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VIOLÊNCIA NA TERCEIRA IDADE

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
serviço social
ivone oliveira amaral
a violência na terceira idade
	
Vitória da Conquista - BA
2015
ivone oliveira amaral
a violência na terceira idade
Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, à disciplina: Produção Textual Individual. 
Pólo de Apoio Presidencial: Vitória da Conquista - BA
Vitória da Conquista - BA
Outubro - 2015
INTRODUÇÃO
A violência é um fenômeno mundial que assume várias formas e atinge diversas pessoas, dentre os quais, encontra-se o idoso. Os maus-tratos na terceira idade podem ser definido como ato único ou repetido, ou ainda, ausência de ação apropriada que causa dano, sofrimento ou angustia e que ocorram dentro de um relacionamento de confiança (Organização Mundial de Saúde).
Não é um tema fácil para um estudo de identificação, por motivos da falta de denúncias da própria vítima. Torna-se motivo de silêncio, são poucos os que têm coragem de denunciá-la, as vítimas estão impedido de fazê-lo, na maioria da vezes são dependentes dos agressores “familiares” gerando insegurança, além de serem limitados fisicamente e terem uma represália por parte do familiar agressor.
Na maioria da vezes a sociedade tem uma visão negativa aos mais velhos, considerando inúteis e descartáveis por não produzirem mais e por estarem fora do mercado de trabalho.
Segundo o jornal G1 (2015) um assunto que merece muita atenção de todo mundo é a violência contra os idosos, pois, a cada hora, dois idosos sofrem algum tipo de violência no país e em apenas um ano, o número de casos cresceu 16%. Assim, a sociedade tem que procurar novas alternativas para resolver ou pelo menos minimizar a questão da violência, em especial, a que ocorre contra o idoso, pois é um fenômeno universal e representa um grande obstáculo para a saúde pública.
O Assistente Social é um dos profissionais capaz de intervir nas diversas expressões da questão social e, por isso, a violência na terceira idade é foco de constantes estudos desse profissional. Assim, este trabalho pretende estudar a violência contra o idoso e como a sociedade, a família e os profissionais buscam formas para solucionar esta questão.
DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
DELIMITAÇÃO DO TEMA 
Este projeto de pesquisa será uma revisão de bibliografia que estudará a violência na terceira idade, como ocorre, onde e quais são os principais agressores, relacionando a família e a sociedade nessa problemática. 
 PROBLEMA
Quais são as formas de violência contra o idoso e como a família e a sociedade está inserida no contexto dessa grave questão social?
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Estudar as variadas formas de violência contra os idosos e relacionar a família e a sociedade no contexto dessa grave questão social. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Realizar um estudo sobre a terceira idade no Brasil;
Verificar as principais formas de violência contra o idoso e relacionar a família nesse contexto;
Conhecer as políticas de proteção social voltadas para a terceira idade e como a sociedade intervém nessa questão social.
JUSTIFICATIVA
Segundo o Art. 230. da Constituição Federal (C.F.) de 1988:
A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
A Carta Magna de 1988 surgiu com o dever de assegurar os direitos dos cidadãos brasileiros, dentre os quais, encontra-se o idoso. O artigo 230 regulamenta a obrigação da família da sociedade e do Estado com o idoso.
De acordo com a Lei No 10.741/ 03 (Estatuto do Idoso) Art. 2o:
O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
O Brasil possui diversas legislações como a C.F. de 1988 e o Estatuto do idoso, que buscam proporcionar direitos e proteção social aos idosos, no entanto, a violência na terceira idade é um problema recorrente, por isso, foco de variados estudos na busca de soluções pra essa problemática.
Este projeto surgiu através percepção do aumento da violência na terceira idade, uma questão grave e reincidente e que por isso precisa se tratada com muita seriedade pela sociedade.
METODOLOGIA
Este estudo utilizara a metodologia de pesquisas bibliográficas que analisará estudo de diversos autores sobre o tema através de livros, publicações, revistas e documentos eletrônicos.
Marconi e Lakatos (2001) descreveram que uma pesquisa bibliográfica também conhecida como fonte secundária aborda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações em imprensa escrita, documentos eletrônicos. Segundo os autores a sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto, com objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações. 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O envelhecimento segundo KURZ e MORGAN (2012) é um processo natural, inevitável e pessoal para qualquer ser humano enquanto evolução da vida, acarretando mudanças fisiológicas, biológicas, psico-sociais, culturais, políticas e econômicas. Para os autores a velhice enquanto fase da vida humana, não deve ser atribuída ao termino da vida, mas um momento de aproveitar e desfrutar do envelhecimento, buscando ocupar o tempo com atividades prazerosas, possibilitando uma vida mais saudável e com qualidade.
Segundo Paschoal (2007):
Velhice tem sido pensada, quase sempre, como um processo degenerativo, oposto a qualquer progresso, como se nessa etapa da vida deixasse de existir o potencial de desenvolvimento humano. O estereótipo tradicional da velhice é o de pessoas doentes, incapazes, dependentes, demenciadas, rabugentas, impotentes, um problema e ônus para a sociedade
Paschoal (2007) afirma ainda que envelhecer é um processo, inerente a todos os seres humanos, que se inicia na concepção e perpassa todos os dias de nossas vidas. A cada instante todos se tornam mais velhos que no instante anterior. Todos envelhecem e, os mais jovens, um dia, serão os idosos de seu tempo. Esse processo pode resultar em duas situações-limite: uma com excelente qualidade de vida e outra com qualidade de vida muito ruim. Entre esses dois extremos, diversas situações intermediárias. Em qual extremo as pessoas vão chegar depende de inúmeras variáveis, algumas pertencentes aos indivíduos e, as demais, dependentes da sociedade e do meio em que vivem (Paschoal 2007).
Para Santellano (2015) melhor idade é um eufemismo muito usado no Brasil para referir-se aos cidadãos pertencentes à chamada terceira idade ou, mais apropriadamente, aos idosos. De acordo com a autora o termo idoso recebe uma definição na forma da lei: "pessoa com idade igual ou superior a 60 anos". 
Santellano (2015) afirma também que: 
Atualmente o número de pessoas idosas não para de crescer no país e já ultrapassa 10% da população total. O Estatuto do Idoso, legislação editada em 2003, estabelece que os censos demográficos brasileiros deverão incluir dados relativos a esse segmento da população. Entre os anos de 1940 e 2006, o número de idosos registrados no Brasil cresceu cerca de 11 vezes, passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões. A previsão é que em 2025 esse número esteja na casa de 64 milhões de pessoas. Em 2050 estima-se que um em cada três brasileiros seja idoso. A sociedade e o governo devem estar preparados para essa nova realidade. 
A autora supracitada estima que em torno de 71% dos idosos registrados conseguem ter independência financeirae eles são responsáveis por uma renda anual de R$ 243 bilhões, um poder de compra nada desprezível e que apenas 5% dos homens e 23% das mulheres dessa faixa da população declaram-se em dificuldades financeiras. Santellano (2015) informa que a maior parte da renda percebida pelos idosos, em torno de 49%, é originária de ganhos da Previdência, seguida, 39% dos rendimentos, são provenientes de trabalho e 7% da renda anual declarada são receitas advindas de aluguéis. 
Segundo Santellano (2015): 
A grande maioria dos idosos, 83%, possui casa própria já quitada. Menos mal. Um relatório elaborado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em conjunto com o CFP (Conselho Federal de Psicologia), e divulgado faz pouco tempo, conclui que o Brasil não possui infra-estrutura mínima de abrigos para a população idosa. Segundo o relatório, alguns asilos visitados pelos pesquisadores são "depósitos de idosos abandonados", onde os internos vivem "sem família ou contato com a comunidade".
Do total de idosos conhecidos no Brasil, 55% são mulheres, que apresentam uma expectativa de vida superior aos homens. A viuvez das mulheres idosas é 3,4 vezes maior do que a dos homens idosos. Devido à expectativa de vida maior, e por terem mais chance de se tornarem viúvas na terceira idade, a tendência é que as mulheres idosas tenham uma velhice mais solitária. Semelhante ao que acontece com a vida humana em todas as suas etapas, o tempo da terceira idade não representa somente um período de felicidade e prazeres, mas também são encontráveis nessa fase da vida muitas adversidades (Santellano 2015).
Dentre as diversas adversidades encontradas na terceira idade encontra-se a questão da violência contra o idoso.
Para Araneda (2007) “a violência contra pessoas idosas é uma violação aos direitos humanos e é uma das causas mais importantes de lesões, doenças, perda de produtividade, isolamento e desesperança”.
Segundo Paschoal (2007) quando se fala em violência contra as pessoas idosas, pensa-se imediatamente na violência física, mas esta não é a única, pois há inúmeras formas de violência, veladas e mascaradas, a violência também pode manifestar-se como psicológica, econômica, moral, sexual, pode ser familiar, social, institucional, estrutural e pode resultar de atos de omissão e negligência. 
De acordo com Araneda (2007):
A violência que os idosos sofrem em todo o mundo se caracteriza por ser generalizada, habitualmente não se denuncia e tem custos econômicos e humanos muito difíceis de serem pagos pelos governos. Os custos da violência contra pessoas idosas ainda que não estejam suficientemente documentados têm implicações diretas e indiretas. Os custos diretos podem estar associados à prevenção e intervenção, assim como a prestação de serviços, processos jurídicos, assistência institucional e programas de prevenção, educação e intervenção. Os custos indiretos referem-se à menor produtividade, baixa qualidade de vida, dor e sofrimento emocional, a perda de confiança e autoestima, as incapacidades e a morte prematura.
Segundo o autor supracitado para a abordagem e redução dos abusos e violências contra as pessoas idosas, é necessário um atuação multisetorial e multidisciplinar e que participe os profissionais da justiça e dos direitos humanos, segurança pública, profissionais da saúde, da assistência, instituições religiosas, organizações e associações de idosos, poder legislativos e tantos outros atores e protagonistas sociais. Ainda segundo Araneda (2007) a dificuldade para definir e reconhecer a violência contra a pessoa idosa não deve ser obstáculo para continuar investigando e intervindo, o conhecimento das manifestações dos diferentes tipos de violência é crucial para a intervenção e a avaliação deve ser completa e realizada por um ou vários membros da equipe multidisciplinar que, entre outras habilidades, deve estar preparados para entrevista e a avaliação.
Araneda (2007) afirma também que existem muitas razões para que as pessoas sofram violência, entre a mais freqüentes, está a deteriorização e fragilização das relações familiares. Outras causas estão associadas ao estresse do cuidador, ao isolamento social e também no desequilíbrio de poder entre a vítima e o agressor. A atenção a uma pessoa enferma e dependente é um peso para qualquer pessoa. Quando os cuidadores têm um escasso apoio da comunidade podem sofrer um estresse e apresentar comportamentos que levem ao abuso e violência.
Diante da violência contra a pessoa idosa, a sociedade como um todo, deverá prestar mais atenção à pessoa idosa, elaborando alternativas com o fim de erradicar as causas das diversas violências que este contingente populacional sofre. Tenhamos em mente que todas as melhorias investidas nos idosos de hoje é com certeza uma melhora para todos nós que mais tarde deveremos chegar a esta etapa da vida (Araneda 2007).
CRONOGRAMA
	ETAPAS DO PROJETO
DE PESQUISA
	Agosto
2015
	Setembro
2015
	Outubro
2015
	Escolha do tema
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	Coleta das informações
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	Análise das informações
	
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	Revisão de literatura
	
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	Verificação e correção
	
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	Finalização do projeto
	
	
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	Entrega
	
	
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ORÇAMENTO
Para a realização e custeio desse projeto serão gastos, entre outras despesas: 
	Despesa
	Valor unitário
	Xerox
	R$ 30,00
	Transporte
	R$ 40,00
	Encardenação
	R$ 10,00
	Valor Total:
	R$ 80,00
RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se conhecer como é a realidade dos idosos do Brasil no que tange a questão da violência, desvelando mais uma faceta da questão social, que envolve não só os idosos, mas também seus familiares e a sociedade como uma todo, em especial, profissionais que atuam diretamente nessa problemática, como é o caso do Assistente Social, com intuito de minimizar os impactos causados para essa parcela tão importante da população brasileira.
REFERÊNCIAS	
ARANEDA, Nelson García. Violência Contra Pessoas Idosas: Uma Realidade Oculta. Caderno de Violência Contra a Pessoa Idosa. Disponível em <http://midia.pgr.mpf.gov.br/pfdc/15dejunho/caderno_violencia_idoso_atualizado _19jun.pdf>. Acessado em: 19 Set. 2015.
BRASIL. Estatuto do Idoso. Lei Federal 10.471/03, de 01 de Outubro de 2003.
BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federal do Brasil, 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao Compilado.htm>. Acessado em: 17 Set. 2015.
CHAUÍ, M. Cultura e Democracia: o discurso competente e outras falas. 11 ed. (Cortez). São Paulo: Cortez, 2006. 
G1. Casos de violência contra os idosos cresceram 16% em um ano. Hora 1. Globo.com. 2015. Disponível em <http://g1.globo.com/hora1/noticia/2015/08/casos-de-violencia-contra-os-idosos-cresceram-16-em-um-ano.html>. Acessado em: 17 Set. 2015.
KURZ, Marcia L. Barboza; MORGAN, Marisa I. Orsolin. Proteção social básica e grupos de convivência: garantia de inclusão social da pessoa idosa. Disponível em <http://www.unicruz.edu.br/seminario/downloads/anais/ccsa/protecao%20social %20basica%20e%20grupos%20de%20convivencia%20garantia%20de%20inclusao%20social%20da%20pessoa%20idosa.pdf>. Acessado em: 19 Set. 2015.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991.
Paschoal, Sérgio Márcio Pacheco. Envelhecer Com Dignidade, Um Direito Humano Fundamental. Caderno de Violência Contra a Pessoa Idosa. Disponível em < http://midia.pgr.mpf.gov.br/pfdc/15dejunho/caderno_violencia_idoso_atualizado _19jun.pdf>. Acessado em: 19 Set. 2015.
SANCHES, Ana Paula R. Amadio; Lebrão, Maria Lúcia; Duarte, Yeda Aparecida de Oliveira. Violência contra idosos: uma questão nova? 2008. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902008000300010&script=sci_arttext>. Acessado em: 17 Set. 2015.
SANTELLANO, Maria Terezinha. Diálogo aberto: Cidadania. Portal Terceira Idade. 2015. Disponível em <http://www.portalterceiraidade.org.br/dialogo_aberto/cidadania /especial0003.htm>. Acessado em: 19 Set. 2015.

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