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Panorama Historico de Missões

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�ESCOLA MISSIONARIA E TEMPO DE COLHEITA
PANORAMA HISTÓRICO DE MISSÕES
1 História de Missões na Idade Antiga (Do século I ao Século IV)
1.1 O século I
No ano 30, Jesus morre e ressuscita. É a década do derramamento do Espírito Santo e da formação da igreja.
Em 35, Estevão morre martirizado e Paulo é convertido ao cristianismo. Sobrevêm grande perseguição aos cristãos.
Em 40, o Evangelho é pregado através de Filipe, Pedro e demais cristãos são perseguidos.
Em 50, realiza-se o concílio de Jerusalém, quando os apóstolos definem a forma de apresentação do Evangelho aos gentios, evitando exigir-lhes as práticas do judaísmo, mas requerendo-lhes uma vida de santidade. Nesse ano, ocorre a segunda viagem missionária de Paulo. O Evangelho chega a região frígio-galata e, impedido pelo Espírito Santo de pregar na Ásia, parte em seguida a Trôade, onde tem uma visão para ir a Macedônia. Continua sua viagem para Salmotrácia, Neápois, Filipos, Anfipolis, Apolônia, Tessalônica, Beréia, Atenas, Corinto, Cencréia, e Éfeso.
Em 55, Paulo faz sua terceira viagem missionária, partindo de Antioquia da Síria e atravessando a região da Galácia e Frigia, chega novamente a Éfeso de onde sai para a região da Acaia. Em seu regresso a Jerusalém passa pela Macedônia, Grécia, Ásia, Trôade, Filipos, Assôs, Mileto, Cós, Rodes, Pátara, Tiro e Ptolemalda.
Em 60, Paulo é preso em Jerusalém e conduzido a Cesaréia, de onde parte para a Itália. Passa por Sidom, Chipre, Lícia, Bons Portos, Malta, Siracusa, Régio, Puteóli, chegando por fim a Roma.
Em 65, após ter pregado aos romanos, o apóstolo Paulo morre decapitado. Finda-se assim, a carreira do missionário mais brilhante da igreja do primeiro século. Paulo tinha o desejo de ir a Roma para em seguida ir a Espanha (Rm l5.23,24). Há indícios de que tenha conseguido concretizar seu desejo, quando gozava de relativa liberdade, antes de partir para a glória.
Em 70, Jerusalém cai perante o exército de Tito, sendo totalmente destruída.
Edessa na Pérsia há uma lenda acerca de uma carta do rei de Edessa destinada a Jesus, convidando-o a ir àquela cidade: “Tenho ouvido tudo isto de ti, e assim determinei uma das duas coisas: ou tu és um Deus descido dos Céus e assim realizas tais ações, ou és um filho de Deus. Portanto, escrevo e peço-te o incômodo de vires até mim para curares a aflição que tenho. Pois, na verdade, ouvi dizer que os judeus murmuram contra ti e te desejam mal. E tenho uma pequena cidade, embora alegre, que é suficiente parta os dois”. Segundo a lenda, Cristo respondeu que não podia ir, porém mais tarde enviaria um de seus discípulos para curá-lo. Este foi, provavelmente, o primeiro reino cristão do mundo. Nesta cidade se faz a primeira tradução dos evangelhos em siríaco, um idioma falado no Oriente.
Índia segundo um documento, conhecido por Atos de Tomé, o Senhor fez com que este apóstolo fosse para a Índia no século I. Ainda existe na Índia a Igreja dos Cristãos de Tomé, cujos documentos atestam ter sido fundada pelo apóstolo. No século IV, existem notícias de igrejas sírias antigas. Em 1500, depois de haverem chegado à Índia, os portugueses confirmam a existência dos cristãos de Tomé em número de cem mil. Entretanto, só através do monge jesuíta Francisco Xavier, em 1542, aquela região é intensamente evangelizada.
Pontos onde houve Igrejas Jerusalém, Judéia, Samaria, Galiléia, Síria, Celícia, Fenícia, Chipre, Galácia, Capadócia, Bitínia, Ásia, Cirene, Norte da África, região da Tunísia, Alexandra, Índia, Mesopotâmia, Edessa, Bastra, Petra, etc.
1.2 O século II
	Os cristãos se dispersaram por todo o império, e mais além. O crescimento durante esse período não se deu como resultado de um plano eclesiástico, mas com testemunho de comerciantes cristãos, missionários, evangelistas, soldados, escravos que se mobilizavam por toda a região do império. Surge uma diversidade de líderes para proclamar, formular e defender a fé.
Espanha – quase é certo que o Evangelho tenha chegado a Espanha nesse século, pois há referência histórica de igrejas nesta região no terceiro século.
França (Gália) – tudo indica que o cristianismo tenha chegado em Lyon e Viena, vindo do Oriente (provavelmente de Constantinopla), pois já no ano 185 Irineu era bispo de Lyon (175 – 200). Ele pregava na língua do povo (celta) e em latim. Há noticia de 12 igrejas na Gália em 250.
Bretanha (Inglaterra) – ano 150; indícios do Evangelho na Bretanha são evidenciados pelo envio de três bispos a Arles (França) em 314.
Alexandria – Nesse forte núcleo Judaico, no ano 125, Adriano organizou ma escola catequética onde formou-se Pantaenus, que seguiu em direção a Índia em 180. nessa mesma escola estudou Clemente e Orígenes.
Cartago – Tertuliano, Cipriano, Lactânio e Agostino procederam de Cartago no séculos seguinte.
Capadócia – Há indícios de que o Evangelho tenha chegado à Capadócia neste século, visto haver um grande movimento de massas no século seguinte. Nesse tempo a Igreja levou a sério a obra missionária. Sabe-se que por volta do ano A.D. o império romano já estava com aproximadamente 120.000.000 de habitantes! Justino o mártir, um dos homens mais competentes de sua época que morreu em Roma, no ano 167 mostrando o crescimento do cristianismo, disse que já no seu tempo não havia raça de homens que não fizesse orações em nome de Jesus. 
	
1.3 O Século III 
Armênia – O evangelho estende-se da Capadócia à Armênia, principalmente através de Gregório Taumaturgo (240 – 332) cognominado “O Iluminado”. Em uma festa a deusa Anhahit, Gregório recusa-se a pôr uma coroa de flores em seu altar, sendo preso e torturado. Tempos mais tarde, o rei Tiridates deseja ser batizado e juntamente com Gregório, implanta o cristianismo no reino.
Arábia – há noticias de que o Evangelho tenha chegado na Arábia neste século.
Egito – O evangelho chegou muito cedo ao Egito, principalmente no porto de Alexandria. Entretanto, não se sabe quando surgiu a primeira igreja. A tradução copiada da Bíblia começa em meados deste século.
	
1.4 O século IV
Bárbaros: neste século, tem início a evangelização dos povos bárbaros (germanos, eslavos e tártaros). Estes grupos se subdividiam em:
Germanos: vândalos, visigodos, ostrogodos, francos, lombardos, suevos, alglo-saxões, alamanos e vikings;
Eslavos: russos, poloneses, bósnios, sérvios, tchecos, dálmatas e croatas;
Tártaros: mongóis, hunos, álamos, ávaros, húngaros e búlgaros.
Godos (311 – 383) – Povo bárbaro ou germano que constituía uma ameaça para a estabilidade do império Romano. Ulfilas, um dos mais notáveis missionários da história da igreja, conheceu o bispo Eusébio de Nicomédia, que o consagrou bispo para os Godos, enviando-o em 341 para trabalhar entre aquele povo. Seu maior feito foi a escrita gótica e a tradução da Bíblia para aquela língua.
Etiópia – Neste século, em data imprecisa, acontece um naufrágio no Mar Vermelho desse incidente salvam-se dois jovens cristãos (Edêsio e Frumentios) que vão para Axum como escravos, onde pregam o evangelho. Com grande crescimento da igreja, ficam impossibilitados de continuar. Então, Frumentios vai para a Alexandria pedir ajuda; ocasião que é consagrado bispo da Etiópia por Atanásio e enviado de volta.
2 História de Missões na Idade Média (Do século V ao Século XV)
2.1 O século V
Tribos Germânicas – Alguma são alcançadas
Geórgia (parte da antiga Rússia) – Foi alcançada a partir da Armênia. Possuía um rei chamado Miriam e uma rainha chamada Mena. Uma escrava cristã chamada Mino leva o evangelho para a rainha, que o aceita devido à sua cura e a de seu filho através da oração da escrava. O rei também se converte, levando consigo todo o reino.
Irlanda (ilha dos santos) – O inglês Patrício é levado ainda criança por piratas, onde é criado por cristãos; mais tarde, foge para a ilha de Santo Honorato (França), onde estuda em um mosteiro. Depois volta para a Bretanha, o seu pai é diácono, e o avô é sacerdote da igreja Celta. Através de uma visãorecebe um chamado “macedônio” para missões na Irlanda, indo a França estudar, sendo aqui consagrado a diácono. Patrício chega a Irlanda em 432 e mantém contato com o rei Logaire, não como cristão, mas como um “druida superior”, e pede-lhe tolerância religiosa. O rei concorda e seu irmão se converte. Patrício, parte então para onde não se havia pregado o Evangelho e depois de 15 anos, grande parte da Irlanda está evangelizada. O sucesso evidencia-se pela implantação de duzentas igrejas e pelo batismo de cem mil convertidos. Entretanto antes de morrer, dá a Deus o mérito de todos os seus sucessos.
Francos – Em 469 ocorre à conclusão da conversão dos francos que habitavam a Gália (França). A rainha Clotilde é cristã, mas não o rei Clóvis. Numa determinada ocasião ele faz um voto, dizendo que, se vencesse uma batalha, tornar-se-ia cristão. Tendo vencido, deixou-se batizar e, com ele, seus soldados (cerca de 3 mil)
Nestorianos – Em 431, Nestor é excomungado por afirmar que Cristo ora funcionava como Deus ora funcionava como homem. Isto é, possuía duas naturezas distintas. Como Cristianismo era a religião do império, é banido e segue em direção ao Oriente. Seus seguidores alcançam os Berberes e Turcos, fazendo novos contatos com a Índia. Toda a zona da Ásia Central (principalmente as áreas comerciais) é alcançada pelos Nestorianos. O mais famoso missionário foi A-Lô-Pen, que alcançou a china no século VII.
	
	2.2 O Século VI
Hunos – Consta que os hunos foram alcançados pelos neustorianos.
Escócia – Columba, nascido na Irlanda em 521, é o pioneiro da evangelização entre os escoceses, indo aos 42 anos para Lona com mais 12 monges, sob a proteção do rei Dalírada. Após a conversão de seu rei, Brude, prega na Escócia, operando sinais e prodígios pelo poder do Espírito Santo. De Lona, a obra se desenvolve por toda a Escócia, de onde saíram muitos evangelistas para a Europa Continental.
Ilhas Britânicas (596) – Para esta tarefa, o Papa convoca Agostinho, juntamente com outros 40 monges. A rainha Berta e o rei Etelberto se convertem, e com eles todo o condado (aproximadamente 10 mil pessoas). Em 688, a cristianização da Inglaterra considerava-se terminada.
	
	2.3 O século VII
Sérvios – Os Sérvios são conquistados e forçados a serem cristãos. 
Lombardos – Em 637, os Lombardos são alcançados e tornam-se cristãos.
2.4 O século VIII
Alemanha (Germânia) – Em 716, aos alemães são alcançados por Bonifácio, um inglês, que aos 7 anos de idade entra para o convento e aos 30 é consagrado ao sacerdócio. Em 716, realiza a primeira viagem aos Frisões, mais, por não ser bem sucedido, acaba retornando. Em 718, segue para Roma, onde é nomeado bispo, voltando novamente aos Frisões. Chegando em Geisimar, derruba uma árvore de adoração e transforma-a em uma cruz. Após tal ato, 20 mil pessoas são batizadas. A seguir, manda destruir os altares sagrados e constrói uma igreja para todos. Dos convertidos, são recrutadas pessoas para o trabalho. Em 748, Bonifácio é consagrado arcebispo e funda uma igreja que existe até os dias de hoje. Mais tarde, deixa a administração da igreja para se dedicar inteiramente às missões.
	
2.5 O século IX
Vikings – Os bárbaros que viviam na Escandinávia (Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca) são cristianizados.
Dinamarca – A Dinamarca é influenciada pelo cristianismo do ocidente, e seu rei, Harold Baatland, é o primeiro tornar-se cristão. O rei Canuto, seu sucessor, vai a Roma e solicita três bispos para a Dinamarca.
Suécia – Olov Skotkonung raramente usa a força para a evangelização de seu povo. Estabelece colônias cristãs dentro do país, sendo a Suécia o país escandinavo que mais se aprofundou no cristianismo, apesar de ser converter 100 anos depois da Noruega e Dinamarca.
Boêmia (845) – Muitos boêmios foram batizados. A evangelização somente se completa, através de Boleslav II, que reina entre 967 e 999, estabelecendo 20 igrejas.
2.6 O século X
Rússia (Kiev) – Em 975, a princesa russa Olga solicita o batismo ao patriarca de Constantinopla. Wladimir, filho de Sviatoslav, ao assumir o poder em 980, fica em dúvida sobre qual religião adotar: O cristianismo da avó ou o de Roma, o Judaísmo ou Islamismo. Então, faz uma pesquisa e acaba adotando o cristianismo ortodoxo da avó em 988.
Polônia (966 ou 967) – O cristianismo alcança a Polônia a partir da influência do duque Mieszka, casado com uma senhora cristã chamada Dobrawa, irmã de Boleslav II da Boêmia, e concorda em ser batizado em 966 ou 967. 
Hungria (955 a 1038) – Oto I, logo depois, o bispo Pilgrem de Passau envia sacerdotes ao seu território onde batizam 5 mil pessoas. Em 973, Geisa, príncipe da Hungria, casa-se com Adelaide, princesa polonesa cristã, sendo batizado com seu filho Vajic (Estevão) em 975. Desde então, utiliza todos os esforços e meios para cristianizar o país. Porém, apenas no reinado de Vajic a Hungria torna-se totalmente cristã.
2.7 O século XI
Escandinávia – Até então a Escandinávia vive completamente isolada do mundo, pois desenvolve cultura e tradição diferente de todos os outros povos. Todas as tentativas de cristianizá-la são frustradas. Mais no inicio deste século, a religião é cristianizada.
Islândia – Quando Olaf Tryggvesson é convertido, pretende cristianizar a Islândia. E o povo, muito democrático, após ter solicitado a um sábio que estudasse o cristianismo para ver se era bom, aceitando incondicionalmente.
Groelândia – Leif Ericson é convertido na Noruega e ao conquistar a Groelândia leva consigo a fé em 1123 chega o primeiro bispo enviado pela Noruega.
2.8 O século XII
Finlândia (1155) – Em 1155, Eric IX, rei da Suécia, conduz uma grande cruzada contra a Finlândia e obriga o país a tornar-se cristão. O bispo Inglês Henrique acompanha o rei e estabelece-se no local para implantar o cristianismo, sendo, entretanto martirizado. O cristianismo desenvolve-se na Finlândia, através dos trabalhos do bispo finlandês Ibo. Em 1291, dá-se por encerrada a cristianização do país.
Bernardo Claraval (1090-1153): de origem nobre e religiosa de Fonteine-Dijon, na França, segue, em 1112, para o mosteiro de Citeaux. Insatisfeito com o declínio do monasticismo funda o seu próprio mosteiro Cisterniense de Claraval (1115), ao qual se dedicou até a morte. Mais tarde é reconhecido por Calvino e Lutero, por seu caráter e por sua vida evangélica e pura. Participa da primeira cruzada, recebendo apoio do imperador Luís VII e Conrado III para organizar a Segunda, em 1146, sem êxito. Devido à sua influência, em 1145 nomeia papa um monge de Claraval, chamado Eugênio III.
Pedro Valdo (1176): comerciante de Lyon, que procurou um bispo para perguntar-se acerca de como entrar nos céus. O bispo lhe disse para "vender tudo e dar aos pobres". Acatando as palavras do bispo, sai pregando o Evangelho. Valdo procura praticar os mandamentos da vida cristã, jejum e oração. Porém, ao perceber que a Igreja não está vivendo o Evangelho de Cristo, condena a missa e os rituais. A pregação é feita tanto por homens como por mulheres. Ao serem perseguidos refugiam-se nos Pirineus, ao norte da Itália. Quando vem a Reforma, aderem ao movimento, revivendo a igreja valdense. Não tomam parte na Reforma propriamente dita. Ficaram restritos à Itália. Com a perseguição do início do século XX, emigram para o Uruguai, Argentina, Brasil etc. Ainda hoje, em Montevidéu, há um templo valdense.
	
2.9 O século XIII
Ordem dos Cavaleiros Teutônicos (1199): originária das Cruzadas e formada por nobres alemães que se organizaram em Jerusalém e fundaram a ordem com o objetivo de conquistar e cristianizar terras. Esta ordem introduz uma nova característica na história de missões: as ordens. Os mosteiros perdem totalmente a força.
Ordem dos Franciscanos (1210): Francisco de Assis, oriundo de uma nobre família de comerciantes, funda a primeira ordem da Igreja. Ainda jovem, passa horas meditando, casando-se em seguida com a “Senhora Pobreza”. Renuncia a todos os confortos da vida. Até o auxílio que recebia deseus pais distribui aos pobres. Seu pai ira-se e recorre ao Papa, o qual lhe diz que isso não é problema dele. Francisco entrega tudo que possui ao seu pai e parte “nu”.
Ordem dos Dominicanos: fundada na Espanha por Domingos (1170-1221), com o objetivo de alcançar os muçulmanos através do melhor preparo intelectual possível, para convencê-los de seus erros. Tomás de Aquino (1225-1274), monge dominicano, consegue documentar em uma só obra toda a cultura da época - Summa Theoligiae, onde confronta a filosofia de Aristóteles com a teologia cristã. Os dominicanos são solicitados pelos Cavaleiros Teutônicos para evangelizar as terras conquistadas.
Mongólia (1211): Gengis Khan invade a China e restabelece os direitos dos cristãos. Em 1221, os mongóis invadem a Rússia. Em 1246, João do Plano, monge Francisco organiza sua ordem e vai à China levar uma carta ao “Grande Khan”, na qual o papa protesta contra os ataques e maus - tratos aos cristãos na china e convida-o a tornar-se cristão. Ocorre assim um intercâmbio entre a Igreja e a China. Em 1274, Khan envia mensageiros ao Concílio de Lyon e faz aliança com a Igreja.
2.10 O século XIV
Raimundo Lulio (1235-1315): espanhol, nascido na ilha de Maiorca. Vive em devassidão e imoralidade a serviço do rei Aragão de Espanha. Famoso por sua erudição e talento literário. Após ter uma visão de Cristo, se converte. Influenciado por Francisco de Assis, dedica-se à vida monástica no monte Rande. Recebe o título de "doutor Iluminado” e, passados nove anos, têm uma visão missionária. Dirige suas forças e atenções aos sarracenos, dedicando-se ao estudo do árabe por nove anos.
John Wycliff (1328-1384): professor universitário na Inglaterra, cujas idéias entram em conflito com a Igreja, pois crê que esta deve separar-se do Estado. Em sua opinião, o povo deve ler a Bíblia em sua linguagem popular. A Igreja coloca-se contra e considera-o herege, queimando-o juntamente com sua bíblia.
	
2.11 O século XV
África, em 1444: estabelecem-se os primeiros contatos com negros africanos tropicais.
Congo – A primeira missão portuguesa no Congo aconteceu em 1490. No século XVII, ocorre o batismo de 600 mil habitantes do Congo, a partir de 1700, o número de batizados oscila em 12 mil ao ano.
Ximenes (1436-1517): a rainha Isabel, ao casar-se com o rei Fernando, torna-se rainha de Castela. Esta dupla é chamada “Os reis católicos”. São os responsáveis pela expulsão dos últimos muçulmanos da Península Ibérica. Ximenes, confessor da rainha, promove um movimento de purificação do clero. Em 1515, organiza um Novo Testamento grego. Para ele, “os muçulmanos deviam ser forçados ao Cristianismo”.
Tomás Kemps (1380-1471): escreve o livro devocional mais lido depois da Bíblia: A Imitação de Cristo. Vive na Alemanha e pertence ao mosteiro de Santa Aguez e aos irmãos de vida comum.
Henrique, o navegador: rei de Portugal, dedicado às artes náuticas, funda a Escola de Sagres. Em 1458, viaja pela costa da África. Os descobridores levam o Cristianismo consigo por onde passam.
Em 1453, Constantinopla é conquistada pelos otomanos. Com a aproximação dos árabes, muitos fogem. É o fim do Império Bizantino e da Idade Média.
3 História de Missões na Idade Moderna (Do século XVI aos dias atuais)
3.1 O século XVI
Reforma Protestante – Em 1517, surge a Reforma Protestante. Entretanto, as missões protestantes só ocorrem a partir do século seguinte. Neste século, os protestantes estão mais preocupados com a defesa de sua fé e seus dogmas: A ênfase da reforma - Foi mais teológica do que missionária. Por outro lado Zwinglio e Calvino criam na vigência da responsabilidade missionária. Um melhor fundamento para as missões – Apesar dos reformadores não exercerem muito esforço missionário, ainda assim traduziram as Escrituras para a linguagem do povo e estabeleceram novas bases doutrinárias com a aplicação missionária. Só a Bíblia, a Graça e a Fé são elementos essenciais da pregação evangélica que tem dado uma verdadeira riqueza ao trabalho missionário.
Japão (1549) – Em 15 de agosto de ano, o jesuíta Francisco Xavier desembarca com outros monges no porto de Kagoshima, no Japão. O Japão por uma revira volta política que torna aberto ao cristianismo. Em 1596, chega o primeiro missionário a Nagasaki. Em 1638, acontece a revolta Schimbara e a matança dos cristãos japoneses, que limita o cristianismo no país. Somente 220 anos depois, forçados pelo comodoro americano Perry, o Japão torna a abrir-se para o cristianismo. 
América Latina – Antes do fim do século, os jesuítas começam a cristianização deste continente. As criações das dioceses marcam a ocupação cristã na América Latina. 
São Domingos em 1511;
Antilhas em 1522;
México em 1525;
Caracas em 1540;
Lima em 1541. Em 1575 é sede da província que envolve Equador, Bolívia, Peru e Chile;
Assunção em 1547;
Buenos Aires em 1582;
Brasil em 1552.
Filipinas – País da Ásia, que tem este nome devido a Filipe, rei da Espanha. É o país de menor número de cristãos do Oriente. Em 1621, 2 mil batizados.
	
3.2 O século XVII
Vietnã – Alexandre Rhodes é o herói jesuíta do trabalho no Vietnã, principalmente no sul. Aprende finalmente a língua, mas em 1625, é expulso do país. Segue para o Vietnã do norte dois anos depois, sendo novamente perseguido e expulso. Conta-se que, durante os três anos que ficou naquela região, batizou mais de 6.700 pessoas. Depois dele, outros também realizaram um bom trabalho. Em 1658, acredita-se haver 300 mil cristãos nas regiões do Vietnã, devido a prática comum do batismo entre os moribundos.
Missões Protestantes – Iniciam-se as missões protestantes. No mundo protestante: durante o século anterior, houve pouco tempo para pensar em missões. Até 1648, os protestantes lutam para sobreviver às perseguições. 
Angola – Em 1622, converte-se uma princesa de Matamba, Angola, chamada Jinga, que após batizar-se escreve ao Papa requisitando mais missionários. Tempos depois, desvia-se do cristianismo vindo a fazer parte de uma seita canibal chamada Os Jaggas 30 anos mais tarde, com seu arrependimento, 8 mil pessoas são cristianizadas. 
	Entre 1645 e 1700, a notícias de que os missionários batizaram mais de 600 mil pessoas em Angola e regiões vizinhas.
Missões Protestantes – Em 1649, funda-se a primeira sociedade missionária protestante para a propagação do evangelho na Nova Inglaterra (EUA). Seu objetivo é alcançar os índios e o primeiro missionário chama-se John Eliot. 
América – Os anglicanos são os primeiros missionários protestantes no EUA, mas não obtém sucesso. Só com o presbiteriano John Eliot em 1632, que o evangelho chega a ser implantado. Torna-se Pastor um Roxbury, no Massachussetts, entre os índios Iroqueses. Em 1651 batiza os primeiros convertidos. O trabalho mais conhecido de Eliot é a tradução da Bíblia para a língua moicana, em 1663. Depois de Eliot, David Brainerd (1718 – 1747) é o missionário de maior renome. Ele deixa um diário, que veio mais tarde inspirar William Carey e Henry Martyn. Em 1701, é fundada a Sociedade Anglicana para a propagação do Evangelho em terras estrangeiras, preocupando-se com a evangelização dos índios e dos negros.
3.3 O século XVIII
Missões Halle-Dinamarquesa (1705) – Primeira missão protestante com visão mundial. Surgi na Universidade de Halle (Alemanha). É Dinamarquesa porque tem o apoio do rei e da Igreja daquele país. A Universidade de Halle surge com o Pastor Luterano Pietista Felipe Jakob Spener (1635 – 1709), com a seguinte mensagem: Religião é matéria do coração e não da cabeça. Não basta doutrina, batismo, dogmas... basta comunhão com Deus. Spener forma um movimento chamado Pietísmo (Pio – Temente a Deus) que afirma: Não há visão missionária sem zelo evangelístico, sem piedade pessoal, não há piedade pessoal sem conversão genuína. 
Missões Moraviana – Fundada pelo Conde alemão Nicolaus Ludwig Von Zinzendorf. Introduz a evangelização e funda a igreja na Moravia. Inaugura um movimento missionário mundial,abrindo caminho para Willian Carey em 1719, sua vida é transformada, quando se depara com um quadro e se Ecce Hommo, de Domenico Fetti, em visita a uma galeria de artes de Paris. No quadro, Cristo diz: Fiz tudo isso por ti, que fazes tu por mim? Em 1727, a 14 de agosto, ocorre uma renovação espiritual em um culto de santa ceia, que traz uma nova febre por missões. Entre 1732 e 1760, os morávios enviam 226 missionários para dez países. A evangelização do mundo é o dever maior da igreja e o seu cumprimento é o dever de todos este é o lema dos morávios.
Missões Modernas
O avivamento Wesleyano Metodistas – Entre 1730 e 1760, há um grande avivamento na Inglaterra com Wesley e Whitefild. Ao voltar de uma viagem o navio em que estava Wesley passa por uma tempestade. Enquanto treme de medo, alguns crentes morávios cantam confiantes. Ao chegar na Inglaterra, freqüenta uma reunião moraviana e se converte. Passa por um avivamento de poder e, mais tarde, funda o movimento Metodista. Os benefícios do avivamento Wesleyano na expansão da igreja foram muitos, formaram-se: a) Sociedades Missionárias. b) Sociedades Bíblicas. c) Sociedades Evangélicas. Pode-se observar com clareza que a igreja necessitava de um cristianismo com vitalidade espiritual para obedecer à vontade revelada de Deus.
Índia Willian Carey (1761 e 1834) – Carey é influenciado pelo avivamento na Inglaterra e EUA. No dia 13 de junho de 1793, parte com os dois colegas esposa e filhos para a Índia. Quando Carey chegou na índia, os ingleses negaram-lhe permissão para desembarcar. Ao morrer, porém o governo mandou içar as bandeiras a meia haste em honra de um herói que fizera mais pela Índia do que todos os generais britânicos.
3.4 O século XIX
China – Robert Morrison (1782 – 1834), é o primeiro missionário protestante a chegar na China – Cantão (1807). Morrison chegou a Cantão em 7 de setembro de 1807. O primeiro convertido foi um chinês de nome Tsae A-ko, que havia fugido a perseguição em Cantão, escondido pela escuridão, viera pedir-lhe refugio e também lhe confessar que desejava aceitar a Jesus como seu Salvador. Sua fuga foi, para Morrison, uma prova clara de que ele em meio a perseguição escolhera ficar, para sempre ao lado de Cristo! Foi um grande dia para Morrison. 
Sua alma parecia sempre pedir a Deus uma alma nativa para com ele orar e adorar a Deus. Passaram-se longos oito anos até que Morrison batiza-se esta primeira alma. Tsae A-Ko permaneceu firme nos caminhos do Senhor até a sua morte em 1818. 
Tradução da Bíblia completa: Antes do final do ano de 1819, Morrison chegou ao clímax de toda a sua carreira, ao completar a tradução da Bíblia Sagrada para os chineses.
Final da carreira: Na noite de uma sexta – feira, do dia primeiro de agosto de 1834, Morrison, nos braços de seu filho John, claramente, sem dor e sem sofrimento despediu-se deste mundo para encontrar-se com Aquele que o havia vocacionado para a obra missionária. Há hoje, só na cidade de Macau, 49 igrejas evangélicas que são um testemunho vivo na mesma ilha que Morrison este enterrado. A sua sepultura está em meio às igrejas e aos seus membros, que testificam com ardor do poder de Deus que dá vida eterna a todo o que crer. Há hoje em Cantão mais de 100 igrejas evangélicas que, com o passar dos anos, tem experimentado um maravilhoso crescimento no seu número de membros. A em Hong Kong centenas de igreja e um número de cristãos ultrapassam os 300 mil. 
Hudson Taylor – Chega a China em 1853, aos 22 anos, através da Sociedade de Evangelização chinesa. Em sete anos aprende o chinês e mais tarde abandona a Sociedade, dependendo apenas de Deus. Adota o vestuário chinês para melhor identificação com o povo. Desde o inicio obtém grande êxito a ponto de os convertidos amontoarem-se a sua porta. Em 1865, depois de regressar a Inglaterra, funda sozinho a maior agência missionária do mundo: Missão para o interior da China. Trinta anos depois, a missão conta com 641 missionários o esforço de Hudson Taylor gerou em outros a visão de alcançar os não alcançados, e novas organizações têm surgido, inspiradas com esta visão. Taylor pagou um alto preço para alcançar os povos do interior da China, perdendo ali dois de seus filhos e sua primeira esposa.
Thimothy Richard – Chega à China em 1870, onde serve durante 50 anos. Trabalha com a Sociedade para a difusão do conhecimento geral e cristão entre os chineses, que consiste em todos os tipos de informação úteis na crença de que o conhecimento de Deus pode ajudar a obra salvadora. Funda dois periódicos: Revista dos Tempos e Revista Cristã, ambas de grande circulação. Em 1900, através do surgimento da revolução Boxer, um decreto imperial ordena a morte de todos os estrangeiros. A maior perda registrada na história das missões. Não se sabe ao certo o número de mortos. Cristãos chineses e estrangeiros são perseguidos e dizimados.
3.5 O século XX
Neste século, nota-se uma aceleração extraordinária na expansão do cristianismo mundial, uma vez que em 1906, inicia-se o pentecostalismo Moderno em Losangeles (EUA). 
Brasil – As primeiras missões a chegar são: Metodistas 1835; Congregacionais Independentes 1855; Presbiterianas 1859, que em 1888 fundam a primeira igreja Presbiteriana do Brasil; Batistas 1881; Episcopais 1889. Em 1906, inicia-se o movimento pentecostal no Brasil pelos missionários Suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, que fundaram as Assembléias de Deus, resultado do avivamento de Losangeles (EUA), em 1906 Gunnar Vingren e Daniel Berg – como resultado do grande avivamento pentecostal, dois jovens suecos que vivem nos EUA sentem-se chamados por Deus para serem missionários no Brasil. Chegam em Belém do Pará, no mês de novembro de 1910. Devido as suas convicções pentecostais, não são aceitos pela comunidade evangélica no local e, juntamente 19 irmãos, fundam um movimento chamado Assembléia de Deus que cresce poderosamente, sendo a maior denominação evangélica no país, com mais de 15 milhões de membros. A comunidade evangélica do Brasil conta com cerca de 35 milhões de membros. Hoje o Brasil é considerado o grande celeiro de missionário para o mundo. O país deixou de ser um campo missionário para ser fonte de expedição de Obreiros para o mundo inteiro. 
William Cameron Townsend (1896 - 1982 ): o "Tio Cam", como era conhecido, funda o Instituto Lingüístico de Verão e a AWTB - Associação Wiccliffe de Tradução da Bíblia, em 1934. Dedica sua vida à tradução da Bíblia e ao preparo de obreiros para realizarem o mesmo em suas línguas nativas.
Em 1906, inicia-se o pentecostalismo moderno em Los Angeles (EUA).
Conferência de Idimburgo (Escócia): Primeira Conferência Missionária Mundial, realizada em 1910. Tem por objetivo reunir todos os movimentos missionários da época. Mas só há 17 membros de igrejas Missionárias. Nesta conferência, declara-se que a América Latina não é mais um campo missionário, sendo inaugurado o "Ecumenismo protestante" (este tipo de ecumenismo surgiu em missões). Na realidade, esta é a Quarta Conferência, depois de Liverpool (1860), Londres (1885) e Nova Iorque (1900). Em 1980, é realizada a Segunda Conferência Missionária de Edimburgo.
Brasil: em 1910, inicia-se o movimento pentecostal no Brasil pelos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, que fundam as Assembléias de Deus, resultado do avivamento de Los Angeles (EUA) em 1906.
GUNNAR VINGREN E DANIEL BERG: como resultado do grande avivamento pentecostal de 1906, dois jovens suecos que vivem nos EUA sentem-se chamados por Deus para ser missionários no Brasil. Chegam em Belém - PA, no mês de novembro de 1910. 
4 História da missão das Assembléias de Deus no Brasil
4.1 As primeiras iniciativas para se implantar a fé evangélica no Brasil
A fé evangélica, no Brasil, só começou a prosperar nos últimos dois séculos. Desde o descobrimento, foram empreendidas diversas empreitadas para se implantar aqui os princípios da Reforma Protestante. Todas as empreitadas, porém, fracassaram: vinham escudadas com interesseque colidiam com os negócios supremos e inadiáveis do Reino de Deus. Quando isto ocorre as missões vêem-se cobertas de frustrações e opróbrios; o evangelismo morre em seu nascedouro; e, entre os gentios, é blasfemado o santo nome do Senhor.
4.2 O Evangelho que demorou chegar
A partir de então, muito pouco se pôde fazer pelas almas que, em nossos rincões suspiravam pela Palavra de Deus. A situação só começaria a melhorar a partir de 1808, com a vinda da família real para o Brasil. 
Escoltados pelos ingleses, viram-se os príncipes lusitanos obrigados a cumprir determinadas cláusulas que os tornavam dependentes de Londres. Tiveram de acabar com as atividades do Santo Ofício em terras brasileiras, e não mais incomodar os súditos do Reino Unido em virtude da fé que estes professavam. Pressionados pelos ingleses, Dom João VI expede a seguinte declaração: Sua Alteza Real, o Príncipe Regente de Portugal declara e se obriga no seu próprio nome e no de seus herdeiros e sucessores a que os vassalos de sua Majestade Britânica residentes em seus Territórios e Domínios não serão perturbados, inquietados, perseguidos ou molestados por causa de sua religião, mas, antes terão perfeita liberdade de consciência e licença para assistirem e celebrarem o serviço divino em honra do Todo-Poderoso Deus; quer seja dentro de suas casas particulares, quer nas particulares Igrejas e Capelas que sua Alteza Real, agora e para sempre graciosamente lhes concede permissão de edificarem e manterem dentro de seus domínios e conquistas, contanto que as sobreditas capelas sejam construídas de tal maneira que exteriormente se assemelhem a casas de habitação e também que o uso de sinos não lhes sejam permitido. 
Sob o apanágio deste benevolente decreto, a Igreja Anglicana, bem como as demais denominações históricas, comissionam seus primeiros obreiros a trabalharem entre nós. Vêm os presbiterianos, congregacionais e batistas. E, no início deste século, já sem os empecilhos de uma religião oficial, eclode o movimento pentecostal no Pará e, em poucos anos, chega ao Rio Grande do Sul. O movimento pentecostal, trazido para cá pelos missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, representou um dos maiores fenômenos religiosos das últimas eras.
4.3 Os primeiros dias do avivamento
Os historiadores que se ocupam do Avivamento Pentecostal no século 20 são unânimes em mencionar a Rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia, em 1906, como centro irradiador de onde o avivamento se espalhou para as outras cidades e nações.
A Rua Azusa transformou-se em poderosa fogueira divina, onde centenas e milhares de pessoas de todos os pontos da América, ao chegarem atraídas pelos acontecimentos e para ver o que estava se passando ali, eram batizadas com o Espírito Santo, e ao retornarem para as suas cidades levavam essa chama viva que também alcançavam as outras pessoas.
Porém, quem havia trazido a mensagem Pentecostal a Los Angeles fora uma senhora metodista, que, por sua vez, a recebera na cidade de Houston, quando tinha ido visitar seus parentes. Antes desta data (1906), podemos também citar os avivamentos ocorridos:
Suécia em 1858
Inglaterra em 1740
Estados da Nova Inglaterra na América do Norte em 1854
Estados da Nova Inglaterra na América do Norte na cidade de Moorehead em 1892
Estados da Nova Inglaterra na América do Norte na cidade de Galena, Kansa e Orchard e Houston 1903, 1904, 1905, respectivamente.
Reportemo-nos, pois, aos acontecimentos do ano 1906, na Rua Azusa. Em um edifício que anteriormente servia como armazém de cereais, passaram se reunir várias pessoas sedenta da Graça divina, para interceder pela salvação dos pecadores e clamar por um avivamento.
O pastor W.J.Seymour, que servia nesta Igreja, não era pregador eloqüente; porém seu coração ardia de zelo pela pureza da Obra do Senhor, e sua mensagem era vivificada pelo Espírito Santo. Deus respondia as orações, e glória se manifestava de tal maneira que eram batizados com o Espírito Santo e todos ficavam cheios do Espírito.
A notícia desses acontecimentos foi anunciado em toda a cidade, inclusive nos jornais seculares, que imediatamente enviaram repórteres para observar e descrever os fatos.
Os membros de vária igrejas, uns por curiosidade, outros por desejo de receber mais graça do céu, chegavam para ver com os próprios olhos aquele fenômeno. Muitos deles traziam consigo a opinião de que tudo aquilo não passava de obra de fanáticos. Porém, todos saíam dali convencidos de que era um movimento divino, e transformavam-se em testemunhas e propagandistas do Movimento Pentecostal que se iniciara naquela ruazinha em Los Angeles.
4.4 O fogo se espalha
Dentro em poucos os centros urbanos norte-americanos foram alcançados pelo avivamento. Uma das cidade que mais se destacaram e se projetaram no Movimento Pentecostal foi Chicago. As boas-novas do avivamento alcançaram, praticamente, todas as igrejas evangélicas da cidade. Em algumas, houve oposição da parte de poucos crentes, porém o avivamento triunfou, pois, além de outras características que o recomendavam, ele se destacava pelo evangelismo dos outros povos. Ou seja: cada um que se convertia, transformava-se também em missionário.
4.5 Tochas dessa fogueira – GUNNAR VINGREN E DANIEL BERG 
Enquanto o avivamento conquistava terreno e dominava a vida religiosa de Chicago, fatos de alta importância envolveram dois jovens suecos residentes nos Estados Unidos, que em breve teriam suas vidas intimamente ligadas à História das Assembléias de Deus do Brasil.
Na cidade de South Bend, no Estado da Indiana, morava um pastor batista que se chamava Gunnar Vingren. Atraído pelos acontecimentos do avivamento em Chicago, o jovem originário da Suécia foi a essa cidade afim de saber o que realmente estava acontecendo ali. Diante da demonstração do poder divino, ele creu e foi batizado com o Espírito Santo.
Pouco depois, Gunnar Vingren participou de uma convenção de igrejas batista, em Chicago. Essas igrejas aceitaram o Movimento Pentecostal. Ali ele conheceu outro jovem sueco que se chamava Daniel Berg. Esse jovem fora batizado com o Espírito Santo. Após uma ampla troca de informações, experiências e idéias, Daniel Berg e Gunnar Vingen descobriram que Deus os estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados.
Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend. Durante aquela visita, quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou, através de uma mensagem profética, que eles deveriam partir para pregar o Evangelho e as bênçãos do Avivamento Pentecostal. O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os dois jovens foram à biblioteca a procura de um mapa que lhe indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um Estado do Norte do Brasil. Aqueles dois jovens missionários suecos sentiam arder em seus corações o entusiasmo e o zelo pela causa de Cristo. Eram tochas daquela mesma fogueira que começara arder em Chicago.
A chamada foi confirmada onde quer que se reuniam para orar nesse sentido, não uma vez, mas durante três dias seguidos. Tratava-se de uma chamada de fé. Pois só exercitando a fé eles poderiam deixar tudo para trás e sair rumo ao desconhecido. Não tinham qualquer promessas de sustento, quer de igrejas, quer de particulares, mais tinham o coração cheio de confiança em Deus, e isso lhes proporcionava mais segurança do que qualquer promessa humana que por acaso lhes tivesse sido feita.
4.6 Os primeiros frutos
No dia 5 de Novembro de 1910, a bordo do navio Clemente, os missionários deixaram a frígida Nova Iorque com destino à cálida Belém do Pará. As atividades missionárias de nossos irmãos se iniciaram ali mesmo, a bordo do navio, entre tripulantes e passageiros. Eles distribuíram folhetos; falarama Palavra de Deus e testificaram a todos. Claro está que nem todos receberam a mensagem, porém os missionários tiveram o privilégio de ver um tripulante se converter , o qual depois, foi batizado nas águas, e manteria mais tarde contato com os missionário por correspondência. Era o primeiro fruto da missão dos dois servos de Deus, e mais uma prova de que o Senhor estava com seus servos.
No dia 19 de Novembro de 1910, em um dia de sol causticante dos trópicos, os dois missionários desembarcaram em Belém. Não possuíam eles amigos ou conhecidos nesta cidade. Não traziam endereço de alguém que os acolhesse ou orientasse. Vinha unicamente encomendados à graça de Deus.
Carregando sua malas, enveredaram por uma rua. Ao alcançarem uma praça, sentaram-se em um banco para descansar; e aí fizeram a primeira oração em terras brasileiras. Oraram por um povo que lhes era desconhecido, mas que já amavam, e pelo qual estavam disposto a sacrificar-se.
5 História da Assembléia de Deus no Rio Grande do Sul
As atividades da Assembléia de Deus no Estado iniciaram-se no dia 15 de abril de 1924, com o primeiro culto pentecostal na cidade de Porto Alegre. O missionário responsável foi Gustavo Nordlund e família. ele chegou ao estado em 2 de fevereiro de 1924.
Na quinta-feira, 21 de novembro de 1946, a família Taranger embarcou em um DC3 no aeroporto do Rio de Janeiro com destino a Porto Alegre, fazendo escala em São Paulo e Curitiba. Quando chegaram a Porto Alegre, foram recebidos pelos missionários Gustavo e Herberto Nordlund e, com muita alegria no coração, Nils e Gustavo viram realizado o desejo manifesto em 1938, na Suécia, quando Nils havia expressado sua chamada para a obra missionária e Gustavo pediu-lhe que, se fosse ao Brasil viesse ajudá-lo no Rio Grande do Sul.
Nesse período, Herberto havia alugado um sobrado, na rua larga, hoje Santa Cecília, nº 281 e cedeu para Nils morar juntamente com ele e sua família. 
Nils começou a participar dos cultos, cantando e tocando seu acordeão e sendo interpretado quando pregava por Gustavo ou Herberto. Logo que chegou a Porto Alegre, Nils procurou aprender a língua portuguesa de forma correta; por isso, contratou uma professora que era nora do pastor Derli Chaves, da igreja Metodista que também foi presidente da Câmara de Veriadores e Prefeito da Capital Gaúcha
Quando Nils chegou ao Rio Grande do Sul, o irmão Gustavo Nordlund era o responsável pelo trabalho de todo o Estado e fazia visitas periódicas às igrejas. Mas ele havia determinado que o pastor Herberto atenderia a fronteira e o pastor Olavo Nunes atenderia a serra. As primeiras igrejas na fronteira estavam localizadas em Itaqui, São Borja, Uruguaiana, Alegrete, Quaraí e Itacurubi. Na serra eram Passo Fundo, Nonoai, Palmeira das Missões, Boi Preto e Cruz Alta.
A Assembléia de Deus tornou-se grande em toda a parte. As reuniões gerais ocorriam duas vezes por ano, como se fossem Convenções. Os assuntos administrativos eram muito pouco tratados, para que não tirassem o tempo do estudo da Palavra e da Oração. Durante o dia, eram realizados os Estudos Bíblicos, e, à noite, ocorriam os cultos de avivamento. Eram uma semana de festa espiritual e muitos milagres, e maravilhas aconteciam, e Jesus batizava centenas com Espírito Santo pois os momentos de Oração eram indispensáveis entes de qualquer reunião, e a freqüência era maciça. Essas reuniões eram abertas ao público, mas só eram consagrados ao pastorado, irmãos de tempo integral na obra. A igreja não admitia pastor com atividade paralela ao ministério.
� marciano_silva@hotmail.com

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