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CRIATIVIDADE E EDUCAÇÃO

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CRIATIVIDADE E EDUCAÇÃO.
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as Atividades Interdiciplinares.
Prof. Cyntia  França, Lilian Gavioli de Jesus, Keila Tatiana Boni, Andreia de Freitas Zõmpero.Vilze Vidotti e Rosely Montagnini.
Januária/MG
2015
INTRODUÇÃO
A sociedade modifica-se a cada ocasião a marcha que cada pessoa se transforma também, num movimento dialético. O homem está em constante transformação e essa circulação permanente permite ao mesmo olhar de várias formas uma mesma situação, isto é, essas mudanças quantitativas e qualitativas são inerentes a todos os seres humanos.
Atualmente, há em todos os segmentos de nossa sociedade a preocupação em relação à criatividadeprincipalmente nas instituições escolares por que a cada dia que passa temos visto que nossos profissionais da educação não estão preparados para lidar com esses desafios, cujos quais visualizam a criatividade como elemento principal na formação pedagógica e profissional do professor atual.
Assim sendo esteestudo buscara salientar algumas dúvidas pertinentes, como: O que é a criatividade? Como está formação docente atual? Os professores estão preparados para exercer sua criatividade do ambiente escolar? Entre muitas outras que envolvem o ambiente escolar.
Ainda salientar as condições que as instituições apresentam para o desenvolvimento do potencial criativo do aluno e professor.
 O esquema tradicional de educação costuma valorizar mais aquele aluno que se mostra passivo e obediente do que o que se mostra curioso e questionador (Torrance, 1965) e dessa forma não se permite, ao aluno o desenvolvimento de seu potencial crítico e criativo.
DESENVOLVIMENTO
Para iniciarmos esse debate sobre a criatividade primeiramente precisamos saber o quea mesma significa.
A palavra criatividade designa do termo em latim creare que significa engrenar, dar a luz, produzir, fazer algo novo (Bragotto, 2006). Wechsler (1993) cita também o termo grego Krainen que significa realizar. A criatividade vem sendo estudada desde a antiguidade onde era associada ao ato de loucura, expressa no trabalho de artistas que não se enquadravam nos padrões sociais de sua época. Na abordagem filosófica de Platão criatividade era vista como uma inspiração divina. Na visão dualista de Descartes a pessoa criativa não era mais vista como louca, porém não se tratara de alguém comum, e sim, de uma pessoa com capacidade altamente intuitiva e com dons raros (Wechsler, 1998).
A capacidade criadora para muitos autores, dentre eles, Lubart (2007) consiste em uma habilidade de realizar uma produção com características novas e adaptativas ao universo no qual ela se manifesta. Este conceito de produção, simultaneamente nova e adaptativa ao contexto histórico-social que corresponde ao processo criativo.
Conceitualmente, a criatividade é definida, sobretudo, como efeito de um longo percurso histórico-cultural desde a Grécia Antiga à contemporaneidade, e assim, existe um consenso retirado dos debates científicos pelos principais pesquisadores voltados para as investigações sobre o referido fenômeno.
Lubart (2007, p. 16) afirma que:
[...] uma produção criativa não pode ser simplesmente uma resposta nova. Ela deve igualmente ser adaptada, ou seja, deve satisfazer diferentes dificuldades ligadas às situações nas quais se encontram as pessoas. Sujeitos como os avaliadores mencionam geralmente esse duplo aspecto de novidade e de adaptação quando os interrogamos sobre suas concepções de criatividade.
Entretanto, mesmo ao apontarem-se tais características do processo criativo para esta perspectiva teórica, compreendem-se as inúmeras dificuldades no que se refere à sistematização de normas e critérios para julgar se tal processo caracteriza-se de maneira criativa ou não.Os processos de criação ocorrem no âmbito da intuição.
Nas ultimas décadas a criatividade vem sendo reconhecida como uns dos aspectos mais importantes do desenvolvimento humano. É considerada como uma propulsora da sociedade e responsável pelo bem estar do individuo, visto que facilita sua adaptação ao meio, e o impulsiona na busca de novos caminhos (Joly, 2001).
Seguindo esta mesma forma de pensar a criatividade, Wechsler (1999) ressalta que a criatividade deve ser entendida levando-se em consideração características internas, como personalidade e habilidades cognitivas e o ambiente ao qual a pessoa criativa está inseria, onde todas as instâncias (Família, escola, trabalho e características intrínsecas) atuam numa relação dialética. E somente através de uma interação dinâmica entre esses aspectos é que haverá uma facilitação para a realização plena da pessoa criativa.
Quem não quer ser criativo? Basta fazer uma rápida pesquisa interna em seu local de trabalho. Pergunte aos diretores, coordenadores, supervisores e demais membros da alta administração se eles não desejariam que a equipe docente fosse mais criativa. Ao mesmo tempo, pergunte aos professores se eles não desejariam ser mais criativos para a escola em que trabalham. Bingo! As respostas, certamente, serão idênticas: sim. Então, por que essa tão desejada criatividade não aparece e acontece? Se existe essa concordância, e isso vale para qualquer outra instituição do planeta, deveríamos estar vivenciando isso em todos os estabelecimentos de ensino, certo?
As crianças passarão 15 anos em escolas que ensinam exatamente o contrário. Que errar é ruim. Que a disciplina é a primeira e mais desejada característica em um ser humano. Bate o sinal; forma fila; entra na sala; senta sempre na mesma carteira. Bate o sinal; fila; intervalo. Bate o sinal; fila; senta de novo no mesmo lugar. Contudo, onde está aquela tão almejada criatividade nesses processos? Pois é, ela simplesmente não existe. Infelizmente as instituições contemplam o padrão e punem o erro,limitando o raciocínio ao senso comum. Alguns professores também vestem a carapuça. Querem que os alunos dêem a resposta esperada, que sejam capazes de desligar o botão “Matemática” na hora certa para ligar o botão “Geografia” em seguida. Nem sequer tentam algo diferente para estimular seus discípulos. Preocupam-se apenas em cumprir a carga horária, milimetricamente.
Assim sendo, a criatividade torna-se de forma intrínseca, um componente essencial nessa construção social/individual e se faz necessária compreender que a mesma está diretamente ligada ao desenvolvimento do sujeito cidadão e que não propiciar tal compreensão e, de certa forma contribuir em relação ao impedimento de praticar suas capacidades criativas estará contribuindo para um corte direito entre o sujeito e suas construções, quer sejam elas consideradas criativas ou não, mas deve-se compreender que esta compreensão é imprescindível para a efetivação da construção/produção criativa.
A escola é o ambiente onde encontramos o individuo em pleno inicio de seu desenvolvimento global, no qual estará inserido por grande parte de sua vida. Portanto, a escola desempenha um importante papel em seu desenvolvimento, cognitivo, afetivo, social e cultural.
Embora haja vários estudos sobre esse assunto, ainda não é significativo o número de projetos que envolvam programas de desenvolvimento da criatividade nas escolas e o número de pessoas desinteressadas por este assunto é grande. Esse desinteresse se dá devido à falta de conhecimento sobre o assunto. E essas pessoas acabam por se considerar sem criatividade, como se isso fosse coisa de poucos, apenas de privilegiados.
A pessoa que desenvolveu totalmente a sua criatividade usa processos de referência e avaliação internos e, portanto, é difícil ser criativo se não existe motivação interna pela tarefa a ser executada.
É neste sentido que devemos trabalhar para desenvolver a motivação interna nos nossos estudantes, ajudando-os a adquirir conceitos e julgamentos individuais, capacitando-os assim a se tornar em indivíduos totalmente capazes de exercer o seu potencial criativo. (Wechsler, 1994).
CONSIDERAÇÕESFINAIS
Neste trabalho exploramos relações entre indisciplina escolar e criatividade humana.
No centro deste trabalho está o argumento de que a indisciplina pode implicartransformações criativas nos processos educacionais. Além disso, alegamos que a indisciplinaé capaz de mobilizar esforços de transformação na escola. Assim, exploramos a noção de quea indisciplina pode ser lida positivamente, na medida em que é capaz de solicitar reflexão,atitudes e soluções criativas na escola.
O ensino tradicional necessita se alterar e passar a ser um ensino criativo, que osprofessores usem seu potencial criativo em suas aulas, levando os alunos a adquirirestratégias que lhes permitam lidar com desafio os e acontecimentos imprevistos.
Por outro lado, é necessário que todo o contexto escolar adote atitudes criativas,incentivando os professores a serem criativos em suas atividades.
Então, o professor tem a responsabilidade de contribuir para a formação dessesnovos cidadãos da contemporaneidade, valendo-se da criatividade para dinamizaras suas aulas e fazer com que a educação seja vista como um componente da vidae do progresso do mundo.
REFERÊNCIAS
ALENCAR, E. M. L. S. de. O perfi l do professor facilitador e do professor inibidor da criatividadesegundo estudantes de pós-graduação. Boletim da Academia Paulista de Psicologia. São Paulo,v. 19, n.1, p. 84-94, jan. 2000.
ALENCAR, E. Criatividade. Brasília: Universidade de Brasília, 1995.
ALENCAR, E. M. l. S. & Fleith, D. S. (2003). Barreiras à Criatividade Pessoal entre Professores e Distintos Níveis de Ensino.Universidade Católica de Brasília & Universidade de Brasília. Revista Psicologia: Reflexão e Crítica. v.16 n.1. Porto Alegre.
ALENCAR, Eunice S. (1996). A Gerência da Criatividade. Abrindo as Janelaspara a Criatividade Pessoal e nas Organizações. São Paulo: Makron Books.
FUSARI, M.; FERRAZ, M. A arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1993.
WECHSLER, Solange (1994). A educação de alunos criativos através dos
estilos de aprender. In Revista Portuguesa de Educação (1994), nº 1 e 2.
Braga: Instituto de Educação/Universidade do Minho.

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