1990)
Vários conceitos foram tratados na Lei no 8080/1990 como o de vigilância sanitária, epidemiológica, saúde do trabalhador.
A direção do SUS é única de acordo com o inciso I do artigo 198 da Constituição Federal.
Descreve ainda a competência de cada esfera do governo, e ao município cabe as ações de execução de serviços como o de vigilância epidemiológica; de vigilância sanitária; de alimentação e nutrição; de saneamento básico; e de saúde do trabalhador.
A Lei 8.142/1990 discute sobre as Conferências de Saúde que deverão se reunir a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais; já o conselho de saúde tem caráter permanente e deliberativo, sendo composto por representação de 50% dos usuários, representação sendo paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos  e os outros 50% sendo divididos entre os representantes do governo, prestadores de serviço (25%) e profissionais de saúde (25%).Terão representação no Conselho Nacional de Saúde os Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
De acordo com RICARDO F. SCOTTI, Assessor do Ministério da Saúde, as Normas Operacionais Básicas são Instrumentos jurídicos-institucional editados periodicamente pelo Ministério da Saúde, após amplo processo de discussão com os demais gestores e outros segmentos da sociedade, negociado e pactuado na Tripartite e aprovado no Conselho Nacional de Saúde, para:
1.	Aprofundar e reorientar a implementação do SUS.
2.	Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimentos tático-operacional. 
3.	Regular as relações entre seus gestores.
4.	Normatizar o SUS.
A NOB/91 discute sobre a equiparação dos prestadores públicos e privados e ainda aponta uma gestão do SUS a nível federal muito centralizada.
A NOB/93 discute a habilitação dos municípios nos modelos de gestão incipiente, parcial e semiplena, desencadeando o processo de municipalização; cria a transferência de recursos financeiros que ficou conhecido como fundo a fundo, sendo necessário que seja aberta uma conta para que o dinheiro seja repassado diretamente, é criado também as Comissões Intergestores Bipartites (de âmbito estadual) e Tripartite (nacional).
Comissões Intergestores Bipartites (CIB) 
Espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar, regulamentar e avaliar os aspectos operacionais do processo de descentralização das ações de saúde. São constituídas,paritariamente, por representantes do governo estadual – indicados pelo Secretário de Estado da Saúde – e dos secretários municipais de Saúde – indicados pelo órgão de representação do conjunto dos municípios do estado, em geral denominado Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems). 
Comissões Intergestores Tripartite (CIT)
Instância de articulação e pactuação na esfera federal que atua na direção nacional do SUS, integrada por gestores do SUS das três esferas de governo – União, estados, DF e municípios. A representação de estados e municípios nessa Comissão é regional, sendo um representante para cada uma das cinco regiões no país. Nesse espaço, as decisões são tomadas por consenso e não por votação. A CIT está vinculada à direção nacional do SUS. 
A NOB/96 discute sobre:
A responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção básica de saúde aos municípios (descentralização), a responsabilidade sanitária de cada gestor, o estabelecimento de vínculo entre a população e o SUS, a instituição  da gestão da atenção básica e a gestão plena do sistema municipal, o  aumento da transferência regular e automática (fundo a fundo) dos recursos federais a estados e municípios – PAB (Piso Ambulatorial Básico), a reorganização do modelo de atenção à saúde com a ampliação de cobertura do PSF (Programa Saúde da Família) e do PACS (Programa Agente Comunitário de Saúde).
A NOAS/2001 instituiu o Plano Diretor de Regionalização e o Plano Diretor de Investimentos.
Plano Diretor de Regionalização (PDR)
O Plano Diretor de Regionalização (PDR) é considerado um dos instrumentos de planejamento e coordenação do processo de regionalização, o PDR deverá expressar o desenho final do processo de identificação e reconhecimento das regiões de saúde, em suas diferentes formas, em cada estado e no Distrito Federal. 
Plano Diretor de Investimentos (PDI)
O Plano Diretor de Investimentos (PDI) é considerado também um instrumento de planejamento do processo de regionalização, o PDI deverá expressar os recursos de investimentos para atender às necessidades pactuadas no processo de planejamento estadual e regional. Os planos de investimentos deverão ser discutidos e aprovados na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) dos estados.

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