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trabalho de introducao ao direito divisoes do sistema juridico

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TRABALHO 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Professor: Francisco Tiago
Aluno: Carlos Maicon da silva Barcelos
Divisão dos sistemas jurídicos Romano-Germânico e Anglo-Saxônico; e
aspectos de suas sociedades.
O sistema jurídico Romano-germânico
O sistema jurídico Romano-germânico, que, em oposição ao fenômeno tipicamente inglês da common law,
é denominado pelos britânicos de civil law, formou-se na Europa continental, a partir do século XIII d.C., e,
ainda hoje, conserva essa região como seu principal centro. Decorre dos princípios e regras dos antigos
direitos romano e canônico, os quais, associados aos costumes dos povos germânicos que definitivamente
ocuparam a Europa central após o século V d.C., formaram um conjunto elaborado de normas jurídicas que
estão na base dos ordenamentos dos países direta ou indiretamente influenciados pelas nações do
continente europeu. Neste estudo, examinam-se as origens e fundamentos do regime de civil law. 
A história do sistema jurídico romanista se desenvolve em três períodos: um, que se inicia com o
renascimento dos estudos de Direito Romano nas universidades, por volta dos séculos XII e XIII d. C.;
outro, no qual, durante cerca de cinco séculos, a doutrina tem destaque e chega a exercer grande influência
no conteúdo de diferentes direitos nacionais; e um último, iniciado no século XVIII com a Escola do Direito
Natural, e que persiste até os dias atuais, em que há o predomínio da legislação como fonte do direito.
O Império Romano, fundado por Augusto em 27 a.C., conheceu uma civilização brilhante, cujo gênio legou
ao mundo um sistema jurídico nunca antes visto. As invasões de diversos povos bárbaros, em especial os
germanos, contudo, levaram à queda do Império Romano do Ocidente no século V d.C. Em decorrência, as
populações romanizadas e os bárbaros passaram a viver lado a lado, seguindo, uns e outros, as suas
próprias leis. Gradualmente, foi-se verificando a miscigenação entre os diversos grupos étnicos e, com a
feudalidade crescente, voltaram a vigorar os costumes locais, com perda do valor primitivo conferido à lei.
Esse movimento de abstração normativa conduziu a um declínio do direito escrito, que, por sua vez, levou à
decadência da própria ideia de Direito durante a Alta Idade Média (séculos V ao XI d.C.). Com efeito, muitos
dos costumes vigentes no auge do período medieval contavam com a utilização de ordálios ou “juízos de
Deus” (judicium Dei) como critérios para a solução de litígios. Tratava-se de uma espécie de prova judiciária
usada para determinar a culpa ou a inocência do acusado por meio da participação de elementos da
natureza, cujo resultado era interpretado como um juízo divino.
O sistema jurídico Anglo-saxônico
A common law é um paradigma de direito que teve origem na Inglaterra, no momento posterior à conquista
normanda, em resultado, sobretudo, da ação normativa dos Tribunais Reais de Justiça. A compreensão dos
fundamentos do sistema jurídico anglo-saxônico, por conseguinte, pressupõe o conhecimento da
formação histórica do direito inglês, através do qual a Europa e o mundo foram apresentados a um peculiar
regime de Justiça. Nesse pequeno resumo, examinam-se a origem, desenvolvimento e caracteres
essenciais do direito inglês, representativo do sistema anglo-saxônico.
jurisdição exercida pelo rei ou chanceler, pois, tinha por fundamento o caráter absoluto dos poderes do
monarca, e, precisamente em razão desse atributo, as decisões proferidas, de início, eram pautadas pelo
senso pessoal de justiça do julgador, o qual intervinha “para tranquilizar sua consciência e fazer uma obra
de caridade”. Dada a excepcionalidade de que se pretendia revestir o instituto, não se cogitava da aplicação
do direito consuetudinário a que estavam vinculados os tribunais recorridos, constituindo o próprio poder
real motivação suficiente para a validade da decisão prolatada. Inevitável, pois, que um sistema judicial de
equity (equidade), assim instituído viesse, com o tempo, a pôr em risco a utilidade prática das regras
estáticas da common law, aplicada pelos tribunais ordinários. Se admitido em larga escala, o recurso à
prerrogativa real tenderia a institucionalizar-se, tornando-se um meio vulgar de revisão das decisões dos
tribunais e acabando por suplantar suas atividades no todo ou em parte O direito inglês, pois, desde então,
e até os dias atuais, passou a ostentar um caráter nitidamente dualista: a par das regras da common law, de
base consuetudinária, produto da construção e consolidação jurisprudencial dos Tribunais Reais do século
XIII, subsistem numerosas doutrinas de equity, fruto da jurisdição pessoal do monarca ou chanceler, nos
séculos XV e XVI, que se destinaram, precipuamente, a corrigir ou acrescentar institutos jurídicos à common
law. A equity, por seu amadurecimento – resultante, inicialmente, da pesada influência do direito romano e
do direito canônico, e, posteriormente, da formação histórica de um específico quadro político e social
(pressão do Parlamento pela objetivação dos julgamentos, com vista à contenção das arbitrariedades do
monarca) – , deixou de constituir mero acervo de decisões fundadas no senso pessoal de justiça do julgador
para representar repertório vasto de regras objetivas e técnicas, tão estritas e jurídicas quanto as da
common law. O próprio termo equity, nos dias atuais, não mais designa, na Inglaterra, aquilo que, em
outros idiomas, é compreendido por “equidade”, valendo-se os ingleses, para referir-se a este último
instituto, da expressão natural justice. É a equity, assim, uma realidade jurídica estritamente inglesa, um
peculiar sistema de direito criado em função da common law, e a ela atualmente integrado. Em palavras de
René David: 
Diferenças das Sociedades Romano-germânico e anglo-saxônica
Em primeiríssimo lugar, é válido destacar que os juízes do sistema romano-germânico foram sempre
formados num ambiente cultural onde domina a ciência jurídica. E a ciência jurídica, formada como
disciplina autônoma, que não se interessa tanto pela solução de problemas práticos quanto pela pesquisa
da verdade científica, dos princípios últimos e fundamentais, é mais ciência pura do que técnica.
Principalmente por influência da pandetística, a atenção dos juristas foi desviada dos problemas sociais e
econômicos e passou a se dirigir ao direito em si. Essa postura deve-se também ao ideal da certeza,
perseguido obsessivamente: toda classe de considerações extrajurídicas deve ser excluída do direito em
benefício da certeza; considerações de justiça ou outros aspectos devem ser excluídos pela mesma razão;
E tal como na Inglaterra, nos Estados Unidos as leis são plenamente integradas no direito apenas quando o
seu alcance foi determinado por decisões judiciárias. Por isso, a Suprema Corte dos Estados Unidos se
recusa a examinar se a lei de um Estado é ou não conforme a Constituição enquanto as jurisdições deste
Estado não determinarem, ao interpretá-la, o real significado desta lei. Ou seja, à autoridade judiciária é que
compete conferir sentido à lei, transformando-a em direito. Já no nosso imaginário as coisas se passam de
outra forma, conforme descreve MERRYMAN, um jurista da common law: a obra do juiz é considerada
relativamente simples: a ele é fornecido um conjunto de princípios construídos em uma estrutura sistemática
elaborada com precisão, que ele aplica a um corpo de normas específicas, cujo significado é facilmente
compreensível, e cuja aplicação é relativamente fácil. Ele deve apenas raciocinar cientificamente. As
normas aplicáveis devem apenas ser identificadas e aplicadas, um trabalho que, apesar de importante, não
é essencialmente criativo. Ora, se bem que a descrição possa parecer exagerada, todo o sistema da civil
law foi, como vimos, concebido para operar desse modo.E, inevitavelmente, continuamos a operar a mesma máquina, mesmo que às vezes façamos dela uso
diverso daquele para o qual foi projetada. Pois bem: se num sistema e no outro a história pretendeu dar aos
juízes papéis absolutamente diversos, depois de séculos seria impossível encontrarmos apenas poucas
diferenças entre os juízes da common law e os nossos. Seria, ainda, muito mais difícil, que nas sociedades
onde vige a common law se tivesse a respeito dos juízes ideias e expectativas parecidas com as que temos.

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