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DISCORDÂNCIAS -Discordâncias – São defeitos unidimensionais (linerares) – O cristal é perturbado apenas na região da linha da discordância. -Discordâncias movem-se sob influência de forças externas, causando tensões internas no cristal. -A área varrida pela discordância denomina-se Plano de Deslizamento -Discordâncias em aresta (linha) podem ser resultado de aglomeração de defeitos pontuais ( átomos intersticiais que formem um extra-plano) -Vetor de Burger – Vetor necessário para fechar o circuito no cristal de referência Vetor de Burgers A distorção da rede cristalina, associada a uma discordância, é expressa, em magnitude e em direção, pelo vetor de Burgers b; O vetor de Burgers de uma discordância é um vetor que quantifica a diferença entre a estrutura distorcida em torno de uma discordância e a estrutura perfeita => ele especifica a direção e a magnitude do deslocamento atômico que ocorre quando uma discordância se move; - Discordância move-se em resposta a uma tensão externa -Logo que a tensão crítica de cisalhamento é alcançada, a discordância começa a movimentar-se, sendo a deformação não mais elástica, mas sim plástica (a discordância não se moverá de volta quando a força for retirada). -A linha de discordância move-se no seu plano de deslizamento, e produz, após deixar o cristal (e desaparecer) um degrau elementar na superfície (cristal ficará livre de tensões). -Para deformação macroscópica, milhões de discordâncias terão que movimentar-se, em vários planos cristalinos. – Os defeitos interfaciais são contornos que possuem duas dimensões e normalmente separam regiões do material que possuem diferentes estruturas cristalinas e/ou diferentes orientações cristalográficas; – Os defeitos planos podem ser classificados em: • Superfícies externas; • Contornos de grão; • Fronteiras entre fases (interfaces); • Contornos de maclas ou twins; • Falhas de empilhamento; DEFEITOS INTERFACIAIS Defeitos Interfaciais 4.1 - Contorno de grão – O material policristalino é caracterizado por muitos cristais (grãos) com mesma estrutura mas orientações diferentes. No interior de cada grão os átomos estão arranjados segundo um único modelo e única orientação; – O contorno de grão corresponde à região que separa dois ou mais cristais de orientações diferentes; Defeitos Interfaciais – Pode-se observar vários graus de desalinhamento cristalográfico entre grãos adjacentes: • Pequeno desencontro da orientação (poucos graus) => contorno de grão de baixo ângulo; • Grande desencontro da orientação (muitos graus) => contorno de grão de alto ângulo; Defeitos Interfaciais Lingote de alumínio policristalino Exemplos de contornos de grãos 4.2 - Contornos de macla (twins ou cristais gêmeos) – Um contorno de macla é um tipo especial de contorno de grão onde existe uma simetria em espelho da rede; – Os átomos em um lado do contorno são “imagens” dos átomos do outro lado do contorno; – A região entre estes contornos é chamada de macla, que ocorre num plano definido e numa direção específica, dependendo da estrutura cristalina; Plano de Macla (contorno) – Os principais mecanismos da maclação são: • Tensões Mecânicas (Maclas de deformação): ocorrência de deslocamentos atômicos produzidos por cisalhamento. Observadas em metais com estruturas CCC e HC; • Tratamento Térmico de Recozimento (Maclas de Recozimento): encontradas geralmente em metais com estrutura cristalina CFC; As maclas são representadas pelas regiões delimitadas por retas paralelas Imperfeições Volumétricas Inclusões (exemplos) Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta pureza (99,26%), laminado a frio e recozido a 800oC. Sulfeto de manganês (MnS) em aço rápido . Imperfeições Volumétricas - Porosidade – As figuras abaixo apresentam a superfície de ferro puro durante seu processamento por metalurgia do pó; – Nota-se que, embora a sinterização tenha diminuído a quantidade de poros bem como melhorado sua forma (estão mais arredondados), permanece uma porosidade residual; Pó de Fe compactado a 550MPa. Pó de Fe compactado após sinterização a 1150oC por 120min em atmosfera de hidrogênio. Recristalização Cada estrutura cristalina ( CFC, CCC,etc.) possui diferentes: a) planos de deslizamento permitidos, que ocorrem em ângulos específicos com as tensões aplicadas. b) direções de deslizamento, ocorrendo em outros ângulos. Planos e direções ativas de deslizamento dependem da tensão máxima de cisalhamento. Tensão de cisalhamento – é responsável pela ocorrência do deslizamento planar. Planos de deslizamento ativos são os planos com MAIOR densidade atômica. Direções de deslizamento ativas são as direções com a MAIOR densidade atômica. b b PLANOS E DIREÇÕES DA ESTRUTURA CÚBICA DE FACE CENTRADA Planos (111) nas direções <110> Sistemas de deslizamento: 4 x 3 = 12 Normal ao Plano de Deslizamento Direção de Deslizamento FN FS Normal AΦ Direção de Deslizamento Força Normal FN = ? Cisalhamento FS = ? AΦ = ? σN =FN/AФ = ? ТS = FS/AФ = ? σ = F/A φ φ A A0 = Cos φ = A/A0 A0 Cos φ A F N FS AΦ Φ λ Normal τ – Tensão de cisalhamento = Carga de cizalhamento instantânea, dividida pela área original. τR – Tensão de cisalhamento resolvida – Tensão de tração (ou compressão) aplicada que é resolvida em uma componente de cisalhamento, ao longo de um plano e uma direção específica naquele plano. τRC – É a Tensão de cisalhamento resolvida, dentro de de um plano de escorregamento, necessária para iniciar o escorregamento. Plano desliza mento Força F Tcrítica < T max Razão: Discordâncias atuam favorecendo a ocorrência do deslizamento para valores de Tcritica < Tmax Considere um monocristal de ferro com estrutura CCC orientado de tal modo que uma tensão de tração seja aplicada ao longo de uma direção [0 1 0]. a – Calcule a tensão de cisalhamento resolvida ao longo de um plano (110) e em uma direção [-1 1 1] quando é aplicada uma tensão de tração de 52 MPa. b – Se o escorregamento ocorre em um plano (110) e a direção [-1 1 1] e a tensão de cizalhamento crítica resolvida é de 30 MPa, calcule a magnitude da tensão de tração que deve ser aplicada para dar início ao escoamento. X Y Z Considere um monocristal de ferro com estrutura CCC orientado de tal modo que uma tensão de tração seja aplicada ao longo de uma direção [0 1 0]. a – Calcule a tensão de cisalhamento resolvida ao longo de um plano (110) e em um direção [-1 1 1] quando é aplicada uma tensão de tração de 52 MPa. b – Se o escorregamento ocorre em um plano (110) e a direção [-1 1 1] e a tensão de cizalhamento crítica resolvida é de 30 MPa, calcule a magnitude da tensão de tração que deve ser aplicada para dar início ao escoamento. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1- Aumento da resistência por redução de tamanho de grão -Contorno de grão atua como barreira ao movimento das discordâncias -Devido às diferentes orientações cristalográficas dos grãos, as discordâncias terão dificuldade de vencer os contornos de grão 2-Aumento de resistência por solução sólida -Átomos de impureza entrando em solução sólida substitucional ou intersticial - Impõem deformações sobre as redes cristalinas -- Resulta no aumento do limite de resistência à tração e de escoamento e redução na dutilidade. 3 – Encruamento -Fenômeno pelo qual o metal dútil torna-se mais duro e mais resistente, após ser submetido à deformação plástica. -Também denominado “ Trabalho a Frio” (TF). -TF = A0 – Ad x 100 A0 A0 Área original da seção reta Ad Área após a deformação -Densidade de discordâncias aumenta com a deformação a frio (Frank – Reed) -Movimento de uma discordância é prejudicado pela presença de outras -A tensão necessária para deformar um material aumenta com o trabalho a frio Calcule o limite de resistência à tração de um bastão cilíndrico de cobre quando ele é trabalhado a frio, de tal modo que seu diâmetro seja reduzido de 15,2 mm para 12,2 mm. Solução - Primeiramente determinamos o percentual de trabalho a frio 15.2 mm 2 2 π 12.2 mm 2 2 π 15.2 mm 2 2 π x 100 TF = = 35,6 % O limite de resistência à tração é lido diretamente da curva do cobre 340 MPa RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃO 1- RECUPERAÇÃO : No aquecimento inicial , ocorre difusão e consequente redução do número de discordâncias. - Algumas propriedades físicas (condutividade elétrica e térmica) são recuperadas, a valores anteriores ao trabalho a frio. - Grãos ainda apresentam estado de energia de deformação elevado. - Necessário tratamento de RECRISTALIZAÇÃO 2- RECRISTALIZAÇÃO a)Formação de um novo conjunto de grãos equiaxiais, livres de deformação. b)Baixas densidades de discordâncias. c)Força motriz para produzir estrutura recristalizada: Diferença de energia interna do material submetido a deformação e do material sem deformação. d) Formação e crescimento de núcleos, gerando nova estrutura. a – Estrutura de grãos submetida ao trabalho a frio b – Estágio inicial de recristalização (580 0 C) c- Substituição parcial de grãos trabalhados a frio por grãos recristalizados d – Recristalização completa e- Crescimento de grão após 15 mim a 580 0 C f – Crescimento de grão após 10 min a 700 0 C Temperatura de recristalização – É a temperatura na qual uma liga completa o processo de recristalização em 1 hora -Estágios de recuperação, recristalização e crescimento de grão no Tratamento -Térmico de Recozimento.
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