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Serviço Social e a Igreja
Sibeli Ribas[2: Pós Graduanda em Gestão de Políticas, Programas e Projetos Sociais, pela PUCPR, acadêmica no 8º período do Curso de Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, PUC PR. Graduada em Administração com habilitação em Marketing e Propaganda pela Faculdade Internacional de Curitiba, FACINTER. Atualmente desenvolve seu processo de formação profissional na ONG denominada Instituto Família do Brasil, sob supervisão de campo da assistente social Raquel Reikdal e supervisão pedagógica da assistente social Márcia Terezinha de Oliveira.E-mail: sibeliribas2009@gmail.com]
Na profissão de Serviço Social há um debate muito forte sobre a definição do objeto do exercício profissional. Para se entender a profissão deve-se fazer um retrospecto sobre as circunstâncias sócio-econômicas que levaram ao reconhecimento do Serviço Social.
Primeiramente a profissão surge como uma ferramenta do Estado para “conter” os ânimos dos trabalhadores empobrecidos e explorados nas grandes fábricas que na época foi responsável pela maior demanda de emprego, porém sob o modelo de produção em série (fordista/taylorista), e altas jornadas de trabalho em condições insalubres. Esses fatos levaram trabalhadores a se organizarem em sindicatos, movimentos, partidos a fim de lutarem por melhores salários, condições de trabalho e redução de jornada de serviço.
O Serviço Social surge aí com a chamada “pedagogia da ajuda” que para a autora Marina Maciel de Abreu, em seu livro Serviço Social e Organização da cultura (2002), “o Serviço Social funda-se numa visão psicologista da questão social, reduzida às suas manifestações individuais. Este entendimento consubstancia a ‘ajuda’ psicossocial individualizada”, onde para ela resulta numa atuação profissional situada na esfera do indivíduo, logo as ações foram voltadas para a reforma moral e à reintegração social, neste sentido questões de pobreza, por exemplo, eram tratados pelos profissionais de assistência social como sendo de ordem moral.
Com o passar dos anos, as discussões sobre o exercício profissional nos diversos Conselhos, Encontros e Congressos, levaram os assistentes sociais a uma reconceituação profissional mais adequado à realidade brasileira (até então se praticava o modelo de atuação profissional norte americano). Passa-se a pensar a profissão como aquela que busca comprometer-se com as lutas das classes subalternas a fim de superar o imperialismo do capital e construir uma nova sociedade mais justa, menos desigual.
A caridade e a ajuda são bem vindas e necessárias, mas é preciso lembrar que “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Mt. 4.4. Lawrence O. Richards, em seu livro “Guia do Leitor da Bíblia”, ressalta que” o compromisso de Jesus nos faz lembrar de que somos seres espirituais e físicos e que não podemos permitir que o corpo prevaleça sobre o nosso compromisso em fazer a vontade de Deus.” Portanto é evidente que o homem necessita de condições materiais para sobreviver, o próprio Cristo deu prova disto em várias ocasiões, como no milagre da multiplicação dos pães, mas sua preocupação com a espiritualidade do homem caminha concomitantemente aos prodígios, evidenciando que tão importante quanto à satisfação das necessidades físicas, é a transformação do modo de viver.
O desafio para o Serviço Social hoje é contribuir para o processo de educação política dos usuários do serviço público, através de uma reconceituação sócio-educacional que propicie a emancipação ao indivíduo enquanto ser político-social. À Igreja cabe compreender o exercício profissional do Serviço Social em sua totalidade, a fim de utilizá-lo como ferramenta para uma missão integral

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