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Teixeira de Freitas 2016 NATASSJA SILVA SCHAPOCHNICOF SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO LICENCIATURA – LETRAS - PORTUGUÊS AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS Teixeira de Freitas 2016 AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS Trabalho de Licenciaturas – Português apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Filosofia da Educação e Pensamento Pedagógico, Organização do Trabalho Pedagógico, Psicologia da Educação e da Aprendizagem, Seminário da Prática II. Orientador: Prof. Mari Clair Moro, Marlizete C. B. Steinle, Regina Célia Adamuz, Reinaldo B. Nishikawa. NATASSJA SILVA SCHAPOCHNICOF SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................3 2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS ............................................................4 2.1 TENDÊNCIA PEDAGÓGICA LIBERAL TRADICIONAL .......................................4 2.3 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA ....................................4 2.4 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA ..........................................5 2.5 TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA ...................................................................5 3 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSIVISTAS ...........................................6 3.1 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA ..................................................6 3.2 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA ......................................................6 3.3 TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS .............7 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................8 REFERÊNCIAS ...........................................................................................................9 1 INTRODUÇÃO Conforme os dicionários, tendência é “aquilo que leva alguém a seguir um determinado caminho ou a agir de certa forma; predisposição, propensão”. Esse fenômeno que vemos ocorrer no mundo da moda, das palavras e bordões usados na língua, também ocorre em meio às práticas pedagógicas. Sabe- se que a prática escolar está sujeita a uma pluralidade de ideias e concepções pedagógicas de ordem condicionante sócio-política e que implicam diferentes concepções de homem e de sociedade, diferentes pressupostos sobre o papel da escola, da aprendizagem, entre outras coisas. A soma desses condicionantes e objetivos a serem alcançados gera as tendências pedagógicas. O objetivo deste artigo é verificar os pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendências pedagógicas na prática escolar brasileira, numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação continuada de professores. Essa discussão tem uma importância prática da maior relevância, pois permite a cada professor situar-se teoricamente sobre suas opções, articulando-se e auto definindo-se. Embora se reconheçam as dificuldades do estabelecimento de uma síntese dessas diferentes tendências pedagógicas, cujas influências se refletem no ecletismo do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoria de José Carlos Libâneo, que as classifica em dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No primeiro grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a tendência “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”. 3 2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS O termo liberal não tem significado de “democrático” e “avançado” como comumente é usado. A doutrina liberal determina que a instituição deva ter como intuito a preparação de indivíduos para a sua locação na sociedade, exercendo papéis sociais definidos. Filho (2011) ressalta que Libanêo não difere muito de Saviani, quando considera que a pedagogia liberal tem por função preparar o indivíduo para papéis sociais, de acordo com aptidões e interesses de cada um. São as pessoas que devem se adaptar às normas e às condições existentes na sociedade, onde as relações de classes sociais não são consideradas. [A pedagogia liberal] busca a igualdade sem as grandes mudanças sociais. (p.12) 2.1 TENDÊNCIA PEDAGÓGICA LIBERAL TRADICIONAL A escola, em meados de 1500, estava totalmente ligada à educação religiosa católica, atuação da escola consiste na preparação intelectual e moral dos alunos para assumir sua posição na sociedade. A educação é a mesma para todos, desde que se esforcem. Assim, o menos capazes devem buscar superar suas dificuldades para alcançar o mais capaz. Os conteúdos são conhecimentos e valores passados de geração em geração e dados como verdade. O método baseia-se na atuação verbal da matéria e/ou demonstração. A retenção do material ensinado é garantida pela repetição dos exercícios e memorização de conteúdos. É a predominância da palavra do professor visto como autoridade principal, das regras impostas, do cultivo exclusivamente intelectual, e exige atitude receptiva dos alunos. Os resultados são dados quantitativos de avaliações não democráticas e metódicas. 2.2 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA Nessa tendência, diferente da tradicional, o aluno deve aprender os conteúdos na base da prática. O professor deixa de ser o centro do conhecimento e 4 o aluno é estimulado a fazer pesquisa e experimentos, o estudo no meio natural e social. A tendência liberal renovada progressista leva em conta as fases do desenvolvimento do aluno e adequa os conteúdos para que acompanhe as fases de raciocínio de cada um. Com esta, os alunos passam a aprender baseados em situações-problemas e é ao mesmo tempo em que estimulado a conhecer os problemas de sua realidade, a solucioná-los através das atitudes concretas. A avaliação é fluida e tenta ser eficaz à medida que os esforços e os êxitos são pronta e explicitamente reconhecidos pelo professor. 2.3 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA Tendência Liberal Renovada Não-Diretiva, ou Escola nova, tem o método centrado no aluno. O papel da escola deve estar diretamente ligado à formação da personalidade, onde passa a se preocupar mais com os aspectos psicológicos do que com os pedagógicos e sociais. O aprender está diretamente ligado em mudar suas próprias percepções. A retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, o que torna a avaliação escolar sem sentido, privilegiando-se a auto avaliação. Aqui o professor é um “facilitador”: os métodos usuais de ensino são dispensáveis, cabendo ao professor a descobrir um estilo próprio para facilitar o aprendizado do aluno. 2.4 TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA Tendo como função a preparação de mão-de-obra para a indústria, a tendência liberal tecnicista subordina a educação à sociedade. Seu interesse principal é produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as mudanças sociais. Saviani (2010) ressalta o teor objetivista e analítico da pedagogia tecnicista: Com base no pressuposto da neutralidade científica e inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade, a pedagogia tecnicista advoga a reordenação do processo educativo de maneira que o 5 torne objetivo e operacional. (p. 381). Nesse sentido, cabe ao aluno colocar em prática o que já está explicado nos materiais didáticos, apostilas, etc. O professor é apenas um elo entre a verdade cientifica e o aluno. Cabe ao professor avaliar como está sendo executada tarefa, a economia detempo e custo. 3 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS A educação deste modo era vista como uma força da luta de classes, visando à transformação da ordem social e econômica até então em vigência no mundo. As tendências progressistas, de acordo com a classificação de Libâneo, podem ser divididas em “libertadora”, “libertária” e “critico-crítica”. 3.1 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA A educação libertadora questiona a realidade das relações do homem com a natureza e outros homens, visando uma transformação. Compõe-se de forma a valorizar também a cultura individual, na qual a prática escola é baseada na resolução de situações-problema. A escola libertadora, também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. O professor atua juntamente com os alunos, assim qualquer tipo de avaliação escrita é dispensada, como qualquer tipo de verificação direta de aprendizagem. Porém, admite-se a avaliação da prática vivenciada entre educador- educando no processo de grupo e, às vezes, a auto avaliação. 3.2 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA Sobre a tendência pedagógica libertária, de acordo com Libâneo (1985) os conteúdos programáticos são colocados à disposição do aluno, mas não são exigidos sistematicamente (avaliação formal questionadora). O componente curricular é visto como objetivo secundário, tendo em vista que o norte para 6 aprendizagem é momento social, a vivência pessoal e em grupo. Os educandos são assim formados para serem seres sociais, os professores são apenas orientadores e, novamente os alunos, aprendem em grupo. Somente o vivido e o experimentado são incorporados em situações novas. Assim, o critério de relevância do saber sistematizado é o seu possível uso prático. Por isso mesmo, não faz sentido qualquer tentativa de avaliação de aprendizagem, ao menos em termo de conteúdo. 2.1 TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social dos conteúdos acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade. A avaliação é diagnóstica: configura-se como um meio de obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para a intervenção/reformulação desta prática pedagógica e dos processos de aprendizagem. O aluno toma conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e organiza-se para as mudanças necessárias. 7 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As tendências pedagógicas se manifestam conforme as mudanças que ocorrem na sociedade. Foi possível analisar ao longo do artigo que todos os profissionais da área tentam aplicar a tendência libertadora, mas é indiscutível que, embora os esforços, todas as tendências estão interligadas e praticadas em sala de aula. É comum vermos “provões” no final do ano e esse sendo o método de avaliação do aluno, decidindo se o mesmo irá ou não para o próximo estágio. Também vemos muitas práticas de diálogo, atividades fora da sala de aula e intervenção da escola no âmbito social do aluno. Com isso, podemos concluir que não há apenas uma tendência correta a ser seguida, mas a junção de algumas, ou todas, e cabe ao profissional e a instituição de ensino escolher qual a melhor que se encaixa em seu perfil e da turma que ele estará trabalhando. 8 REFERÊNCIAS FILHO, Geraldo Francisco. Panorâmica das Tendências e Práticas Pedagógicas. 2ª ed. rev. Campinas, Átomo, 2011. FOGAÇA, Jennifer. Tendências Pedagógicas Brasileiras. Disponível em: < http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/tendencias-pedagogicas- brasileiras.htm> Acesso em: 02 maio. 2016. LIBÂNEO, José C. Democratização da Escola Publica a Pedagogia Crítico Social dos Conteúdos. São Paulo: Loiola. 15ª edição, 1985. OLIVEIRA, Emanuelle. Tendências Pedagógicas. Disponível em: < http://www.infoescola.com/pedagogia/tendencias-pedagogicas/>. Acesso em: 03 maio. 2016. Portal Educação, Pedagogia. A Tendência Liberal Tecnicista. Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/37579/a-tendencia-liberal- tecnicista> Acesso em: 05 maio. 2016. Portal Educação, Pedagogia. Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos. Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/32706/pedagogia> Acesso em: 02 maio. 2016. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 41ª ed. Campinas, Autores Associados, 2009. 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS 2.1 TENDÊNCIA PEDAGÓGICA LIBERAL TRADICIONAL 2.2 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA 2.3 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA 2.4 TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA 3.1 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA 2.1 TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS REFERÊNCIAS
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