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Ponto dos Concursos www.pontodosconcursos.com.br Atenção. O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição. É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais inexatas ou incompletas – nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da matrícula. O descumprimento dessas vedações implicará o imediato cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do infrator. Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material, recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora. CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Índice aula 3: 1. Conceito de processo de trabalho ........................................... 2 2. Rede de processos da organização. ........................................ 7 3. Agregação de valor nos processos.......................................... 7 4. Reunião de decomposição de processos ................................. 8 5. Necessidades de clientes e requisitos dos processos............ 10 6. Mapeamento de processos.................................................... 11 6.1. Levantamento de atividades e normas. .................................................. 13 6.2. Identificação dos elementos do processo............................................... 15 7. Análise e melhoria de processos........................................... 16 7.1. Árvore de soluções. ......................................................................................... 18 7.2. Modelagem de processo. ............................................................................... 20 7.3. Sistema de medição de desempenho. ..................................................... 22 8. Alinhamento de processos e estratégias............................... 23 9. Exercícios ............................................................................. 24 10. Gabarito ............................................................................. 26 11. Bibliografia ......................................................................... 27 Aula 3: Gestão de Processos Alô, pessoal. Com a aula de hoje, ultrapassamos, oficialmente, a metade do curso. Esperamos que todos estejam estudando e que estejam gostando. O tema da aula de hoje é Gestão de Processos. Lembramos que a parte do edital referente às ferramentas de melhoria de processos, que fazia parte do item 9, vai ser vista na aula 4, conforme o nosso planejamento inicial. Antes de entrarmos no conteúdo, um breve comentário: o salário de ACE previsto no edital não é ruim, né? Pois é. Após o ingresso de um ACE no TCU, se incluirmos benefícios, e após o primeiro quadrimestre, o salário é bem maior do que aquele previsto no edital. Além disso, outra boa notícia: está sendo discutido um novo plano de carreira, que, se aprovado, valerá a partir de julho de 2008, e que servirá para impedir que a carreira de ACE fique defasada em relação a outras carreiras de estado, tais como Auditor-Fiscal da Receita Federal. Uma segunda boa notícia: pelo que temos visto, em termos de movimentação de alunos, movimentação em cursinhos etc, o cargo de Planejamento e Gestão deve ser bem menos concorrido que o de Gestão de Pessoas. Isto não significa que será fácil, pessoal! Mas serve de www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO incentivo para que vocês se motivem e acreditem que, se estudarem ao máximo, se dominarem todo o conteúdo, terão boas chances de aprovação. Chega de conversa mole e passemos ao que interessa. 1. Conceito de processo de trabalho O primeiro tópico do edital nos pede que saibamos o conceito de processo. Processos são seqüências de ações ou eventos que levam a um determinado fim, resultado ou objetivo. Veja que existem processos administrativos, processos civis, processos de controle externo, processos legislativo. Há também processos fisiológicos ou psicológicos. A relação fundamental entre os processos é que há uma entrada de alguma coisa, uma etapa de transformação e uma saída. Vamos ver o exemplo de um processo1? Este é o processo “escovar os dentes”. Veja que temos uma entrada de quatro matérias-primas, uma etapa de transformação e uma saída. 1 Exemplo extraído do livro “O processo nosso de cada dia”, p. 12. www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Neste caso, o objetivo do processo é manter os dentes saudáveis e higienizados. Veja que o processo não existe naturalmente. Em algum momento de nossas vidas, alguém (nossos pais, dentistas, professores) nos ensinou como deveríamos escovar os dentes. Se, em algum momento, estivermos com algum problema (mau hálito, cáries, retração gengival, placas, dor de dente etc), iremos procurar um dentista. Ele irá fazer um diagnóstico e, além de agir corretivamente, ele irá nos ensinar como melhorar o processo, seja ensinando como é a escovação correta (inclinação da escova, número de vezes que cada dente deve ser escovado etc), seja sugerindo que troquemos de modelo de escova, seja sugerindo que troquemos de pasta de dente. Pode ser que ele sugira que aumentemos a freqüência com que “rodamos o processo” (ou seja, sugerindo que escovemos os dentes mais vezes). Ou talvez haja a necessidade de acrescentemos outro processo (utilizar fio dental) para alcançar o objetivo almejado. Assim, em linhas gerais, um processo genérico tem as seguintes características2: 2 Idem, p. 12. www.pontodosconcursos.com.br 3 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Para o nosso concurso, queremos saber o conceito de processo de trabalho, que, dependendo do contexto, também pode ser chamado de processo de negócio. Para clarearmos este conceito, vamos ver três fontes? Fonte da informação Definição de processo ISO 9000 Conjunto de atividades inter-relacionadas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas) Guia de Simplificação do Gespública Página de gestão de processos de trabalho do TCU Conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em serviços/ produtos (saídas) Conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas e interativas que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas) para um cliente Definições praticamente iguais, né, pessoal? Esta é uma maneira clássica de se conceituar processo. Mas tome cuidado! Na prova, o item pode ter uma formulação ligeiramente diferente, apesar de fazer referência às mesmas idéias. Então não basta decorarmos este conceito, temos que entendê-lo. Vamos ver um exemplo de como este conceito pode ser cobrado em uma questão de prova? Item 1 (Cespe / Dataprev 2006) Processo é uma ordenação específica das atividades de trabalho no tempoe no espaço, com um começo e um fim identificados, assim como as entradas e as saídas. E aí, pessoal? O que vocês acham? O gabarito é certo. Veja que a definição que ele apresenta é muito parecida com as que vimos, pois ele fala em atividades, entradas e saídas. O item coloca alguns elementos adicionais. Ele nos ensina que as atividades não podem ser desconexas, elas têm que ser inter-relacionadas e ordenadas. Além disso, elas fazem parte de um contexto, que o Cespe chamou, no item, de tempo e espaço. E, finalmente, um processo tem um começo e um fim identificados. Assim como nos projetos, é possível identificar, nos processos, um início, meio e fim. Mas os processos normalmente se repetem no tempo, são atividades contínuas. www.pontodosconcursos.com.br 4 -8CarlosEduardodeOliveira,CPF:28375057819 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO E por que estamos estudando isso? Ora, a resposta é simples: organizações têm objetivos, e, para alcançar tais objetivos, elas organizam as atividades de determinadas maneiras, que são os processos. Segundo o Guia de Simplificação do Gespública, existem dois tipos de processos: os processos finalísticos e os processos de apoio3. Processos finalísticos são aqueles em função dos quais a empresa existe. Por exemplo, os processos finalísticos do TCU são os processos de trabalho relacionados ao controle externo. Os processos finalísticos são produzidos pra o cliente externo, que reconhece a organização em função deles. Os processos de apoio, que também podem ser chamados de processos de suporte ou processos-meio, são aqueles que criam as condições necessárias para que os processos finalísticos sejam realizados. Por exemplo, processos de limpeza do prédio, processos de aquisição de computadores, processos de gestão de pessoas/recursos humanos etc. Inclusive, em algumas empresas, alguns dos processos de apoio podem ser terceirizados. Os processos de apoio incluem os processos decisórios, os processos de medição de desempenho etc. Supondo que determinada organização tivesse um processo chamado “Planejamento e Gestão”, ele seria um processo de apoio. Veja que estes mesmos processos podem receber outras denominações ou fazer parte de outras classificações. Tadeu Cruz, por exemplo, chama os processos finalísticos de processos primários e os processos de apoio de processos secundários4. Outra classificação refere-se ao nível em que os elementos são agrupados no processo. Poderíamos, em uma organização, dizer que há um processo de logística. Dentro deste processo, poderia haver um processo de limpeza. Dentro deste processo, poderia haver um processo de limpeza da fachada do prédio X. Poderíamos classificar os processos, assim, de processo nível 1, processo nível 2, processo nível 3... Ou então poderíamos chamar de “macroprocessos” o maior nível, o 3 Guia de Simplificação, p. 10. 4 Cruz, p. 63-64. www.pontodosconcursos.com.br 5 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO segundo nível “processos”, o terceiro “atividades”... Outra classificação possível utiliza a idéia de “subprocessos” dentro dos processos. Sabemos que as empresas e organizações têm processos. Isto vale para toda organização? Sim. Mesmo a padaria da esquina tem processos de trabalho, mesmo que eles não estejam definidos no papel. Talvez a padaria tenha os processos “produção de pães”, “venda de pães” e “processo de logística”. Em uma organização muito grande, é necessário que haja uma preocupação em como os processos são executados, como podem ser acompanhados, como podem ser melhorados, como podem ser reproduzidos de uma unidade para outra... É aí que entra a gestão de processos. A gestão de processos é a forma com que se lida com os processos em uma organização, buscando torná-los cada vez mais eficientes. Existe uma diferença conceitual entre “gestão de processos” e “gestão por processos”. Você conseguiria, só pelo nome, imaginar qual é a diferença? Ela é simples: gestão de processos é simplesmente a maneira com que os processos existentes são gerenciados (perdoem-nos pela redundância, mas é simples assim). A gestão por processos, por outro lado, significa que a gestão da organização é estruturada em função dos processos. Na gestão por processos, as pessoas não são lotadas em unidades, e sim em processos; os indicadores de desempenho não são de projetos, nem de unidades, nem de programas, e sim de processos. Trata-se de uma filosofia diferente de gerenciar uma organização, em que os processos são o foco de organização do trabalho. Antes de passarmos ao próximo tópico, vamos ver mais um item de prova? Item 2 (Cespe / Sebrae-AC 2007) Uma adequada gestão de processos deve considerar aspectos estratégicos, estruturais, tecnológicos e comportamentais em uma organização. Item certo. A gestão de processos deve considerar o funcionamento da organização como um todo. De preferência, os processos devem estar alinhados à estratégia (veremos isto mais à frente na aula). Deve considerar a estrutura organizacional. Deve considerar aspectos tecnológicos, que fazem parte dos processos e podem ser usados para melhorá-los. Deve considerar aspectos comportamentais, afinal, a não www.pontodosconcursos.com.br 6 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO ser nos processos totalmente automatizados, processos são executados por pessoas. 2. Rede de processos da organização. Pelo nome deste tópico, você consegue supor do que ele se trata? Não é difícil, pessoal. A rede de processos de trabalho é o conjunto de processos de trabalho de uma organização, relacionados entre si no tempo e no espaço. No caso da padaria da esquina, o processo de logística precisa ser pensado em conjunto com o processo de venda de pães. O processo de fabricação de pães está intimamente relacionado ao processo de venda de pães. Assim, estes processos estão conectados, e devem ser pensados em conjunto, de forma que, pela rede de processos, se possa ter uma visão sistêmica, integrada, da organização. Apresentamos, abaixo, uma definição bastante didática do que são as redes de processos (networking): “Considerando que as organizações, mesmo as pequenas, são sistemas complexos, é de muito pouca relevância prática analisarmos um processo isoladamente, ressalvado o caso de termos um objetivo específico. As atividades que ocorrem nas organizações, mesmo as mais simples, compõem-se de uma rede de processos interconectados. Assim é que, mesmo em níveis setoriais de operação, há uma grande quantidade de processos interconectados, como ocorrência seqüencial ou concorrente, cada qual influenciando todos os outros. É o que chamados de rede de processos (networking) da organização”5. 3. Agregação de valor nos processos “Agregar valor” é uma expressão que todo mundo usa, mas que ninguém pensa a respeito, né? Valor é um atributo que é dado não pela própria organização, e sim pelo cliente. “Agregação de valor em um processo é a diferença de valor entre o produto (na saída de um processo) e a soma dos valores das entradas (ou insumos)”6. Ou seja, se temos uma padaria, o processo de “produdiz pães” agregavalor na medida em que o produto (pão) é vendido mais caro do que a 5 O processo nosso de cada dia, p. 13. 6 Processo nosso de cada dia, p. 19. www.pontodosconcursos.com.br 7 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO soma do custo dos insumos (farinha, gás etc). Neste caso, a padaria, para estar no lucro, precisa vender mais caro do que os custos dos insumos e os custos do processo. O processo não necessariamente expressa valores financeiros: em uma organização pública, muitas vezes temos que gerar valor público. No estudo dos processos, temos que saber duas coisas: 1) um processo precisa agregar valor; 2) cada etapa do processo precisa agregar valor. O que significa isso? Bom, “rodar” (executar) um processo custa dinheiro, tempo e “recursos humanos”. Nos processos da nossa padaria, temos que pagar o salário do padeiro, a energia elétrica e a limpeza do chão. Se constatarmos que estamos executando algum processo que não agrega valor, ele deve ser eliminado. Em relação às etapas, a regra é a mesma: se não agregar valor, deve ser eliminada. Vamos supor que temos um processo de elaboração de um relatório institucional, e que em uma das etapas ele é enviado para a unidade X, onde fica por uma semana antes de passar à etapa seguinte. Na unidade X, ninguém lê o relatório. Ele simplesmente fica parado lá uma semana, e depois é enviado para a unidade seguinte, onde o trabalho é retomado. Neste caso, temos uma etapa completamente inútil, uma etapa que não agregou valor ao produto final. Se eliminarmos esta etapa, ganharemos uma semana e economizaremos no trabalho de enviar o relatório. Vamos ver um item de prova? Item 3 (Cespe / Dataprev 2006) A análise de valor do processo de uma organização, cujo maior propósito é auxiliar a tarefa de gerenciamento de produção, indica os pontos-chave nos quais a empresa deve se concentrar para corrigir uma possível falha. Item certo. O objetivo de análise do valor do processo é justamente este: auxiliar a gestão de processos (ou, como dito no item, o gerenciamento da produção). Falhas devem ser corrigidas. No nosso caso, tanto processos como etapas do processo que não agreguem valor devem ser eliminados. 4. Reunião de decomposição de processos Lembram-se que vimos, no primeiro tópico, que há processos dentro de processos? Segundo Maranhão e Macieira, “em geral, todo processo está www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO inserido em um processo maior, assim como, alternativamente, todo processo pode ter algum tipo de decomposição. Como conseqüência, os processos não possuem fronteiras perfeitamente definidas, cabendo a quem faz o mapento arbitrá-las, par que se tenha a melhor solução ao seu objetivo de análise”7. Existem diferentes maneiras de compreender esta agregação de processos. Podemos ver uma delas abaixo8: Na figura, vemos três níveis de processos. O maior nível é representado pelo quadrado vermelho, e é denominado “macroprocesso”. Cada quadrado amarelo dentro do quadrado vermelho é um processo. Os processos podem ser decompostos em sub-processos. Na representação gráfica, vemos que o segundo quadrado amarelo foi decomposto em três subprocessos (quadrados azuis). Decomposição é isto: pegarmos um processo e entrarmos em um nível de agregação menor, no qual há diversos processos. Inversamente, reunião é pegarmos um conjunto de processos e uní-los para chegarmos a um nível maior. A delimitação das fronteiras de um processo é que vai dizer em que nível vamos considerá-lo. 7 O processo nosso de cada dia, p. 20. 8 Exemplo extraído de “O processo nosso de cada dia”, p. 21. www.pontodosconcursos.com.br 9 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Neste ponto do edital, temos um pequeno impasse. Para a elaboração desta parte do edital, houve uma clara inspiração no livro “O processo nosso de cada dia”. Os tópicos do edital têm exatamente os mesmos nomes, e aparecem exatamente na mesma ordem, que os sub-capítulos do livro. Porém, neste ponto específico, há, em nossa opinião, uma incongruência: enquanto o edital fala em “reunião de decomposição de processos”, o livro fala em “a reunião e a decomposição dos processos”. Aparentemente houve um engano na hora de montar o edital. Reunião de processos é pegar um conjunto de processos e agrupá-los. Decomposição de processos é pegar um processo e dividí-lo em partes (processos) menores. Reunião de decomposição de processos seria juntar um monte de gente (fazer uma reunião de pessoas) para dividir um processo em processos menores. 5. Necessidades de clientes e requisitos dos processos Este ponto do edital traz uma palavra mágica para nós: “clientes”. Todo processo tem um cliente, que tem necessidades a serem atendidas. O cliente é a razão de ser do processo, pois é ele que irá consumir os produtos e serviços gerados. Lembram-se de uma frase que vimos na aula passada? "A principal diferença entre a abordagem do início do século XX e a atual é que a qualidade agora está relacionada às necessidades e aos anseios dos clientes. [...] A qualidade hoje está muito mais associada à percepção de excelência nos serviços”9. Ou, em outra definição, “qualidade, resumidamente, poderia ser definida como a busca pela perfeição com a finalidade de agradar clientes cada vez mais conscientes das facilidades de consumo e variedades de empresas a oferecer produtos.”10. Assim, qualidade do processo, mais do que um atributo intrínseco do produto a ser gerado, é a satisfação do cliente. A satisfação do cliente pode ser entendida como a “percepção do cliente do grau no qual os seus requisitos foram atendidos”11. 9 Gestão da Qualidade (Coleção FGV Management), p. 28-29 10 Araújo, Luis César. Organização, Sistemas e Métodos. São Paulo, Atlas, 2001, p. 211. 11 Guia de Simplificação, p. 122. www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Existem dois tipos de clientes: os internos e externos. Os clientes externos são os que estão fora da organização e que irão consumir os produtos finais dos processos finalísticos. Os clientes internos podem ser entendidos como aqueles que já estão dentro da organização e que irão consumir os produtos dos processos de apoio e os produtos e serviços intermediários dos processos finalísticos. Perceba que o cliente interno pode ser uma pessoa, uma unidade ou mesmo outro processo. Neste caso, o produto do processo A seria insumo do processo B. Um ponto central é que “as necessidades dos clientes devem ser tranformadas em requisitos dos processos”12. Ou seja, quando formos definir um processo, temos que avaliar previamente quais são as necessidades, expectativas e desejos do cliente. Estas necessidades devem estar contempladas no processo, como requisitos. No produto final, devem estar contemplados os requisitos do cliente externo, e, nos produtos intermediários, os processos devem ter os requisitos do próximo cliente, do cliente interno. Por exemplo, na nossa padaria da esquina, o processo “produção de pães” é cliente do processo “aquisição deinsumos”. O processo “produção de pães” precisa de farinha de determinado tipo, óleo e outros produtos. Esta é a necessidade, que deve ser incorporada, como requisito, ao processo de aquisição de insumos. Nada vai adiantar se for comprada uma farinha do tipo errado, ou uma farinha vencida, ou se a farinha for entregue fora do prazo. Além disso, o cliente final, a pessoa que vai lá comprar pães, também tem necessidades: pão adequado para consumo, de bom sabor, de preço acessível. Estas necessidades serão incorporadas ao conjunto de processos que levam à fabricação do pão. 6. Mapeamento de processos Mapeamento de processos é algo simples: é o conhecimento e análise, pela empresa, dos processos existentes. Vamos ver duas definições diferentes para mapeamento? O mapeamento de processos “permite que sejam conhecidas com detalhes e profundidade todas as operações que ocorrem durante a fabricação de um produto ou a produção de um serviço. Ele permite descobrir a fábrica oculta”13. 12 O processo nosso, p. 22. 13 Laurindo e Rotondaro (org.), p. 45. www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Ele pode ser entendido também como “o conhecimento e a análise dos processos e seu relacionamento com os dados, estruturados em uma visão top down, até um nível que permita sua perfeita compreensão e obtenção satisfatória dos produtos e serviços, objetivos e resultados dos processos”14. Definições parecidas, né? Mapeamento é a fase em que o processo é conhecido, explicitado. Talvez em uma pequena padaria, não seja útil gastar esforços para colocar no papel os processos, mas, em uma grande organização, mapear processos é fundamental. Afinal, mapear o processo é a primeira etapa para podermos analisá-lo e melhorá-lo. Conforme se lê na página de Gestão de Processos do TCU, “em uma organização de ponta, os processos devem ser mapeados e constantemente melhorados, conforme metodologia estabelecida, o que traz inúmeros benefícios, entre os quais podemos citar: - identificação e eliminação do retrabalho; - eliminação de etapas desnecessárias; - padronização dos produtos; - redução de custos e tempo empregado em determinadas tarefas; - aumento do valor agregado dos produtos; - redução do tempo dos processos; - redução do tempo de treinamento de novos servidores para executar as tarefas; - melhoria dos indicadores de desempenho; - aumento da satisfação do cliente”. Na próxima aula, veremos em detalhes o que é o Gespública e como funciona a avaliação da gestão pública feita com base em tal modelo. Aqui, o que nos interessa saber é que o Gespública tem um documento, chamado de Guia de Simplificação de Processos Administrativos15. Vocês devem ter reparado que diversas vezes citamos este Guia de Simplificação. É que, aparentemente, o conteúdo de Gestão de Processos do nosso edital foi montado com base em dois documentos principais: o livro “O processo nosso de cada dia” e o “Guia de Simplificação”. 14 O processo nosso, p. 53. 15 Apesar de o título do guia falar em processos administrativos, podemos entender que ele fala da simplificação de processos de trabalho, processos de negócio ou, como o próprio guia fala, processos organizacionais. www.pontodosconcursos.com.br 12 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Prestem atenção à figura abaixo, extraída do Guia de Simplificação16: Estas são as etapas da simplificação proposta pelo guia. Temos quatro processos principais: “Planejamento da Simplificação”, “Mapeamento do Processo” (etapa em destaque, em cinza), “Análise e melhoria dos processos” e “Implementação das melhorias”. Veja que o “Mapeamento do processo” abrange três etapas, sendo que as duas primeiras são justamente os dois próximos itens do edital: “Levantamento das etapas e normas” e “Identificação dos elementos do processo”. A terceira etapa, que é a ferramenta fluxograma, nós veremos na próxima aula. 6.1. Levantamento de atividades e normas. 16 Guia, p. 24. www.pontodosconcursos.com.br 13 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Segundo o Guia de Simplificação, “o levantamento consiste na identificação das etapas que compõem o processo organizacional priorizado, bem como das normas utilizadas em seu desenvolvimento, culminando na identificação dos subprocessos que compõem o processo em estudo”17. Esta é a primeira etapa do mapeamento de um processo. O levantamento é uma etapa bastante simples, na qual são respondidas duas perguntas: quais as atividades que fazem parte do processo? Quais as normas relevantes para o processo analisado? O levantamento das atividades deve ser feito em reunião, que deve envolver todos os trabalhadores e colaboradores que participam do processo. Além disso, devem participar os clientes e fornecedores. Prestem atenção a este alerta: “Para termos um mapeamento correto é fundamental que o levantamento de atividades seja feito no local de trabalho e que pessoas envolvidas sejam entrevistadas e se possível no centro de trabalho. Entrevistar o chefe em seu escritório pode levar a muitos erros sérios que comprometerão todo o trabalho”18. Entenderam a razão do alerta? Muitas vezes, as empresas, ao mapear um processo, entrevistam apenas com o chefe ou supervisor. Isto traz grandes prejuízos ao resultado do mapeamento, pois o chefe não necessariamente domina todos os detalhes do processo. Ou seja, no levantamento, necessariamente a equipe que participa do trabalho tem que opinar. As atividades levantadas têm relação entre si, e devem ser colocadas na seqüência em que ocorrem. Além de serem levantadas as atividades e etapas do processo, devem ser levantadas as normas a ele pertinentes. O que isso significa? Significa que, ao mapearmos um processo, precisamos saber quais os normativos que fazem referência a ele, para que o resultado do mapeamento seja útil. Por exemplo, se o nosso processo é a elaboração de um relatório, e a elaboração deste relatório é prevista em lei, precisamos saber o que a lei diz a respeito das características dele. Neste caso, se descobríssemos que o relatório não serve pra nada, não poderíamos simplesmente eliminá-lo. Para isso, seria preciso primeiro modificar a lei em questão. 17 Guia, p. 25. 18 Laurindo e Rotondaro (org.), p. 45. www.pontodosconcursos.com.br 14 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO O levantamento de normas pode, dependendo do caso, ocorrer na mesma reunião em que o levantamento de atividades, ou pode ocorrer separadamente. Destacamos que “devem participar [do levantamento de normas] pessoas que possuam conhecimento dos processos de trabalho, das normas e da legislação que rege a organização”19. Existem normas pertinentes internas e externas à organização. Entre as externas, há regimentos, resoluções, portarias, regulamentos. Nas externas, podemos identificar leis, preceitos constitucionais, tratados internacionais etc. 6.2. Identificação dos elementos do processo. Para entendermos este tópico, precisamos saber quais são os elementosdo processo. Pela definição de processo que vimos, você conseguiria adivinhar os elementos? Não é difícil. Um dos elementos nós já vimos: é o cliente. Também é elemento do processo o produto ou serviço que dele resulta. Outro elemento são os insumos, as matérias-primas necessárias para que o projeto seja executado. Segundo o Guia de Simplificação, são quatro os elementos essenciais do processo20: • Fornecedor: é a pessoa/área/instrumento de trabalho, que envia/fornece/disponibiliza o insumo necessário para a realização de determinada etapa; • Entrada/Insumo: é a informação/documento/material necessário para que se desenvolva a etapa, sem o qual não é possível realizá-la; • Saída/Produto: é a informação/documento/material produzido pelo executor da etapa. É o resultado do trabalho; • Cliente/Usuário: é a pessoa/área/instrumento de trabalho a quem se destina o resultado do trabalho. Aquele (aquilo) que receberá o que foi gerado pelo executor da etapa. 19 Guia de Simplificação, p. 34. 20 Guia de simplificação, p. 38. www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Existe uma relação de etapas entre estes elementos. Vejam que o fornecedor fornece os insumos. Executa-se o processo que resulta em saídas, que são produtos que o cliente irá consumir/utilizar. Na identificação destes elementos, devem participar as mesmas pessoas que participaram da etapa de levantamento. O Guia de Simplificação recomenda que seja utilizado, nesta etapa, o “Formulário de Identificação dos Elementos do Processo”. Basicamente, trata-se de formulário com o seguintes campos: Fornecedor De onde vem? Entrada/Insumo O que vem? Processo O que você faz com isso? Produto O que sai? Cliente/usuário Para onde vai? Esta tabela é uma matriz em que, em reunião, a equipe elenca os elementos importantes do processo. Dependendo dos objetivos do processo, a matriz pode ser adaptada, com a inclusão ou exclusão de colunas. Uma coluna que poderia ser incluída é a de “Necessidades dos clientes”. Para fecharmos este assunto, vamos ver dois itens sobre o mapeamento de processos? Item 4 (Cespe / Sebrae-AC 2007) O mapeamento de processos consiste na descrição da localização dos processos em determinado arquivo físico. Item Errado. Nada a ver, né, pessoal? Item 5 (Cespe / Iema 2007) O mapeamento de processos permite a visualização das interfaces entre os processos da organização, de forma que seu funcionamento possa ser avaliado. Item certo. O mapeamento permite que sejam visualizadas as interfaces entre os processos e sub-processos. Estas interfaces, entradas e saídas, servem de subsídio para que os processos sejam avaliados. 7. Análise e melhoria de processos www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Um processo precisa ser analisado de forma constante, para que possa agregar cada vez mais valor à organização e consumir menos recursos (menos insumos, ser executado mais rapidamente, exigir menos esforços das pessoas, necessitar de menos pessoas). Um processo pode ficar estável ou pode passar por uma melhoria. A estabilidade também pode ser chamada de rotina, que é o período no qual “os parâmetros de saída (especificações do produto, produtividade, regularidade etc.) permanecem previsíveis e praticamente constantes”. A melhoria é a “mudança discreta de um processo, no qual os parâmetros de saída (especificações do produto, produtividade, regularidade etc.) apresentam melhorias mensuráveis, de forma estável e consistente, em relação a uma fase anterior”21. Existem centenas de maneiras de se melhorar um processo, desde a utilização de ferramentas estatísticas à automação. Neste tópico, vamos nos ater aos tópicos sugeridos pelo edital: árvore de soluções, modelagem de processo e sistema de medição de desempenho. 21 Processo nosso, p. 109. www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Lembram do Guia de Simplificação? Prestem atenção ao processo em destaque, em cinza: análise e melhoria de processos. Temos exatamente os mesmos tópicos que são listados no edital e que veremos agora. Quando o edital foi detalhista, como no caso da gestão de projetos, era necessário vermos todos aqueles pontos. No caso da gestão de processos, o edital veio menos abrangente, mais simples e com menos conteúdo, o que nos está permitindo fazer uma aula mais simples e mais enxuta. Lembre-se que, na próxima aula, veremos ferramentas da gestão que também servem para análise e melhoria da gestão: PDCA, 5W2H, Brainstorming, matriz GUT etc. 7.1. Árvore de soluções. A árvore de soluções é uma ferramenta de melhoria de processos baseada na identificação de todos os problemas que afetam o processo. Para a utilização desta ferramenta, devemos seguir quatro etapas: • Identificação dos problemas; • Análise de causa e efeito; • Detalhamento das causas dos Problemas; e • Análise e Priorização de Solução22. A primeira etapa consiste na identificação do que não está dando certo no processo. Se algo não está dando certo, ele tem uma causa. Assim, entramos na segunda fase, que é a análise de causa e efeito. Os problemas devem ser entendidos como “efeitos” de uma ou de múltiplas “causas”. Nesta etapa, uma ressalva importante é que não se podem confundir as causas e os efeitos. Por exemplo, uma pessoa está com dor-de-cabeça. Este é o problema. Aí ela deve listar possíveis causas para este problema: ingeriu muito álcool ontem, dormiu pouco, estudou demais. Assim, o álcool ingerido é a causa, e a dor-de-cabeça é o efeito. No plano organizacional, ao analisarmos o processo elaboração de relatórios, poderíamos ver que o relatório tem vários problemas, ou efeitos: linguagem muito difícil, erros de português, página faltando. A estes problemas associamos causas: problema na impressora, servidores incompetentes, prazo muito curto. Também podem ser 22 Guia de Simplificação, p. 48. www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO anotados os pontos fortes do processo, para que possam ser reproduzidos na organização. A etapa seguinte é o detalhamento das causas dos problemas. Segundo o Guia de Simplificação, “depois de identificados, validados e organizados os problemas e suas respectivas causas, pode ocorrer a necessidade de explorar em maior detalhe algum problema que ficou com nenhuma ou poucas causas identificadas”23. A última etapa é a análise e priorização de soluções. Novamente, reune- se a equipe e são pensadas as soluções. Ainda segundo o Guia de Simplificação, existem quatro tipos de soluções. Elas são dadas de acordo com o horizonte temporal (curto, médio ou longo prazo). O tipo de solução a ser adotado depende de diversos fatores, tais como a urgência da solução e a quantidade de recursos disponíveis. As soluções são as seguintes: - correções:é a forma mais imediata de solucionar o problema. Por exemplo, se o nosso relatório está com erros de português, poderíamos pegar uma caneta e, diretamente no papel, corrigir os erros. Veja que esta solução não ataca as causas do problema, ou seja, se não tomarmos outras medidas, provavelmente o problema (efeito) se repetirá. Trata-se de solução de curto prazo; - ações corretivas: atuam sobre o fato causador do problema. Por exemplo, se o nosso problema é um relatório faltando páginas, e a causa é uma impressora problemática, poderíamos trocar a impressora por uma nova, e isso resolveria o problema. É uma solução de médio/longo prazo; - ações preventivas: são ações que visam a evitar que um potencial problema ocorra. No caso do relatório, poderíamos, periodicamente, fazer uma manutenção das impressoras, para evitar que elas falhem. Evitaríamos o problema ANTES de ele ocorrer. Também é uma solução de médio/longo prazo; - ações de encaminhamento: “são ações que visam dar andamento à solução de determinado problema que está fora do âmbito de responsabilidade do GT. São, geralmente, ações de articulação e/ou negociação. Podem ser de curto, médio ou longo prazo”24. 23 Guia, p. 49. 24 Idem, p. 50. www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Terminada esta etapa, serão definidos quais os problemas a serem solucionados e quais as soluções que serão adotadas. Conclui-se a etapa de árvore de processos com a elaboração de um cronograma, no qual devem ser definidos os responsáveis pela solução, o prazo e os resultados esperados. 7.2. Modelagem de processo. Existem diferentes maneiras de se conceituar a modelagem de processo. Porém, como vimos que o examinador se baseou no Guia de Simplificação, seguiremos com ele e apresentamos a seguinte definição: modelagem “é o momento de examinar os diversos aspectos do processo de trabalho de maneira que possibilite a implementação de melhorias”25. Basicamente, a modelagem é a etapa em que o processo é aperfeiçoado, e são incluídas, nas etapas do processo, as modificações definidas. A modelagem compreende três etapas: I - Identificação das Condições para Realização dos Subprocessos. Primeiramente, definimos a finalidade, a razão de ser, de cada processo. Com base nesta constatação, “avalia-se a real importância do subprocesso, podendo-se verificar se agrega valor e se está alinhado com as estratégias institucionais”. A etapa seguinte é a verificação das necessidades dos usuários. Serão levantadas as expectativas e necessidades dos clientes de cada subprocesso. Finalmente, para concluirmos a identificação das condições, avaliamos quais são os recursos necessários para a realização dos processos. Se a elaboração do relatório fosse um subprocesso, por exemplo, os recursos podem ser impressora, computador, servidor capacitado, base de dados com as informações que irão constar do relatório etc. II – Análise e melhoria dos subprocessos. Nesta etapa, a mesma equipe, aquela que trabalha com o processo, irá verificar em que pontos elas podem atuar para aperfeiçoar o processo e reduzir seus custos. Segundo o Guia de Simplificação, precisamos, primeiro, fazer uma análise de coesão e acomplamento, considerando os subprocessos atualmente existente. Vamos ver estes dois conceitos? 25 Guia de simplificação, p. 53. www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO “Coesão significa interdependência entre etapas, sendo que uma não é executada, em hipótese alguma, sem a ligação com a outra. Percebe-se a coesão claramente quando, na mudança de algum aspecto relacionado com a execução de uma etapa, ocorre um impacto grande em outra etapa. Acoplamento significa interdependência entre agrupamentos de etapas, ou seja, entre subprocessos de trabalho. O baixo grau de acoplamento entre subprocessos vai permitir que sejam feitas alterações em um deles, ocorrendo pouco, ou nenhum, impacto sobre o outro. A fronteira entre subprocessos com baixo grau de acoplamento é perfeitamente identificada e visualizada, facilitando a distribuição de responsabilidades e cargas de trabalho, além de permitir um controle e uma gestão mais precisos”26. Na análise da coesão, observa-se se há superposições, omissões e irregularidades nas etapas. Na análise de acoplamento, observamos a relação de interação e dependência entre os processos. Desejamos que haja “a máxima coesão entre as etapas e o mínimo acomplamento entre os subprocessos”27. O resultado desta análise deve ser registrado no fluxo do novo processo. Em seguida, a equipe deve verificar o cumprimento do ciclo PDCA. Lembram-se deste ciclo, que vimos na aula passada? Ele será visto novamente na próxima aula, pois é uma ferramenta importante de análise e melhoria de processos. Relembre a figura abaixo28: 26 Guia de Simplificação, p. 57. 27 Guia de Simplificação, p. 58. 28 Figura extraída de http://www.nbr-iso-14001.com.br/dicas.asp. www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Plan (planejar), Do (Executar), Check (verificar) e Act (Agir Corretivamente) são as quatro etapas do PDCA. Preste atenção nisto, pois estas quatro etapas devem fazer parte de qualquer processo. A equipe definida deve verificar se os subprocessos que estão sendo analisados possuem as etapas do PDCA e se elas são adequadas. III – Desenho dos novos processos. Com base em todas as informações que foram levantadas, a equipe deverá desenhar os novos processos. Estes novos fluxos, antes de serem implementados, devem ser validados pelas áreas pertinentes. 7.3. Sistema de medição de desempenho. Na aula passada, vimos que quem não mede não gerencia. A utilização de sistemas de medição de desempenho é fundamental em qualquer processo de trabalho, para que possa haver acompanhamento gerencial. Vamos ver, abaixo, a representação gráfica do fluxo de construção de um sistema de medição de desempenho. Esta etapa não merece detalhamento nesta aula pois, no geral, aplicam-se, aos sistemas de medição de desempenho de processos de trabalho, todas as regras que aprendemos na aula passada sobre indicadores de desempenho. www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO 8. Alinhamento de processos e estratégias. Vocês estão percebendo que existe uma relação muito forte entre o conteúdo de diferentes aulas, né? Como poderemos, na hora da prova, responder a um item relacionado a este tema, se não entendermos bem tanto o conteúdo de processos como o conteúdo de estratégia? Na hora da prova, o examinador pode relacionar um tema como indicadores de desempenho com conteúdos variados, como gestão da estratégia, gestão de projetos e gestão de processos. Este tópico é muito fácil: processos precisam estar alinhados à estratégia. Devemos saber que “processo e estratégia são questões indissociáveis, complementares e harmônicas, caso queríamos obter e assegurar umaeficiente e eficaz gestão organizacional”29. 29 Processo nosso, p. 50. www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO O que se quer dizer com isto é que a gestão estratégica dá o direcionamento para a organização, enquanto o conjunto de processos é o “como”. É a estratégia que irá dizer para quais processos devemos direcionar mais recursos e pessoas. É ela que diz quais são os processos críticos. Passemos, agora, aos exercícios. Lembrando que, como sempre, veremos novamente os exercícios apresentados em aula e alguns novos. 9. Exercícios (Cespe / Dataprev 2006) Acerca de sistemas de gerenciamento de processos, julgue os seguintes itens. Item 1. Processo é uma ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo e um fim identificados, assim como as entradas e as saídas. Item 2. Um processo pode ser definido como conjunto de ações ou atividades, executadas por agentes com o objetivo de alcançar determinado propósito. Item 3. A análise de valor do processo de uma organização, cujo maior propósito é auxiliar a tarefa de gerenciamento de produção, indica os pontos-chave nos quais a empresa deve se concentrar para corrigir uma possível falha. Item 4. Valor é o equilíbrio entre a percepção do bem recebido pelo cliente e os sacrifícios incorridos na compra de um produto. Desse modo, o termo valor assume uma dimensão concreta, pois é definido em termos da necessidade do cliente. (Cespe / Iema 2007) Acerca da gestão de processos, julgue os itens a seguir. Item 5. O mapeamento de um processo permite a realização de uma análise crítica, que inclui a verificação da existência de gargalos, subprocessos ou atividades-chave. Item 6. O mapeamento de processos permite a visualização das interfaces entre os processos da organização, de forma que seu funcionamento possa ser avaliado. www.pontodosconcursos.com.br 24 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item 7. A gestão por processos pressupõe a existência de uma liderança com autoridade formal constituída, que direcionará o foco do trabalho para o atendimento exclusivo das necessidades dos membros da equipe. (Cespe / Sebrae-AC 2007) Julgue os itens a seguir, que versam sobre a gestão de processos e sobre a organização e métodos do trabalho. Item 8. Uma adequada gestão de processos deve considerar aspectos estratégicos, estruturais, tecnológicos e comportamentais em uma organização. Item 9. O objetivo da gestão por processos é o atendimento exclusivo das necessidades dos clientes internos da organização. Item 10. O mapeamento de processos consiste na descrição da localização dos processos em determinado arquivo físico. Item 11. A implementação de um processo deve incluir a etapa de monitoramento e avaliação dos resultados do processo. (Cespe / PMRB 2007) Julgue os itens que se seguem, referentes a gestão de processos. Item 12. O mapeamento de processos permite representar as seqüências de processos, as atividades e as tarefas de uma organização. Item 13. A gestão por processos pressupõe que a organização possua uma estrutura hierárquica departamentalizada e estanque, com cadeia de comando estruturada verticalmente. (Cespe / Câmara dos Deputados 2003) O objetivo básico da gestão da qualidade no processo é a eliminação completa de erros, considerando o cliente como prioridade máxima. A gestão de qualidade no processo atua sempre tendo em vista a introdução de melhorias no processo produtivo. Nesse sentido, julgue os itens que se seguem. Item 14. A estratégia básica da gestão da qualidade no processo é a da busca da melhor organização possível do processo, por meio da eliminação de perdas, da eliminação das causas das perdas e da otimização do processo. www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Item 15. No modelo de gestão da qualidade no processo, há sempre uma forma de fazer melhor o que é feito hoje. Nesse modelo de gestão, o desenvolvimento de uma atividade de produção pode ser considerada normal se gerar lucro, mesmo que isso implique algum desperdício. Pode-se dizer que toda atividade que não agrega valor ao processo ou ao produto é um desperdício e nem toda ação desenvolvida no processo produtivo deve ter, como reflexo básico, o aumento da satisfação do cliente. Item 16. A gestão de processos de uma organização deve ser avaliada de acordo com alguns critérios, como, por exemplo, verificação de como é feita a análise crítica dos processos de melhoria de serviços/produtos, para introdução de ações corretivas, e a análise de como o processo é implementado de forma que as características definidas para o produto sejam asseguradas e entendidas por todas as unidades envolvidas da organização. 10. Gabarito 1. Item certo. Item visto em aula. 2. Item errado. Para ser definido corretamente, um processo tem que ter entradas, saídas e transformações. 3. Item certo. Item visto em aula. 4. Item errado. De fato, o falor é definido em termos da necessidade do cliente. Porém, não é correto dizer que ele tem a ver com os sacrifícios incorridos na compra do produto. 5. Item certo. Conforme vimos, em aula o mapeamento permite a realização de análise crítica, na qual serão identificados gargalos, subprocessos e atividades-chave. 6. Item certo. Item visto em aula. 7. Item errado. O foco do trabalho não deve ser o atendimento das necessidades dos membros da equipe, né? O foco do trabalho é o atendimento das necessidades dos clientes! 8. Item certo. Item visto em aula. www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO 9. Item errado. Um dos elementos do processo é o cliente. Conforme vimos em aula, existem clientes internos e externos. Ou seja, a gestão de processos deve atender aos interesses tanto dos clientes internos como dos clientes externos. 10. Item errado. Item visto em aula. 11. Item certo. O monitoramento e avaliação dos resultados são feitos com base no sistema de medição de desempenho. Quem não mede não gerencia, e quem não gerencia não melhora. Pelos indicadores críticos, podemos monitorar (acompanhar) a execução do processo e seus resultados. 12. Item certo. No mapeamento, a empresa toma conhecimento das seqüências de processos, atividades e tarefas. Este mapeamento permite a representação gráfica do processo, por meio da ferramenta fluxograma, que veremos na próxima aula. 13. Item errado. A gestão por processos permite diferentes tipos de estrutura hierárquica, inclusive estruturas auto-geridas. A estrutura hierárquica nunca pode ser estanque, pois isso pode atrapalhar as mudanças organizacionais. 14. Item certo. A qualidade tem dois enfoques: a satisfação do usuário e a melhoria contínua do processo, de forma a eliminar perdas e aumentar a eficiência da utilização dos recursos. O item em questão concentrou-se no segundo enfoque. 15. Item errado. Cuidado, pessoal. Vemos muitas vezes itens que são corretos quase que na íntegra, com uma pequenafrase tornando-os errados. Neste caso, o erro do item é afirmar que nem toda ação do processo deve ter como reflexo básico o aumento da satisfação do cliente. Em último caso, toda ação tem que resultar nisso. 16. Item certo. Coerente com o que estudamos em aula, né? 11. Bibliografia Araújo, Luis César. Organização, Sistemas e Métodos. São Paulo: Atlas, 2001 www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Cuz, Tadeu. Sistemas, métodos e processos. São Paulo: Atlas, 2005. Guia de Simplificação. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Brasília, 2006. Junior, Isnard et ali. Gestão da Qualidade. Coleção FGV Management. Rio de Janeiro, FGV, 2005. Laurindo, Fernando e Rotondaro, Roberto (org.) Gestão integrada de processos e da tecnologia da informação. São Paulo, Atlas, 2006. Maranhão, Mauriti e Macieira, Maria Elisa. O Processo Nosso de Cada Dia. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. www.pontodosconcursos.com.br 28
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